Sunday, January 08, 2017

Loving

Nos ultimos anos Jeff Nichols tem sido dos realizadores não só mais ativos mas que tem conseguido em pequenos filmes chamar a atenção da critica com boas avaliações. Este ano e quem sabe motivado pela polemica racial em torno dos oscares a sua aposta foi precisamente nos fundamentos do casamento racial, lançando um de muitos filmes sobre esta tematica na corrida pelos galardões. Depois das primeiras exibições em que o filme foi extremamente bem avaliado, tornou-se num candidato natural a alguns premios algo que manteve a consistencia em termos interpretativos mas que foi perdendo como filme. Em termos comerciais onde o filme tinha obvias limitações neste aspeto em face da sua distribuição podemos facilmente dizer que superou as expetativas.
Sobre o filme, é obvio que quando um filme passa por descrever factos historicos de relevo como a aceitação do casamento civil entre raças em termos constitucionais nos EUA, é desde logo um acontecimento ainda para mais quando o filme é efetuado com maturidade no tema e com alguns traços bem definidos principalmente em algumas caracteristicas das personagens como as suas liitações de comunicação. Nisso é isso mesmo um filme simples sobre pessoas simples com um objetivos.
Por tudo isto não sendo nunca um rasgo de energia, ou criatividade, tendo por vezes alguns problemas por ser algo repetitivo num enredo preso ao que realmente aconteceu e ao facto de ser um filme sobre pessoas comuns sem grande feitos extraordinarios para alem do amor, acaba por não dar ao filme assim tantos momentos interessantes e de intensidade emocional. Alias os principais centram-se na fase inicial do filme, que durante o restante acaba por ser mais descritivo.
Ou seja mesmo sendo um filme com reconhecida competência em alguns aspetos principalmente na intepretação de Edgerton parece claramente ser um filme que vale mais pelo significado da historia que conta, do que o seu valor enquanto obra cinematografica. Parece claro que determinados aspetos do filme poderiam ser mais trabalhados, principalmente na criaçao da relação ou mais que isso nos momentos a dois, onde o filme se resume a toques simples, que tornam os momentos fortes ainda que reduzidos.
A historia fala de um homem branco e uma mulher negra que decidem casar fora do estado onde vivem já que tal era proibido e começam a sofrer as consequencias legais desta opção, o que conduz a anos de luta pela aceitação do seu casamento como um direito da constituição americana.
Sobre o argumento podemos dizer que o mesmo tem duas caracteristicas definidas, simplicidade e objetividade, mas aqui parece-me claro que o filme tinha muito mais que abordar não só nas questões relacionais, ou dar mais enfoque em termos das lutas judiciais que tornassem o filme mais movimentado, já que a determinada fase o mesmo é demasiado repetitivo.
Na realização eu penso que Nichols mesmo sendo competente e um simplista nato nos seus trabalhos, dando todo o protagonismo aos seus actores, mesmo com temas interessantes ainda lhe falta o filme referência que lhe dê o passaporte para mais altos voos. Aqui volta a ter este tipo de postura.
No cast é indiscutivel que Edgerton tem uma excelente prestação, na forma como se reserva, na forma como o silencio não deixa de ser comunicativo, num papel dificil, onde obviamente é ajudado por uma excelente caracterização que altera a sua forma normal, numa das boas prestações do ano e a melhor do filme. Nao sei se suficiente para a nomeação para os oscares embora me pareça que a este nivel estamos num ano simples o que podera ser suficiente. Menos convencido como Neega, tambem muito bem avaliada e com chance de nomeação, penso que o seu papel é mais simples e não fosse a necessidade dos oscares se tornarem mais black, de certeza que Negga não caberia nas nomeadas.

O melhor – Joel Edgerton

O pior – O filme não ir ao fundo em determinadas questões que o poderiam tornar mais forte e mais siginificativo


Avaliação - B-

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