Saturday, January 27, 2024

Fallen Leaves

 Nos ultimos anos os percursores de melhor filme internacional tem lançado projetos de areas menos comuns no spotlight do cinema, normalmente filme que tiveram trajetos pelos festivais de cinema maiores como foi o caso deste pequeno filme finlandes que entrou na competiçao do festival de Cannes onde ganhou o premio do juri, acabando por ser presente com duas nomeaçoes aos globos de ouro, e surpreendentemente ficar de fora na nomeaçao para melhor filme internacional aos Oscares, mesmo com todo o reconhecimento critico obtido. Comercialmente o filme acabou por ter bons resultados a volta do globo mesmo que nos EUA isso não tenha tido significado.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é declaradamente amador em todos os seus procedimentos, quer nas interpretações o filme tem um exercicio de estetica e de movimentos muito proprios que podem ser interessantes ou recusados devido ao seu inexistente sentido. E um filme estranho que nos leva para a realidade do sacrificio mas que no final pouco mais sobra do que uma estranha relaçao sobre inadaptados.

Simplicidade pura e o que o filme mais tem, poucas palavras, pouco movimento, pouca cultura, mas acima de tudo um filme concetual que acaba por ter a sua diferenciaçao, embora o resultado acabe por ser mais estranho do que funcional. Claro que devido a traços tao rigidos e facil o filme ficar na memoria sem que na minha opiniao isso seja pelos melhores motivos.

Ou seja um pequenissimo filme europeu que nos tras o cinema na sua base mais profunda com poucos dialogos, pouca expressão de personagens fantasmas que deambulam nas dificuldades. Socialmente o lado satirico do filme pode funcionar mas como obra de referencia pouco mais surge do que o seu estilo amador bem definido.

A historia segue um homem e uma mulher completamente afogados socialmente e isolados que acabam por se encontrar no desespero da vida de cada um criando uma ligação nas pequenas coisas e num motivo para conitnuarem a procurar algo mais.

O argumento do filme resume-se a meia duzia de dialogos reduzidos ao maximo, muita musica e uma mensagem de esperança mesmo no lado mais sombrio da sociedade. E claramente um filme curto, basico, que assume essa falta de conteudo como a sua assinatura.

Na realizaçao do projeto Kaurismaki e um concentuado realizador finlandes muito proximo da critica mais tradicional, pela roupagem muito propria que da aos filmes que tem o seu estilo e a sua assinatura, bem presente neste filme talvez o mais reconhecido.

No cast o filme conseguiu que a sua desconhecida interprete Poysti conseguisse a nomeaçao principal para os globos numa personagem pouco expressiva, mas que cativou a critica, embora me pareça algo semelhante ao seu colega de cast.


O melhor - O estilo proprio assuimido pelo filme.

O pior - O amadorismo assumido parece-me sempre uma fuga para a frente.


Valiação - C+



Thursday, January 25, 2024

El Conde

 Muitos ficaram surpreendidos que Pablo Larrain depois de diversos biopics diferenciados e reconhecidos pela critica, tenha voltado à base para de alguma forma tentar fantasiar sobre a vida de Augusto Pinoche, num filme a preto e branco, estranho e rebelde que em termos críticos acabou por ficar pelo valor positivo sem grande excitação, a sua diferença acabou por anular o lado comercial, que na realidade foi um campo que o filme nunca tentou ter.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme difícil, desde logo porque é um biopic muito metafórico, pouco concreto em que na maior parte do tempo não conseguimos atingir o propósito ou tudo é uma mistura tão grande de eventos e personalidade histórica num filme de vampiros que se torna totalmente incompreensível para o olho do mortal comum, que parece apenas atingir um ou outro ponto mais cómico e pouco mais.

 Larrain nunca teve um cinema fácil, embora tivesse sempre conseguido entrar dentro das personagens que quis trazer para si, e mais que isso tentou sempre dar uma dimensão subjetiva aos seus filmes. Aqui o filme é muitas vezes disparatado, a tentativa de dar uma roupagem totalmente diferenciada parece bater de frente com o concreto ficando quase a certeza que a maioria dos espetadores se perdem no estilo, mesmo que em termos de fotografia e insólito o filme seja competente.

Parece claro que estamos perante um alegado biopic de Larrain muito mais fora da caixa do que todos que ja fomos vendo no trajeto recente do realizador. O filme tenta ser original, e bem criado esteticamente, é irreverente mas o produto final perde-se nessa excentricidade. Fazer um filme fora da caixa e funcional não e para todos e fica a ideia que Larrain deveria ter ficado no estilo que lhe trouxe reconhecimento.

A historia fala de um Pinoche vampiro, exilado em casa, com o desejo de morrer, mas a partilha de bens pelos seus filhos e o aparecimento de uma freira com o objetivo de o exorcizar acaba por levar a uma serie de eventos com personalidades famosas que colocam em causa tudo o que conhecemos sobre a ordem mundial.

O argumento do filme é ambicioso do ponto de vista metafórico mas o seu resultado final é acima de tudo confuso. O filme tem sempre por trás de si um apontamento comum politico, mas que na essência fica em muito a ideia que tudo se perde nas eloquências de um projeto sem rede.

Larrain tornou-se nos últimos ano o senhor dos biopics intimistas e diferenciados de personagens, mas do que os seus momentos históricos. Este filme vai muito alem, se visualmente o preto e branco e o lado de homenagem a base do cinema pode ser interessante o resultado entra num plano de rebeldia exagerado.

No cast o filme regressou aos apontamentos de base com atores locais, com a intensidade que habitualmente os atores sul americanos oferecem aos seus papeis. Aqui temos muitas personagens pouca com a profundidade de grandes papeis, mas o resultado final acaba por ser interessante, nao sendo por este ponto que o filme perde a sua qualidade.


O melhor - A fotografia sempre sublinhada dos filmes preto e branco

O pior - A confusão narrativa que o filme se mete


Avaliação - C



 

Tuesday, January 23, 2024

MIgration

 Num natal em que os grandes filmes de animaçao ficaram fora do cardápio, principalmente depois do desastre a todos os niveis que acabou por ser Wish para a Disney a Imagination lançou o seu produto de forma a ocupar um espaço que estava solto com este filme sobre patos e a sua migraçao. O filme acabou por estrear com pouca chama critica, fruto de avaliações pouco impactantes. Comercialmente acabou por aproveitar a pouco concorrencia no estilo para ter alguma produtividade.

Sobre o filme desde logo devemos desconfiar quando os filmes são demasiado curtos, principalmente quando se trata de filmes de animaçao, fica a clara ideia que são ideias curtas que o filme tem que tentar potenciar o estilo de humor tipico da produtora, mas pouco mais do que isso, um conjunto de gargalhadas, ação num filme rapido com objetivos muito diretos e de facil alcance.

Fica a ideia que a animação do estudio tipico está a entrar em desuso, com dificuldade dos projetos em exibirem a capacidade de cativar que ao longo do tempo foi criando classicos instantaneos algo que a Ilumination teve sempre mais dificuldade em fazer, lançando apenas produtos de desgaste rapido. Este e mais um dele, daqueles filmes que rapidamente nos esquecemos embora a sua visualização seja facil, nem que seja pela curiosidade das vozes.

