Monday, May 31, 2021

Cruella

 Era uma das grandes apostas por parte da disney em tentar devolver o publico aos ecras sem nunca esquecer a alternativa de potenciar o mercado da sua aplicação de streaming e os resultados ate ao momento parecem convincentes com um visivel resultado de bilheteira que podera indicar alguma regresso do grande publico as salas, sendo ainda desconhecido o impacto em termos de streaming. Criticamente as primeiras avaliações tambem parecem positivas e podera se tornar num efetivo primeiro sucesso do ano.

Sobre o filme, numa altura em que diversas produtoras ainda com alguma falta de originalidade das suas abordagens tem tentado recriar ou dar algum contexto a personagens como viloes surgiu este Cruella com um elenco de luxo que tenta dar a entender a origem de tal conceituada personagem. O resultado e funcional, não so porque o filme e concetualmente e em termos esteticos bem construidos com um trabalho produtivo de primeira linha, mas acima de tudo porque consegue ir buscar os interpretes corretor para aquilo que quer com toda a excentricidade que a personagem tem.

Claro que a tentativa de humanizar personagens passamos a nossa vida a detestar acaba por ser uma tarefa ingrata que muitas vezes tem de fazer desaparecer alguns conceitos que ao longo de diversos anos fomos construindo. o filme tem essa dificuldade nem sempre olhamos para a personagem e ligamos aquilo que ja conhecemos e isso pode ser complicado principalmente se cairmos no pressuposto que tudo o que conhecemos vem a seguir,

Mesmo assim num estilo sempre dificil o filme funciona como filme de entertenimento mas mesmo como conceito, num filme rebelde, esteticamente interessante, com a banda sonora pensada ao detalhe que leva a uma boa relaçao com o publico mesmo que no final seja apenas mais uma historia entre outras com a base que conhecemos.

A historia da-nos a conhecer a origem da personagem Cruella de Vil, a forma como a excentricidade cresce, a forma como a mesma se torna num icon da moda, e o seu odio a dalmatas, para alem da uniao aos patifes ja conhecidos, num filme sobre o porquê do que conhecemos.

No argumento o filme acaba por ter um argumento apensar de bem montado algo previsivel na sua construçao. As personagens precorrem sempre cominhos expectaveis e mesmo as revelaçoes nao sao propriamente diferenciadas. Contudo o facto de seguir um caminho simplista e funcional deixa espaço que o filme brilha em outras vertentes.

O trabalho de Gillespie e muito interessante, de um realizador com uma capacidade de assumir um estilo proprio no seu filme e que aqui consegue catapultar toda a rebeldia da personagem para o filme e isso e a grande vitoria de um realizador a merecer cada vez mais destaque depois de alguns anos em que se perdeu em filmes pouco criativos.

No cast a escolha das Emma e a grande virtude do filme, o duelo de arrogancia e extroversão de ambas leva o filme para altos niveis de interpretaçao, que o filme consegue potenciar principalmente pela qualidade de ambas. Nos secundarios as excelentes escolhas de Fry e Hauser levam o filme a criar uma quimica particular entre os seus protagonistas


O melhor - O exercicio estetico


O pior - Em termos de argumento ser algo simplista


Avaliação - B



Friday, May 28, 2021

Oxygen

Alexandre Aja e um realizador francês que nos ultimos anos tem estado associado a alguns filmes de terror de baixo orçamento mas que este ano surgiu aqui num filme claustrofobico passado numa camara, filme produzido em lingua francesa que acaba por ser um act in solo de Melanie Laurent. Com o carimbo da netflix o filme conseguiu reunir interessantes criticas algo que até não é muito comum em filme de meio de estação da produtora. Comercialmente o facto de ser um filme em frances pode ter tirado alguma dimensão comercial ao projeto.

Sobre o filme se ao olharmos para a sinopse do filme e pensamor num filme que e basicamente passado numa capsula com uma unica pessoa e uma programa de computador no qual se tenta sobreviver e descobrir porque estamos ali, obviamente que podemos considerar que estamos perante um filme redutor e com pouco espaço para crescer, mas o certo e que o filme nas suas voltas e contravoltas acaba por ser um filme bem conseguido, que nos prende ao ecrã de forma a tentar perceber o desfecho de tudo.

Em termos de produção e um filme que basicamente não exige muito, mas acaba por com o clima claustrofobico dar uma sensação de clausura que torna o filme tambem impactante do ponto de vista comercial. E daqueles filmes que tem premissas muito diretas mas que a faze-las funcionar acaba por ter ai a sua maior mestria.

