Wednesday, January 25, 2017

I, Daniel Blake

Vencer o festival de Cannes é desde logo um dos maiores louros que um realizador pode conseguir, obter duas vezes o galardão maior, só está ao alcance dos melhores. Ken Loach um realizador habituado ao circuito mais independente e tradicional dos EUA conseguiu em 2016 este feito muito por culpa da optima recepção que este pequeno filme obteve no festival. Contudo ao contrário de outros filmes com o mesmo resultado isto não empolgou o filme para o sucesso comercial pelo mundo fora, sendo um dos filmes que ganhou Cannes mais discretos dos ultimos anos.
Sobre o filme, podemos dizer que o mesmo tem uma mensagem e um espirito muito positivo nada mais nada menos a entreajuda entre as pessoas. E é nisto que resulta a força maior do filme, ou seja, a capacidade do filme conseguir chamar a si o coração das pessoas na dificuldade sem nunca ter medo de criticar a burocratização dos nossos dias e o peso disso mesmo na vida das pessoas. E estes elementos acabam por se tornar facilmente na força interior do filme.
Contudo também temos que dizer que em termos de adereços ou acrescentos o filme acaba por nunca conseguir potenciar mais do que os seus valores fundamentais. Nem sempre temos bons dialogos, o filme acaba por ser curto e pequeno em termos de produção, parecendo muito mais um filme independente que toca nos pontos certos com o misto de razão e coração, mas nunca consegue ter o impulso artistico que o leve para voos de obra prima, pese embora seja um filme consistente e com qualidade.
Outra das caracteristicas basilares do filme é respeitar a tradição britanica do cinema pausado, de personagens de historias, num mundo actual, o filme acaba por ir ao interior da sociedade e das personagens debruçando-se sobre eles e não apenas sobre o essencial para a narrativa. Isso por vezes pode tirar alguma intensidade ao filme mas acaba por enriquecer a sua mensagem.
A historia fala de um carpinteiro que se encontra incapacitado e tenta resolver a sua situação profissional, altura em que conhece uma mãe solteira com dois filhos menores na mesma situação e com uma elevada precariedade de recursos e começa a criar uma ligação de entreajuda com a mesma.
Em termos narrativos, sem ser um filme com grandes truques, acaba por ser simples e funcional naquilo que aborda, muito por culpa de personagens bem trabalhada s ecomplexas, principalmente a que da o nome ao filme. A titulo de acessorio pensamos que os dialogos poderiam ter um humor mais britanico que daria ao filme outro significado.
Na realização Ken Loach e um realizador de coisas simples e mais uma vez é cru no seu trabalho. Nao temos muitos truques de camara mas temos quase sempre outros elementos extremamente funcionais concretamente o enfoque nas personagens e nos seus sentimentos.
No cast os desconhecidos Dave Johns e Hayley Squires tem trabalhos intensos, com mais protagonismo para a segunda mais forte em termos de expressão emocional e por isso mais valorizada. Demonstrando que fora dos circuitos maiores também existe qualidade

O melhor – O valor humano e politico do filme

O pior – Falta-lhe algum risco nos elementos acessorios que embelezam os filmes


Avaliação - B-

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