Um filme com o objetivo de preencher espaço que o faz com o minimo garantido, pese embora o final aberto dificilmente teremos a sequela no polo norte, ou as 'personagens tem dimensão para ser mais do que este filme. Mas num ano onde a animaçao esteve longe do sucesso e do protagonismo de outros tempos, não ser um desastre ja é minorar perdas.

A historia fala um conjunto de aves sempre residentes no mesmo sitio que envolvidas pelo espirito de migraçao acabam por tentar ir ate a Jamaica num ode que a leva a uma grande cidade, com novos amigos e com os perigos inerentes.

O argumento do filme é facil, um produto que ja vimos noutros filmes como WIld e Madagascar, adaptado a aves, com os truques faceis de humor e pouco mais. Nao e um filme para grande valor moral, mas é um filme comedia para a familia passar algum tempo junto.

Na realizaçao o leme foi entregue a uma dupla que em 2014 conseguiu intrometer-se no oscar de animaçao mesmo sendo um filme independente. Aqui e apenas um filme de grande estudio com o estilo Ilumination, parece que as ideias mais creativas sao gastas nos primeiros minutos e de resto simplicidade de processos.

O cast tras muitos atores conhecidos de diversas proveniencias como que a sublinhar a emigraçao. O filme aproveita o registo comico da maioria deles entregando personagens proximas sem grande brilho mas de forma a cumprir os objetivos que os filmes tinham com as escolhas.


O melhor - Arrisca pouco

O pior - Muito longe do que ja vimos noutros filmes de grande estudio


Avaliação - C



Role Play

 Após a loucura dos lançamentos em cima da data para a temporada de premios, as aplicações de streaming posicionaram-se logo nos mes de Janeiro com estreias mais exprimentais que juntam algumas figuras conhecidas em longas metragerns de pouca ambiçao. Esta comedia policial foi a primeira aposta de uma Prime com mais movimento. Os resultados porem foram muito pouco relevantes, criticamente a indiferença total e comercialmente com o lançamento na plataforma de alguns dos canditatos a premios este filme ficou esquecido na sua propria biblioteca.

Sobre o filme podemos dizer que temos um pouco o que vimos na Apple com Family Plan com atores menos mediaticos, com uma açao muito pior feita e um resultado ao mesmo nivel ou seja mediocre em toda a linha. O problema começa na personagem central, uma assassina profissional que é interpretada de uma forma totalmente linear com uma serie de tiques que a acompanham, mas que nunca consegue convencer em nenhuma das performances, quer pelo facto da personagem ser mal escrita mas tambem a interpretaçao da sua protagonista.

Onde o filme acaba por funcionar ligeiramente melhor do que o filme da Apple e que nao tenta ser humoristico de uma forma disparatada, acabando por se assumir mais um filme de açao de segunda linha do que uma comedia. Isto faz com que o filme se perca mas que a indiferença seja por momentos mais suportavel do que a comedia da sua parente da Apple.

Resulta assim uma copia total do floop comico da Apple com os pais trocados, com menos ambiçao de produçao, e acima de tudo menos comica e mais rapida nos seus processos que demonstra bem que a hiperatividade das aplicaçoes de streaming em meses menos ambiciosos acabam por muitas vezes por dar filmes parecidos e neste caso ambos fracos.

A historia fala de uma assassina contratada, que se ve envolvida na sua procura por parte de uma agencia para quem trabalha o que leva a que coloque em causa a sua vida pessoal que esconde do seu marido e da sua familia.

O argumento e rigorosamente igual em tudo ao Family Plan que diz muito da falta de ideias quando uma das piores de grande estudio dos ultimos tempos deu origem a dois filmes diferentes e ambos de qualidade mais que duvidosa. Um dos grandes problemas do filme e a indifinição das personagens.

Na realizaçao do projeto Thomas Vincent realizador de televisao que tem aqui a sua primeira longa metragem que fica muito aquem de alguns apontamentos que demonstrou no trabalho para TV. Tem sido muito comum o reconhecimento de filmes para os realizadores das series mas poucos resultaram.

No cast temos Kaley Cuoco a tentar rentabilizar a sua imagem principalmente em The Flight Atendence mas a sua personagem chega a irritar pela falta de profundidade muito por culpa de uma contruçao demasiado indiferente da personagem. Fica a ideia que Oyelowo merece mais, e o filme desaparece quando Nighty tambem o faz.


O melhor - Nao tenta ser comico de forma declarada

O pior - A incapacidade da personagem feminina de ser minimamente alguma coisa que tenta ser


Avaliação- D+



Anatomy of a Fall

 Depois de ter obtido o mais alto galardão no ultimo festival de Cannes esta produçao francesa acaba agora por estar bem acesa na luta pelas nomeaçoes para os oscares principalmente depois de ter triunfado nos Globos de Ouro. Este escalpulizar ao limite uma investigação criminal passou com resultados criticos muitos eficazes e comercialmente, fruto de ter ganho a palma de ouro acabou por garantir resultados comerciais tambem ele muito interessantes.

Sobre o filme podemos dizer que poucos filmes policiais e de julgamento conseguiram ser tão promenorizados e realistas quanto este longo mas detalhado Anatomy of the Fall. O filme é subtil e ambiguo, é um filme que nos leva sempre para dilemas, e isso torna todos os aspetos do filme de uma vivacidade e um impacto muito interessante. Os promenores da musica, das duvidas, dos truques sao tao detalhados, que mesmo num policial de base fica a ideia que poucos conseguiram ir tão longo como este.

Outro dos pontos que o filme trabalha bem são os truques de camara, a forma como faz bem o balanço das sequencias de tribunal com a historia contada. Muitos poderão ficar algo defraudados com o final aberto que o filme acaba por assumir, mas qualquer escolha poderia reduzir o impacto e principalmente os dilemas que o filme quer colocar o seu espetador.

Por tudo isto este é sem duvida um dos grandes filmes do ano, fora do circuito, com risco, bem intrepretado  e bem idealizado mesmo sendo um filme com uma historia policial de base igual a muitas outras consegue se diferenciar pelo detalhe, pelo realismo e mais que tudo pelas diferentes dimensões que o filme quer dar das suas personagens.

A historia segue o aparecimento do cadaver de um alegado deprimido escritor, que conduz a suspeita entre a tese acidental, homicidio e suicidio que leva a um julgamento detalhado de forma a ser estudada o que realmente aconteceu.

A base do argumento está longe de ser a mais original que assistimos mas a sua concretização tem niveis de promenor qyue é pouco comum, com detalhes, duvidas que tornam num dos argumentos mais competentes que temos memoria dos ultimos anos, que demonstra bem a capacidade de escrita do cinema europeu,

A realizaçao ficou a cargo da jovem JUstine Triet uma jovem realizadora que impactou o cinema de autor este ano com esta obra que lhe abrira novas portas para uma carreira que podera ser mais localizada ou mais global, o seu projeto e muito interessante e com detalhes que diferenciam os melhores.

No cast o filme demonstra bem a intensidade dos atores europeus, a dupla Huller Machado Garner levam o filme para um impacto ainda maior, rentabilizando totalmente o argumento enigmatico. Provavelmente Huller tera neste filme o reconhecimento de uma carreira a filmes internacionais.


