Nos ultimos anos Jeff
Nichols tem sido dos realizadores não só mais ativos mas que tem
conseguido em pequenos filmes chamar a atenção da critica com boas
avaliações. Este ano e quem sabe motivado pela polemica racial em
torno dos oscares a sua aposta foi precisamente nos fundamentos do
casamento racial, lançando um de muitos filmes sobre esta tematica
na corrida pelos galardões. Depois das primeiras exibições em que
o filme foi extremamente bem avaliado, tornou-se num candidato
natural a alguns premios algo que manteve a consistencia em termos
interpretativos mas que foi perdendo como filme. Em termos comerciais
onde o filme tinha obvias limitações neste aspeto em face da sua
distribuição podemos facilmente dizer que superou as expetativas.
Sobre o filme, é obvio
que quando um filme passa por descrever factos historicos de relevo
como a aceitação do casamento civil entre raças em termos
constitucionais nos EUA, é desde logo um acontecimento ainda para
mais quando o filme é efetuado com maturidade no tema e com alguns
traços bem definidos principalmente em algumas caracteristicas das
personagens como as suas liitações de comunicação. Nisso é isso
mesmo um filme simples sobre pessoas simples com um objetivos.
Por tudo isto não
sendo nunca um rasgo de energia, ou criatividade, tendo por vezes
alguns problemas por ser algo repetitivo num enredo preso ao que
realmente aconteceu e ao facto de ser um filme sobre pessoas comuns
sem grande feitos extraordinarios para alem do amor, acaba por não
dar ao filme assim tantos momentos interessantes e de intensidade
emocional. Alias os principais centram-se na fase inicial do filme,
que durante o restante acaba por ser mais descritivo.
Ou seja mesmo sendo um
filme com reconhecida competência em alguns aspetos principalmente
na intepretação de Edgerton parece claramente ser um filme que vale
mais pelo significado da historia que conta, do que o seu valor
enquanto obra cinematografica. Parece claro que determinados aspetos
do filme poderiam ser mais trabalhados, principalmente na criaçao da
relação ou mais que isso nos momentos a dois, onde o filme se
resume a toques simples, que tornam os momentos fortes ainda que
reduzidos.
A historia fala de um
homem branco e uma mulher negra que decidem casar fora do estado onde
vivem já que tal era proibido e começam a sofrer as consequencias
legais desta opção, o que conduz a anos de luta pela aceitação do
seu casamento como um direito da constituição americana.
Sobre o argumento
podemos dizer que o mesmo tem duas caracteristicas definidas,
simplicidade e objetividade, mas aqui parece-me claro que o filme
tinha muito mais que abordar não só nas questões relacionais, ou
dar mais enfoque em termos das lutas judiciais que tornassem o filme
mais movimentado, já que a determinada fase o mesmo é demasiado
repetitivo.
Na realização eu
penso que Nichols mesmo sendo competente e um simplista nato nos seus
trabalhos, dando todo o protagonismo aos seus actores, mesmo com
temas interessantes ainda lhe falta o filme referência que lhe dê o
passaporte para mais altos voos. Aqui volta a ter este tipo de
postura.
No cast é indiscutivel
que Edgerton tem uma excelente prestação, na forma como se reserva,
na forma como o silencio não deixa de ser comunicativo, num papel
dificil, onde obviamente é ajudado por uma excelente caracterização
que altera a sua forma normal, numa das boas prestações do ano e a
melhor do filme. Nao sei se suficiente para a nomeação para os
oscares embora me pareça que a este nivel estamos num ano simples o
que podera ser suficiente. Menos convencido como Neega, tambem muito
bem avaliada e com chance de nomeação, penso que o seu papel é
mais simples e não fosse a necessidade dos oscares se tornarem mais
black, de certeza que Negga não caberia nas nomeadas.
O melhor – Joel
Edgerton
O pior – O filme não
ir ao fundo em determinadas questões que o poderiam tornar mais
forte e mais siginificativo
Avaliação - B-
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