Sunday, January 31, 2016

Exposed

Tudo começa mal quando um realizador no final da montagem nega o filme de tal forma que surja um nome inventado no lugar do realizador. Pois bem foi isso que aconteceu com este filme que marca a segunda reuniao num ano entre Keanu Reeves e Ana de Armas. Por isso e depois de tamanha negaçao do criador e obvio que o filme dificilmente conseguiria resistir ao odio critico com algumas das avaliaçoes mais negativas dos ultimos anos. Comercialmente e com esta má publicidade o falhanço era garantido e nisso ate podemos dizer que não existiu novidades.
Exposed e ao mesmo tempo dois filme num só, já que os protagonistas em historias separadas quea penas se reunem no fim para uma conclusao que nem sequer existe. Mas o problema de Exposed e que os dois filmes tentar ser diferentes para no final surpreender mas e tudo tao previsivel mesmo a invençao final que pensamos durante algum tempo se o realizador queria inidiciar ou não o que ia fazer, já que o elemento surpresa rapidamente deixa de existir e um filme que teria neste impacto talvez a sua unica tabua de salvaçao já que e tudo pensado nisso, ve todos os objetivos rapidamente se ruirem.
Depois dois lados diferentes da historia com pouco ou nenhum interesse se o lado de Isabel extremamente recheado com promenores de fe, acaba por ser repetitivo quase dando a ideia de um anjo caido do ceu, que apenas no fim consegue ganhar alguma intensidade com a passagem para a casa de origem, o lado de Reeves e claramente do pior cinema que há memoria, um conjunto de pedido de informaçoes numa personagem sem qualquer convicção, que no final percebemos a razao da negaçao do realizador que queria o filme apenas no primeiro ponto de vista e a personagem de Reeves ser um mero secundario, com este equilibrio o filme deita fora metade da sua duração.
Enfim um filme completamente falhado, que poderia ter outro resultado se trabalhasse melhor o seu final, ou a forma como este poderia encaixar na forma como o espetador ve o filme, assim acaba por ser dois filmes fracos, um deles mesmo sem sentido nenhum que se juntam num filme do mesmo nivel.
A historia fala de uma jovem que tem ligaçao com anjos e com algumas pessoas do sub crime que pode ser a chave para desvendar o que realmente ocorreu numa estaçao de metro e que provocou a morte de um policia.
O argumento e muito basico, podemos dizer que a forma pensada para o filme poderia dar ao final um impacto interessante pena e que o filme não e construido com este objetivo que convenhamos seria sempre redutor. Por outro lado um desiquilibrio total entre partes do filme, sendo que a do lado de investigação do crime simplesmente não existe.
E dificil avaliar o trabalho de realizaçao pois primeiro não sabemos que o realizou e por outro lado o proprio negou o resultado final, dai que apenas podemos dizer que o balanço entre historias e que teve na origem da polemica deu razao a quem não queria sublinhar o lado de investigação policial do filme.
No cast Reeves foi sempre um actor limitado mas mesmo assim não me recordo de um papel tao cinzento e tão cinzento como este, no unico comento expressivo Reeves acaba por dar um exemplo da razao das sucessivas criticas que lhe sao dadas em termos de intensidade dramatica. Ana de Armas uma actriz cubana a dar os primeiros passos em Hollywood tem um papel também pouco intensido, numa personagem que poderia dar espaço para bem mais.


O melhor – A boa intenção do twis final mesmo que ele fosse muito previsivel


O pior – O lado da investigação final do filme.


Avaliação - D

Saturday, January 30, 2016

Spotlight

Desde as primeiras apresentações em Veneza e em Toronto que de imediato foi considerado um front Runner na corrida aos oscares, sinonimo da forma como todos ficaram impressionados com este filme que causou um impacto muito grande junto da critica e de quem o assistiu de forma a que ainda hoje a pouco dia das entrega das estatuetas douradas continue a ser um candidato. Em termos comerciais acabou por ser consistente sem ser explosivo, o que chega para fumentar qualquer candidatura.
Pois bem quando pensava depois de ver Big Short que todos os restantes filmes que assistisse este ano não conseguiriam ter o mesmo impacto, pois bem enganei-me. Já que Spotlight trata tambem ele de um assunto claramente de grande impacto e assustador, de uma forma mais simples menos artistica mas mais direta ao ponto que no final saimos do filme quase asfixiados na forma como tudo que acabamos de saber e tao documentado, ainda para mais quando sabemos que tudo aconteceu.
E mesmo na simplicidade do filme, que tem uma estrategia de literatura linear, e na forma crua como o novelo se vai desvendando que o filme vai captando a cada momento o espetador que sai de la revoltado, a questionar a fe e muito mais, e quando um filme consegue ter este impacto e sinal que estamos obviamente por um filme singular, e narrativamente um dos filmes mais diretos ao ponto, cinema simples mas com uma eficacia a todos os niveis que o levam para um nivel de competencia do mais alto que assisti nos ultimos anos acima de tudo potenciado por interpretaçoes muito solidas e mais que isso um guião estudado, preparado, simples, e extremamente eficaz.
Dai que provavelmente este ano teremos uma luta a dois pelos Oscares de formas diferentes de fazer cinema e em ambos os casos de grande impacto, uma comedia, um drama, duas denuncias duas reflexoes para o simples mortal, que mostra que o cinema e esta forma simples de nos fazer refletir e nisso Spotlight como Big Short atingem o olimpo naquilo que o espetador tras com os filmes.
A historia fala de um grupo de jornalistas que se envolve em descobrir os escandalos de pedofilia na abadia de Boston desenvolvendo num novelo que parece não ter fim, não so nos factos mas tambem na forma como tudo foi encoberto.
O argumento e daqueles que nos olhamos e não conseguimos explicar o seu perfecionismo, talvez pela forma com que tudo seja preparado ao limite a forma como as vitimas sao ouvidas, a explicação cinentifica os numeros, as fontes, mais que um filme escandalo e um filme de investigação e denuncia e mesmo sem ser um dez em nenhum aspeto em particular e um argumento dez no seu resultado final.
E na realizaçao que o filme perde em comparaçao com muitas das obras primas dos ultimos anos, já que em muitos outros aspetos e dos filmes mais bem feitos dos ultimos anos, McCarty e um realizador ainda pouco habituado a grandes andanças, e aqui falta rasgo, falta um toque pessoal, mais do que uma realização competente, porque a este nivel, uma realizaçao mais entusiasta poderia tornar mesmo este filme um dos mais marcantes dos ultimos anos, o que acaba por ser na mesma mesmo sendo a realizaçao o parente pobre.
No cast o mesmo que o argumento, sem ter papeis de retirar folego nem o argumento trabalhar para os seus actores brilharem individualmente a forma como keaton, McAdams, Schreiber, James constroiem as suas personagens e de uma competencia assinalavel, na forma como se entregam a causa de uma forma muito intensa, o unico que se sobressai talvez pela mais extroversao da personagem e Rufallo em boa forma e para mim o papel mais assinalavel da sua carreira justificando a nomeaçao obtida.

O melhor – A forma como simplesmente denuncia algo com tanto impacto.

O pior – A realização poderia ser mais artistica, o filme tinha esse espaço.


Avaliação - A-

The Benefactor

Os ultimos anos da carreira de Richard Gere tem sido dedicada a filmes mais pequenos mais centrados nas suas personagens usualmente mais fisicas. No inicio deste ano surgiu este pequeno filme que ao longo de 2014 foi apresentado em alguns festivais sem grande sucesso pelo que acabou por estrear silenciosamente na primeira semana do ano. Criticamente o filme foi bastante modesto principalmente para quem poderia ter algumas expetativas em termos de festivais. Comercialmente obviamente um filme com pouco valor que estreou em muitos poucos cinemas.
Sobre o filme, um pequeno muito pequeno filme em termos de alcance que parece alicerçado como muitos outros nos ultimos tempos para potenciar ainda a capacidade interpretativa de Gere, quem sabe com um objetivo escondido que ate ao momento ficou sempre longe de ser concretizado. Se olharmos o filme não tem personagens pelo menos em termos de dimensoes das mesmas apenas sendo marionetas para os desvaneios e desenvolvimento da personagem central. Mas os problemas não ficam por aqui diversas das questões centrais do filme não sao respondidas como de onde vem o dinheiro e a origem da ligaçao.
E quando base não sao sustentadas e dificil um filme conseguir atingir determinados patamares principalmente quando a narrativa e o desenvolvimento das cenas tambem esta longe de ser apelativo, dando no final um filme frouxo com pouco interesse narrativo, que acaba por ser um mero conjunto de cenas com as particularidades de um personagem o que e pouco para os dias de hoje.
O que sobra de bom e muito pouco, a não ser uma narrativa simples, linear cujos objetivos a meu ver tambem me parecem modestos, um filme curto que não entra em devaneios intlectuais, mas claramente o resultado final e claramente negativo pela falta de elementos de alguma diferenciaçao mas mais que isso por não ter explicaçoes para alguns aspetos centrais do filme.
A historia fala de um rico e isolado dependente de morfina que acaba por tentar ajudar e colocar-se no meio de um casal, no qual o elemento feminino e filho do seu melhor amigo que morreu num acidente de carro provocado por si.
O argumento tem uma base tipica de filme de domingo a tarde, mas tem diversas falhas, demasiados espaços por preencher narrativamente demasiada falta de intentisade e acima de tudo um filme muito desligado de si, e aqui o problema e obviamente no unico recurso natural do mesmo, ou seja, o argumento.
Renzi e um realizador menor de Hollywood e aqui tem muito pouco risco, um estilo simples quase de telenovela sem ambição, sem risco, com simplicidade de um filme pequeno.
No cast Gere ter obviamente arriscado mais nesta fase da sua carreira do que ao longo dos ultimos 20 anos, parece contudo que personagens complexas não iram disfarçar os poucos recursos e mais que isso a repetiçao de tiques que entrega a todas as suas personagens, ao seu lado Fanning e James superficiais que sofrem de personagens inexistentes

O melhor – A baixa ambiçao do filme.