O melhor - O detalhe dos promenores de todos  o filme


O pior - França ter dado de barato um oscar oferecido


Avaliação - B+



Sunday, January 21, 2024

May December

 Todd Haynes é um dos realizadores mais respeitados e intimistas do circuito dai que já seja um lugar comum o mesmo estar na corrida a premios com as suas abordagens. Este ano o mesmo reuniu um elenco de primeira linha para uma produçao da Netflix que mais não e do que uma abordagem sobre a estranha historia de amor que marcou um dos acontecimentos mais peculiares nos EUA; concretamente o romance entre uma professora e um aluno que levou a prisão e posteriormente casamento entre ambos. Esta abordagem de Haynes foi muito bem recebida pela critica, melhor do que pelo publico em global, sobre a estratecia comercial o filme não foi tão bem trabalhado quando isso com mercados em que de imediato o filme foi lançado na netflix, outros onde o filme deambulou por cinemas com resultados muito rudimentares.

Sobre o filme podemos dizer que o primeiro grande segredo do mesmo e abordagem ao tema. Nao tenta o relatar mas acima de tudo tenta que a historia seja contada numa pesquisa de uma atriz que de forma a ensaiar para o filme sobre o tema se coloca na comunidade e na familia. O filme tem os temas e as indecisões que todo o filme potencia, a um ritmo elevado, com boas interpretaçoes, mas por vezes fica a ideia que o filme é algo difuso.

Temos o tipico estilo de filme de Haynes, principalmente no lado mais intimista dos conflitos interiores de cada personagem, associado a uma banda sonora e momentos de reflexão que conduzem o filme para uma intensidade crescente. O filme e competente num estilo de Haynes que fica sempre com a ideia de poder dar mais nos seus filmes, embora tenha sempre a sua assinatura muito assuimida.

Por tudo isto May December e um filme forte, com uma agenda muito trabalhada mas que ao mesmo tempo fica a ideia que poderia potenciar mais os debates que quer lançar. A abordagem de contar a historia através do ponto de vista que alguem que a quer aproveitar e original, o filme ganha muito com a qualidade das suas interpretes, mas ao mesmo tempo fica com a ideia que outros pontos ficam por abordar e trabalhar.

A historia segue uma estrela de cinema que em preparação para o seu proximo filme acaba por ir viver com a familia e para a comunidade que vai ser retratada, nada mais que uma professora que se envolveu com um aluno, foi presa e apos seis anos e uma filha de clausura saiu para casar com ele.

O argumento do filme na sua abordagem toda em todos os pontos que quer tocar, e fica a ideia que o filme consegue potenciar bem esses pontos na introduçao que quer fazer de si proprio. As personagens acabam por ser bem introduzidas na sua interação. O filme acaba por ser mais uma reflexao do que ter as respostas.

No que diz respeito ao seu realizador Haynes gosta de filmes intimistas e de profundidade de personagens que mais uma vez potencia. Nao e um realizador de grande imagens ou planos, mas é um realizador de momentos e de personagens e o filme encaixa perfeitamente nesse ponto.

No cast eu penso que é a qualidade mais sublinhada do filme, principalmente no que diz respeito a forma como POrtman leva a sua construçao de Julianne Moore ao detalhe numa interpretaçao que mostra bem a intensidade que ela consegue neste tipo de registo. Melton e a surpresa com bons momentos, a interpretação mais valorizada do filme, muito por culpa da surpresa de um ator de series juvenis ser o seu protagonista, e claramente Moore a que menos brilha, mas que encaixa bem com as personagens.


O melhor - Os dilemas que o filme lança.


O pior - Podemos esperar respostas ou desenvolvimentos que o filme nunca quer dar.


Avaliação - B-



Friday, January 19, 2024

Dream Scenario

 Todos conhecemos aquilo que tem sido nos últimos anos a carreira de Nicholas Cage na forma como coleciona filmes de nivel B, e que por vezes estes estranhos filmes se transformam em estranhos fenomenos de culto, proximo da critica especializada. Foi isto que aconteceu a este peculiar Dream Scenário, que acabou por ser lançado na temporada de premios, e cuja a interpretação de Cage começou a receber os mais diversos elogios que o conduziu a nomeação para melhor ator comedia. Do ponto de vista comercial estes filmes serie b de Nicholas Cage são sempre algo distantes do grande publico, embora os mesmos tenham um publico bastante especifico que este filme em concreto teve dificuldade em cativar.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem uma base de partida bastante original, e comica, o qual utiliza bem um Nicholas Cage que consegue ter uma imagem de si bem diferente daquela que fez explodir a sua carreira, mas que acaba por encaixar bem nesta fase da carreira do ator pela ligação do insolito de todas as sequencias, com um humor disparatado e a teoria do caos, que nos leva para um lado de intriga que nos prende ao ecrã, embora surja sempre a ideia que o resultado no final sabe a pouco.

Podemos dizer que o o filme tem dois terços da sua duração bastante eficazes na forma como o caos se vai tornando cada vez maior, na forma como o filme passa do lado positivo da fama ao lado negativo, e principalmente na forma como a personagem central vai divagando ao longo do filme, com a clara noção de que tudo tem um proposito claro, na parte final, o filme perde-se um bocadinho onde quer ir, principalmente com o lado sci fi que encaixa pouco na metafora que o filme quer ser.

Por tudo isto temos um filme inteligente na abordagem e na metafora que quer fazer, que acaba por na maior parte do seu tempo ser bastante ligeiro e funcional, perdendo no final algum do impacto que vai crescendo. O filme alicerça-se na imagem e interpretaçao de Cage com as suas vicitudes, mas no final fica a ideia que o impacto final poderia, e deveria ser melhor do que realmente se torna.

A historia fala de um cinzento professor, pouco carismatico que de repente começa a ser presenta constante no sonho de diverasas pessoas sem qualquer ligação, que o levam a um fenomeno viral que rapidamente se torna no reverso da medalha.

O argumento é bastante original, quer na ideia de base, quer acima de tudo no que a mesma significa e na forma como ela cresce. O problema do filme é que na parte final se perde totalmente em alguma eloquência perdendo algum do efeito que os valores que vai assumindo fizeram crescer.

No que diz respeito à realização, o projeto é dirigido por Kristoffer Borgli embora pensado para Ari Aster, o qual daria certamente um impacto de terror maior ao filme. Este jovem realizador acabou por conseguir dar ao filme o lado indie interessante embora fique a ideia que poderia ser mais arrojado do ponto de vista visual.

No cast Cage esta ao melhor nivel do que tem feito, pela capacidade de trazer os tiques todos que lhe deram fama para uma personagem totalmente distante do que fez ate agora, que novamente lhe conduziu a um reconhecimento critico que tem aparecido nos tempos mais recentes da sua carreira. junto a si temos uma Julianne Nicholson tambem com bons momentos, num filme que é essencialmente um espaço a solo de Cage.


O melhor - A metafora funcional da fama

O pior - A conclusao, mais concretamente os ultimos quinze minutos


Avaliação - B-



 

Thursday, January 18, 2024

The Marvels

 Numa altura em que parece claro a dificuldade da Marvel em conseguir cativar novos seguidores quer em termos de filmes quer em series televisivas, temos assistido a um abrandar naquilo que é o conceito dos seus heróis e mais que tudo um afastamento mais claro dos espetadores. para o final de ano, numa época sempre marcada pelo seu lançamento a Marvel apostou na sequela de Captain Marvel, com este The Marvels que marca a reunião de três heroínas distintas da saga. comercialmente o filme acabou por falhar em vários niveis, sendo um dos maiores desastres comerciais da Marvel.

