Friday, April 29, 2022

Fresh

 Tem sido cada vez mais comum em algumas aplicações de streaming os filmes trazerem as figuras maiores de algumas series efetuando um aproveitamento de imagem em projetos aparentemente menores. Esta particular comedia da Hulu, juntou um Sebastian Stan com a serie Pam and Tommy a surgir e foi buscar Daisy Edgar Jones depois do sucesso de Normal People, numa particular comedia sobre canibalismo. Pese embora o gosto discutivel do tema criticamente o filme obteve uma boa receção com avaliações positivas tornando-se também um sucesso comercial numa aplicaçao em crescendo principalmente com a divulgação da Disney+.

 Sobre o filme podemos dizer que não é um filme facil, o humor ou a tentativa de suavizar o tema acaba por ser demasiado negro com sequencias agressivas que podera desmoronar o estilo humoristico de muitos. Nesse particular parece obvio que o filme acaba por surgir em terrenos algo pantanosos que em alguns momentos pelo seu non sense acaba por funcionar mas noutros fica a ideia que tudo e demasiado absurdo.

Assim surge um filme que tem as suas particularidades que conseguem captar a atenção da maior parte das pessoas, num misto de horror e comedia em quantidades satisfatórias, mas ao mesmo tempo fica a ideia de que o filme no seu desenvolvimento promete muito mais do que realmente cumpre, na forma como a historia se desenvolve, ficando sempre a ideia que tudo fica a meio caminho.

Por tudo isto Fresh e um filme diferente sem que isso seja diferenciado. Fica a ideia que muito do que vimos e original e novo, mas que o resultado final não e particularmente diferente ou que o filme em si consegue transmitir e prender o espetador. Nao e uma obra de referência embora principalmente em algumas situações isoladas a forma como o filme se quer diferenciar funcione.

A historia fala de uma jovem que tenta procurar o homem da sua vida em encontros ocasionais ate que acaba por ser chamada a atenção por um jovem que não é mais do que um canibal com um apetite voraz por carne humana.

Em termos de argumento o filme parece divagar um pouco entre se assumir como romantico, horror e comedia e isso acaba por fazer com que nunca assuma nenhum dos generos, o que acaba por dar espaço para algumas sequencias menos logicas mas que funcionam, mas que a nivel narrativo nunca permite um impacto claro da historia que o filme quer contar.

No que diz respeito a realizaçao, a mesma marca a estreia de Mimi Cave nas longas metragens depois de algumas curtas e video clips. O filme tem um estilo proprio, visual e de abordagem que não sendo propriamente artistico funciona no estilo negro que o filme quer ter.

No cast Stan funciona bem como psicopata amigavel e o filme acaba por perceber bem o estilo e o peso que a personagem quer ter. Ao seu lado uma Edgar JOnes a ganhar estatuto com uma personagem simples mas que acaba por exibir alguns dos recursos da atriz em diversos generos, embora nos pareça que terá mais espaço para crescer em projetos mais serios.




o melhor - Algumas sequencias isoladas

O pior - A forma como o filme deambula por entres generos


Avaliação - C+

Wednesday, April 27, 2022

Uncharted

 A Sony apostou recentemente numa nova iniciativa que é dar vida aos seus titulos mais famosos dos videojogos principalmente aqueles que se tornaram um sucesso absoluto, ligando mais uma vez o mundo das consolas e do cinema com produçoes proprias sob o selo da Play Station. Para marcar este inicio surgiu esta mega produçao liderada por uma dupla de protagonistas de primeira linha, muitos efeitos especiais de forma a recriar o ambiente do jogo. Criticamente como a maioria das adaptaçoes de videojogos as coisas não foram brilhantes, enquanto comercialmente o valor atual de Holland deu ao filme um resultado forte, principalmente nos mercados pelo mundo fora.

Uncharted e aquele tipico filme de aventuras que tem alguns apontamentos que funcionam como a quimica e o lado descontraido da dupla de protagonistas, as quais claramente funcionam bem na conjunção da comedia e cinema de açao, mas por outro lado existem algumas sequencias as quais para quem não as consegue associar aos momentos mais iconicas do jogo acabam por ser em toda a linha estapafurdias como o voo em pleno ar de personagens carros e afins.

Fica a ideia que o filme não tem em termos narrativos muitas mais valias que o diferencie de outros titulos do genero como National Treasure, mas fica a ideia que o filme tenta aproveitar nos detalhes para ser um produto razoavel de entertenimento, com as apostas nos protagonistas, sequencias com muitos efeitos e uma passagem por locais proprios, o que sempre funciona.