O pior – Perguntas centrais não terem resposta num filme basico


Avaliação - D+

Friday, January 29, 2016

Grandma

Desde o sucesso instantâneo que se tornou American Pie que os irmãos Weitz passaram por caminhos bem diversos, se por um lado Chris experimentou diversos generos a maior parte dos quais sem grande sucesso, Paul tornou-se um realizador de circuito mais fechado mais independente, mas também com bons resultados em termos criticos tendo criado uma carreira mais sustentada. Neste ano esta comedia road movie familiar, obteve uma boa recepção critica principalmente para a sua protagonista, sendo que comercialmente o filme conseguiu um resultado muito interessanto tendo em conta que se tratava de um filme independente.
SObre o filme podemos dizer que é uma comedia simples, nem sempre politicamente correcta com virtudes e alguns defeitos. Começando pelas virtudes e mais clara delas está na personagem central, a forma como esta e construída a sua complexidade emocional e de feitio a forma com interage de forma diversa com cada personagem com quem interage o seu sentido de humor.
Do lado negativo o ritmo do filme, para uma historia com quase 70 minutos de duração o filme ir perdendo tanta intensidade que acaba sonolentamente num curto espaço de tempo denota por um lado que a narrativa nunca consegue grande intensidade emocional, e por outro lado uma pessima escolha das situaçoes e das interações que vao claramente do mais para o menos, sendo as primeiras nao so as mais interessantes como as mais engraçadas sendo as ultimas demasiado obvias para um filme que ate então estava a ser bastante espontaneo.
Enfim uma obra mista com um argumento que em termos de dialogos tem bons momentos, com um significado forte, um filme familiar e que sublinha a importancia dessas relaçoes mesmo que nao sejam naturais, mas um filme pequeno demais e com falta de especiaria o que numa comedia mesmo com contornos dramaticos se torna essencial para a diferenciar dos outros filmes do genero cada vez mais aposta de circuitos independentes
A historia fala da tentativa de uma avó, lesbica assuimida arranjar verbas para patrocinar o aborto a sua neta, que se encontra gravida de uma relaçao sem futuro e quer esconder tal facto da progenitora, confiando a ajuda na sua estranha avó.
O argumento e a mais valia do filme principalmente com duas qualidades muito vincadas, por um lado a construção da persoangem central, complexa intensa, e por outro lado a qualidade dos dialogos principalmente nos primeiros minutos do filme, forte com significado, tem como lado negativo gastar demasiados trunfos no inicio acabando a ritmo de cruzeiro na qualidade e força dos dialogos.
Paul Weitz nao e um realizador de grandes momentos, e mais alguem que da sempre a primazia ao argumento e aqui nao foge a regra, simples, com tiques independentes sem muito primor tecnico quer dar um lado cru e real ao filme o que é uma opçao simples como muitas outras. E claramente no argumento que Weitz aposta as suas fichas.
No cast uma excelente construção de Tomlin na prestação mais intensa da sua carreira, intensa, carismatica a sua presença tem o lado dramatico e comico do filme e isso e sempre exigente, pena e que do lado da mais nova Julia Garner as coisas nem sempre corram pelo melhor demonstrando dificuldades nas sequencias que exigiam intensidade dramatica.

O melhor - A personagem central

O pior - A forma como o filme se deixa adormecer numa curta duração

Avaliação -C+

Thursday, January 28, 2016

Sisters

Amy Pohler e Tina Fey são duas das comediantes mais conhecidas da televisao mas com uma atividade ainda escaça no que diz respeito ao cinema. Em plena epoca de Holliday juntaram-se para um filme com claros objetivos comerciais, no genero onde sempre fizeram carreira ou seja a comedia. Em termos criticos a resposta podera se dizer que ficou aquem do esperado com avaliaçoes essencialmente medianas, comercialmente um bom resultado demonstra o poder comercial de ambas mas principal do conjunto.
Sisters e o filme obvio com as atrizes, um humor feminino tipicamente atual, com diversas referencias sexualizadas e acima de tudo o capricho fisico tipico nas mesmas. Dai que em termos de surpresa e alcance esteja um filme bastante limitado. Mas para mim não adepto do humor habitual da dupla e que tudo e demasiado forçado, as piadas, a falta dela, o exagero o histerismo feminino tudo e demasiado americano e um humor brejeito sem grande alcance ou piada o que torna na minha vista um filme na maior parte do tempo, algo perdido.
Mas o que faz o filme não ter graça, desde logo a pouca creatividade de um argumento que mais não e do que um filme para adolescentes apenas com adultos sem responsabilidade, o estilo do tudo vai acontecer e o desastre total sao normalmente funcionais em filmes juvenis de serie B não num filme lançado em pleno inverno e que dizem que poderia ter algumas ambiçoes nos globos de ouro. Assim sendo numa reuniao esperado o filme e muito limitado como o poder humoristico de ambas.
Do lado positivo muito pouco o facto de por vezes o filme ate conseguir ser engraçado, a diferença entre personagens quase sempre pouco potenciado em termos humoristicos e pouco mais, numa comedia de grande estudio exige-se mais tudo, graça, conceito, mensagem, e não e o facto do exagero e de uma ou outra piada ate conseguir nos libertar uma gargalhada que faz o filme de imediato ser mais do que realmente é.
A historia fala de duas irmas completamente diferentes em momentos maus da sua vida que se juntam para se despedirem da casa onde nasceram e decidem dar uma festa de arromba de despedida que se torna num desastre completo.
O argumento diversas vezes utilizado em filmes juvenis e aqui replicado sem qualquer tipo de factor aditivo apenas com personagens mais crescidos em termos de idade já que em tudo o resto o filme e completamente repetitivo, pouca mensagem poucas personagens num argumento tipico de comedia diretamente para DVD.
Jason Moore foi um tarefeiro contratado por Pohler e Fey como poderia ser qualquer outro nome, o filme e centrado nas suas protagonistas e o filme e realizado com esse proposito, pena e o argumento não conseguir dar qualquer impulso ao filme.
No cast todo o destaque vai para a dupla de protagonistas em papeis naturais, parece-me obviamente com o histerismo de ambas torna o filme irritante sem graça, muito pelas suas construçoes que não são potenciadas por boas personagens e quando e assim pouco de bom se pode dizer.

O melhor – Uma ou outra piada isolada.

O pior – O histerismo do humor utilizado pelo duo de protagonistas


Avaliação - D+

Wednesday, January 27, 2016

Macbeth

Shakespeare sempre foi uma inspiração para o cinema, desde adaptações classicas a invenções, poucos sao os anos em que uma sua adaptação não ve a luz do dia. Este ano e dentro de uma adaptação mais classica surgiu este Macbeth, que foi estreado com sucesso critico no último festival de Cannes. Contudo na estreia mundial as coisas apesar de terem sido positivas nao foram tão unanimes. Comercialmente estreando entre muitos filmes de maior destaque acabou por não ter protagonismo ainda para mais quando nao conseguiu entrar na corrida pelos trofeus.
Macbeth e uma historia pensada para o teatro e uma historia conhecida. Tentar ser fiel ao escrito de Shakespeare e fazer um filme intenso com toda a força da peça de teatro e a meu ver dificil e no caso concreto de Macbeth direi mesmo impossivel. Porque a passagem e imediata e porque o teatro não exige a coerencia de uma peça de teatro, e é nisto que o filme ou mesmo qualquer adaptaçao fiel do livro tera dificuldades ou seja retratar a forma como a ambiçao acaba por danificar moralmente a personagem. No filme temos uma mudança repentina pouco trabalhada, principalmente porque o filme mais que contar a historia quer adornar com uma realização bonita e de impacto.
Alias e mesmo na realizaçao e na fotografia que o filme tem os unicos elementos diferenciadores relativamente a outras adaptaçoes, mais adaptado com novas tecnologias com o primor e rigor de cada cena o filme e bonito mais que narrativamente interessante, as sequencias de luta são trabalhadas e contextualizadas para um cinema artistico mais que real, poderemos dizer que se trata de um filme que queria tornar Macbeth um filme artistico mais que a historia em si.
Mas isso e pouco principalmente quando um filme estreia em festivais e em Dezembro as ambiçoes dos oscares sao sempre assinlaveis e neste caso parece obviamente que uma decima adaptaçao do filme teria obviamente de ter muito mais do que apenas compoenentes tecnicas boa fotografia e bons interpretes. Ao filme falta realismo, e acima de tudo arriscar em dar algo mais a historia que a maioria ja conhece.
A historia e a conhecida um chefe de soldados depois de defender o rei é informado que um dia sera rei por tres bruxas o que cria nele uma ansia de chegar a este lugar, começando a colocar de lado todos aqueles que se intepõem no seu caminho para a profecia.
O argumento tem uma dificuldade de estrattegia bem presente, ao querer utilizar grande parte das linhas originais do livro acaba por distanciar o filme de uma ação real, e principalmente em cinema isso tira impacto, porque existe diferenças na estrutura entre o teatro e o cinema e o filme nunca consegue adaptar a segunda ao primeiro em termos de argumento.
Ninguem podera dizer que Kurzel nao arrisca na realizaçao, cada sequencia de luta e pensado para se tornar bonito quase como um bailado de cor, aqui um trabalho interessante que podera ser mais rentavel com argumentos mais originais e diferenciadores. Veremos o que resulta da adaptaçao do videojogo Assassin Creed.
No cast nao existiu risco entregas os papeis principais a Fassbender e Cottilard e o garante da intensidade que as personagens necessitam, Fassbender esta em muito boa forma e a intensidade deste filme completa um ano de ascensão de um dos melhores actores da atualidade que se entrega em pleno a um papel mitico.