Sobre o filme desde logo podemos dizer que o mesmo parte de um pressuposto complicado para a rentabilidade comercial, que é achar que toda a gente seguiu religiosamente todos os produtos lançados, quase todos os meses em aplicações como a Disney +. Esta hiperatividade que não é obviamente seguida pelos espetadores acaba por levar a que na primeira parte do filme o espetador esteja a juntar peças, que não são faceis de o fazer.

Passando essa fase temos três figuras com historia que se juntam para uma aventura, com muito CGI mas com muitos elementos negligenciados como a quimica das personagens, como o rigor ou o interesse da linhagem central da história, mas mais que tudo o facto de parecer que o filme quer acabar rapido, como sendo uma via express de lucro. Soa a muita falta de qualidade ou risco em todos os elementos, e isso não pode ser num filme representativo do Cinematic World mais rentável da historia.

Assim temos um curto e muito modesto blockbuster de entrada de inverno, que tenta dar um fulgor a saga Marvel numa altura em que a mesma está quase morta depois de todos os herois mais reconhecidos ja terem tido os seus momentos. Tem sido dificil encontrar ancoras e este nunca conseguiu ser minimamente. Nao sei se é o pior filme, mas e claramente o mais pequeno e o menos ambicioso.

A historia segue três heroinas diferentes, de historias anteriores que se juntam numa missão de forma a combater os planos de uma vilã intergaláctica, a qual exige que as mesmas consigam combinar esforços de forma a conseguir responder às necessidades que o caso lhes coloca.

Em termos de argumento o filme é algo pobre, em termos de intriga procedimentos simples mas pouco ou nada atrativos e o principio que todos conhecemos todos os promenores da Marvel e presunçoso e não funciona.

Na realização a batuta foi entregue a Nia DaCosta, uma realizadora associada a produções norte americanas com pendor afro americana que teve esta confiança. Pena é que o filme seja CGI e pouco mais, o que faz o que aconteceu com diversos realizadores que entraram no projeto Marvel, deram passos atras numa carreira ascendente.

No cast o filme falha, desde logo por Larson parece em piloto automático e desinteressada no papel. Denotava-se nos últimos



anos um abrandar na atriz, mas este filme foi talvez a pedra no charco da carreira pouco auspiciosa que estava a criar que a levou a televisão, mais recentemente, com melhor sucesso. Ao seu lado o filme perde por não ter um vilao de primeira linha, e também aqui ser um filme low cost.


O melhor - A curta duração e os efeitos cgi sempre competentes da Marvel.


O pior - A falta de dimensão do filme para ser teor Marvel.


Avaliação - C-

Wednesday, January 17, 2024

Napoleon

 Quando este projeto foi anunciado, o mundo do cinema paralisou, principalmente pela ideia que Joaquin Phoenix um dos atores mais idolaterados poder vir a criar o seu Napoleão, com a questão de que na batuta estaria o experiente Ridley Scott, e no argumento o seu colaborador David Scarpa. Se a expetativa continuou com os traillers, na primeira exibiçao percebeu-se que o resultado iria defraudar as expetativas as criticas moderadamente positivas não chegavam para entusiasmar sendo que foi na bilheteira que o filme melhor funcionou principalmente fora de portas, ao abrigo dos ingredientes acima indicados.

Sobre o filme, o primeiro ponto que me parece ser importante sublinhar e a qualidade estetica do filme, Scott consegue fazer as sequencias de guerra forte, esteticamente cuidadas, mas mais que tudo com realismo. Scott foi dos primeiros a conseguir tornar epicos estes momentos e com o passar do tempo continuou a detalhar estes momentos, e acaba por ser os pontos de maior impacto.

O que falha no filme é o argumento, podemos começar pela polemica da falta de rigor historico que um biopic caro como este nunca poderia ter. A escolha para definir uma personagem como esta ficar sempre no limbo, com medo de arriscar, e mais que tudo a ideia clara ficamos com mais perguntas do que respostas sobre Napoleao e Josefina, numa ambiguidade que permanece ao longo de todo o filme e que o mesmo teria de responder.

Fica a ideia de um filme monotono, esforçado para marcar o seu estilo esteticamente mas cujo argumento, fora todas as polemicas, nao ganha particularmente nada com isso. O filme nao consegue dar a personagem central, e mais que isso, o filme parece quebrar ligaçoes, numa abordagem monotona, bonita mas que todos os amantes do cinema esperariam bem mais em todos os aspetos.

A historia segue as aventuras de Napoleao, ate ser o lider maior de França a luta com o Reino Unido, as diferentes batalhas e a relaçao mantida com a imperatriz Josefina, na sua ascençao e queda.

O argumento do filme é o grande problema, desde inquerencias historicas, indefiniçao de papeis, mesmo a forma como caracteriza a personagem fica a ideia que muito fica por esclarecer ou trabalhar. Em termos de intriga fica sempre a ideia que o filme tem medo de arriscar as suposiçoes ou ligaçoes e isso torna o filme algo difuso.

Na realizaçao, Scott esta no fim de carreira, com uma idade já avançada ainda arrisca em projetos de proa, e não é pelo seu lado que o filme falha. As sequencias de batalha são bem realizadas, com estetica e vigor, mas a ligaçao do filme perde nos elementos mais basicos. Nao era exctavel que Scott tivesse no seu melhor momento de forma, mas devia se calhar adotar por filmes mais pequenos e com menos expetativa.

No cast a escolha de Phoenix como Napoleao entusiasmou todos, mas o resultado não foi o melhor. Fica sempre a ideia que o filme tem medo de definir a personagem e Phoenix nao esclarece isto para alem dos seus comuns elementos. E um papel para se lembrar mas que não o vai fazer e Kirby também não se define na sua Josefine.


o melhor - As sequencias de batalha.


O pior - As incongruencias e a falta de força natural do argumento


Avaliação - C



Sunday, January 14, 2024

Society of the Snow

2024 entrou com a Netflix a lançar um dos projetos que tem convencido os seus espetadores. Falo da adaptaçao do sempre competente J A Bayona em nos relatar a tragedia/milagre dos andes, com um elenco totalmente sul americano e com a ambiçao de estar nos oscares na corrida pelo melhor filme estrangeiro. Em termos comerciais o filme, pelo seu tema e realismo tornou-se na mais recente coqueluche da Netflix e criticamente não sendo uma obra prima de referencia teve avaliaçoes competentes que o colocarão, quase com toda a certeza na corrida pelo oscar de melhor filme internacional.

Sobre o filme para quem viu o IMpossivel do mesmo realizador, a primeira coisa que podemos dizer e que Bayona conseguiu novamente filmar um desastre com uma dose de realismo que poucas vezes vimos, em que somos também introduzidos na primeira linha do desastre, o que faz tecnicamente o momento do desastre uma das sequencias mais espetaculares que temos memoria, ainda para mais num filme produzido algo fora de Hollywood.

No restante Bayona tenta ser duro, tenta ir muito mais alem do que Marshall tinha feito em ALiva quase trinta anos antes sobte a mesma historia. Nota-se o objetivo do filme ser detalhado no sofrimento, o que causa muitas vezes um impacto muito imponente no espetador, algo que e um claro objetivo do filme. E um filme que custa ver, que nos impacta, mas fica a sensação que temos poucas personagens. Devido ao elevado numero e o filme querer dar minutos a todas elas, muitos, quase todos pouco mais são do que um nome, e isso retira algum impacto.