Um filme diferente, original, que mesmo não sendo um filme que nos fascine acaba por nos mostrar que muitas vezes uma ideia estranha mas original pode dar origem a um filme eficiente, que de alguma forma consegue prender o espetador ao longo da sua duração nos seus vertices mostrando acima de tudo que algumas ideias ainda funcionam, e o seu programa de retorno e um dos fundamentos.

A historia fala de uma cientista que acorda numa capsula de criogenia, com oxigenio limitado sem se lembrar quem e e acima de tudo como foi ali ter, ate ao momento em que em conversa com um programa de computador com acesso a rede tenta descobrir isso tudo num tempo limitado de sobrevivencia.

Em termos de argumento e na ideia que reside todo o merito do filme, na criatividade de uma ideia,  no risco de algo tão diferenciado. Na concretização o filme e muito mais eficiente do que eficaz, funcionando acima de tudo nas subidas e descidas que faz da historia.

Alexandre Aja e um realizador com talento que estava algo preso a um genero denunciadamente de segundo nível. Neste filme acaba por conseguir com menos pressing das produtoras ter um filme mais concetual onde a sua base de terror funciona mas o filme na originalidade de processos consegue funcionar noutras vertentes e que podem dar um novo fulgor a sua carreira.

No cast temos uma atuaçao a solo sempre dificil de uma Laurent que é uma das melhores e mais intensas atrizes europeias do momento. Numa carreira que vai derivando entre projetos europeus e de hollywood esta a contruir uma boa carreira que nunca teve o crescimento que se esperava depois do sucesso de Inglowious Bastards.


O melhor - A ideia


O pior - Acaba por ter algumas voltas a mais


Avaliação - B-



Tuesday, May 25, 2021

The Woman in the Window

 Quando a adaptaçao desta conhecida obra literária foi anunciada com um elenco de primeira linha e um competente e conceituado realizador, de imediato a expetativa atingiu niveis elevados, aguardando uma feliz adaptaçao e quem sabe uma formula com carimbo de premios. Ficou tudo mais estranho quando a Netflix que tinha a produçao do filme a retirou do elenco de candidatos a premios apostando o seu lançamento em meses de primavera. Com o lançamento e com criticas algo mediocres se percebeu que o filme não tinha passado na exigente critica e que a unica salvação seria o registo comercial, que a Netflix sempre consegue ter.

Sobre o filme eu confesso que olhando para a formula e historia de base parece termos aqui uma intriga policial sobre saude mental igual a outros filmes parecidos baseados em livros como Rapariga do Comboio, o qual também nao resultou propriamente num filme brilhante. Pois bem aqui tambem nao, alias os defeitos de ambos os filmes são muito parecidos e o defraude do resultado acaba também por ser uma conclusao obvia.

Assim, estamos perante um filme com demasiados elementos, de dificil concretização e que o filme nao os consegue potenciar minimamente. Começa pela dificuldade pratica de tornar os dialogos com a familiar numa formula que consiga tornar o elemento surpresa uma concretização. A dificuldade nas diversas valencias da personagem central que o filme nunca consegue explorar bem, deixando apenas Amy Adams entregue ao sofrimento e ambivalencia da personagem e a sua construçao da forma como olha pela janela.

Também a intriga policial acaba por ser construida sem impacto, funcionando apenas a ilusao que o filme quer transmitir ao espetador e alguns apontamentos artisticos de um Wright que nos parece realizador a mais para um filme com uma historia que funciona bem num livro mas que nos parece que nao tinha força para o cinema. Fica a ideia de um filme com demasiado talento para o seu resultado final e isso soa a muito pouco.

A historia fala de uma mulher que sofre de Agarofobia e que passa a totalidade dos dias no seu apartamento em Manhattan a analisar a vida dos seus vizinhos, até que uma nova familiar chega ao bairro e a mesma começa a tentar perceber as dinamicas destes os quais acabam por entrar na sua vida e conduzir a um acontecimento trágico que tem de ser explicado.

Em termos de argumento temos de diferenciar o que um livro necessita para funcionar e um filme. Aqui parece que o primeiro aspeto e obtido mas se calhar esta historia teria normalmente mais dificuldade em se diferenciar como filme. Fica a ideia que as personagens deveriam ter mais dimensao do que o argumento lhe da, e fica a ideia que é no argumento que o filme falha.

Joe Wright e um realizador conceituado que vai intervalando sucessos criticos e comerciais que o aproxima de premios com outros projetos em que falha a todas as dimensoes. Este e um projeto menor numa carreira de alguem que necessita de ser mais constante para se tornar num dos grandes valores do cinema atual.