Contudo esta longe de marcar um inicio de um franchising de qualidade superior. Fica mesmo a ideia que o filme garante o minino necessário, mas tambem muitos ficaram a achar que tudo e demasiado exagerado e que acabem por não ser propriamente os maiores adeptos do estilo exagerado do filme, porque o cinema e videojogos acabam por ter publicos claramente diferentes.

O filme aborda Nathan Drake uma especie de ladrão que acaba por ser abordado pelo melhor amigo do seu irmão mais velho de forma a entrarem numa expedição de forma a encontrarem um procurado tesouro, contudo acabarão por ter a competição de um grupo criminoso bem mais organizado.

Em termos de argumento mais no mesmo em quase todas as vertentes da historia. Parece claro que os principios e acima de tudo a forma como o filme acaba por nunca conseguir na narrativa surpreender acaba por não dar a historia uma sobrevivencia propria. O filme e mais eficaz no lado mais simplista de um humor direto.

Na realizaçao Ruben Fleisher que já tinha conseguido o sucesso em Zombieland e numa forma bem mais inexplicavel em Venom, acaba por ter um trabalho competente. Muitos efeitos, exagerados mas o filme quer isso mesmo. Denota-se capacidade de tornar o filme grande se bem que muitas vezes pouco artistico.

No cast Holland esta na forma plena em termos de heroi de açao, disponivel, proximo do grande publico e com facilidade de comunicação. Existem atores que conseguem esse impacto, e Holland esta nesse momento e o filme aproveita isso. Whalberg e dos actores que melhor funciona no lado de ação disparatada e o filme conduz para isso. Parece faltar ao filme um vilao de maior impacto.


O melhor - A quimica do duo


O pior - Algumas cenas com sentido e logica abaixo de zero


Avaliação - C+



Thursday, April 14, 2022

Infinite Storm

 Os ultimos anos não tem corrido propriamente bem para Naomi Watts a qual tem sobrevivido em filmes claramente serie b, muitos deles onde atua quase sozinha a espera que os grandes projetos olhem novamente para si. Num ano com alguma atividade mas pouca visibilidade surgiu este filme catastrofe, o qual explora a capacidade da atriz como atriz de ação. Em termos criticos o filme permaneceu na mediania quase indiferente e comercialmente nem o projeto nem Watts por si so neste momento garantem basicamente nada.

  Assim temos na essencia um filme de sobrevivencia em que uma personagem inicialmente mas depois duas são largados no meio de uma montanha a sobreviver contra uma tempestade de neve. Pois bem o filme e apenas isto porque por muito que tente nao consegue desenvolver nem as personagens nem propriamente a ligaçao que alegadamente deveria ser criada entre elas.

FIca a ideia que o filme ate pensa em determinada altura em evoluir em ir atras das crenças e os dogmas de cada uma das personagens mas tudo e rapidamente interrompido pelos efeitos da tempestade tornando o filme mais fisico, mais vazio e mais chato, algo que ate e pouco comum para um filme com esta duração que parece nunca conseguir entusiasmar mesmo nas sequencias mais fisicas o espetador.

Ou seja um filme claramente pequeno, com um unico objetivo de potenciar sobrevivencia com efeitos de segundo nivel, e que no final fica claramente a ideia que ja vimos aquilo tudo e de uma forma muita mais profissional. QUando assim e fica a ideia de uma ligeira perda de tempo embora o filme arrisque demasiado pouco para ser muito mau.

A historia segue uma montanhista que numa das suas expedições e apanhada por um tempestade de neve e tem de lutar para sobreviver ate que encontra um misterioso individuo o qual tera que o ajudar.

Em termos de argumento muito pouco, o filme tem poucas bases, arrisca quase nada nas personagens e tudo acaba por ser mais do mesmo. Pouco dialogo que poderia tornar as personagens o epicentro do filme acaba por ser o mal de um filme com objetivos concretos mas curtos.

Na realizaçao Szumowska e uma conceituada realizadora polaca bastante premiada em festivais europeus que tem aqui o seu caminho pelo cinema mais comercial. O filme nao tem grandes meios e isso denota-se em efeitos sofriveis que nem sempre fornecem o impacto que a tempestade quer dar. Fica a ideia que muitas vezes os cineastas europeus nao conseguem sentir-se confortaveis neste tipo de projetos.