O melhor - A realizaçao

O pior - A falta de novidade na historia ou na abordagem

Avaliação - C

Tuesday, January 26, 2016

Rock the Kasbah

Nos ultimos anos Barry Levinson um já veterano realizador de sucesso tem colecionado floops comerciais e criticos, dai que de regresso a filmes de estudio muitos esperavam que esta comedia com Bill Murray seria o regresso ao sucesso que inclusivamente o conduziu a alguns premios. Enganem-se quando maior e a altura maior e o salto e o filme acabou por falhar em toda a escola desde logo criticamente com algumas das piores avaliaçoes da carreira ro realizador e tambem comercialmente onde para um filme de grande expansao pouco mais de dois milhoes acaba por consumar o desastre total.
Numa altura em que o afeganistao e o conflito la existente esta no assunto do dia, fazer um filme sobre um concurso de talentos neste pais parece impossivel mas aconteceu, e o mal e que o filme não se resume a uma ma ideia para ser uma execuçao ainda pior de uma má ideia. Em resumo o que temos e uma serie de acontecimentos sem qualquer probabilidade de acontecer, com uma mensagem positiva mas pouco condizente com a realidade e um filme unica e exclusivamente trabalhado para encaixar no esteriotipo habitual de Bill Murray ou seja o adulto desleixado com ironia.
Porque de resto o filme e um autentico queijo suiço narrativo como poucos, desde logo porque as personagens aparecem e desaparecem sem sentido, sem corpo comum, as linhagens e opções por caminhos narrativos nunca sao faceis de perceber, em termos de humor baseia-se no estilo de Bill Murray que ate pode funcionar no contexto certo, e por tudo parece um autentico disparate quase insultuoso a quem vive num pais como o Afeganistão.
Salva-se uma boa banda sonora muito americana e pouco mais já que a satira de um pais rico sobre um pais pobre como se fossem uns seres superiores fica mal em qualquer contexto ainda mais quando se disfarça de comedia de costumes de um realizador experiente, o que se pode dizer de um forma geral deste filme e que era completamente escusado.
O filme fala de um falhado produtor musical que acompanha a sua unica artista numa tour pelo afeganistao, depois de desaparecer com o seu dinheiro e passaporte acaba por ser raptado por um povo no qual reside uma mulher com talento musical mas com a opressao das pessoas.
O argumento e um disparate completo uma ideia sem sentido nenhum que e potenciado num argumento completamente imaturo e pouco trabalhado, existe momentos em que perguntamos por personagens que simplesmente desaparecem e advinhem nunca mais temos respota.
Levinson e um realizador experiente e deve-se louvar o facto de tentar reproduzir um Afeganistao em tempo de guerra mas e so, a abordagem de superioridade americana e irritante principalmente vindo de um realizador que já trabalhou bem melhor manobras politicas.
No cast Bill Murray necessita de refrescar o seu reportorio, nos ultimos anos as personagens repetem-se apenas mudando o contexto, aqui tem o pior dos ultimos tempos e uns secundarios como Hudson e Deschanel longe de melhores periodos.

O melhor – A banda sonora

O pior – Uma pessima ideia muito mal executada


Avaliação - D+

A Perfect Day

Durante o último festival de Cannes na semana dos realizadores houve um filme que chamou à atenção, pela facto de um pequeno e quase desconhecido realizador espanhol ter no seu filme algumas figuras conhecidas de Hollywood, e pelo facto do filme ter como centro temático a guerra nos balcãs. O filme apresentado em Cannes foi aceite pela critica com avaliaçoes essencialmente positivas mas insuficientes para lhe dar outra dimensão, pelo que comercialmente o filme foi obviamente bastante limitado.
Sobre o filme é interessante observar um filme com um tema tão complicado como as consequencias da guerra nos balcãs sob o ponto de vista de uma ong, e conseguir mesmo assim efetuar um filme com graça, alias sem nunca perder o espirito denunciados o filme tem uma abordagem humana e cómica de tudo o que acontece que acaba por ser bastante interessante sem nunca fugir de colocar estas personagens em situações humanamente de limite e mesmo ai conseguir transmitir em algumas personagens o seu efeito comico.
Este bom ponto do filme pode perder algum realismo ou pode de alguma forma ser visto como um filme demasiado superficial sobre um tema tão leve e que poderá ser necessário estar atento às traseiras do filme para realmente observarmos o clima de guerra e o impacto do que ali foi feito, e isso acaba por acontecer, sendo um filme de personagens num contexto politico do que o contrario.
Mesmo assim para arranque de 2016 temos um filme interessante que consegue acima de tudo ser engraçado e original numa abordagem comica a um contexto nada comico, claro que tem sequencias mais funcionais do que outra e que a mensagem podera nao ter o espectro que outra abordagem mais seria poderia ter, mas mesmo assim penso que o filme cumpre os seus objetivos com alguma creatividade.
A historia segue uma serie de voluntarios da ONG que ajudam a tornar a zona dos balcãs menos arriscada para os seus moradores, tudo começa quando um cadaver e encontrado num poço e todas as diligencias efetuadas pelos elementos para o retirar em tempo.
O argumento e claramente muito mais rico em termos de humor das personagens e na criaçao das mesmas do que propriamente na forma como aborda a problematica, mas isso e uma abordagem que nos parece opçao do seu criador. Assim conseguiu uma abordagem creativa com dialogos muito interessantes do ponto de vista comico.
Em termos de realizaçao algumas limitaçoes ou mesmo alguma falta de risco, e obvio que uma produçao espanhola para um filme como este exige meios que provavelmente retiram espaço para uma abordagem mais creativa. Mas um filme como este tinha esse espaço, mesmo assim para um realizador europeu fora do circuito valoriza-se o resultado final do filme.
Em termos de cast Del Toro funcional como nunca em termos de comedia, o leque de opçoes em termos de expressoes faciais faz dele um actor singular, e que se encaixa em cada papel, mesmo nestes mais simples e menos exigentes. Mas o maior destaque vai para Tim Robbins numa contrução excelente que merecia mais destaque e provavelmente poderia estar entre os mencionados para constar dos nomeados aos oscares de melhor actor secundario porque é comico, e intenso e o acelerador do filme.

O melhor - A forma como consegue descontrair num tema tao pesado.

O pior - Em termos de produçao algo limitado e ser mais que um filme sobre um tema, um filme sobre personagens