No cast um elenco de luxo que coloca todo o peso numa Amy Adams que acaba por funcionar no estilo, embora quando o filme seja mais proximo do terror nem sempre tenha a presença exigida nesses momentos, quem sabe por ter recursos a mais. Nos secundarios pese embora o naipe de qualidade acaba por ser o jovem Hechinger que sai com algum destaque, mas mesmo assim o filme nao tem argumento para grandes interpretaçoes.


O melhor - Alguns apontamentos de Wright na ilusao que cria ao espetador.


O pior - A quantidade de atores de primeira linha desaproveitados


Avaliação - C



Saturday, May 22, 2021

Those Who Wish Me Dead

 Taylor Sheridan enquanto argumentista e produtor tem sido uma das estrelas da nova vaga de cineastas que tem tido algum espaço nos ultimos tempos. Este ano surgiu o seu novo filme enquanto realizador que trouxe consigo uma Angelina Jolie algo desaparecida nos ultimos anos. Este filme de açao acabou por não passar da mediania critica o que acaba por não ser brilhante para alguém que ja prometeu mais como Sheridan. A aposta da conjugação do cinema e do HBO Max ainda parece estar a ser lubrificada já que também neste filme nas salas os resultados foram significativos.

Sobre o filme eu confesso que quando vi um Taylor Sheridan que faz tão bem um Hell or High Water e sei que escreve outros filmes de ação de qualidade duvidosa, faz-me pensar numa bipolaridade que nunca percebemos bem o que vamos encontrar no seu proximo projeto. Pois bem o que temos e a simplicidade e alguma falta de diferenciação do tema, sendo um filme demasiado fisico mas com falta de elementos que o diferencie por si só.

Fica assim a ideia que temos um filme pouco trabalhado, que tenta fazer potenciar a ideia na personagem e alguma irreverência da personagem central e pouco mais, apresenta nos uma dupla de assassimos impiedosa, um ajudante do lado bom da justiça e uma trama basica para justificar o porque de tudo o que vimos.

Por tudo isto, mas essencialmente pelos envolvidos nao so no cast mas no crew fica a clara ideia que era expectavel muito mais do que um simplista filme policial, com procedimentos dos mais basicos que podem existir e acima de tudo a ideia que mesmo nos detalhes estamos perante um filme muito longe do que se pode expectar de tanta gente competente

A historia fala de uma isolada e afetada pelo passado bombeira que se ve no meio de uma missao com um menor a cargo o qual e seguido por uma dupla de assassinos profissionais e os quais tentam lutar pela sobrevivencia em pleno centro de um incencio florestal.

Em termos de argumento muito pouco a todos os niveis, uma historia basica que e potenciada de uma forma tambem ela basica, sem grande elementos que o diferencie, ficando a ideia que para um argumentista como Sheridan tem de se esperar mais em personagens e principalmente em dialogos.

Sheridan como realizador nao tem o conceito ou mesmo a força que tem enquanto argumentista. Aqui temos um trabalho que funciona moderadamente com a dimensao do incendio mas pouco mais. Fica a ideia que tendo em conta o que ja vinha a demonstrar nos primeiros inputs de carreira que provavelmente se esperava que estivessem noutro patamar.

No cast temos uma Angelina Jolie que e sempre sinonimo de dimensao comercial, embora me pareça que e uma personagem sem carisma pouco ou nada trabalhada que espera basicamente que a dimensao de estrela da atriz faça o resto. Em termos de secundários uns viloes quase inexistentes em termos de qualquer dimensao de personagem e pouco mais.


O melhor - As sequencias de incendio

O pior - A forma pouco criativa de um argumento pouco trabalhado

Avaliação - C-

Friday, May 21, 2021

The Mitchels Vs Machines

 Numa altura em que o cinema e principalmente as aplicações de Streaming ainda andam à procura do seu balanço, a Netflix lançou na animação, aquele que á ate ao momento o filme criticamente mais bem recebido do ano. Esta animação refrescante e apocalítica que junta os perigos de uma sociedade cada vez mais informatizada com as ligações familiares tornou-se num sucesso critico que coloca desde ja a animação como um dos pontos fortes do ano. Comercialmente pese embora a Netflix tenha neste momento projetos mais fortes a forma diferenciada do projeto deu alguma visibilidade ao mesmo

Se existe género que na minha ótica começou bem este ano de 2021, foi a animação. Se a Disney ja tinha feito funcionar no seu projeto Raya, este filme mais original, numa abordagem mais diferenciada e também um dos bons filmes do ano, não só na mensagem e narrativa que nos quer dar mas acima de tudo na originalidade de uma estética totalmente trabalhada e que demonstra a criatividade dos seus autores do primeiro ao ultimo minuto com muito humor a mistura.