Watts nao esta em grande forma e isso explica o nivel baixo dos seus ultimos filmes. Aqui e novamente a solo ate se entrega fisicamente mas fica uma clara ideia que o filme deveria ser obviamente mais de personagem e menos de tempestade


O melhor - Isoladamente o filme consegue dar a perceçao do desespero

O pior - As personagens ficarem muito para trás


Avaliação - C-



Wednesday, April 13, 2022

Mothering Sunday

 O cinema britanico tem um contexto muito prõpio que ao longo dos tempos nos deu um estilo de cinema de epoca com uma assinatura muito propria e ao longo do tempo vai lançado alguns dos novos jovens talentos de um cinema mundial. Em 2021 mas apenas com o lançamento mais expansivo no mundo em 2022 surgiu este filme sobre uma personagem em tres fases da vida. Em termos criticos o filme até conseguiu avaliações validas, mas comercialmente, um terreno onde se percebe que o filme teria ambiçoes curtas o resultado ficou muito aquem.

Sobre o filme temos um filme muito proximo do que e comum no cinema independente ingles marcado por introspeção de personagem, ritmos muito lentos e imagens bonitas. Neste particular o resultado do filme é algo apagado como alias o filme que parece sempre apostado num ritmo demasiado lento na forma como comunica com o espetador, lançado para segundo plano alguns dos seus melhores atributos como o excelente cast.

O filme tem o lado puzzle de nos dar tres momentos diferentes da mesma personagem. Nem sempre este paralelismo e trabalhado de forma a comunicar de uma forma mais clara com o publico, acabando o filme por longos momentos se perder em monologos quase inconsequentes e tudo acaba por ser demasiado apagado para se sustentar junto do espetador.

Ou seja um pouco interessante filme com muito do tradicional ingles, trazendo como protagonistas alguns dos actores jovens a crescer naquele panorama, mas o filme acaba por cair nos erros comuns de um cinema independente daquele pais, que pelo rigor impresso acaba por lentificar processos e distanciar-se do espetador.

A historia segue uma empregada que acaba por iniciar uma relação com um nobre individuo prometido a uma outra mulher, sendo que o filme acaba por seguir um outro momento da vida da mesma personagem na qual a trabalhar numa livraria se apaixona por um cliente e por fim como autora de um romance de sucesso fruto destas vivencias.

Em termos de argumento o estilo fragmentado da mesma personagens e os pontos de contacto entre cada uma das sequencias poderia caso o filme fosse bem trabalhado na intriga ser interessante no resultado final. Mas um estilo demasiado introspetivo das personagens que falam essencialmente mais para dentro do que para fora acaba por não ser o melhor caminho.

 Na realizaçao Eva Husson e uma realizadora associada a um cinema mais independente em termos do cinema britanico que tem aqui o seu filme mais visivel. Esteticamente e no espirito tradicional o filme acaba por ser interessante e com imagens bonitas, mesmo que a organização temporal que o filme adota nem sempre seja aquela que melhor contacta com o espetador.

No cast o filme aposta em duas apostas de uma nova vaga de atores britanicos, concretamente Young e O'Connor, que encaixam no estilo que o filme quer ter. Estranho é o filme apostar no talento de Colman e Firth e principalmente a primeira dar-lhe apenas cinco minutos de real presença no filme.


O melhor - Esteticamente o filme tem alguns planos bonitos

O pior - Ritmo demasiado baixo e introspetivo


Avaliação - C-



Jackass: Forever

 20 anos depois do mundo ser surpreendido pela primeira longa metragem deste grupo assumidamente "imbecil" que tornou um programa de sucesso da MTV numa longa metragem que foi um sucesso, eis que surge a sua homenagem, dez anos apos o ultimo filme, com uma equipa mais velha mas com o mesmo risco. Em termos criticos surpreendentemente o conceito foi aceite, apesar da declarada estupidez e mau gosto patente em todas as sequencias do filme. Por fim em termos comerciais os resultados ficaram um pouco aquem do que os primeiros filmes conseguiram, mas o conceito torna-se naturalmente repetitivo e por iso deixa de ter tanto impacto.

Analisar Jackass e sempre dificil desde logo porque nao temos um filme, ou uma intriga, temos apenas sequencias de imebecilidade, humor e algum nojo que acaba por ser mais do mesmo. O risco aumenta em alguns pontos, tendo sempre o lado nojento, o lado animal e o lado insólito que todos os outros filmes ja tem, mas acaba por ser mais do mesmo, ficando claro que tambem nao existia muitos cominhos para precorrer.