Avaliação - B-

Big Stone Gap

Existe um genero que durante muitos anos preencheu carreiras de muitas atrizes que está em pleno desuso, concretamente a simples e básica comédia romantica. Uma das últimas resistentes é mesmo Ashley Judd que aqui tem um projeto tradicionalista, que tambem homenageia o interior norte americano. O resultado muito curto fruto do excesso de simplicidade de meios o filme nao conquistou a critica com avaliaçoes tendencialmente negativas, e comercialmente a pouca expansao do filme não permitiu grandes voos, mesmo assim pensamos que melhor do que se chegou a prever.
São diversas as razões pelas quais eu penso que a tradicional e comedia romantica pipoca desapareceu, desde logo porque eram filmes que nao apostavam num humor mais actual mais sexualizado e com o aparecimento de filmes com todos estes ingredientes acabou este registo ficar para segundo plano. E depois porque tudo, e este filme e um claro exemplo disso e muito teatral, as relações, o porquê das coisas, dai que o primeiro adjetivo que me vem a cabeça para avaliar este filme é obviamente desactualizado.
Mas mesmo com toda a simplicidade e a ternura da personagem central, sempre necessarias para criar uma aproximaçao emocional entre o espetador e o filme, penso que este filme tem outros defeitos vincados, o maior do quais parece-me obviamente o guarda roupa das personagens, principalmente de Judd, a tentativa de lhe dar um ar ternurento quase que esbarra em alguem que anda sucessivamente mascarada para o Carnaval e isso tira desde logo alguma da simples seriedade que o filme queria obter. Mas não e apenas nos promenores que o filme e limitado, no alcance na forma novelesca do seu enredo, e da forma como o filme nunca consegue ter qualquer rasgo de diferenciação.
Pese embora estes defeitos por vezes e interessante olhar para um filme que no dia de hoje, tem os principios de há cinco anos atrás, a forma do amor simples e da sua procura como unico fundamento da vida. A forma como as pequenas vilas americanas sao caracterizadas num cinema que as transforma quase como uma pequena maquete. E nisto o filme tem muito de interior, e mostrar que os EUA sao bem mais do que grandes cidades.
A historia fala de um solteira, sempre ligada a progenitora que depois da morte desta tenta buscar o sentido para a vida concretamente em busca de um amor real e vivido da forma natural, contudo percebe que tudo na pequena aldeia onde vive e pre formatado segundo convições e razões e nunca por emoçoes.
O argumento e nos seus procedimentos na sua estrutura e nos seus dialogos desatualizado, uma forma de escrever comedias romanticas em desuso e principalmente com defice de ingredientes como um maior humor descontraçao que me parecem importantes nos dias de hoje.
Na realizaçao Trigiani e uma realizadora já presente há diversos anos com filmes pequenos que aqui tem um trabalho simples mas com algum merito como a boa contextualizaçao temporal e local de um espaço tao proprio como o interior americanos, parece algo saudosista no cinema mas na realizaçao sem muito risco tem um trabalho razoavel.
Judd ira provavelmente fazer uma carreira alicerçada em comedias romanticas tradicionais dai que tenha perdido nos ultimos tempos muito espaço em Hollywood, mais que as suas caracteristicas de interprete a sua face acaba por ser ideal para estes filmes pelo lado meigo que transmite. No resto do cast pouco a registar a nao ser a curiosidade de Patrick Wilson ter realmente nascido em Big Stone Gap.

O melhor - Algum detalhe de epoca e interior americano

O pior - Tudo esta desatualizado no filme

Avaliação - C-

Sunday, January 24, 2016

Joy

Nos ultimos tres filmes por si realizados David O Russel conseguiu diversas nomeaçoes nas categorias mais importantes e resultou em alguns casos em oscares e premios para alguns dos seus interpretes. Dai que muitos esperam que mais tarde ou mais cedo surja o filme da consagração, que muitos esperavam ser este Joy. Sem mexer na equipa de atores e lançado no final do ano a expetativa era muito, mas logo nas primeiras visualizações percebeu-se que o filme não seria metade do que realmente se esperava com criticas muito medianas e que acabaram com qualquer expetativa de Oscar. Comercialmente o filme ate acabou por ter visibilidade suficiente para sustentar qualquer candidatura caso ela existisse.
Joy é um filme creativo na sua forma de fazer uma especie de biopic com muitos ingredientes originais. A historia e de uma pessoa real mas a forma como e transformada para fazer a mensagem ser mais vincada, e mesmo na forma como entra na persoangem tem algo de David O Russel, na mistura de generos, na forma como a mensagem esta acima de tudo mesmo num ambiente ligeiro e confuso de um filme com palavras sempre constantes mas com uma historia muito interessante da self made woman.
Então o que falta no filme para ele não ser um sucesso critico, pois bem, para mim o grande problema do filme ao contrario dos outros do realizador e que o mesmo pese embora assuma o teor suave e quase de comedia dos dois filmes anteriores nunca tem graça, nem nas curiosidades tornando algumas das excentricidades do filme inocuas. Mesmo nos pontos de criaçao como aspetos de algumas personagens elas acabam por não trazer nada de particularmente revelante ao filme.
Mesmo assim um filme interessante com uma forma particular e assinatura de autor na forma de fazer o filme, na descontração de um filme que rapidamente poderia cair do drama emocional de domingo a tarde, num filme que arrisca na forma como faz da vida por vezes uma peça de teatro e não se inibe de entrar na cabeça da personagem mais que relatar os factos, mas algum dernorte na orientação central do filme impediu um filme positivo de ir mais longe.
A historia fala de Joy uma jovem empreendedora que depois de 17 anos dedicada a familia acaba por tentar a sua sorte nos negocios dando vida a criaçoes proprias e que a experiencia como dona de casa mostraram sem essenciais. Mas no mundo dos negocios a inexperiencia pode ser perigosa.
Em termos de argumento David O Russel tem uma marca propria a forma como consegue adornar historias que ate podem ser simples, e a forma como não tem problemas em tornar particular formas comuns de vida. Contudo neste filme parece algo receoso tem medo de tornar o filme mais solto mais comico com medo de perder a mensagem e o filme fica a meio termo.
David O Russel tem uma forma muito propria de realizar, eu confesso que não sou um fã incondicional da sua forma de captar personagens mas tem assinatura ao longo dos seus filmes e estes tem conseguido sucesso. Nao e deste que atingiu o olimpo mas penso que mais cedo ou mais tarde o vai conseguir.
No que diz respeito ao cast a dinamica Lawrence Cooper muito potencianda por Russel funcionou ate aqui, mas neste filme so existe espaço para Lawrence, é obvio que ela tem carisma e competente e o filme não exige mais. Dai que pese embora seja um bom papel parece-me exagerada a nomeaçao ao oscar, que apenas se justifica com a forma quase incornavel que Hollywood ama aquilo que Lawrence faz. Nos secundarios pouco destaque porque o filme não os usa.

O melhor – A forma como O Russel consegue assinar sempre de uma forma original a mais real das historias.

O pior – A indefiniçao em ir mais longe do risco de uma abordagem propria ou acentuar o caracter serio do filme.


Avaliação - B-

99 Homes

É comum alguns temas serem recorrentes em mais de um filme em cada ano cinematografico. Este ano explorado de formas diferentes a crise economica e a forma como isso se refletiu no mercado imobiliario foi totalmente detalhado em The Big Short e serve de pano de fundo para este filme bem mais narrativo. Pese embora tenha estreado em 2014, apenas em 2015 o filme viu a luz do dia. Bem recebido criticamente o unico aspeto que o filme entrou em disputa em termos de galardoes foi Shannon para melhor actore secundario o que não conseguiu atingir o objetivo. Comercialmente sendo um filme de pouca expansao conseguiu resultados bastante satisfatorios, ultrapassando a sempre mitica barreira do milhão.
Este filme ao contrario de outros e um filme sobre personagens que pode trazer uma ilaçao gerao, não esperamos um filme que nos explique muita coisa para alem da reação das mesmas a situação adversa. E é nesses parametros que temos um filme que toca num tima de impacto emocional, e que joga bem com isso principalmente ao dar a imagem da forma como as regras de despejo pode por em causa tudo nos mais frageis e em termos emocionais o filme e intenso.
Contudo e no excesso de moralidade do filme concretamente da personagem que penso que o filme e muito irrealista, todos sabemos que o instituo de sobrevivencia e puro em cada animal, humanos incluidos e o filme acaba por dar ideia que isso não existe talhando principalmente no agregado familiar, uma excesso de moralidade que poderia conduzir a falta de condições de sobrevivencia quando naquele ponto a personagem apenas estava a cumprir a lei. O filme poderia ir por ai denunciar a crueldade de uma lei injusta, mas jogar isso com padroes morais de pessoas no limite parece algo que faz o filme ser pouco realista na forma como trata uma materia de impacto e isso e claramente um defeito.
Depois um filme que em grande parte do seu tempo é emocionalmente eficaz mas um pouco repetitivo, em termos de capacidade de surpreender o espetador também e limitado, e poderia ter um final mais esclarecedor nem que seja em termos morais ou de aplicaçao pratica. Mesmo assim a forma como consegue dar um impacto emocional para um problema de muitos e tao poucas vezes tratado no cinema deve ser algo a sublinhar e elogiar num filme suficiente.
A historia fala de um pai de familia que apos perder o emprego acaba tambem por ser despejado de casa. Em urgencia por algumas verbas acaba por aceitar trabalhar para o mediador imobiliario com poucos escrupulos que o despejou tornando-se tambem ele um braço armado da lei.
Em termos de argumento acho que o filme começa bem, dando uma boa ideia daquilo que pode ser a lei e a injustiça da mesma, levando quase todas as situaçoes ao limite, isso permite a personagem de Shannon crescer, nem tanto o protagonista sempre dividido em confitos morais que no caso extremado dele dificilmente existiriam. O filme tem altos e baixos em termos de dialogos que sao sempre potenciados pela forma como a personagem de Shannon entra neles.
Em termos de realizaçao Bahrani tem aqui o seu filme de maior impacto, a realizaçao e simples sem grandes ambiçoes, sem grande primor artistico, que denota ser de curto investimento, parece tambem a ideia que assim o argumento poderia prevalecer de uma forma mais efetiva de um realizador que mesmo assim da um salto em termos de mediatismo dos seus filmes.
No cast Garfield tem um papel diferente da maioria dos seus registos, emocionalmente forte, um actor em preocesso de ascenção e que os dois filmes de peso que no proximo ano ira protagonizar poderao ser o salto para a primeira linha, aqui mesmo não tendo um papel brilhante deixa bons indicadores. Obviamente melhor e com mais impacto a interpretaçao de Shannon que da uma intensidade muito propria a todas as suas construçoes, principalmente do lado errado da questão. Mesmo com toda a qualidade que Shannon sempre da aos seus papeis, pareceu-me exagerado ter estado tanto tempo perfilado como candidato aos oscares.

