Vencer o festival de
Cannes é desde logo um dos maiores louros que um realizador pode
conseguir, obter duas vezes o galardão maior, só está ao alcance
dos melhores. Ken Loach um realizador habituado ao circuito mais
independente e tradicional dos EUA conseguiu em 2016 este feito muito
por culpa da optima recepção que este pequeno filme obteve no
festival. Contudo ao contrário de outros filmes com o mesmo
resultado isto não empolgou o filme para o sucesso comercial pelo
mundo fora, sendo um dos filmes que ganhou Cannes mais discretos dos
ultimos anos.
Sobre o filme, podemos
dizer que o mesmo tem uma mensagem e um espirito muito positivo nada
mais nada menos a entreajuda entre as pessoas. E é nisto que resulta
a força maior do filme, ou seja, a capacidade do filme conseguir
chamar a si o coração das pessoas na dificuldade sem nunca ter medo
de criticar a burocratização dos nossos dias e o peso disso mesmo
na vida das pessoas. E estes elementos acabam por se tornar
facilmente na força interior do filme.
Contudo também temos
que dizer que em termos de adereços ou acrescentos o filme acaba por
nunca conseguir potenciar mais do que os seus valores fundamentais.
Nem sempre temos bons dialogos, o filme acaba por ser curto e pequeno
em termos de produção, parecendo muito mais um filme independente
que toca nos pontos certos com o misto de razão e coração, mas
nunca consegue ter o impulso artistico que o leve para voos de obra
prima, pese embora seja um filme consistente e com qualidade.
Outra das
caracteristicas basilares do filme é respeitar a tradição
britanica do cinema pausado, de personagens de historias, num mundo
actual, o filme acaba por ir ao interior da sociedade e das
personagens debruçando-se sobre eles e não apenas sobre o essencial
para a narrativa. Isso por vezes pode tirar alguma intensidade ao
filme mas acaba por enriquecer a sua mensagem.
A historia fala de um
carpinteiro que se encontra incapacitado e tenta resolver a sua
situação profissional, altura em que conhece uma mãe solteira com
dois filhos menores na mesma situação e com uma elevada
precariedade de recursos e começa a criar uma ligação de
entreajuda com a mesma.
Em termos narrativos,
sem ser um filme com grandes truques, acaba por ser simples e
funcional naquilo que aborda, muito por culpa de personagens bem
trabalhada s ecomplexas, principalmente a que da o nome ao filme. A
titulo de acessorio pensamos que os dialogos poderiam ter um humor
mais britanico que daria ao filme outro significado.
Na realização Ken
Loach e um realizador de coisas simples e mais uma vez é cru no seu
trabalho. Nao temos muitos truques de camara mas temos quase sempre
outros elementos extremamente funcionais concretamente o enfoque nas
personagens e nos seus sentimentos.
No cast os
desconhecidos Dave Johns e Hayley Squires tem trabalhos intensos, com
mais protagonismo para a segunda mais forte em termos de expressão
emocional e por isso mais valorizada. Demonstrando que fora dos
circuitos maiores também existe qualidade
O melhor – O valor
humano e politico do filme
O pior – Falta-lhe
algum risco nos elementos acessorios que embelezam os filmes
Avaliação - B-
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