Mas e sem duvida um filme absolutamente prefecionisma, que transmite ao espetador tudo aquilo que quer, com algumas da sequencias mais impressionantes que me recordo. Nao e um filme facil, e um filme que transmite toda a emoçao que quer e que retrata como poucos o que foi ali vivido. TOrna-se muito longo e algo repetitivo, mas isso e no sentido de transmitir o panico de uma forma ainda mais real ao espetador.~

A historia segue a epopeia dos sobreviventes de um desastre de aviao nos Andes os quais tiveram 72 dias, sozinhos em plena cordilheira montanhosa, em condições impossiveis e que resultou na sobrevivencia de alguns deles a custa de muita coisa.

O argumento do filme tem por base o acontecimento real, com muita proximidade aos reais sobreviventes na forma como tenta contar promenores de interação. Nao e propriamente um argumento muito trabalhado porque o feito em si, e mais que tudo as dificuldades alimentam o filme todo.

JA Bayona e um otimo realizador que tem ganhado o seu espaço nos filmes catastrofe em que consegue realizar com uma assinatura unica factos que nunca os vimos desta forma. Merece o espaço que tem ganho em Hollywood, onde tambem ja teve bem presente em series maiores, mas e neste registo que tem sido mais eficiente.

No cast um conjunto de jovens desconhecidos muito proximos fisicamente das personagens reais, mas o unico grande destaque vai para a competente construçao do jovem e desconhecido Vogrnincic que enquanto a sua personagem e o epicentro do filme conduz a mesma para a dificuldade que o filme quer transmitir.


O melhor - O realismo de todo o filme.

O pior - Algo longo demais


Avaliação - B



Good Grief

Cada vez mais surge uma clara ideia que as aplicações de streaming tem de apostar na integraçao, com conteudos claramente LGBT+ patrocinado por figuras de referencia da comunidade. Neste ano e para abrir as suas produçoes a Netflix apostou neste drama romantico sobre a perda, num filme totalmente idealizado por Dan Levy. Em termos comerciais o filme podera ter sido apagado pela grande aposta da Netflix na temporada de premios. Criticamente a mediania esperada, com pouca ou nenhuma relvancia.

Sobre o filme podemos dizer que a tentativa de fazer projetos com temas homossexuais baseado em filmes heterossexuais podera ser uma tendencia nos proximos anos, e este filme é um pouco isso. Fica a ideia que ja vimos este tipo de conteudo antes, agora com uma roupagem nova.  O que fica em mente e que pese embora esta tentativa fica a ideia que os cliches homossexuais estão la todos, nas profissoes, nos tiques e mais que tudo no desenvolvimento do argumento coloca em causa o que se procura neste tipo de abertura.

O filme acaba por ser um filme que na questão do luto funciona, no lado quase obtuso com que a personagem central vai reagindo, mas por outro lado o filme tem dificuldade em se encaixar em qualquer genero ja que não tem humor para se tornar uma comedia, nem tem uma força sentimental parta ser um exclusivo filme romantico, principalmente quando tem personagens disruptivas com um objetivo que raramente e concretizado.

Assim surge um filme para ocupar tempo, que aproveita o lado bonito de Paris, como muitos outros filmes romanticos heterossexuais ja tinham feito, mas pouco mais, a ideia que Levy tem um conjunto de tiques que se tornam insuportaveis ao longo do filme é um problema e fica a ideia que tirando os desvaneis da personagem de Negga, algo descontrxtualizados e facto, o filme fica perdido nas suas direções.

A historia fala de um pintor que tragicamente fica viuvo depois do seu marido ter um fatal acidente de carro que o leva a perder a orientaçao da sua vida. Tudo piora quando percebe que o mesmo lhe era infiel e que conduz a uma road trip por Paris na companhia de dois amigos para encontrar um designio de vida.

O argumento do filme é proximo do que ja vimos em outros filmes dramaticos romanticos, com os cliches tipicos deste tipo de filmes, com os amigos disparatados  e a indifinição, ao qual se junta uma serie de cliches homossexuais como a cultura e a facilidade de novos envolvimentos.

Em termos de realizaçao Dan Levy tenta seguir o precurso da sua familia, sendo um todo terreno neste filme. Na realizaçao aposta tudo em Paris, e isso e sempre certeiro no conteudo romantico e principalmente da personagem se emaranhar na cidade. Isso nao disfarça todas as dificuldades de assinatura que o filme nunca tem.

No cast Dan Levy não me parece figura para liderar qualquer projeto, um ator demasiado preenchido com tiques que nao desaparecem que encaixam numa personagem escrita para si, mas com dificuldade em algum momento ser mais que isso. Negga tem maior extrovesão numa atriz interessante que segura os melhores momentos do filme, embora sem estar encaixada no mesmo.

O melhor - Paris como sempre

O pior   - A união de dois tipos de cliches maximos


Avaliação - C-



The Family Plan

 Num ano em que a Apple apostou forte na sua temporada de premios com dois filmes, pelo menos muito vistosos em mediatismo eis que surge a sua aposta mais comercial para toda a familia, nesta comedia de ação dentro do que tem sido a carreira na ultima decada do seu protagonista Mark Whalberg. Em termos criticos este filme acabou por ser em todo o lado um floop com avaliações muito negativas, sendo que comercialmente a Apple ainda não tem o poder, fora de filmes com outro reconhecimento para os tornar em sucessos comerciais instantaneos.

Sobre o filme podemos começar por dizer que é o percurso natural do que temos assistido na carreira de Whalberg nos ultimos tempos, filmes para a piada facil, neste caso concreto que quase nunca consegue ser engraçado, um argumento pouco ou nada interessante e duas horas perdidas em cinema de estudio de qualidade mais de duvidosa, tempo que dificilmente conseguiremos recuperar.

O filme tem duas vertentes diferentes e não funciona em nenhuma delas. A intriga enquanto filme de ação nem sequer o filme tenta explicar, tem uma base para uma road trip e algumas cenas de açao mas nada mais, num argumento digno de um projeto de primeiro ano de um mau curso de cinema. Mas se todos pensam que e na ação que o filme tem pior desempenho, tal não acontece porque na comedia tudo ainda é pior, fica a ideia que o filme tenta duas horas ter graça e nunca consegue nem com as expressoes faciais do bebe que acompanha o filme todo.

Ou seja um fraquissimo filme de ferias, que vai dentro do estilo de cinema que Wahlberg de forma preguiçosa se tem dedicado, num estilo para ganhar dinheiro sem grandes processos, o que se torna cada vez mais dificil de perceber em grandes estudios, principalmente numa Apple que ate a data estava a ser competente nos seus lançamentos.

A historia fala de um ex-assassino do estado que depois de ter formado uma vida familiar, acaba por ser presseguido por viloes do seu passado, que o faz ter de revelar a sua identidade de forma a salvar a sua familia, mesmo que isso conduza a que tenha de revelar uma parte desconhecida da sua vida.

O argumento do filme acaba por ser o aspeto mais danoso para todo o seu resultado, que começa na falta de graça de quase todas as suas tentativas de ser engraçado ao qual se une uma intriga primaria, que nada e trabalhada ao longo de todo o filme para uma comedia de serie b com grande orçamento.

Na realizaçao temos aqui Simon Cellan Jones um obreiro de episodios de series que tem aqui a natural passagem ao cinema patrocinada por uma das produtoras que ja tinha trabalhado. O resultado e uma tarefa nem sempre bem construida mesmo para as limitaçoes e pouca ambiçao de uma comedia de estudio e nada mais.