O filme apesar de longo, um dos maiores defeitos da sua construção e por vezes adquirir a determinada altura mais uma volta no carrossel do que necessário, e a conjugação dos elementos mais fortes que fazem funcionar a premissa. Temos uma historia atual, muito bem trabalhada e um segundo elemento de drama familiar em que a peças encaixam perfeitamente na missão de cada uma delas. A isso junta-se um desenvolvimento exagerado que permite o potenciar da mensagem e um humor que acompanha.

Por tudo isto mesmo não tendo o peso sentimental e a mensagem ideológica que os melhores filmes ideológicos da Disney consegue ter, temos uma obra que junta irreverencia e criatividade que demonstra que o cinema de animação esta cada vez mais completo nos destinos das suas mensagens, e este é apenas mais uma dimensão dessa toda universalidade.

A historia fala de uma família desunida que em plena crise de crescimento de filhos acaba por ter de se unir numa luta pela sobrevivencia contra uma aplicação que controla todos os objetos inteligentes que tem como objetivo extinguir a humanidade.

Em termos de argumento apesar de algo estranho na sua essencia o argumento e bem trabalhado, não só na historia em si, na mensagem que passa e no estilo de humor que o filme quer dar. Isso acaba por dar um toque refrescante original que e o veiculo na abordagem diferenciada que o filme acaba por ter.

Na produçao muito risco, muita originalidade, mas o filme funciona. O estilo irreverente, muito colorido e um dos segredos que faz funcionar bem o filme do primeiro ao ultimo minuto. Se calhar deveria ser mais curto, mas isso não impede o filme de se fazer notar.

No cast de vozes o maior registo e aquele que mais surpreende e a de Olivia Colman como Pal, e a grande surpresa num conjunto de outras vozes bem escolhidas que encaixa nos objetivos que o filme quer ter para cada uma das personagens.


O melhor - A forma como o filme consegue unir irreverencia e criatividade

O pior - A duração


Avaliação - B



Wednesday, May 19, 2021

French Exit

 Num ano muito particular de 2020 onde o cinema esteve algo apagado existiram alguns projetos anunciados que ainda tiveram por breves momentos algumas ambiçoes de premios mas que acabaram por nunca entrar a serio nessa disputa. Um desses filmes foi este French Exit sobre uma mae e um filho na falencia que preferem deixar de viver a alterar os padroes. Este filme resistiu ainda que com alguma mediania na critica muito por culpa dos elogios a Michelle Pfeiffer. Comercialmente pese embora tenha tentado o grande ecra os resultados foram essencialmente rudimentares.

Sobre o filme podemos dizer que tem um bom inicio, quer o apontamente do passado mas principalmente a introduçao as personagens deixavam antever um filme comico, ironico com bons momentos das personagens como elas vao sendo construidas. Contudo rapidamente acontece uma inversão de marcha e as personagens tornam-se perdedidas em demasia na sua excentricidade e eloquencias e mais que tudo fica a ideia que o filme tem mais diferenciar-se do que concretizar-se

Isso nao retira merito a alguns patamares que o filme consegue principalmente numa boa construçao de Pfeffeifer na sua personagem central e a forma como a personagem desta vai se tornando cada vez mais obcecada no seu estapafurdio objetivo. Isso faz o filme ter um argumento bem melhor do que a sua concretizaçao

Fica um filme com uma premissa diferente com um estilo simples e mais que tudo com um estilo que se diferencia que tem como grande objetivo uma formula descontraida que vai perdendo coerencia. Fica alguns bons momentos de personagens que a determinada altura pensariamos que iam resultar melhor.

A historia \fala de uma mãe e filho que vivem na alta sociedade que percebem que o dinheiro de todos esta a acabar e que vai conduzir a falencia. De forma a nao alterar os seus costumes embarcarm numa viagem de cruzeiro de Paris com a intençao de gastar ate ao fim o dinheiro que lhes resta.

A ideia de base do filme tem alguma originalidade e o estilo narrativo que o filme adopta ate poderia funcionar, nao fosse tornar-se a determinada altura apenas preocupado com a excentricidade e adensar uma trama que ja tinha elementos suficientes. Acaba por tornar tudo demasiado confuso para funcionar por si so.

No que diz respeito a realizacao Jacobs e um jovem realizador quase desconhecido que teve aqui o seu filme mais mediatico. Em termos de abordagem temos um estilo de comedia europeia sem grandes truques e que pensamos que funciona para o estilo que o filme quer ter.

No cast alguma gloria para Pfeiffer intensa com dimensão numa boa prestaçao que com um filme menos excentrico se calhar poderia ter maior expressao em termos de premios. Hedger e um dos bons valores jovens mas aqui esta algo invisivel.


