Sete anos depois da sua
estreia como realizador e argumentista, o estilista Tom Ford, que tão
bem se saiu no seu filme de estreia que chegou as nomeações para os
oscares, traz aqui o seu segundo filme. Apresentado em Cannes os
resultados criticos foram interessantes, tem estado na disputa embora
nos pareça que em termos de filme e realização não vai ter tarefa
facil conseguir a nomeação. Comercialmente para um filme pouco
expandido, os resultados foram brilhantes.
Sobre o filme eu
confesso que não fui particularmente fã do primeiro filme de Tom
Ford, principalmente em termos narrativos, já que visualmente o seu
sentido estetico é incrivel, e novamente neste filme mais terreo,
mais comum volta a ter um cuidado total com todo o aprumo estetico,
mas ao qual junta um argumento de primeira linha, intenso, com um
paralelismo e alterações temporais no ponto, e que tem no seu
climax a cereja no topo do bolo, já que por diversas vezes pensamos
aonda os filme nos leva, pois bem ele leva-nos para o lado mais
intimo dos seres humanos com uma mestria só ao alcance de poucos,
Muitos podem dizer e
bem que o filme tem diversas possibilidades e que nem sempre é
equilibrado entre segmento dando pouca atenção aquilo que é o
filme é na verdade na sua narrativa central, aquela que menos tempo
de antena tem no filma, mas é precisamente essa decisão, que
permite por um lado levar os interpretes para grandes niveis de
interpretação e por outro lado consegue o impacto final que o filme
quer ter.
Por isso, mesmo sendo à
semelhança de Manchester By the Sea, um filme com uma alcance
limitado é daqueles que mais uma vez denota que bons livros com bons
principios podem dar bons filmes. Este é interessante já que quer a
nivel tecnico mas acima de tudo ao nivel do seu real significado e
impulsos é daqueles filmes que ficam pela sua intensidade mais do
que pelo significado.
A historia fala de uma
mulher que recebe em sua casa o livro do seu ex marido, que lhe é
dedicado, e que controversa no seu casamento começa a sonhar com o
conteúdo do livro e ver o mesmo em imagens claras.
O argumento é
brilhante a forma como diferentes historias em realidades paralelas
se conjugam para o efeito final é algo que so esta ao alcance de um
argumento de primeira linha, pensado do primeiro ao ultimo minuto. E
um filme que sabe perfeitamente para onde quer levar o espetador,
muito por culpa de personagens de primeira linha.
Tambem em termos de
realização, sendo um trabalho mais simples e menos visual do que o
seu filme de inicio, Tom Ford tem uma capacidade estetica de planear
cada sequencia e cada posição que denota ter a principal virtude
para um bom realizador, saber o que quer das imagens. Vamos ver o seu
futuro na setima arte, até agora não podia pedir mais.
No cast, é um filme
exigente para os seus protagonistas com personagens complexas. Se a
Adams ate calhou o papel mais facil do filme, que cumpre com
simplicidade Gyllenhall claramente com mais trabalho penso não ter
um papel irrepreensivel, contrastando bons momentos ao nivel que nos
habituou com algum exagero no sofrimento que por exemplo quando
comparado com Casey em Manchester By The Sea, acaba por soar pior.
Mas é nos secundarios que o filme tem os melhores papeis, quer
Shannon com a intensidade habitual, e um surpreendente Taylor
Johnsson com a passagem para outro nivel de interpreta, e que poderá
ser o actor que mais ganha com o filme, como já se comprovou pelo
até aqui, na minha opinião merecida destinção como melhor
secundario.
O melhor – A
capacidade de ser um filme tão distante e tão subtil na forma como
nos deixa no final sem palavras.
O pior – A subtileza
em ligeiros minutos confunde-nos para onde vamos
Avaliação - B+
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