No cast e incrivel o que a carreira de Whalberg se tornou, principalmente depois de The Departed, tornou-se monocordica, repetitiva e mesmo aquilo que achavamos graça no passado foi sendo demasiado obvio e torna-se já circunstancial. Ao seu lado Monhagan quis espaço num filme mais mediatico, mesmo sem qualquer ambição para alem disso.


O melhor - A forma como o streaming quase tornam estes filmes invisiveis.

O pior - Duas horas a tentar ser engraçado sem nunca conseguir


Avaliação - D



Wednesday, January 10, 2024

Foe

 No momento em que este projeto foi anunciado rapidamente o mesmo teve carimbo de candidato a premios principalmente por trazer um elenco com o Hype critico maximo, um realizador que ja teve na luta. O problema do filme foi que ao ser lançado as criticas foram frustrantes, com muitos a dizer que o filme tinha muita falta de coesão e coerencia. Este ponto acabou por determinar que tambem comercialmente acabou por resultar num desastre total que o filme tenta recuperar no streaming atual da Prime.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo e arriscado, que o esqueleto do filme poderia funcionar com thriller futorista mas efetivamente existem muitos buracos que ficam por preencher no filme e outras coisas que nao fazem sentido. Outro dos problemas maiores do filme acaba por ser a diferença de ritmo e de proximidade com o publico entre segmentos com prevalencia da segunda onde o filme se mostra.

Se isso faz com que o filme seja o desastre critico em que se tornou, de maneira nenhuma, mas e obvio que defrauda as expetativas que queriam Ronan e Mescal juntos como sinonimo de filme de referencia. No entanto, e sem ser um filme muito elaborado com uma mensagem muito diferenciada encaixa num mediano filme de futuro, embora caminhe para alguma previsibilidade.

E um filme mediano que ocupa as duas horas de filme, se procurarmos os falhanços do filme facilmente se encontra, mas do outro lado tambem fica a ideia que o filme consegue divertir e tem pontos em que funciona bem, como a prestaçao de Mescal, ou o volte face final.

A historia segue um casal que sofre a visita de um elemento do governo que coloca a possibilidade do elemento masculino ter de partir numa expediçao e ficar a substitui lo um clone, que contudo exige um estudo dos maneirismos e quimica de casal.

O argumento do filme na base tem alguma originalidade e algum risco, isso faz o filme ter uma historia que nos prende ao lugar, embora a sua evoluçao nunca seja a melhor com muitos buracos narrativos e mais que isso muita coisa por explicar. 

Na realizaçao Davis e um realizador que teve em Lion o seu unico filme que se aproximou do grande publico. Aqui tenta arriscar tenta ser ao mesmo tempo futorista e concetual mas falha em ambos os aspetos. Fica a ideia que na realizaçao o filme e muito menor que no cast.

E aqui que o filme tem os seus maiores trunfos. Mescal tem um excelente papel, demonstrando o bom momento de forma. Fica a ideia que o mesmo perde pelo pouco impacto do filme, ja que com outra congruencia no filme poderia ser um destaque de premios. Ronan tambem demonstra que o nivel de interpretaçao e o que melhor o filme exibe.


O melhor - A interpretaçao do duo protagonista

O pior - A forma como o filme deixa muita coisa por explicar.


Avaliação - C+



Sunday, January 07, 2024

She Came to Me

 Rebeca Miller e uma realizadora de minorias, normalmente sobre filmes romanticos que é mais conhecida pelas ligações que foi mantendo fora dos filmes, quer familiares quer romanticas do que propriamente pela sua carreira enquanto realizadora e argumentista, embora já tenha um punhado de filmes com alguma dimensão. Este ano surgiu este filme romantico, que acabou por passar despredebido, mesmo tendo um cast de primeira linha, muito por culpa de avaliações algo indiferentes ao filme. Também comercialmente o filme acabou por não ser propriamente um sucesso e apenas a musica de Springsteen agora nomeada para globo de ouro acabou por dar algumas linhas de imprensa ao filme.

Sobre o filme temos um filme que fala sobre o amor com diversas historias a cruzar-se, algo que é muito comum em filmes de segunda linha, algo previsiveis. Este filme acaba por não trazer nada de particularmente novo ao que já vimos e isso acaba por o tornar monotono, ainda para mais quando o triangulo central do filme acaba por ser um conjunto de personagens perdidas que criam pouca empatia com o publico.

Com o desenvolvimento da historia os pontos começam a ficar mais claros, ja que ao inicio parece algo confusa a forma como vai sendo introduzida personagem e dinamica a dinamica. Com a sua normalização fica a ideia que o filme poderia e deveria ser mais intenso, trabalhar mais as quimicas centrais, do que ficar no lado cinzento que acaba por ficar, que o torna num caminho demasiado previsivel.

A ideia que fica no final é que com um cast com este nivel o filme poderia aproveitar e trabalhar mais as suas personagens e assim potenciar melhor os seus atores. Fica a ideia que apenas em rasgos isolados o filme percebe a materia prima que tem, mas e pouco para um filme demasiado cinzento que efetivamente, nem no lado romantico consegue criar grandes pontes de empatia com o espetador.

A história fala de um compositor de opera sem grande inspiração creativa que consegue recuperar essa veia depois de uma aventura amorsa com uma estranha comandante de barco, que é o oposto de todo o munodo onde esta inserido.

O argumento de Miller é algo sem sabor, principalmente porque fica a ideia que não torna as personagens mais humanas, num filme que acima de tudo quer potenciar o amor. No desenvolvimento narrativo fica a ideia que nada de novo e potenciado no filme.

Miller como realizadora acaba por ser uma criadora de filmes comuns, que acabam por ser sempre medianos e este não foge desse trajeto. Tenta ir a lugares comuns sem grande risco, e parece que esta será a carreira até ao final da mesma.

No cast Dincklage e uma figura que nutre a simpatica da maior parte dos adeptos de cinema e tv que nos ultimos tempos repete demasiado as personagens e os seus maneirismos, sendo este mais uma vez o caso. Fica a ideia que principalmente Hathway e totalmente desaproveitada no filme, e Tomei e o que pensamos habitualmente dela.


O melhor - Não tenta ser mais do que um simples filme romântico


Avaliação - A forma como as personagens se distanciam do grande público.


Avaliação - C




Trolls Band Together

 Depois do sucesso do primeiro filme, e o segundo ter caido em plena explosão da pandemia de Covid 19, eis que surgiu naturalmente um terceiro filme sobre os trolls mais conhecidos do mundo, enraizado na cultura musical Pop dos nossos dias, para um publico muito concreto, este filme que acaba por ser um tributo as Boys Band que estiveram na origem da figura maior deste filme, acabou por passar com mediania pela critica. Por sua vez comercialmente os resultados foram razoaveis principalmente depois dos problemas associados ao momento do filme anterior, o qual também tinha sido mal recebido pela critica.

Sobre o filme em si podemos começar por dizer que se trata de mais do mesmo, esta saga trolls e mais comercial do que propriamente tenta contar alguma historia nova, ou original no lado mais qualitativo do cinema de animação. O filme tenta ter cor, cultura pop e figuras musicias de referência, acaba por ser o musical comercial da animaçao para ganhar dinheiro, o que acaba por conseguir, mesmo que os filmes sejam mediocres a todos os niveis.