O melhor - Pfeiffer

O pior - A forma como o filme se vai perdendo nos desvaneios do argumento


Avaliação - C



Sunday, May 16, 2021

Voyagers

 Este ano 2021 talvez impulsionado pelo facto de grande parte das pessoas querer fugir no ultimo ano do nosso planeta tem trazido diferentes projetos sobre seres humanos em espaços e em odisseias pelo universo. Este e mais um desses projetos sobre a essencia do ser humano num ambiente controlado até ao descontrolo. Este filme de Neil Burger com alguns jovens em crescimento nao foi propriamente bem recebido pela critica com avaliaçoes algo negativas. Comercialmente o filme tentou os cinemas com resultados muito curtos demonstrando que nao era a escolha de quem queria regressar as salas.

Sobre o filme podemos dizer que a premissa e interessante, um filme que fala de uma sociedade controlada e planeada ao mais infimo promenor ate ao momento em que tudo se descontrola. O problema e que o proprio filme quando entra nos seus conflitos acaba tambem ele por se descontrolar tornando-se pouco interessante e acima de tudo previsivel ate ao fim.

O pior do filme e que claramente nao deixa as diferentes personagens se diferenciar, temos os dois lados e pouco mais e fica a ideia de que o pressuposto do filme serie esse, e nao apenas nos dar a rebeldia de um deles o que acaba por limitar o filme a um fraquinho filme de ficção cientifica que acima de tudo parte de uma ideia que nao sabe utilizar.

Alias o excesso de projetos deste genero de filmes tem demonstrado que nem sempre e facil eles resultar pelo pouco espaço e acima de tudo por terem todos limites muito definidos. Por isso parece-me que um filme como este deve ser sempre pensado com mais estrutura e mais dimensoes, Caso contrario fica a saber a muito pouco.

O filme fala de um conjunto de jovens que e preparado e embarca no espaço para uma expediçao de 80 anos com o objetivo de clonear um planeta longinquo. Contudo o planeamento de todas as reações deixa de existir quando alguns elementos deixam de tomar um medicamente que controla os seus impulsos.

NO argumento e ideia de base do descontrolo total numa nave espacial, apenas com as condiçoes humanas nas lutas parece-me uma excelente opçao e o filme faz esse ponto ser funcionar na sua introduçao. O problema e que quando o conflito começa o filme nao consegue fazer crescer os personagens e isso era essencial.

Burger e um realizador que começou com alguma força em Hollywood mas nos ultimos tempos tem perdido protagonismo em projetos inferiores. Aqui num estilo sempre dificil, nao consegue dar uma roupagem significativa a um filme que lhe daria esse espaço.

No cast um conjunto de jovens a tentar dar um pouco de brilho nas suas carreiras. Sheridan parece um candidato ao estrelato embora a sua personagem seja extremamente rudimentar neste filme. Depp tem de sair da sombra de ser mais que filha de Johnny e neste filme ainda nao consegue. Whithead parece o melhor ator mas depois do inicio de sonho tem-se perdido em pequenos filmes como este.


O melhor - A introduçao ao tema

O pior - A individualidade dos personagens nao e propriamente trabalhada


Avaliação - C_-



Monday, May 10, 2021

Monster

 Três anos depois deste filme sobre uma batalha judicial ter sido produzido e filmado a Netflix aposta na sua distribuição de uma forma mais alargada, aproveitando quem sabe o facto de muitos dos envolvidos no filme estarem numa fase mais forte das suas carreiras ou seguir a mesma tematica de alguns dos projetos de maior sucesso da aplicação. Este filme com um tema forte acabou por não ser propriamente um gloriado critico e comercialmente temos de ir procurar bem para o encontrar.

Sobre o filme podemos dizer que ainda que com um lado mais superficial e menos pesado, e uma especie de When they see us sob a forma de filme, na forma como tenta nos dar um acontecimento trágico e os seus envolvidos ao longo de toda a batalha judicial. O filme acaba por trabalhar bem alguns aspetos como as vertentes duais na personagem central, como a culpa interna e externa e acima de tudo a forma como se desenvolve o julgamento para a conclusao final, e claramente menos ideologico do que a serie de sucesso acima mencionada mas penso que consegue prender melhor o espetador ao seu desfecho.

E obvio que depois temos o contacto com o que realmente aconteceu e ai o filme poderia trabalhar melhor a diferenciaçao entre a componente legal, que o filme detalha ao longo de todo o julgamento com o sofrimento e a resposabilizaçao do auto conflito da personagem principal, mesmo nas relaçoes familiares onde o filme ai tem mais dificuldades em entrar.

