A dimensão de Scorsese
é tão grande que não há forma de contar com os seus filmes quando
os mesmos são lançados na corrida pelos galardões. Dai que a
surpresa de olharmos para este ano e apenas encontrarmos este
silencio no nomeado para melhor fotografia quebrando algo que já era
rotineiro sempre que o realizador lançava o seu novo projeto. Mesmo
com este floop até podemos dizer que o filme foi bem recebido com
avaliações essencialmente positivas contudo em termos comerciais as
coisas não correram bem ao filme e isso acabou por não funcionar
como impulso final.
Sobre o filme é
conhecida a forma como um tema como a religião e principalmente a
luta entre elas é fracionante na forma como a sociedade está
dividade. Dai que era obvio que todos sabiam que o filme em termos
teoricos e morais nunca poderia ser um filme unanime e isso parece
totalmente declarado pelo realizador. Restava o filme funcionar em
pleno como experiencia cinematografica tendo em conta o realizador e
aqui tenho que dizer que já vi Scorsese fazer muito mais e melhor,
sem no entanto não deixar de sublinhar que se trata de um filme com
elementos de qualidade.
Penso que o filme
começa bem, a primeira hora de resistência de luta acima dos
limites humanos por uma ideologia e a forma como a mesma se ia
cruzando com diferentes povos e culturas totalmente escondidos do
podes instaurado. O problema do filme é quando isso acaba e o filme
se centra na alteração de uma pessoa, quando vai do coletivo para o
individual onde o filme se limita a ser repetitivas sequencias de
turtura com um propósito, que é certo que coloca um bom dilema ao
espetador, principalmente aos fieis mas acaba por na sua execução
ao longo de mais de uma hora desta fase ser demasiado repetitivo.
Assim, e mesmo com uma
realização e uma riqueza produtiva e contextual que se encontra nos
padrões Scorsese, e sublinhando também o facto de ser uma historia
sobre portugueses o que acaba por nos aproximar a nos lusitanos do
filme, temos que claramente considerar esta obra um filme mais
pequeno da cinematografia de um realizador como Martin, contudo
sublinhamos que um filme como este seria a montra de muitos outros
realizadores.
A historia fala de dois
padres jesuitas que embarcam para o Japão no sentido de apurarem o
que aconteceu com o seu mestre, depois de rumores indicarem que ele
negou Jesus Cristo. Assim encontram um Japão consituido por
inquisidores com o objetivo de tudo fazerem para os cristãos negarem
a sua relegião.
Em termos de argumento
claramente que estamos perante um filme que se assume como partidário
de um dos lados e com uma componente religiosa muito grande, não se
preocupando nunca com os equilibrios. Em termos de fase, para um
filme tão longo necessitava de mais acontecimentos, já que a
determinada altura se torna repetitivo pelo menos
cinematograficamente. Pese embora tal facto parece-me uma historia
com dimensão.
Martins Scorsese como
realizador já provou de tudo, um dos melhores e mais versáteis
realizadores da historia do cinema, que aqui volta um pouco as
experiencias como Kundum de exprimentar culturas diferentes que lhe
exijam criaçao de tempo e de espaços. Nao é a mais surpreendente
das suas realizações, mas tem o marco da sua competência.
O filme parece numa
fase inicial algo orfão de grandes figuras, Neeson apenas tem poucos
minutos de ecrã, sendo grande parte do filme entregue a um garfield
que teve um ano de sonho. Dois papeis muito semelhantes em termos de
intensidade e disponibilidade fisica e recursos interpretativos.
Parece-me bem mais compentente neste Silencio do que no filme que lhe
deu a nomeação. Mas demonstra que estamos perante um actor com
recursos interessantes e intensidade de primeiras escolhas. Nos
secundários Driver claramente melhor que Neeson.
O melhor – A primeira
hora de filme, juntando a questão da fé, com um bom filme de acção.
O pior – A segunda
parte parece um circulo visioso dificil de interromper
Avaliação - B-
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