O melhor – O impacto emocional criado numa situaçao limite como deixar de ter casa


O pior – Enfase num conflito moral que provavelmente nos dias de hoje nunca existira principalmente quando o crime ainda não existia ou não eram do conhecimento de personagens secundarias.


Avaliação - C+

Saturday, January 23, 2016

The Revenant

Desde a produção e os primeiros comentários do envolvidos, que o lançamento deste filme seria um dos acontecimentos do ano, nem que seja porque marcava a reunião do detentor do oscar de melhor realizador com um dos actores mais unanimes da atualidade Leo DiCaprio, em mais uma tentativa deste atingir o galardão. As criticas do filme inicialmente foram entusiasmantes mas com o passar do tempo a euforia tornou-se menor, apenas regressando depois da vitorias nos Globos de Ouro. Comercialmente o filme foi um sucesso que ate podiamos dizer pouco esperado e que podem ter dado o impulso quem sabe para a vitoria final.
Sobre o filme, eu sempre achei que não existia forma de um filme ser uma obra prima sem um argumento de primeira linha, e uma vez que estamos perante um filme que não tem um grande argumento e óbvio que para mim este não e uma das obras supremas do ano e quase em exclusivamente por esse mesmo facto, ou seja da historia ser basica, já usada, e com muito pouco alcance.
No resto temos tudo a um nivel tecnico e de abordagem quase perfeito, desde logo nas interpretações de primeira linha, na realização, nos planos, no realismo, nos contextos escolhidos tudo e de um nivel maximo do que e feito em termos produtivos em Hollywood a forma como o realismo de cada sequencia a capacidade de impressionar tudo e de uma força sem paralelo, num filme marcante por cada cena que nos dá, que parece pensada e filmada para ser cada uma uma forma de representar.
Mas e dificil marcar com uma historia de base tão limitada, muitos dirão o que se poderia fazer mais se a historia é assim, ai respondo, provavelmente a historia nunca poderia ter ambiçoes de mais que isto, porque tudo o resto esta no potencial maximo e se assim não chegar e porque Inarritu e os produtores pegaram numa historia claramente limitada à nascença
A historia fala de um individuo que é deixado à morte por elementos do seu grupo que inclusivamente matam o seu filho. Quase morto ele sobrevive unica e exclusivamente com a motivaçao de vingar a morte do seu filho.
O argumento e um grande calcanhar de aquiles para o filme, desde logo porque a historia de base e muito simplista, ou seja a tipica historia de vingança muito utilizada em Westerns e a abordagem ao filme acaba por não lhe dar nada de particularmente relevante em termos de argumento acabando por potenciar os restantos aspetos do filme.
Inarritu esta numa forma incrivel, depois de no ano passado ter brilhado numa abrodagem noir de comedia aqui temos um filme de acçao com um realismo e uma violencia quase nunca vista, a forma de filmar coloca a camara na acção e torna tudo com mais impactos. E neste momento o homem do momento atras da camara em Hollywood.
Depois de diversas tentativas sera quase de certeza desta que Dicaprio leva o oscar para casa, justamente digamos, porque o papel exige uma disponibilidade fisica e uma capacidade de interpretar sufrimento como poucos pediam, e ele da o corpo e muito mais. Não colocando de parte o que anterior dissemos parece contudo que outros papeis foram mais potenciados pelo actor do que este que nos parece ter muito do sucesso na forma como o filme se centra unica e exclusivamente no seu sofrimento. Nos secundarios Hardy sempre competente se bem que nos parece que num ano tão discutido a nomeaçao podera ser um premio demasiado recompensa para um ano muito bom do actor


O melhor – Toda a forma como cada cena é tão real e artistica ao mesmo tempo

O pior – O argumento


Avaliação - B

Trumbo

Hollywood por diversas vezes gosta de fazer mea culpa por algumas das atitudes internas das suas politicas sempre influenciadas por politicas gerais. Com um filme da dimensao da personagem temos aqui o primeiro grande biopic a Trumbo, lançado em epocas de premios nada melhor do que o filme sobre alguem que para os ganhar teve de mascarar a sua identidade por questoes politicas. Contudo sabemos sempre a resistencia de alguns criticos mais tradicionais a este filme que foi recebido bem mas sem entusiasmo. Comercialmente os biopic nunca foram filmes com alcance a longa escala.
Os biopic tem muitas vezes mais que um efeito creativo nos seus filmes um efeito de conhecimento de dar a conhecimento o que realmente foram algumas das figuras do cinema de outros tempos, mas tambem o contexto politico aparentemente tao distante onde viveram, e nesse particular e um filme obviamente rico, poderá sempre ser considerado algo tendencioso, mas todos os biopics parecem ser no sentido de potenciar as ideias ou mesmo formas de vida da figura central e aqui parece claro que o filme tem tambem esta tendencia.
Mas o filme e mais que isto, principalmente na forma como conujuga com arte sequencias reais com sequencias produzidas tras aqui a maios creatividade e ponte mais artistica do filme que acaba por ser um biopic demasiado tradicional nas suas virtudes, principalmente documentais e nos seus defeitos como alguma tendência por um dos lados e mais que isso alguma falta de ritmo do filme, algo redundante e circular a partir de determinada altura.
Por isso mesmo penso que mais que um grande filme aqui temos um filme informativo sobre um periodo negro na industria que tanto gostamos, um periodo de perseguiçao simplesmente pela cor politica e a forma como isso condicionou formas de viver. Mais que uma obra de arte e numa altura em que a guerra fria parece novamente estar latente, não é a toa que o cinema lança diversos filmes sobre o tema para que tudo não caia de novo no mesmo caminho.
O filme dá-nos os anos em que Dalton Trumbo e outros profissionais do cinema estiveram na Lista Negra de Hollywood e a forma que estes tiveram de no lado escuro continuar a tentar trabalhar numa industria que o colocou totalmente de lado.
O argumento e baseado obviamente numa prespetiva concreta dos factos, quase diferenciando bons e maus algo que sinceramente acho sempre muito primario num biopic, o certo e que o argumento tem bastantes qualidades na forma como enriquece cada dialogo do protagonista dando o exemplo de tudo que ele escreveu e que muitos agradou.
Jay Roach foi sempre um realizador de comedia que aqui teve uma tarefa aparentemente dificil para o seu genero, que era um biopic dramatico sobre uma figura singular. Mesmo não tendo um registo muito ambicioso e muito funcional na forma simples com que conjuga imagens reais com produzidas. Algo sempre dificil mas que o realizador consegue com alguma eficacia. Necessitara de mais filmes como este para ganhar espaço na elite.
No cast Cranston é neste momento um dos actores da critica e aqui tem um papel forte, intenso, físico com a dimensao que a personagem pedia, a melhor palavra para o definir parece ser singular. Mesmo com todas as qualidades da sua interpretaçao, num ano forte como este, mesmo aceitando a nomeaçao para o oscar parece-me que outras mais fortes ficaram de fora a corrida, principalmente Depp em Black Mass. Mesmo assim domina todo o filme deixando apenas algum espaço para a sempre interessante espontaneadade de Hellen Mirren.

O melhor – O relato de um contexto politico

O pior – A sempre tendencia de um biopic ser parcial


Avaliação - B-

Friday, January 22, 2016

Our Brand is Crisis

Quando é anunciado uma comedia dramatica politica dos produtores de Argo e com a chancela de George Cloonley e Sandra Bullock, de imediato muitos pensam que poderiamos ter um filme com registo para altos voos. Mas os problemas começaram logo na pre produçao do filme com a saida do conceituado actor da interpretaçao limitando-se à produção. Apos as primeiras observações percebeu-se que a reação ao filme ia ser mediana de mais para qualquer expetativa de voo, e tudo se tornou pior quando o filme resultou num enormissimo flop de bilheteira.
São diversas as sensações contraditórias que temos ao assistir a um filme como este, na fase inicial percebemos que vamos ter um registo cómico, mas sereno sobre um assunto de impacto e que cada vez mais as pessoas querem desmascarar como as campanhas políticas. Mas inicialmente encontramos diversos defeitos no filme, o grande dos quais e ser quase sempre um filme de personagem, a tipica de comedia de Bullock com os seus tiques do que um filme que queria pensar sobre os seus assuntos aparentemente sérios mesmo que em tom de comedia.
No meio temos a pior parte do filme, o lado absurdo do filme, quando este se torna uma comedia física totalmente virada para o lado cómico, e que ja percebemos há muito sem graça da sua protagonista. Ai chegamos a pensar como pode um filme ser destruído pelo auto centrismo de uma personagem quando tinha um campo tão interessante para trabalhar.
E incrivelmente e no fim e na sua resolução séria, e no seu truque final que o filme ganha qualidade, impacto e no final com os caminhos mais arduos e quase sempre com um filme demasiado absurdo e pouco engraçado consegue ter uma mensagem forte, de impacto, actual, e o peso politico que desde cedo percebemos que o filme poderia ter mas que desistimos durante grande parte da sua duração.
A historia fala de uma profissional estratega de campanhas eleitorais que e contratada pelo presidente da Bolivia para tentar ganhar as eleiçoes depois de estar desastrosamente para trás nas sondagens. Assim o filme segue uma campanha montada para um unico objetivo vencer.
O argumento do filme entra num mundo interessante e rico para filmes complexos e com grande significado como o teatro da politica, pena e que durante grande parte do filme, o mesmo esteja mais preocupado em fazer humor e satirizar com a personagem do que propriamente do que satirizar com o assunto em si, quando acorda o argumento vai tarde para levar o filme para altos voos resistindo apenas a mensagem final de grande impacto.
David Gordon Green é um realizador indie dos mais conceituados e um dos que melhores filmes a pouco custo tem feito com actores conhecidos. Depois de um inicio de comedia que acabou por ter dificuldades com o tempo foi ganhando espaço, que aqui demonstra alguma maturidade. Filmar e dar a noçao de algo como a Bolivia nao e facil e ele consegue, pena e que o balanço entre a comedia e o drama ainda seja uma dificuldade que tem para cimentar os seus filmes.
No cast, o problema do filme esta em Bullock, e na forma como esta se analisa como actriz, sempre pensou que era uma actriz comédia quando todos os seus sucessos são em drama, neste filme tem alturas diferentes na parte comica nao funciona, no drama ganha impacto, mas longe dos seus melhores momentos. Thorton eleva o nivel no lado competitivo, Almeida e sempre bom como português o ver neste tipo de registo e mediatismo mesmo percebendo algumas debilidades.