O que percebemos claramente e que todos estão mais velhos e mais que isso percebemos que a idade foi mesmo madrasta para algum deles, dai que se perceba que a maior parte da sequencias sao com os mesmos intervenientes ficando a ideia de algum resguardo principalmente de um Knoxville que acaba por ser mais mestre de cerimonias.

Ou seja sequencias novas mas mais do mesmo em termos das ideias. Acaba por ser um regresso ao passado num contexto diferente, onde não existe tanto o caracter surpresa que acabou por ter um impacto relevante nos primeiros filmes, mas fica a ideia clara que ou se gosta ou se detesta o que este grupo de "idiotas" declarados faz.

O filme marca os vinte anos do primeiro filme, com a maior parte dos elementos do primeiro filme a regressarem com novos amigos para mais uma serie de aventuras sem qualquer sentido e que colocam em causa a propria integredidade fisica.

Em termos de argumento as ideias são na base do que ja vimos anteriormente, não existe nenhuma sequencia particularmente diferenciada, mas quem gostou dos primeiros filmes vai ficar satisfeito da forma como tudo se desenvolve neste.

Na realizaçao Jeff Tremaine é o realizador de tudo que se encontra associado ao genero, com o impacto esperado de cada sequencia. Nao e propriamente um realizador de carreira, onde apenas The Dirt acabou por ter algum lado mais ficcional, mas este sera sempre um trabalho de referencia.

Em termos de interpretes, os personagens acabam por ser eles proprios e nisso temos um Knoxville que acaba sempre por ser aquele que melhor nos apresenta o que vem a seguir, e um conjunto de personagens pensadas para este conceito.


O melhor - Continua insolito

O pior - Nenhuma sequencia e particularmente diferenciada


Avaliação . C+



Tuesday, April 12, 2022

The Contractor

 Existem duplas no cinema que pela relevância ou pela quimica em filmes anteriores acabam por nos trazer algumas boas recordações, é o que acontece com Forster e Pine, depois de Hell or High Water. Neste ano surgem neste pequeno filme de ação sobre o pos exercito. Um filme pequeno de ambiçoes curtas que acabou por ter alguma indiferença critica, sendo que comercialmente as coisas não estiveram muito brilhantes, principalmente tendo em conta o momento menos forte do seu protagonista.

The Contractor e um filme pequeno nas ideias e na execução. Se por um lado o filme ao inicio ameaça entrar dentro da cabeça e saude mental nos dispensados do exercito, bem como na forma como estes sobrevivem apos a dispensa, o certo é que o filme acaba por se tornar num percepitado filme de açao entre grupos com sequencias longas mas que nada desenvolve os temas que poderia tornar o filme mais maduro.

A questão e que a intriga policial que sustenta a historia e as suas sequencias de ação, nem sempre acabam por ser muito eficazes, tornando o filme repetitivo, e mesmo previsivel, pese embora as tentativas de volte face que o filme tenta dar, para alimentar a expetativa do espetador, o qual acaba por chegar aos pontos do filme primeiro do que ele proprio.

Ou seja um filme de açao com poucos elementos relevantes, que acaba por ser de desgaste rapido e com pouca ou nenhuma capacidade de ficar na retina. Saimos com filmagens em Bucareste, um pais nada comum, e acima de tudo a ideia que mesmo nos atores de açao e dificil envelhecer e principalmente Pine tem tido dificuldade em encontrar o seu espaço.

A historia fala de um dispensado do exercito, que acaba por se reunir com o seu ex colega e começar a trabalhar num serviço privado, até que percebe que os intuitos da organização para a qual trabalha não são as melhores e isso pode colocar em causa a sua segurança e dos seus.

Em termos de argumento um filme simples, com poucas personagens ou uma narrativa diferenciada. Fica a ideia que no inicio o filme vai tentar tocar de uma forma madura em questão pertinentes, o qual abandona para se tornar num filme vazia de açao.

Na realizaçao Tarik Saleh é um desconhecido realizador sueco que tem aqui a sua obra mais visivel, sem grande brilho. Uma realizaçao simplista, com sequencias de ação simples, que pouca ou nenhuma assinatura deixa para o futuro.

No cast e pena que depois de Hell or High water tenhamos uma reunião entre um Pine que ja foi mais forte como ator de ação e um Forster que parece sempre ter dificuldade em assumir o seu real talento em personagens mais eficazes. Aqui o filme parece não estar de acordo com ambos, mas principalmente com o talento claro e aqui algo desprediçado de Forster.


O melhor - A ameaça do filme tocar em temas concretos do abandono dos dispensados do exercito.