Ou seja nao sendo uma obra de referencia, que penso que o filme nunca tenta ser, acaba por ser um filme sobre a forma como o contexto acaba por trazer consigo as pessoas a sua volta num filme que nao quer o lado duro, mas sim o lado de conflito de cada um. Poderia ir mais longe em alguns aspetos mas isso nao faz com que o filme nao cumpra o que tenta ser.

A historia fala de um jovem estudante de cinema que se ve preso pela suspeita de autoria de um assalto que termina em homicidio. O filme fala da forma como aquele contexto judicial condiciona a vida de alguem que se protegeu dos problemas sociais que o acabam por naufragar, enquanto judicialmente e internamente se tenta apurar a sua participaçao.

Em termos de argumento temos um filme com uma historia simples, resoluçao simples, que consegue entrar e debruçar o mais simples, ou seja o lado processual mas nas batalhas internas tem mais dificuldade em se colocar e isso acaba por dar ao filme uma funcionalidade limitada.

Na realizaçao Mandler e um completo desconhecido associado a videoclips de artistas da moda que tentou aqui uma abordagem de cinema, que em termos artisticos nem sempre é forte. Fica a ideia que uma tentativa de lhe dar um teor introspetivo que e o elemento onde o filme mais dificuldade tem em entrar.

No cast eu confesso que Harrison Jr parece-me um dos valores seguros de uma nova geração de atores afor americanos, com presença e intensidade este papel ainda jovem demonstra ja algumas das suas virtudes que tem sido potenciadas em filmes mais recentes. Nos secundarios alguns bons momentos de um Washington Jr que parece funcionar melhor quando os holofotes ainda estavam longe


O melhor - A culpa interna e a forma como o filme quer tocar nesse ponto


O pior - Trabalhar pouco este tempo, talvez porque fosse mais dificil


Avaliação - C+



Saturday, May 08, 2021

Every Breath You Take

 Este thriller psicologico foi uma das apostas de um acelerar do cinema na tentativa de regresso a normalidade. Este filme com um bom elenco no entanto no meio de alguns projetos acabou por ter a sua estreia algo desprecebida, muito por culpa de criticas bastantes sofriveis. Comercialmente o filme passou da estreia em cinema para ir diretamente para aluguer o que acabou por o tornar ainda mais escondido do grande publico.

Sobre o filme temos o tipico Thriller psicologico com misterio e com personagens com partes bastante escondidas da sua forma de ter. O percurso da vingança e conhecido principalmente em alguns thrillers da viragem do milenio e percebe-se que o filme tem essa influencia, centrando acima de tudo nos desvaneios de uma particular personagens e na forma como o equilibrio familiar central vai ruindo.

E um filme de procedimentos simples que perde acima de tudo por ser demasiado previsivel e entregar a Claffin a intensidade de uma personagem que o actor recheia de tiques pouco ou nada interessante e que fazem do filme um sofrivel dentro de um genero fora de tempo e que este filme nao consegue resgatar.

Este e daqueles filmes que em face do elenco e a premissa de base poderia funcionar na densidade psicolofica. Affleck acaba por se sentir algo perdido com algum amadorismo das outras vertentes e o filme acaba por ser simples com limitaçoes longe de grande resposta efetiva.

A historia fala de um terapeuta marcado pelo drama familiar que acaba por ver uma sua paciente a colocar fim a vida, sendo que o aparecimento do irmao desta com um plano escondido pouco claro acaba por colocar em check todos os vertices do seu ja desiquilibrado contexto familiar.

Em termos de argumento podemos dizer que a permissa de base poderia dar estrutura para um bom thriller psicologico mas a sua execução demasiado previsivel nao consegue tirar partido disso, principalmente com alguma dificuldade no crescimento das suas personagens.

Em termos de realizaçao Stein e um realizador que ainda procura o seu filme de afirmaçao, que aqui tem uma realizaçao simples, que nem sempre utiliza bem os flashbacks para integrar o filme para uma vertente artistica, limitando-se a simplicidade de processos que faz o filme depender de um argumento tambem ele sofrivel

No cast e confesso que gosto da forma como Affleck consegue ir aos limites interpretativos das suas personagens e aqui pese embora proximo de outros personagens consegue ser eficar. Pior apenas um Cafflin repleto de tiques de interpretaçao de gosto discutivel que acaba por na minha otica demonstrar muitas debilidades de um ator cada vez mais ativo mas que cada vez mais evidencia a suas debilidades.


