Saturday, July 29, 2023

Thev Cloned Tyrone

 A Netflix tem estado em 2023 algo mais cautelosa no número do projetos e acima de tudo nos projetos com figuras de primeira linha algo que parece ser um claro abrandar do ritmo de uma distribuidora com cada vez mais concorrencia. Este filme foi uma das grandes apostas, num misto de comedia racial com sci fi que ao contrario da maior parte dos projetos da Netflix acabou por surpreender pela critica com avaliações muito positivas. Comercialmente uma grande aposta da Netflix e sempre sinonimo de sucesso.

Sobre o filme podemos dizer que não é um filme facil de perceber pela mistura total de generos que a primeira vista parecem ser totalmente autonomos. O filme começa bem, com humor, com situações completamente disruptivas, mas tudo acaba por ter o seu ponto de viragem quando percebemos que o filme não é propriamente aquilo que estamos a ver, e ai o filme perde qualidade, torna-se confuso, náo consegue na maior parte do tempo aguentar o ritmo de entertenimento e necessita de se alongar de mais.

E obvio que o filme tem mais valias que se devem sublinhar. Arrisca num argumento nada obvio, tem graça em alguns contextos, é bem interpretado, mas no final fica a sensação que é mais estranho do que funcional, que tudo é uma mistura demasiado grande para o resultado final ser aquilo que o publico quer. Nota-se trabalho e ambição, mas a comunicação do que se quer com o espetador deveria ser mais facil.

Trata-se de um projeto rebelde da Netflix, algo distante do que normalmente observamos na aplicação que da primazia a filmes mais simples de desgaste rapido junto do espetador. Aqui temos um filme complicado, que tem um humor de filme de massas mas no final, e espremido o que realmente o filme quer contar fica a ideia que muitas coisas poderiam ser melhor tratadas e articuladas mas sem tirar o merito da diferença.

A historia segue um trio estranho, constituido por um bandido, um chulo e uma prostituta que percebem que algo de estranho corre no mundo onde vivem, e que poderão ser algo de uma experiencia social bem maior do que a realidade onde vivem.

O argumento é ambicioso, pela mistura de generos mas acima de tudo pela mistura de conceitos. Fica a ideia que o filme fica sempre mais confortavel na comedia simples de personagens, do que na explicação ou mesmo aplicação da base ideologica que o filme quer ter. FIca na retina que a ideia e mais ambiciosa do que a sua execução.

Na realizaçao do projeto Juel Taylor e algo desconhecido mas fica com o reconhecimento de ter conseguido efetivamente algo que anteriormente poucos conseguiram que é um sucesso de verão da Netflix. O filme e ambicioso, em termos de realização falta alguma ambiçao artistica de um filme demasiado proximo das comedias de costume afro americanas, mesmo que o tema fosse totalmente distinto.

No casty Boyega está a tornar-se num ator de primeira linha, pela presença e versatilidade dos seus personagens. Aqui tem presença, mudanças de registo e comanda o filme, num dos segmentos em que fica a ideia que o filme melhor funciona, bem auxiliado pelo lado descontraido de Foxx, e pelo ritmo aplicado por Parris.


O melhor - Boyega em grande forma

O pior - Fica a ideia que o plano deveria ser melhor transmitido do que efetivamente foi.


Avaliação - C+



Thursday, July 27, 2023

Blackberry

 Num ano que está marcado por adaptações coorporativais eis que surge mais um filme sobre os avanços e recuos de uma das empresas de tecnologias mais marcantes dos últimos tempos. Falo da canadiana Blackberry que revolucionou o coorporativismo e a ligação aos Smartphones mas que se viu totalmente ultrapassada pela evolução dos seus competidores. Em termos críticos o filme acabou por ter bons resultados num contexto algo indie, contudo comercialmente na falta de figuras de primeira linha o resultado comercialmente ficou um pouco àquem, mesmo com toda a dimensão comercial da marca.

Sobre o filme podemos dizer que é lento, e nem sempre muito forte na perceção do desenvolvimento da marca. Fica com a ideia do impacto empresarial da narrativa, e do avanço, torna-se mais confuso e acima de tudo menos direto no recuo e na forma como a marca foi sendo ultrapassado. Fica também a ideia que o filme fica algo perdido entre glorificar os feitos ou sublinhar os defeitos.

Por tudo isto fica a ideia que Blackberry nem sempre é perfeito no tom que encontra para contar a sua história, principalmente algo confuso nos avanços e recuos da história. Existe momentos em que ficamos com a sensação que o filme quer tornar como heróis os seus criadores, outros em que fica a clara sensação que não o faz, ficando a ideia que fica sempre algo solto a ideia do que realmente a historia quer sublinhar.