O pior - A forma como o filme acaba por se tornar num sem sabor filme de ação rapida


Avaliação - C-

Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure

 Richard Linklater é sem sombra de dúvida um dos cineastas mais exprimentalistas que Hollywood conheceu até hoje. Não por ser particularmente arrojado nas suas historias, mas acima de tudo porque faz dos seus filmes verdadeiras experiencias de vida, como fez na longa filmagem de Boyhood, ou na triologia do romance puro de Before. Ao longo da sua carreira já tinha efetuado uma incursão na animação sem grande sucesso, e este ano volta, num tema mais intimista e com a colaboração da Netfllix. Criticamente o realizador voltou a agarrar a critica, mas comercialmente pouco ou nada ouvimos para potenciar uma historia como esta, o que demonstra bem que a Netflix preocupa-se mais com produtos de desgaste rapido do que com obras mais referenciadas.

Sobre o filme o que podemos dizer é que mesmo sem nunca vivermos em Houston, ou nunca termos estado propriamente dentro daquela epoca o filme é uma autentica viagem de promenores do primeiro ao ultimo minuto que nos enche de memórias mesmo que não sejam nossas. O filme consegue mais que ir a um momento proprio de uma sociedade ir atrás de uma infância de memorias, com dinamicas familiares, culturais e educacionais de um tempo de uma forma que apenas Linklater consegue ter.

O filme para alem de concetualmente e esteticamente ser muito aprimorado, entusiasmando o estilo de animaçao realista com muitas figuras conhecidas, acaba por surpreender pela forma como todos os promenores das dinamicas contam, abrindo o filme a uma vivencia familia imersiva num contexto unico como a experiencia lunar.

Por tudo isto e estranhamento incompreensivel como é necessário quase um mapa para descobrir tão curioso filme numa galeria interminavem de titulos que a netflix dispõesm. Claro que muitos podem pensar que a animaçao para adultos e sempre dificil, mas o filme marca mesmo isso, e um filme para a adultos que quer que façam recuar ao momento em que a animação ainda era uma forma de sentir e nisso o filme e muito competente.

A historia fala de um jovem instalado em Houston proximo da sede da Nasa e as suas vivencias familiares e fantasiosas nos momentos que antecederem a ida à lua e a forma como foi vivenciando essa própria experiencia.

Em termos de argumento a historia pode ser algo difusa no paralelismo entre a realidade e o imaginario, mas nos detalhes e nos apontamentos poucos escrevem como um Linklater absolutamente unico, na forma como potencia o detalhe e como chega às nossas memorias.

Em termos de realizaçao o trabalho do realizador e muito interessante e seria um autentico disparate se o filme não figurasse nos nomeados para melhor filme de animaçao no proximo ano, devido a qualidade e originalidade da abordagem, embora com tecnicas proximas daquela que Linklater ja tinha usado com menos sucesso no seu projeto de animaçao anteior. Podendo nao ter filmes espantosos tecnicamente Linklater tem projetos de vida dedicados ao cinema.

O filme nao tem atores, tem um Jack Black como narrador que cumpre aquilo que o filme quer, ou seja guiar-nos por memórias e a escolha acaba por ser mais que tudo competente.


O melhor - A experiencia totalmente imersiva que o filme acaba por ser.


O pior - O fio condutor pode não ser particularmente intrigante


Avaliação - B+

Monday, April 11, 2022

Marry Me

 O dia dos namorados e dias aproximados são sempre epocas para filmes romanticos de amor idilico com o objetivo maximo comercial. Este ano, este filme produzido e pensado totalmente na figura de J Lo acabou por ser a coqueluche do ano. Num estilo Nothing Hill dos tempos modernos este filme foi claramente pior recebido com avaliações sofriveis. Comercialmente os resultados também ficaram algo longe do que o star value da actriz poderia fazer esperar.

Sobre o filme, podemos sempre esperar que a historia do amor impossível entre um anonimo e uma estrela é algo que cai muitas vezes no imaginario comum e nada melhor do que tentar um projeto que faça resultar tal relacionamento. O filme tenta, principalmente na dictomia e nos pressuposto que os opostos se atraem, mas acaba por não funcionar, essencialmente porque perde demasiado tempo a pensar na imagem de Jennifer Lopez e bem menos nos outros elementos do filme.

Um dos problemas maiores que um filme romantico deste tipo pode ter, é a falta de quimica, e o filme nunca tem, o estilo de Lopez nao encaixa minimamente com o estilo de Wilson, sendo os dois muito presos no seu estilo de cinema acaba por nunca existir simbiose entre as personagens, num filme que dependia muito disso para funcionar. A unir tudo isto o filme passa demasiado tempo em musicas e roupas de J Lo.