Este e mais do mesmo, com o tema dos grupos, carreiras a solo e afins, tenta contar a historia de uma eis boys band que se tem de reunir para salvar um dos elementos. Todos ja vimos esta tematica, os momentos musicais, quer originais quer adaptações, são exaustivos, e ao contrario de outros filmes não vieram para ficar, e isso deixa o filme orfão principalmente comparando com os dois anteriores.

Por fim um filme mediocre de uma saga que esta para continuar, mais proxima das meninas e da cultura musical pop atual, mas que em termos de cinema em si trás quase nada, numa serie de cliches que efetivamente pouco ou nada melhoram o cinema de animaçao que nos ultimos tempos tem vivido muitos problemas.

A historia segue a dupla de protagonistas que tão bem conhecemos, agora com Branch a ser perseguido pelo seu passado, depois de ser procurado por um dos seus irmãos e antigo membro de uma boys band que partilharam, que o leva a aventura de tentar reunir todo o grupo.

Em termos de argumento o esperado e o pouco trabalhado do principio a fim do filme, pouca originalidade na abordagem, o cliche emocional, mas mais que isso uma serie de graçolas escritas com "apontamentos" (sic) historicos que nada fazem rir, e que em termos de evolução da historia também acaba por nada trazer.

Na realização o projeto tem ao leme uma dupla refeita com um dos elementos de base, que acaba por seguir o que foi feito nos primeiros filmes, muita cor, muita cultura pop mas pouco de novo ou de relevante em termos de cinema de animaçao. Um filme de grande estudio para ganhar dinheiro.

No cast de vozes para alem das ja conhecidas e funcionais escolhas de Kendrick e Timberlake, temos uma serie de musicos a dar voz a personagens, numa cultura musical muito propria, que afasta do cinema e associa ao pop music atual


O melhor - Timberlake e Kendrick funcionam bem musicalmente.

O pior - A pouca inovação de um filme demasiado unidirecional


Avaliação - C-



The Holdovers

 Alexander Payne é um dos realizadores que melhor consegue cativar a critica a cada filme, simplista, ou não que aborda que o tornou num caso unico de um cineasta unico, que conta apenas num incompreendido Downsizing como dos poucos filmes que não cativou a critica mais feroz. Pois bem este ano as coisas voltaram a correr bem, com avaliações criticas unicas que coloca o filme na parte da frente dos candidatos a premios, e comercialmente um resultado consistente para um filme com menos ambições neste propósito.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata de uma comedia dramatica, que se pode rapidamente tornar num classico de natal. E um filme que mistura emoções realizado como se fossemos transportados para os anos 70, cheio de subtileza que faz com que tenhamos personagens que se aproximam de nós, nos falam rir, numa quimica nada habitual, algo que o realizador tão bem ja tinha feito em Nebraska e que volta a fazer aqui como poucos conseguem.

O que é diferente no filme, desde logo a simplicidade da historia sobre ligação entre desalinhados, o humor dos detalhes do dialogo, não sendo declaradamente humiristico faz-nos rir, a forma como não esconde o lado dramatico, e os promenores que são apontamentos de assinatura como o olho e as doenças da personagem central, ou mais que isso a capacidade do filme nos fazer aproximar de pessoas que temos nas nossas vidas e que gostamos de apelidar de diferentes.

The Holdovers e um grande filme, poderá não ser o melhor de Payne, eu pessoalmente prefiro Nebraska, mas é um classico de natal na forma como vai a essencia da quadra naquilo que une as pessoas. E um filme de risco no tipo de imagem mas mais que isso na forma como os dialogos se tornam quase uma lingua propria entre personagens. Podemos dizer que e algo previsivel, mas que funciona totalmente na toada que quer ter.

A historia segue um professor anti social, um aluno numa fase familiar muito complexa e uma cozinheira em luto que permanecem sozinhos nas instalações de um colegio durante a epoca natalicia, e onde apenas se tem uns aos outros para tamanha quadra.

O argumento e o prato forte do filme, a forma subtil como Payne toque em apontamentos completamente detalhados e fortes. O humor subtil, e a linguagem propria entre as personagens faz deste filme talvez o melhor argumento do ano até ao momento, e um serio candidato a premiar o que melhor Payne faz, escrever.

Tambem na realizaçao com subtileza temos promenores que merecem ser sublinhandos, como o facto do filme ter sido todo ele feito sem qualaquer efeito, com cenarios reais e conseguir nos levar para os anos 70 com toda a facilidade. Payne como realizador não é vistoso mas tem uma profundidade de encaixar as personagens sempre no sitio certo.

No cast Giamatti brilha do primeiro ao ultimo minuto, ninguem percebe tão bem o que Payne quer das suas personagens como ele, e aqui merece o destaque, e quem sabe algo mais, e a pauta do filme, sempre auxiliado por Sessa em estreia que surpreende pela intensidade e uma Joy Randolph encaminhada para um oscar pela sua leveza e intensidade de alguns momentos.


O melhor - A capacidade do filme expressar uma grande diversidade de emoçoes.

O pior - Pode conduzir para alguma previsibilidade


Avaliação - B+



Saturday, January 06, 2024

The Hunger Games: The Ballad of Songbirds and Snakes

 Depois de a primeira leva da saga se ter tornado num sucesso instantaneo do cinema, muito por culpa de um primeiro filme bastante eficaz e uma protagonista que se tornou numa figura de referencia em Hollywood eis que surge a sua prequela baseada na personagem vila da primeira parte da saga, apostada em trazer de novo os jogos de fome para a ordem do dia no cinema. Este novo filme, sob a orientaçao de Lawrence que ja tinha orquestrado grande parte dos primeiros filmes passou na critica com mediania, mas comercialmente o filme resultou ficando a ideia que outros se vao seguir num universo com muitos fas nas gerações mais pequenas.

Sobre o filme, o primeiro ponto que salta logo a vista e a longa duração do filme dividido em tres capitulos mas que é um exagero principalmente porque a intriga do filme e demasiado repetitiva para conseguir aguentar uma duração tao elevada, desde logo porque na base o filme não e tão repleto de informaçao e mais que isso porque so no ultimo capitulo parece encontrar as personagens que tanto procura na fase inicial.

Um dos apontamentos que melhor eram trabalhados nos primeiros filmes era a ligação de um filme epico futorista com alguns apontamentos que efetivamente denunciavam o que poderiam ser os vicios vigentes desta sociedade. Aqui temos menos isso, a tentativa de fazer um filme antigo moderno nem sempre é eficaz e fica a ideia que o filme se perde um pouco no conceito estetico que quer ter, mesmo tendo alguns dos tiques mais relevantes do primeiro filme.

Assim temos uma tentativa de reanimar um projeto mas fica clara ideia que tirando os momentos musicais patrocinados pela voz de Zegler e no final algum twist o filme está sempre num lume morno que não consegue ser particularmente apelativo para os espetadores e mesmo em termos tecnicos sendo uma grande aposta de estudio sabe a pouco o risco que o filme tem. Fica a ideia que nao quer arriscar demasiado com medo de um floop grande.

A historia segue Corolanius Snow o vilao da primeira saga ainda como estudante do capitolio e a forma como o mesmo acabou por apadrinhar um tributo do 12 distrito com quem cria uma liugação maior e que podera colocar em causa os objetivos que delineou para ele.