Mais um drama entreprise da moda de 2023, longe do sucesso ou pelo menos do impacto da comunicação com o publico de outros filmes com tematicas proximas. A historia da Blackberry é surpreendente mas ao mesmo tempo difuso. Sente-se que o filme não consegue na maior parte do seu tempo ser ritmado, e que os "bonecos" dos personagens demasiado esteriotipados, mas isso não deixa de fazer vincar a história do filme como interessante.

A historia segue no desenvolvimento e explosão da Blackberry na forma de comunicar e principalmente na ligação dos telefones e da internet. O filme fala também no dominio e a queda posterior que acabou por acontecer no seu dominio.

O argumento do filme fala do histórico de conquistas e retrocessos da empresa Blackberry, na forma factual conhecida mas acaba por ser menos interessante no que diz respeito a personagens e conflitos entre as mesmas. Os dialogos parecem meramente contextuais para a historia mais abrangente que o filme quer contar.

Na realização do projeto Matt Johnson tem aqui um projeto semelhante numa carreira indie de meio da tabela. No que diz respeito a sua forma, tem muitos pontos próximos do que habitualmente os filmes mais independentes usam em biopic, com uma boa contextualização de imagem e espacial, mas fica perfeitamente percetivel que nao se trata de uma produçao de primeira linha.

No cast o filme fica orfão de atores de primeira linha Baruchel, tenta quebrar a imagem de figura de referência, quando na verdade parece sempre apenas alguem com cabelo estranho. Johnsson enquanto actor fica sempre mais focado na excentricidade da sua personagem do que em algo mais, e finalmente Howerton, que acaba por ter o melhor papel e o mais empatico do filme.


O melhor - A historia que o filme conta.


O pior - Nao escolha quase sempre a melhor forma de comunicar


Avaliação - C



Monday, July 24, 2023

Rye Lane

 Uma das apostas indie mais valorizadas pela critica neste inicio de ano foi esta pequena comedia romantica produzida pela Searchlight, sobre dois jovens que se juntam num dia depois das respetivas desilusões amorosas. Este filme o qual esta disponivel na Disney +, pela aplicação Star, foi bem recebido pela critica o que lhe valeu a nomeaçao para melhor filme indie nos premios intermedios do ano. Comercialmente a falta de figuras conhecidas acabou por levar o filme a resultados medianos, mesmo assim ultrapassando a mitica fasquia do milhao.

Sobre o filme pode ser que a primeira vista este filme tenha a historia mais semelhante as outras no que a comedias romanticas diz respeito, o velho cliche de dois desiludidos que se juntam para se vingarem dos seus ex e acabam por ser apaixonar. Basicamente e em sintese esta é a historia deste filme, contudo o processo ate chegar ate la é produtivo.

E tudo começa na forma de filmar, o filme é arrojado entrando em algumas cenas na propria mente e imaginação dos espetadores que dá sequencias bem filmadas como a da peça de trabalho a exibir a relação antiga da protagonista feminina. Isso da ao filme um lado independente que o separa e diferencia da historia muito basica que o filme nos seus elementos mais brutos acaba por ter.

Mas por outro lado o filme também funciona como comedia, com alguns elementos muito trabalhados para isso como a personagem do novo namorado da ex dele, ou mesmo a familia do ex dela, são elementos que premitem o filme ir para um terreno comico declarado sem nunca deixar de ser um filme romantico. Podemos dizer que é um primo afastado de Before Sunrise sem a clara riqueza de dialogos, mas a base e bem aproximada.

A historia segue dois jovens que se conhecem numa estranha exposição de fotografia que acabam por embarcar num dia em conjunto onde acabaram por interagir com os respetivos ex, os quais encontram-se ainda bem presentes em ambos, e torna-se num dia para não esquecer.

A base do filme é obviamente repetitiva e o filme sabe perfeitamente disso, dai que tente apetrechar o filme de outros elementos, como uma realização singular e termos de camara, com clara influencia indie, com o risco em algumas sequencias, o que em termos de argumento não se denota muito, mas acaba por ser presentre nos outros elementos.

Este e o filme que marca a estreia de Reine Allan Miller uma desconhecida realizadora, que tem aqui um otimo cartão de visita, acima de tudo por ter feito um filme bem acima da media de uma historia normal e muito usada e acima de tudo pela forma de ter assinado o filme com detalhes de realizaçao que muitas vezes custam a aparecer em estreias. Uma realizadora a seguir.

No cast temos pouco de conhecido, uma dupla de quase desconhecidos que tem papeis normais, fica a ideia que é um dos capitulos onde ambas as personagens, principalmente a dele poderiam ficar a ganhar com escolhas mais carismaticas, isso deixa o filme brilhar ou atuar noutros elementos, mas a quimica de um casal e sempre otimo numa comedia romantica, e principalmente David Jonsson sente-se algo perdido no espaço.