O melhor - A premissa

O pior - A previsibilidade


Avaliação - C-



Monday, May 03, 2021

Without Remorse

 Depois de no final da decada de 90 os livros de Tom Clancy terem sido um dos grandes sucessos no genero da espionagem e terem tambem eles resultados em alguns filmes de grande sucesso principalmente na personagem de Jack Ryan, eis que surge a tentativa de dar vida a mais uma sua personagem de agente do CIA. Este inicio sob o patrocinio da Amazon estreou na plataforma sem grande vibrato, pese embora tenha chamado a si um dos atores da moda. A forma como criticamente o filme foi avaliado por baixo, no deixa antever um sucesso comercial demasiado sustentado para dar seguimento ao ja expectavel sequela.

Sobre o filme temos um filme simplista ao maximo para algo que se quer de intriga e de espionagem. Um dos atributos maiores do escritor e a forma como a intriga se vai tornando cada vez mais densa em voltas e contravoltas capaz de pregar o espetador aquilo que se vai seguir. Pois bem aqui a estrategia e claramente diferente, numa aposta por alongar quase de forma interminavel as sequencias de açao até ao aborrecimento maximo e matar a intriga num dialogos de cinco minutos.

Fica a ideia que o filme escolhe um estilo carnal completamente desajustado do estilo que o filme deveria ter e mais que tudo do estilo que um genero tão próprio como este deveria optar. A questao e que a escolha e desde logo discutivel pelo tipo de filme em si mas ainda se torna mais sem sentido quando percebemos que a execução da matéria é também ela pouco criativa com sequencias sem grande arte e acima de tudo repetitivas ao maximo.

Assim surge o parente pobre das adaptaçoes de Tom Clancy, numa tentativa de dinheiro facil com pouco ou nenhum trabalho. Fico mesmo com a ideia que muito dos momentos do filme, e a preencher com inconsequencias sequencias de açao. Temos um ritmo elevado mas neste caso completamente contra producente para o resultado fo filme.

A historia fala de um ex- fuzileiro que ve a sua equipa ser toda assassinada bem como a sua propria esposa e futura filha. Acaba por decidir tentar perceber quem esta por tras de tais mortes, entrando na investigação de um grupo criminoso russo, quando percebe que tudo e uma jogada ao mais alto nivel.

Em termos de argumento o filme e vazio em quase todos os seus pontos, mesmo aqueles onde deveria ser mais artilhado. Começa nas personagens pouco ou nada trabalhadas em cada lado dos flancos. A intriga e reduzida a uma premissa e um dialogo, e tudo se torna previsivel do primeiro ao ultimo momento o que para um filme de espionagem e totalmente inocuo.

Na realizaçao Sollima e um realizador que ganhou conceito na sua abordagem de Gomorra serie. Aqui tem meios mas denota falta de arte para potenciar principalmente as infindaveis sequencias de açao que mereciam outro tipo de tratamento. Um filme com esta dimensao deveria ter alguem mais capacitado para nao passar despercebido.

No cast a escolha de Jordan parece interessante principalmente depois de funcionar em Creed, mas acaba por ser demasiado musculada e o ator sofrer da falta de dimensoes de uma personagem totalmente esvaziada e que tinha tempo para mais. Nos secundarios nem Bell nem Turner Smith tem espaço para grandes sublinhados.


O melhor - A expetativa que o regresso dos herois de Clancy poderia nos dar


O pior - O vazio que o filme acaba por ser


Avaliação - D+



Saturday, May 01, 2021

Things Heard & Seen

 Numa altura e num projeto em que a netflix se propos a semanalmente nos entregar uma longa metragem eis que surge mais uma dessas apostas com uma atriz em forma como Amanda Saeyfried e um filme de terror numa pequena cidade tendo como objetivo o entertenimento rapido. Embora trouxesse uma dupla de realizadores que ja obteve algum sucesso critico no passado o filme nao passou de uma mediania critica que o tornou quase invisivel. Mesmo em termos comerciais parece que nesta altura o serviço acaba por disponibilizar projetos mais apelativos.

Sobre o filme podemos dizer que se trata de um thriller psicologico sobre vivencias de casal, e de escolhas a procura de do sucesso que acaba por funcionar nos elementos mais praticos sobre o desenvolvimento das personagens e a forma como as intrigas entre elas vao crescendo e principalmente quando muito do veu sobre elas se vai levantado. Na intriga simples o filme ate funciona.

O problema e que com a entrada na cidade pequena e com a introdução de elementos paranormais o filme dá uma componente espiritual que nao funciona e que nos parece ser totalmente dispensavel e so torna o filme difuso e confuso sem qualquer ganho adjacente a nao ser a componente visual do seu final.