Por tudo isto uma fraca comedia romantica, daquelas que o seu estilo e ideias se esgota por completo no trailer. Mesmo com uma base que agrada habitualmente o grande publico pela forma como lhe preenche o imaginario este nunca consegue funcionar, principalmente porque nem a personagem masculina cresce, nem a feminina desce do pedestal onde se coloca.

A historia fala de uma super estrela da musica que em pleno palco, apos ter conhecimento de que é traida por outra super estrela, acaba por casar com um perfeito desconhecido, que apenas ali se encontrava para agradar a filha. O que seria uma manobra comercial acaba por aproximar os dois de mundos bem diferentes.

O argumento do filme parte de uma ideia que no passado ja resultou, principalmente em Nothing Hill, o filme tenta ser mais atual, com o glamour do mundo da musica, mas perde-se nisso e o filme acaba por ter mais dificuldade em fazer as personagens funcionar em duo, e quando assim é tudo fica comprometido.

Na realizaçao Kat Coiro é uma jovem realizadora habituada acima de tudo a trabalhos para televisão que tem um trabalho simples, mas que se dedica demasiado a agradar a imagem de JLO (produtora do filme) do que em criar mecanismos para o filme funcionar, também esteticamente. Nao e uma obra diferenciada.

No cast temos os protagonistas nos seus papeis mais comuns, o lado estrelar de Jennifer Lopez e o lado desligado de Wilson. Ambos encaixam bem nos registos mas acabam por nao encaixar minimanente um no outro e o filme sofre muito por isso.


O melhor - A ideia é sempre boa

O pior - A quimica que nunca aparece


Avaliação - C-

Sunday, April 10, 2022

Dog

 O longo confinamento que fomos obrigados a fazer nos ultimos dois anos, foi um desafio longo para alguns atores, que tiveram de encontrar os seus objetivos no cinema perante esta nova realidade Tatum decidiu treinar cães para o seu projeto pessoal de um filme homenagem a todos os canideos, herois de guerra e as consequencias que tal trás para os animais. Estreado no inicio do ano sem todo o mediatismo dos filmes do heroi de açao, o filme que tem o ator na co realizaçao ate conseguiu criticas respeitaveis, para um conceito algo simplista. Comercialmente o valor do ator ainda e uma garantia de algum sucesso em Hollywood.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos um filme ligeiro, sobre a ligação entre uma pessoa e um cão dificil, numa especie de road trip entre ambos. O filme e a todos os niveis simples, tendo como maior feito o não cair no exagero da relação idilica, o filme assume sempre os problemas da personagem humana e da cadela na forma como a relação se constroi e nisso o filme é competente, bem como no lado de homenagem aos veteranos.

O filme funciona bem pior como entertenimento, desde logo as sequencias entre personagem e cão estão longe de ser particularmente divertidas, principalmente tendo em conta o que todos ja vimos em outros filmes com animais, e a road trip nao e propriamente recheada de situações particularmente interessantes, acabando o filme por acabar numa monotonia de um filme que nao quer ser exageradamente idiota, mas também nao tem atributos para e fazer vincar no drama.

Fica mais do que um otimo filme, uma homenagem, ou um filme ternurento de ligaçao entre o homem e animal, igual a muitos. O lado simbolico militar, da ao filme uma componente ideologica relevante, mas como obra o filme está longe de ser satisfatoria, acabando por cair na sua maior parte do tempo numa monotonia exagerada.

A historia fala de um ex combatente que e contratado de forma a efetuar uma road trip com um violento cão com ansiedade de guerra ao funeral do seu tratador, iniciando uma road trip nada facil para nenhum dos envolvidos.

Em termos de argumento temos um filme algo repetitivo a outros que ja vimos, quer na ligação e construção da dinamica cão pessoa, mas acima de tudo na forma como o filme acaba por ter de encontrar as situações para descontrair que todos ja as vimos.

Na realizaçao Tatum estreia-se na realiação com um projeto pessoal, que tem a dificuldade de ter cães como protagonistas, com muito treino, mas esteticamente e um filme demasiado simples e convencional. tem ao seu lado o seu amigo Reid Caroline com quem ja tinha colaborado em MAgic Mike, tambem ele em estreia.

No que diz respeito ao cast e inequiveco a entrega de Tatum ao filme nos mais diversos sentidos. A personagem e basica, sem muita exigencia a nao ser as caracteristicas ja exploradas do ator, que tem aqui quase um filme a solo, ou nao fosse o seu projeto.


