Existe um filme que
poucos tiveram realmente atentos durante a produção mas acabou por
ser uma presença constante nos premios até ao momento entregues
pese embora não seja um candidato dos mais fortes. Este filme que
conta um acontecimento real e mais uma vez com a questão racial à
mistura conseguiu todos os elementos para estar na corrida muito por
culpa de uma boa receçao critica e mais que isso pela capacidade de
ter surpreendido de uma forma positiva em termos comerciais o que
pode ser o cocktail que permita o filme estar nos finalistas da
corrida aos oscares.
Sobre o filme e
analisando a historias veridias que ate ao momento foram sendo
lançadas parece-me que de todas esta não só é aquela que tem mais
significado como mais que isso é aquela que melhor é adaptada em
termos de cinema com um estilo próprio e ligeiro mesmo assumindo
temas tão relevantes como a segregação racial num passado aina não
muito longinquo. E nisso o filme é ao mesmo tempo emocionalmente
ternurento como nunca deixa de ser rigoroso naquilo que está a
tratar, nada mais nada menos do que calculos matematicos.
Dai é facil gostar a
todos os niveis deste filme, principalmente porque tenta ser um filme
positivo na forma como as personagens lidam com a injustiça das
leis. Não se torna um filme pesado mas um filme que prefere
sublinhar os ganhos do que propriamente o sofrimento e assim o filme
ganha um outro teor e uma outra cor que em parametros globais o
diferencia de outros filmes sobre o racismo e sobre as regras
passadas, que podem neste momento parecer algo atuais.
O unico problema do
filme é algum aproveitamente, algo que diversos estudios fizeram em
termos globais das polemicas raciais do ano passado nos premios. Fora
inumeros os filmes que quiseram tocar neste assunto e este é mais um
deles, o que para vincarem posiçao acabam por fazer generalizações
abusivas em alguns momentos como tratar todas as pessoas num gabinete
como iguais e tratar quem sabe de uma forma pouco trabalhada a
adaptação das personagens que mudam de posiçao se um minuto para o
outro o que poderá fazer com que o filme em alguns aspetos
narrativos nem sempre seja muito bem trabalhado.
A historia fala de um
grupo de mulheres de cor, que trabalham para a nasa de forma a
perceberem as dinamicas e calculos previos a utilização do
computador, tendo que lidar com um sistema que as trata de forma
diferente quer por serem mulheres mas acima de tudo por serem de cor.
Narrativamente gosto da
toada do filme, de resto é um filme que junta a emoçao do lado das
personagens, sempre de um ponto de vista positivo, com a razão das
partes mais tecnicas, o que requereu algum estudo. Parece-me menos
trabalhado na evolução das personagens que parecem por vezes mudar
demasiado rapido para se ajustar ao filme, o que lhe tira algum
realismo.
Eu confesso que adorei
St Vincent de Melfi dai que tinha alguma curiosidade no seu filme
seguinte, e o certo é que num genero algo diferente, claramente mais
drama o resultado é positivo. Não pelos truques de camara ou uma
assinatura muito pessoal, mas mais que isso pela forma como ele
consegue que as imagens pautem o registo que quer dar ao filme.
No cast o filme tem
intepretações interessantes, Henson domina o filme com a personagem
mais forte, bem construida, nem sempre fácil, que exige recursos e
carisma que atriz demonstra ter. Pese embora tenha estado fora da
corrida parece-me que merecia mais atenção nos premios este
interpretação, sempre bem auxiliada pelas competentes Spencer e
Monae. Ainda registo para um bom papel de Costner um dos melhores do
actor nos ultimos anos.
O melhor – A historia
de base e o que ela significa
O pior – Algumas
personagens são volateis sem base
Avaliação - B
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