O melhor - A mensagem final do filme.

O pior - Durante a sua duração brincar como comedia física tipica de Adam Sandler

Avaliação - C+

Thursday, January 21, 2016

Freeheld

Existem filmes que pelo seu teor, pelo seu significado e mais que isso pelos seus interpretes naturalmente assumem candidatura natural aos prémios da academia, pelo menos no plano teórico. Isso facilmente se poderia dizer sobre este filme, sobre as conquistas legais dos casais homossexuais, com Julianne Moore a interpretar uma policia homossexuais e que padece de cancro. Mas nem tudo no cinema decorre da forma mais natural e o certo é que este filme não foi recebido com o entusiasmo que muitos esperavam tendo de imediato ficado de fora de qualquer corrida na Awards Season. Comercialmente um filme com pouca expansão acabou por ter resultados muito pouco significativos.
O cinema nos últimos anos tem surgido diversos filmes que tratam acontecimentos políticos fortes mas que acabam por não se traduzir em filmes de primeira linha, porque acaba por ser colocado de lado a preocupação do filme em ir para alem de um simples pressuposto e contextualizar com um filme de impacto, intenso, de personagens e próximo do espectador. Este e claramente o caso de este filme, que se limita a descrever a situação de uma forma cinzenta não explorando os pontos que o poderiam tornar diferenciador como a riqueza emocional na relação, o potenciar na normalidade da mesma, tudo isto acaba por nunca ser trabalhado num filme que se centra na batalha judicial.
Ou seja assumindo desde logo que o acontecimento em si é importante, e que a história/caso de vida tem um impacto importante na sociedade moderna, o certo e que o filme fora isso ano tem qualquer outro adereço que o torne forte que o torne uma obra melhor. Alias quase nunca conseguimos ter grande empatia com uma causa que à partida seria fácil de agradar mas que devido aos procedimentos pouco trabalhados do filme  quase nos causa alguma indiferença, nunca tendo o filme o valor emocional e intensidade que o poderia conduzir para outros voos.
E óbvio que em face das actrizes que protagonizam este filme acabamos por ter boas interpretações, ou seja que e um filme que não pelos seus executantes que tem problemas mas pela forma como em grande parte é definido.
A historia fala de uma policia dos Estados Unidos, que vive uma relação marital com a sua companheira que descobre sofrer de doença oncológica, sendo que no momento em que inicia os tratamentos luta pelos benefícios para a sua companheira iguais aos casais heterossexuais.
O argumento baseado numa batalha judicial conhecida é pouco mais do que os dados conhecidos, nos momentos em que o filme poderia ser mais criativo e mais espaço a liberdade acaba por os desaproveitar para se tornar quase um filme documental, e isso não e claramente um cunho de diferenciação do filme.
Petter Sollet é um realizador que até ao momento nunca teve um filme de topo, sempre filmes independentes sem grande visibilidade aqui tem talvez o filme com o maior assunto e melhores interpretes e torna tudo muito simples, muito cinzento nunca arrisca na realização e também não é por este lado que o filme acrescenta nada.
E óbvio que Julianne Moore tinha aqui um papel forte, e que provavelmente no qual tinha algumas expectativas de regressar aos prémios, contudo a pouca força do filme acabou por nao dar visibilidade a mais uma excelente interpretação de uma actriz em grande forma, uma das melhores da actualidade. Ja Page e depois de assumir a sua sexualidade podemos dizer que este filme e uma assinatura mais que uma interpretação

O melhor  - Julianne Moore

O pior - A forma como o filme se limita à descrição


Avaliação - C


Tuesday, January 19, 2016

Moonwalkers

É conhecido o fascinio de alguns cineastas de ideologia europeia gostarem de nas suas obras colocarem em causa alguns dos mitos da sociedade moderna. Sob a forma de uma comedia com alguns toques muito inglesa surgiu este filme que junta musica, cinema, gangsters e a mitica ida a lua. Os resultados criticos não foram muitos positivos para esta salada e comercialmente um filme de pequeno estudio quase sem qualquer tipo de expressao
Depois dos ingredientes que acima foram especificados e facil perceber que se trata de um filme que e uma autentica mixordia de tematicas, e se a premissa ate poderia ser engraçada ou seja um conjunto de amadores ter em mão o maior plano B da historia, a forma como o filme se materializa vai sempre decaindo ate perder a graça e a creatividade das situaçoes. Basicamente o que era uma boa premissa acaba como um conjunto de personagens sem qualquer tipo de sentido e pouco mais do que trips de droga de cada um dos protagonistas.
E tudo isto e pena porque o filme ate começa bem, naquele estilo de filme desastre, de comedia simples com o humor e mais que isso com o registo colorido sempre acompanhado por um banda sonora dos 70s mas tudo se perde porque o filme quer ser eloquente quer satirizar a arte por si só, e tudo acaba por parecer absurdo já que tudo acaba por ser conduzido a um extremo que não deixa o filme ser produtivo.
Enfim um filme europeu sem grande visibilidade que facilmente se percebe a pouca aceitaçao nos EUA por colocar em causa os seus feitos mas tambem não consegue ser proximo dos europeus no humor, ou mesmo no humor mais direcionado. Ou seja um filme que não teria logica no guiao, naturalmente mas que acaba por deixar de querer ter logica tambem no humor, quase que esperando que situaçoes insolitas seja igual a comicidade.
O filme fala de um agende do CIA que tem como missao contratar Kubrik para filmar uma ida a lua caso a verdadeira não fosse conseguida de forma a enganar a populaçao, contudo esse dinheiro vai parar a um pessimo agente musical que com nenhum dinheiro e pior que isso com pessimos conhecimentos tera de fazer ele o trabalho.
O argumento parte de um premissa curiosa, que trabalhada com mais simplicidade e com menos espaço aos desvaneios acabava por ser um filme bem mais eficaz e claramente mais engraçado. Os dialogos muita vezes sao conduzidos para aspetos irrelevantes so para assumir a rebeldia do filme.
A estreia de Bardou-Jaquet na realizaçao podemos dizer que tem bons momentos, principalmente nas trips das personagens, o que parece publicidade gratuita já que as mesmas não trazem nada ao filme e acabam por condicionar a ideia do mesmo. Ou seja bons momentos de realizaçao pessimamente utilizados.
No cast Perlman sempre funcionou e sempre funcionara em papeis de durao pela sua fisionomia, neste como na maioria dos outros filmes apenas necessita de aparecer para as coisas funcionarem nos curtos objetivos de cada seu papel. Grint foi o unico actor de Harry Potter que seguiu o cinema europeu rebelde na sua base, muito pela sua fisionimia, mas parece obvio que lhe falta carisma para outro tipo de voos. Apenas encaixa como looser.


O melhor – Uma premissa que bem trabalhada poderia dar um filme corajoso.