O melhor - O lado da homenagem sentida a um lado menos visivel da guerra

O pior - Demasiado monotono do primeiro ao ultimo minuto


Avaliação - C



Wednesday, April 06, 2022

The Cursed

 Este filme que após ter sido trabalhado com o nome The Cursed foi conhecido em alguns mercado comos "Eight for Silver" é uma aposta do terror de epoca com muito terror e imagens chocantes numa historia de vingança de seres animalescos e possessões. Esta mistura lançada no inicio do ano ate conseguiu convencer a critica o que nem sempre é fácil num género como o terror. Comercialmente a falta de nomes de referência não potenciaram resultados consistentes, mesmo com o filme a ter uma estreia wide.

Sobre o filme podemos começar por dizer que tem elementos como o horror e as sequencias de sonho que funcionam bem naquilo que transmite ao espetador, aproveitando o lado de época para ter mais impacto estético nas suas cenas, mas por outro lado na narrativa o filme acaba por se embrulhar demasiado na sua própria historia e acima de tudo numa forma nem sempre muito concreta de introduzir personagens.

Por tudo isto ficamos sempre mais associado a crueldade de algumas imagens do que propriamente ficamos impressionados com o guião ou o argumento do filme, numa historia repetida igual a muitas, que mesmo na sequencia do terror acaba por juntar demasiados géneros sem nunca tirar realmente proveito de um estilo em si.

Por tudo isto um cinzento filme de terror, que chama a si o maior destaque pela agressividade e o lado mais agressivo de determinadas cenas que acabam por ser o seu elemento mais diferenciador. Não e um dos filmes que ficara na retina nem por ser brilhante no género nem por ser mau de mais, como muitos de terror ficam pelo lado menos positivo.

A historia fala de uma família, que depois da morte de uma comunidade cigana começa a ser importunada por sonhos horríveis e pior de tudo por um estranho ser que coloca em causa a sobrevivência das diferentes pessoas da aldeia em particular destaque da família em questão.

No que diz respeito ao argumento o filme acaba por ser algo repetitivo nas suas ideias e no seu desenvolvimento. Não e propriamente rico nos diálogos e personagens, acabando por acima de tudo ser um filme que tem noutras valências os seus maiores talentos.

Na realização Sean Ellis e um realizador que teve algum sucesso nas curtas mas que a passagem para longas ainda não conseguiu se traduzir numa obra de referencia. Fica a ideia que sabe tirar partido da estética dos seus filmes, mas se calhar ainda não encontrou a historia certa.

No que diz respeito ao cast Holbrook e um ator que ja viu passar perante si o comboio do sucesso mas tarde em o assumir. Este e um papel simples num tipico filme de terror que não tras o desenvolvimento que talvez esperava ter neste momento. Nos restantes o filme não ganha nem perde pelas suas escolhas.


O melhor - O caracter estetico do horror

O pior - O argumento e mais do mesmo


Avaliação - C



Monday, April 04, 2022

Kimi

Numa altura em que Zoe Kravitz começa a assumir um protagonismo declarado em Hollywood principalmente pelo sucesso comercial de Batman, eis que surge o novo filme do exprimentalista Steven Soderberh numa colaboração com a hbo max, sobre o mundo da tecnologia que teve a jovem atriz como figura central. Criticamente o filme conseguiu novamente que o realizador obtivesse alguns aplausos, comercialmente fica a perceção de que terá que ser com outro tipo de abordagem que esta nova HBO tera que assumir protagonismo.
Nos ultimos anos Soderberg tem adotado um cinema exprimentalista com historias algo simplistas de entertenimento rapido mas que na sua forma de captar imagens acaba por apostar em alguma diferença e irreverência que nos tem dado alguns filmes interessantes mas longe das obras de referência que o realizador teve quando conseguiu vencer os oscares. Pois bem este e mais um filme cujo resultado acaba por ser igual, ou seja ficamos com a clara convicção de que o filme tem potencial, mas nao tem tamanho para ser significativo.
A forma como o realizador gosta das novas tecnologias acaba por ser vincado no protagonismo que o filme acaba por dar à inteligência artificial cada vez mais em nossas casa. Se na forma como o filme trata a agarofobia e a digitalização o filme e competente, tratando tambem o contexto da pandemia, o filme no+ que diz respeito a intriga policial e si é batante mais modesto, num filme curto, que entertem mais pouco mais.
Fica assim mais um registo de um filme de Soderberg muito ativo depois de por diversas vezes anunciar pausas na carreira que nunca se concretizaram. Fica a ideia e que o filme tem demasiada pressa de chegar ao filme e isso projudica a intriga policial simplista, que parece ser apenas o adereço para tudo o resto, quando deveriam ser os detalhes a aprimorar a ideia central.
A historia fala de uma jovem agarofobica com um trabalho digital que acaba por tropeçar num homicidio e que a leva a ter de superar todos os medos para conseguir sobreviver a quem quer apagar isso da memoria da mesma.
Em termos de argumento o filme tem alguns apontamentos interessantes, principalmente nos detalhes tecnologicos, mas depois acaba por ser algo simplista na intriga policial central e isso faz o filme ser algo simples em quase tudo, e que faz que o espetador se centre essencialmente nos detalhes onde o filme e mais trabalhado.
Soderberh dedicou-se nos ultimos anos, mais que grandes projetos, a um exprimentalismo suportado pelos serviços de streaming, isso faz com que os filmes tenham detalhes mas depois percam o tamanho que Soderberg ja teve em muitos outros filmes. Esta mais ativo do que propriamente brilhante.
No cast temos uma Kravitz que se entrega fisicamente ao papel o qual acaba por nao exigir tanto como a sinopse faz pensar. A atriz esta em boa forma e isso transmite confiança, num filme que o unico outro ponto no cast minimamente interessante e ver o Buzz de sozinho em casa mais velho