Por tudo isto parece-nos uma historia simples, com objetivos curtos que tenta acrescentar a componente fisica de um thriller psicologico e quase policial com o lado espirtual que nao combina e que fica a ideia que o filme deveria ter-se deixado na terra e isso acabaria simplesmente por nos dar um trailer psicotico igual a muitos.

A historia fala de um casal que embarca para uma pequena cidade e para uma casa estranha de forma a tentar realizar os objetivos profissionais do elemento masculino. Contudo com o passar do tempo e com o crescimento de relaçoes com outras pessoas da comunidade o casal e posto a prova, principalmente quando acontecimentos inexplicaveis começam a acontecer em casa.

O argumento e um conjunto de ideias demasiado diferentes para combinarem entre si. O filme tenta isso e acaba por ser confuso e nao conseguir potenciar o lado dos limites morais das personagens que seriam um epicentro muito mais bem escolhido do que acaba por ser este.

Na realizaçao Berman e Pulcini e uma dupla de realizadores que ja conseguiu no passado com American Splendor ter alguma prespetiva de ser de primeira linha, o que se foi desvanecendo, acabando por se dirigir para a televisao. Aqui um projeto que no final tenta ter uma componente estetica diferenciada mas insuficiente para tornar o trabalho de realizaçao minimamente impactante.

No cast temos uma Seyfried na ressaca da nomeaçao para o oscar numa personagem que podia ter outra dimensao, mas cujas limitaçoes da atriz e das ideias do filme para a personagem limitam. O maior destaque vai para James Norton um ator ingles a tantar ganhar tempo, que acaba por ter bons momentos  numa personagem interessante mas que cai em excesso na repetiçao.

O melhor - O lado terreo do filme

O pior - O lado espiritual


Avaliação - C



Mortal Kombat

 Depois de dez anos em avanços e recuos eis que finalmente a nova abordagem de Mortal Kombat o famoso jogo de computador que acabou por ter aqui um reboot, com muitos meios produtivos mais proximo do cinema origental. Criticamente as avaliações foram sofriveis chegando a ser inferiores a primeira tentativa, mas comercialmente os primeiros resultados parecem interessantes e parecem estar a unir novamente alguns espetadores ao cinema.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira abordagem do cinema ao videojogo funcionou devido a um amadorismo sempre presente que acabou por ser marcante. Depois de um segundo filme horrivel, eis que surge um estilo diferente, mais cru, com mais violencia mais proximo do cinema oriental e com a tentativa de adensar ainda que de forma pouco consistente alguns pontos da narrativa.

Em termos de elementos de entertenimento o filme entrega a Kano todos os apontamentos comicos e pouco mais. Em termos de intensidade da historia obviamente que estamos perante um filme demasiado basico, que tenta arranjar apenas um cenario para os movimentos e frases miticas de cada uma das personagens.

Por tudo isto Mortal Kombat embora com mais meios produtivos do que o primeiro filme na essencia pode ser um filme maior mas nao e claramente um filme melhor do que a primeira tentativa. Parece querer levar-se mais a serio mas isso acaba por nao ser por si so refletido no resultado final de um filme de desgaste rapido com os defeitos bem presentes e que mesmo sendo fiel a alguns pontos do jogo nao consegue resgatar o filme do falhanço tipico das adaptaçoes de videojogos.

O filme fala novamente do torneio mortal de luta pela sobrevivencia entre mundos, tentando introduzir uma personagem com recurso a historia de outros ja conhecidos, mas todos ja sabemos duas equipas com fundamentos morais bem diferentes na luta pela sobrevivencia da humanidade.

Em termos de argumento o simplismo puro, a escolha tipica de personagens e de repente o contexto para os combates, embora desta vez sem grande torneio, talvez o mesmo fique para um segundo episodio. Fica a ideia que as personagens quase se limitam as caracteristicas fisicas ja conhecidas do jogo sem qualquer outro trabalho.

A realizaçao deste projeto ficou a cargo da Simon McQuoid um autentico desconhecido a quem foi entregue a batuta de um filme de grande orçamento, o que nao deixa de ser surpreendente. O trabalho embora consiga potenciar melhor os efeitos que o primeiro filme, a abordagem e a simplista tipica de filmes sem grandes ambiçoes.

O cast e constituido essencilmente por atores orientais, alguns dos quais já associados a outros filmes de artes marciais com algum carisma. Fica a ideia que a escolha de veteranos atores para papeis secundarios e melhor do que a escolha dos protagonistas, embora seja sempre um filme pouco ou nada exigente a este nivel.


O melhor - O humor de kano

O pior - A forma como o filme nao consegue desenvolver qualquer personagem


Avaliação - C-