O pior – As demasiadas quebras para momentos ludicos do realizador


Avaliação - C-

Monday, January 18, 2016

Anesthesia

Tim Blake Nelson e um actor de um cinema independente e alguns papeis mais pequenos em filmes maiores, como muitos outros actores de cinema tambem ele tem uma carreira de realizador bem mais modesta do que como actor. Neste filme tem talvez o maior cast dos seus filmes mas o resultado voltou a ser curto, criticamente o seu maior objetivo o filme foi medianamente indiferente em termos comerciais pouca dimensao para um filme não talhado para esses feitos.
Sobre o filme a forma de fazer um filme onde diversas historias se cruzam já foi arvore que deu fruta cada vez mais este tipo de registo requere alguma originalidade e algum ponto que o diferencie de tudo o que já foi feito, e esta e a principal debilidade do filme, ou seja, parece sempre que tudo que estamos a ver não tem nada de diferenciador relativamente a maioria dos filmes semelhantes, e quando assim o é podemos dizer que o filme não tem capacidade de se assinalar.
E obvio que podemos sempre dizer que o filme tem coraçao, tem uma boa mensagem, e um filme de relaçoes humanas, mas mesmo a ligaçao acaba por ser tenue, e mesmo o regresso ao inicio do filme, como sua forma acaba por não ser particularmente inovador ou trazer ao filme a mudança que o filme precisa a determinado momento.
Mesmo assim a que dizer que e um filme simples, de procedimentos simples, que nos curtos objetivos que tem cumpre, emotivo, alias e na emoçao que o filme consegue ter o resultado desejado. Outro dos problemas significativos do filme e tentar fazer de um filme com diversas historias um filme demasiado curto e quem sabe demasiado directo ao ponto algo que perde densidade em que cada historia.
A historia fala de diversas personagens um amigo que tenta curar o outro da droga, um casal em ruptura, um professor preocupado com uma aluna com comportamentos de auto mutilaçao e uma mae de familia de dois filhos na adolescencia que percebe ter doença oncologica.
O argumento e demasiado simples para as cartas que tem, talvez o filme tivesse de ter uma duraçao superior para cada historia não ser tao objetiva e tao pouco trabalhada em termos de elementos proprios de diferenciaçao. Acaba por ser tudo muito simples, personagens dialogos e quando assim e num filme fracionado podemos dizer que sabe a pouco.
Na realizaçao parece que Nelson não quer o destaque pensando em atribuir mais ao argumento, mas talvez pudesse ter sido na realizaçao que o filme adquirice alguma roupagem diferenciadora o que tambem não acontece Sentimos sempre a falta de um rasgo estetico.
No cast mesmo não sendo um filme recheado de figuras de primeira linha algumas personagens conhecidas num filme pouco exigente devido a linearidade das personagens, mesmo assim algum destaque para Sam Waterston um actor que nunca teve grande impacto e que nos da a personagem mais forte de um filme que tambem no cast não tem grande chama.

O melhor – É simples em todos os procedimentos.

O pior – Mas este registo exige muito mais



Avaliação - C

Sunday, January 17, 2016

The Big Short

A meio do ano existiu o anuncio que a aposta da Paramount para os oscares seria este drama financeiro, algo que muitos anunciaram como uma jogada de desespero de uma produtora sem outros produtos. Mesmo as primeiras avaliações foram pequenas para o exito critico que o filme se tornou e que demonstrou que a Paramount apostou em cheio. Comercialmente o filme começa a dar alguma luz o que o tornou uma presença confirmada na noite dos oscares e uma das suas principais figuras.
Eu sempre fui apologista que o cinema deve ter uma função, creativa, denunciante politica, é isso que tornam os filmes um marco no tempo ou no presente. The Big Short tem isso em grande impacto, na função que assume de tentar da forma mais simples possivel (o que não é facil) explicar as pessoas a razão do dinheiro que desapareceu e da palavra crise, e o melhor de tudo é que se não consegue explicar tudo porque é dificil consegue pelo menos fazer um desenho. E nesta tarefa muito dificil o filme tem o seu impacto a sua marca a sua força.
Mas se já era muito esta valor claro do filme, ainda mais é quando o filme consegue juntar a isso um tom ligeiro de satira que nos faz rir muito mais que em maioria das comedias in solo, consegue ter um argumento onde cada dialogo e absolutamente forte, rico, engraçado e natural, e consegue ter uma abordagem actual e creativa.
Por tudo isto The Big Short pode não vencer os oscares mas e provavelmente o maior e melhor filme do ano, porque tem tudo para o ser, já que era um filme que já seria brilhante se não tivesse qualquer paralelismo com a realidade e com os problemas das pessoas, ainda para mais quando de uma forma clara não só esclarece, como satiriza com tudo que conduziu a forma como hoje vivemos com pior expetativo de que há dez anos atrás, enfim uma obra de referencia não sei se para sempre, porque o que denuncia e o agora, mas provavelmente englobado no seu tempo e sem duvida alguma uma obra prima.
A historia fala de quatro investidores em associaçoes diferentes que prepetivando a existencia de um erro de calculo no sistema bancario aposta contra, e o mal dos outros torna-se o seu bem.
O argumento e brilhante não so nos seus elementos basicos como construçoes e caracterizaçao de personagens e profundidade, creatividade dos dialogos, mas tambem na abordagem a forma como opta por esclarecer ou tentar definir linguagem economica em traços gerais e de mestre num argumento para servir de base a forma como se deve escrever.
Eu confesso que nunca fui fã de Mckay achei sempre um jeitoso realizador de comedia mas que provavelmente nunca seria um figura de proa no cinema. Pois bem enganei-me, a forma como nos da a sua visao deste mundo de Wall Street a forma como adereça o filme e de mais que grande realizador e um grande cineasta e claramente o filme que vai mudar a forma como todo o cinema olha para ele.
Sobre o cast este filme foi noticia por reunir alguns dos actores mais apreciados do cinema, Bale, Gosling, Pitt e Carell todos no mesmo filme era destaque por si só. O filme conseguir tirar o melhor de todos eles, é uma garantia de sucesso. O maior louvor vai para Bale, a forma como constroi cada cena é claramente elevar os parametros de actuaçao ao maior nivel. Sou um adepto da sua forma de interpretar e posso dizer que Bale tem aqui um dos seus melhores registos. Gosling e Carrel tem também personagens e interpretações muito vistosas mais proximas do que habitualmente fazem mas com carisma e poderia receber mais atençao. Pitt mais simples, numa personagem mais eloquente mas tambem a um bom nivel o que não ocorria há diversos anos.

O melhor – A forma como denuncia algo tão grave com um sorriso nos lábios.

O pior – Mesmo a realidade que transmite


Avaliação - A

The Last Witch Hunter

Todos os anos em que surge um novo capitulo de Fast and Furious Vin Diesel ganha um novo impulso na sua carreira. Este ano e sob a chancela de um dos maiores projetos da Summit veio mais um filme como Diesel como heroi de acção e efeitos especiais para testar o seu valor comercial. O resultado do filme foi um desastre desde logo em termos comerciais principalmente nos EUA. Criticamente mais expectavel o filme tambem foi um desastre com avaliaçoes essencialmente negativas para o filme.
Last Witch Hunter é em poucas palavras um dos filmes mais sem sentido que me lembro de visualizar a tudo isto engrossa o facto do mesmo ser um despredicio de 90 milhoes de dolares em sequencias de acção onde a historia de base para alem de não ter sentido nenhum ainda explora diversos universos paralelos que o torna um mix de tudo que um filme razoavel nunca deve ter. A piorar tudo isto ate o twist final e do mais previsivel que me lembro de assistir.
E dificil, direi mesmo impossivel observar qualquer qualidade num filme curto, com muitos efeitos e que supostamente seria uma obra simples de entertenimento mas que se torna desde logo um dos filmes mais dificeis de ver e concluir a observaçao que tenho memoria. Falta tudo ao filme um argumento interessante, impacto emocional, qualidade das sequencias, logica, numa obra que apenas parece ter visto a luz para Diesel protagonizar mais um filme onde diz tres frases que já as repetiu em outros filmes.
E daqueles filmes que nos mostra claramente que muito dinheiro de Hollywood não e canalizado para arte mas sim para tentar obter dinheiro facil, e o culto de um mercado de pouca exigencia ou cinema para aqueles que gostam de ir ao cinema para falar com os amigos e não estar atento ao filme.
A historia fala de um caçador de bruxas dotado a imortalidade que percebe que vai existir uma tentativa de libertar uma especie de Dark Side e tera de lutar contra essa força.
O argumento e inexistente e um misto de serie B com total falta de sentido, a passagem entre realidade e sonhos e daqueles truques que não da nada ao filme. Para alem da base já ser ma o facto de a complicar e tentar ser mais complexo torna tudo um autentico lixo.
Breck Eisner foi sempre um realizador de filmes de acçao mal amados, pois bem nenhum desceu tao baixo como este, com meios ao dispor com um ambiente noir que poderia ser criado o resultado e do mais basico que há memoria mas sejamos francos não existia realizaçao nenhuma que salvasse este argumento.
No cast e sabido que Diesel e um actor de acçao e pouco mais, aqui nada lhe e exigido nem mesmo com actor de acçao já que as sequencias de aação se reduzem a dois ou tres saltos. Nos secundarios tudo muito limitado e apenas a questao, o que faz Caine num filme como este.