O argumento do filme tenta ser a base do vilao da primeira saga, mas torna-se num filme longo em que durante a maior parte do tempo nada fornece de substancial. Acorda no terceiro periodo, ja tarde com uma intriga mais construida, mas sabe a pouco principalmente comparando com os primeiros filmes da saga.

Na realizaçao Lawrence nos ultimos anos dedicou a carreira por completo a esta saga, sendo os filmes realizador depois filmes menores, alguns mesmo com muitos problemas criticos. Aqui parece menos ambicioso, mesmo em termos esteticos do que nos primeiros filmes da saga. E uma tarefa e trata-a como tal.

Uma das grandes fronteiras que o filme teria era alimentar Hunger Games sem Jeniffer Lawrence, e se em  termos femininos Zegler acaba por ser uma escolha eficaz, aproveitando o lado musical que acaba por ser o que de melhor tem. Na escolha para o interprete central, a escolha recaiu num quase desconhecido Tom Blyth que nem sempre funciona, e uma interpretaçao vai de menos a mais, mas fica a sensação que o filme merecia alguem que preenchesse mais espaço.


O melhor - O lado musical de Zegler

O pior - Fica a ideia que o filme demora muito tempo a encontrar algo que consiga trabalhar


Avaliação - C



Thursday, January 04, 2024

Thanksgiving

 Pode um trailer do já distante Grindhouse se tornar num filme, a resposta é pode demorar mas aconteceu, o trailer que Eli Roth lançou na produção de Tarantino e Rodriguez, viu a luz do dia embora com uma roupagem totalmente diferente da qual apenas ficou o nome. Sob o estilo sempre exagerado do realizador, mas mais que isso num regresso a terror adolescente o filme marcou a época festiva em questão americana com resultados críticos razoáveis, algo que Roth nem sempre consegue, sendo que do ponto de vista comercial as coisas correram bem, sem grandes alaridos, mas também estamos a falar de um filme sem grandes figuras para este potenciar comercial.

Sobre o filme para os que conhecem o tipo de cinema de terror de Eli Roth temos o filme esperado, muito sangue, muito horror, muito exagero num filme de horror adolescente onde não sabemos quem é o assassino que vai matando um a um, com uma mascara que funciona, mas pouco mais, acabando por o desfecho não ser tão surpreendente como o filme faz querer, e o horror acaba por ser muitas vezes mais cómico e sem sentido do que propriamente horror em si.

O filme é exagerado, muitas vezes este tipo de filmes funciona em adolescentes a querer provar a sua coragem, embora aqui o exagero do sangue e todos os excessos sejam sempre potenciados pelo exagero do que propriamente pela capacidade de provocar grande sustos ao espetador, o que nunca acontece. Onde me parece que Roth melhor funciona e na parodia e no exagero da loucura americana pelo Black Friday.

Por tudo isto um filme de consumo rápido de um realizador que nunca comprovou o talento dos seus padrinhos, fica mesmo a ideia que este tipo de comedia de terror que se torna os seus filmes e uma fuga para a falta de talento para filmes maiores. Este tipo de filmes funciona junto do publico alvo, mas pouco mais, já que tudo o resto e de desgaste rápido e de gosto, no mínimo, duvidoso.

A historia fala de um acidente numa loja em Black Friday que levou a diversas mortes, até que no ano seguinte, um mascarado acaba por começar a matar todos os envolvidos nesse acidente lançando o caos numa pequena cidade americana.

O argumento do filme é o tipico do assassino escondido mascarado, um acontecimento despoleta os homicidios e depois e o exagero total de cada morte para impressionar o espetador, mesmo que a resoluçao de tudo acabe por ser do mais expetavel.

Na realização Roth é muito gráfico no seu horror mas pouco mais do que isso os seus filmes tem. Ficamos com a ideia que adora explorar o horror mas pouco mais. Fica a ideia que e o parente pobre dos seus amigos, e que este tipo de filmes e o escape para manter o seu tipo de cinema presente.

No cast temos um conjunto de jovens a procura das suas oportunidades, embora sem o ter conseguido ainda se afirmar. Neste tipo de filmes nada é particularmente potenciado nos jovens atores. No que diz respeito aos consagrados temos apenas a presença de Dempsey, que acaba por demonstrar os motivos pelos quais não passou de um ator de segunda linha.


O melhor - As sequencias de loucura do Black Friday

O pior - O exagero gráfico sempre presente em Roth


Avaliação - C-




Wednesday, January 03, 2024

Saltburn

 No momento em que saiu estalou a polemica pela quantidade inacreditavel de sequencias muito pouco cinematograficas que o filme contem, disposto a colocar e reboliço todos os tradicionalistas de Hollywood. O filme que estreou com mais polemica do que louvores criticos, mesmo assim passou no teste e comercialmente tornou-se num fenomeno principalmente da Amazon, aproveitando o ruido em torno das suas sequencias.

Sobre o filme podemos dizer que o que mais salta à vista são as sequencias impensáveis de sexo e nudez, que leva aos limites totais do ser humano. Todos podem pensar que é do mais nojento e visceral, outros levam para a profundidade e para a loucura subjacente ao personagem central e aos seus objetivos. O filme parece ir mais de encontro por todo o processo ao segundo ponto e nisso o filme é excelente na forma como escala a intensidade do mesmo, sempre personificado numa excelente construçao de Keogahn,

Claro que o filme choca, claro que esse tipo de exagero se calhar tira algum brilho a ironia de alguns dialogos que passam para segundo plano, e nisso nao sei se as opçoes foram as melhores. E obvio que temos um filme que coloca de lado muitos dos promenores que o colocam como quase impossivel, mas isso não retira o brilhantismo de alguns dialogos ou mesmo na forma muito grafica com que Fennelll ficam cada segmento com a sua propria virtude.

Por tudo isto Saltburn pode não ser o melhor filme do ano, que não é certamente, mas é sem duvida alguma o filme mais polemico do ano porque vai onde pouco conseguira ir com coragem. Certo e que foi longe demais e que o excesso de picante tira o sabor do que de melhor o filme nos dá, que são os dialogos e o parentises dos ricos, mas no final temos um filme diferente que nos agrada pelo menos no lado insolito.

A historia fala de um individuo ambicioso que acaba por ser adotado por um colega de universidade popular de familias ricas com quem embarca num verão inesquecivel conhecendo as particularidades da sua familiar.

O argumento tem uma base simples, mas no detalhe diferencia-se, e nao tanto no exagero da sexualidade grafica mas acima de tudo nas particularidades dos dialogos principalmente quando o filme entra em Saltburn. Na intriga o filme pode ser algo previsivel mas o resultado e diferenciado.

Na realizaçao Fennell ja tinha surpreendido com o estranho Promising Young Woman, e aqui vai mais longe em todos os aspetos, mesmo em termos graficos. E uma realizadora pouco convencional com coragem que começa a ganhar um espaço proprio que os proximos filmes podem ainda mais cultivar.

No cast as escolhas são brutais, Keoghan domina o filme do primeiro ao ultimo minuto com uma construçao inacreditavel que fazem dele de forma facil um dos melhores atores da sua geração. No resto do cast louvores para uma Pike que encaixa perfeitamente o esteriotipo da mulher rica e um Grant sempre perfeito neste tipo de construçoes.


O melhor - Os dialogos

O pior - Podem ficar atrás das polemicas das sequencias mais estranhas.


Avaliação - B+