O melhor - Os detalhes tecnologicos

O pior - A demasiada simplicidade da narrativa policial

Avaliação -C+


Sunday, April 03, 2022

Moonfall

 Rolland Emmerich e um veterano realizador de blockbuters com muito investimento que teve na decada de 90 alguns dos maiores sucessos de bilheteira daquele tempo. COntudo com o passar e com a repetiçao continua da tematica dos filmes catastrofes foi perdendo o impacto e começou a ser uma aposta mais secundária dos estudios, ainda que com muitos meios ainda. Este ano surgiu mais um filme do genero, agora lançado nos primeiros meses, e com uma receção critica negativa que resultou num filme com muita pouca imponencia comercial, demonstrando que o realizador e o estilo estão completamente fora de moda.

Se os primeiros filmes de Emmerich ate podiam ser uma boa simbiose entre o lado comercial e tecnicos dos efeitos especiais e alguma capacidade de ser engraçado, os ultimos tornaram-se apenas filmes de destruição total de efeitos especiais vazios, que tem o seu pior lado a todos os niveis neste horrivel Moonfall. 

Tudo neste filme é absurdo do primeiro ao ultimo minuto, a ideia da lua chocar contra o planeta que nos leva a um desfile pessimo de efeitos especiais completamente ultrapassados, um conjunto de personagens que acabam por ir para circunstancias completamente aburda, e acima de tudo um filme que sabe que é mau e nem conegue jogar minimamente com o lado descontraido que poderia tirar o peso do filme se levar a si demasiado serio.

Por tudo isto Moonfall e para mim o pior filme de pelo menos os ultimos cinco anos, num espetaculo deploravel de efeitos especiais, de personagens e acima de tudo uma ideia idiota, contextualizada por ideias de desenvolvimento narrativo completamente sem sentido e no final uma confusão total de tematicas.

A historia fala de algo que se inseriu dentro da lua e que acaba por desviar a orbita lunar colocando em risco a sobrevivencia do nosso planeta ficando tudo nas maos de dois astronautas e um estudioso dos fenomenos lunares numa missão a solo.

No argumento centra-se o desastre completo do filme, desde uma ideia sem qualquer tipo de sentido, que se torna ainda pior na forma como o filme desenvolve personagens e situações, acabando por no final ainda complicar o facil de um argumento jã de si absurdo que torna tudo uma complicação ainda mais sem sentido.

Emmerich e um realizador veterano que a determinado momento da sua carreira conseguiu perceber aquilo que o publico queria ver em termos de blockbusters mas que ficou vinte anos depois preso aos mesmos procedimentos e acaba por nos ultimos anos se arrastar num cinema penoso quer manchará a sua carreira no final. Tem aqui o seu capitulo mais negro a todos os niveis.

E completamente impensável como uma atriz vencedora de oscar como Halle Berry aceite fazer um filme como este, completamente despropositado, com uma personagem basica ao máxima. Em Patrick Wilson e outros secundarios e mais comum os ver em projetos como este de visibilidade mas que nada fornecem aos seus interpetes e respetivas carreiras.


O melhor - Nada

O pior - Tudo

Avaliação - F