O melhor – As pessimas avaliações critias

O pior – Tudo


Avaliação - F

Thursday, January 14, 2016

Anomalisa

Quando este projecto foi anunciado, a expetativa foi elevada pois marcava a junção de um dos mais originais argumentistas da atualidade no cinema de animaçao. De imediato se percebeu que algo de surpreendente surgiria. Dai que após as primeiras visualizações em alguns festivais e depois das excelentes criticas se percebeu que estaria um filme marcante, amado pela critica mas estranho de mais para ser um filme para multidoes em termos comerciais.
Sobre o filme, eu sinceramente quando vi os primeiros dez minutos de filme deliciei-me com o pormenor técnico do filme pela forma como tudo era tão detalhado e tão trabalhado, aguardando sempre o toque de Kaufman. É importante referir que o toque pese embora seja previsivel apenas no fim aparece num detalhe que aqui guardamos mas que acaba por ser de longe o elemento diferenciador de todo o filme.
Contudo podemos dizer que um filme de animaçao com 90 minutos deveria ser mais rico a dois niveis, desde logo em impacto emocional, deveria a mensagem ser mais directa, bem como os dialogos poderiam e deveriam ter outro toque, parece quase sempre que o filme mesmo evidenciando uma mensagem forte e imponente parece sempre algo em Slow Motion, se a opçao e que o espectador se deleite com a forma de criançao do filme e de valorizar mas mesmo assim parece sempre um filme com uma toada demasiado lenta para um objetivo claro.
Mesmo assim e tendo em conta que a animaçao nao e normalmente recheada de filmes tao adultos, temos aqui uma obra significativa na forma como a animaçao pode ser um terreno interessante para alguns filmes, aqui assume particular revelancia na forma como o autor queria fazer a mensagem do filme passar o que seria absurdo de outra maneira, e mesmo com animaçao custa a entrar, mas e indiscutivel o impacto da mensagem e objetivo do filme.
A historia fala de um homem em crise da meia idade que acaba por numa viagem pensar na sua forma de ser enquanto procura uma mulher para passar consigo a noite, ate que se apaixona por uma mulher de nome Lisa, bastante particular que lhe chama a atençao por uma particularidade, a voz.
O argumento e na base na forma e na mensagem um argumento de muito impacto, ao nivel que Kaufman normalmente nos habituou num argumentista sem paralelo na forma como os seus filmes tem um impacto forte junto do espetador, contudo por outro lado parece-me obvio que o filme poderia ter ido mais longe principalmente no alcance de alguns dialogos, algo que não é habitual em Kaufman.
A realizaçao e detalhada todas as sequencias e cenarios sao pensados ao promenor do realismo o que é louvável para um filme de animaçao, Kaufman e Jonhson tem um optimo trabalho que poderia valer facilmente um oscar na categoria de animaçao nao fosse a excelente creatividade de um filme de um grande estudio como Inside Out.
No cast de vozes tudo se centra em tres actores que são essenciais na mensagem do filme e que encaixam perfeitamente nos objetivos do mesmo. Tudo fica mais complicado e exigente quando o filme depende em muito desta vertente, e é desde logo elogioso dizer que tudo funciona.

O melhor  - A mensagem do filme.

O pior - O ritmo demasiado adormecido para um filme de animaçao

Avaliação - B

Tuesday, January 12, 2016

Stonewall

Quando um realizador habituado a filmes de grandes meios decide fugir da rotina e lançar-se sobre filmes mais complexos, normalmente os resultados nao sao os esperados. E isso que pode dizer o megalomano Roland Emerich, depois de este ano se ter aventurado neste filme sobre a luta pelos direitos dos homossexuais. Nao que o tema nao seja nobre mas filmes baseados em argumentos complexos e ideologicos nem sempre foi a forma de estar de Emmerich que viu este seu projeto ser grandemente chumbado pela critica que negou totalmente o filme, por outro lado comercialmente o filme simplesmente nao existiu.
SOtewall e um filme ambicioso na forma como tenta nos dar a forma como os tabus relacionados com a sexualidade tentando fazer um filme documental. O problema e quando se pega num tema como este sem total noçao dos conceitos e torna-se tudo num grande cliche. Desde logo a violencia gratuita como se todos os artifices do poder fossem animais totais, ou mesmo a forma como descreve todos os homossexuais como drag queens histericos. E neste ponto que o filme falha porque acaba por ser o primeiro a ter um preconceito latente que quer combater.
Mas nao e apenas nesta grande falha que o filme tem defeitos, outro dos grandes e narrativamente falando e o facto das personagens serem demasiado esteriotipadas, em todos os quadrantes desde o lado nos homossexuais em luta desde os policias violentos, mesmo quem se aproveita da situação tudo e demasiado esteriotipado o que torna as cenas em si com o mesmo problema, de reaçao, para alguem que quer representar um acontecimento real, tudo parece demasiado preparado e normalmente isso e um grande handicap na forma como o filme chega as pessoas.
Ou seja para um filme funcionar e necessario bem mais do que uma boa intenção politica que o filme ate pode ter, e necessário uma capacidade de tornar as coisas proximas, e em casos reais as coisas plausiveis algo que o filme neste caso nunca consegue.
A historia fala do movimento criado em busca dos direitos e aceitação da homossexualidade como um forma de vida, dentro da comunidade Stonewall e os seus confrontos com a autoridade de forma a reivindicar as suas opções.
O argumento e extremamente esteriotipado, e daqueles filmes que parece ser construido em bases morais solidas mas que acaba por tropeçar nas mesmas o que me parece obviamente mau em termos da forma como o filme funciona no espectador, prejudicando não só a narrativa mas acima de tudo também os diálogos.
Na realizaçao Emmerich é obviamente um realizador que nasceu para trabalhar com outros meios, aqui tenta mudar este ADN com uma realização simples, quase com espirito independente mas isso fica quase na pouca cor das imagens ja que contextualmente nao e um filme que marca a sua diferença. Acho bem o risco em caminhos opostos, nem que seja para dizer como neste caso que se nasceu para outro tipo de cinema.
O cast e pobre, Irvine e um actor que há diversos anos ja protagonizou diversos filmes com alguns meios mas ainda nao conseguiu dar o salto para o cinema de primeira linha, muito provavelmente porque lhe falta intensidade e versatilidade. Aqui um papel que ate poderia ter impacto, mas que parece igual a todos os outros que fez e principalmente denota uma grande falta de carisma. Melhor Ryan Meyers um actor que encaixa muito bem no papel de homossexual principalmente pelos seus traços algo androgenas, mas e pouco num papel que nao é também ele de grande expansao

O melhor - O risco de um realizador de acçao.

O pior - O esteriotipo que quer combater estar bem patente no filme.

Avaliação - D+

Sunday, January 10, 2016

Woodlawn

2015 fica claramente marcado como o ano em que o cinema foi invadido por filmes transmissores de fé, talvez pelo sucesso de alguns filmes, em menor numero que foram lançados em 2014, este ano foram diversos os filmes com temas religiosos, ou que contam historias de vida em que a fe, e a religiao assumem o primeiro lugar. De todos os filmes alguns conseguiram algum destaque critico pela mediania e por resistir ao desastre dos demais. Este drama desportivo foi um deles com avaliaçoes medianas quase positivas. Ja comercialmente um filme como este sem grandes figuras tem bastante mais dificuldades mas tambem sublinhe-se que não estreou em muitos cinemas, pese embora a expansao wide.
De todos os desportos talvez o futebol americano seja aquele que ao longo do tempo deu melhores filmes ao cinema, existindo já uma serie de filmes classicos sobre este desporto, dai que a exigencia seja mais elevada do que eu outros. Assim balançando e numa primeira analise este filme e claramente um filme inferior em filmes desportivos, acima de tudo porque rapidamente se torna romantico, pouco realista, principalmente para algo que se diz baseado em historia real
Woodlawn e daqueles filmes desportivos totalmente previsiveis do primeiro ao ultimo momento, que ate acaba por ter bons detalhes de realizaçao no realismo com que nos da as sequencias de desporto e as intercala com imagens reais, mas depois tudo e muito automatico e previsivel, principalmente todos as linhas de dialogos totalmente esperadas e um puro cliche.
Dai que e dificil considerar este filme como algo de marcante mesmo a forma como junta a fe ao desporto nunca e bem enquadrada num desporto em que a fe deve ser recorrente, tudo parece cair do ceu no que diz respeito a resoluçao de conflitos, sendo que as personagens com motivaçoes menos positivas acabam por mudar como se pozinhos no rosto tivesse recebido de uma fada magica, mais parecendo um filme juvenil de qualidade duvidosa.
O filme fala sobre um liceu com duas equipas de futebol, que sempre foram rivais, num altura em que o racismo domina os dias americanos um afro americano baseado na fe vai tentar unir o que mais ninguem conseguiu, muito com a ajuda de um crente treinador.
O argumento e totalmente romantizado, principalmente na forma como todos os dialogos sao recheados de frases soltas, tambem no detalhe parece um filme em que muito nos escapa na transformaçao das personagens e isso e o pior que se pode achar de um argumento pelo menos com objetivos tao simples.
Os irmaos Erwin tem alguns bons momentos principalmente nas sequencias desportivas sempre dificeis de executar a forma como conseguem balançar as mesmas com imagens reais faz do filme dinamico. No restante filme baixam o nivel, com uma realizaçao que opta sempre pela simplicidade.
Num cast sem figuras de proa, pouco destaque para protagonistas normalmente pouco habituados a este tipo de destaque, o filme da o protagonismo ao futebol e á fe. Pena e ver alguns actores que já tiveram melhores momentos como Sean Austin e Jon Voigt em pequenos papeis em pequenos filmes.

O melhor – Algumas sequencias de desporto bem realizadas

O pior – A forma como as personagens mudam de posiçao de um momento para o outro.


Avaliação - C-