O melhor - Alguns detalhes de realização arriscados.

O pior - Um filme curto com a base a ser igual a diversas comedias romanticas de diversos niveis de qualidade


Avaliação - B-



Barbie

 Desde o momento em que foi lançado se percebeu que Barbie seria do filme mais iconico do ano, quer porque se trata do primeiro live action da boneca mais conhecida do mundo, mas por outro lado também o facto de ser uma mega produçao com mega estrelas e que acima de tudo conseguiu chamar para o leme uma realizadora da primeira linha da critica norte americana. O filme resultou em toda a linha, desde logo comercialmente onde parece estar a caminho de todos os records, mas tambem criticamente onde Gerwing conseguiu cativar os mais ceticos com a sua narrativa.

Sobre o filme podemos dizer que Barbie é muito mais um filme de autor sobre a boneca, do que um filme da boneca com autora, e isso faz com que o filme tenha elementos variados que independentemente da fama do brinquedo faz com que o filme seja competente a todos os niveis, esteticamente impressionante, narrativamente rico e com uma mensagem muito claro, e do ponto de vista concetual a forma facil com que conseguiu ser uma otima abordagem de um filme que se queria comercia.

o Filme assume o papel de comedia na maior parte do tempo recorrendo ao absurdo para fazer funcionar e isso aconteceu principalmente na forma como faz o projeto se aproximar do espetador. Mas o filme não fica por ai e tenta ser um filme sobre os papeis de genero, sobre a mensagem da barbie no mundo das mulheres num projeto artistico, concetual que tem a sorte de ter um tema que torna tudo mediatico.

Podemos dizer que é um filme completo que serve todos os propositos, com o lado sedutor estetico até ao lado mais intenso de uma narrativa que não fica apenas pela historia que conta mas pela mensagem que quer contar, e isso torna o filme num dos melhores produtos ate ao momento. Não é um filme para os mais pequenos, mas sim um filme para adultos que querem crescer.

A historia segue a boneca esteriotipada da Barbie, que começa a ter pensamentos nada condizente com a terra da barbie e tem de ir procurar respostas no mundo real, embarcando nessa aventura com o seu paixonado o de sempre boneco Ken.

O argumento do filme começa a conduzir o filme para outros lados para alem do simples filmes sobre a boneca. È original na abordagem, engraçado no geral e curioso nos promenores e tem uma mensagem bem assumida como a maior parte dos filmes de primeira linha deve ter, ainda para mais tem o argumento comercial chamado Barbie.

No que diz respeito a realização Gerwing depois de alguns sucessos mais criticos tinha aqui o olho de falcão sobre ela, e concretiza em toda a linha. O filme é bonito, esta muito do espirito barbie bem presente e acima de tudo consegue ter o impacto de um filme adulto com contexo de criança, muito proximo do que o seu companheiro faz na maior parte dos seus filmes. Para mim o melhor trabalho da realizadora.

No cast o filme trás duas figuras de primeira linha para encabeçar o filme. Robbie funciona esteticamente, embora o filme até coloque a sua personagem como uma presença não vincada, deixando que seja o Ken de Gosling a ter mais protagonismo principalmente humoristicamente onde o ator demonstra ter uma capacidade quase unica,


O melhor - A capacidade de fazer um filme competente e adulto no tema mais infantil que se pode recordar.

O pior - Nao e um filme de crianças e isso podera defraudar a expetativa dos mais pequenos.


Avaliação - B+



Saturday, July 22, 2023

You Hurt My Feelings

 Julia Louise Dreyfus é a mãe das comédias de circunstância algo que pautaram a sua carreira quer na televisão, onde teve claramente mais sucesso, como no cinema, onde foi colecionando obras singulares, simplistas sobre o dia a dia das relações, e que normalmente são bem recebidas pela critica. Este ano surgiu este novo projeto da atriz, que novamente foi muito bem recebido pela critica, e presente nos novos premios de Midseason. COmercialmente o filme parece ter ficado acima das expetativas, já que se trata de um claro filme de minorias.

O filme fala de situações comuns do dia a dia e da intensidade que as mesmas podem ser levadas. O curioso do filme, é que mesmo não tendo uma intriga com elementos de impacto elevado aquilo é bastante real nas diferentes interações familiares e como casais. O filme tem a particularidade de ir buscar o conflito no suporte, e na forma como as personagens tentam ser apoios uma das outras, e isso é que torna a dinamica narrativa do filme bastante curiosa.

Claro que é um filme lento, que em termos de humor, nunca nos leva às gargalhadas, sendo sempre mais ligeiro do que propriamente divertido, muito na onda do que a atriz e co produtora foi lançando sempre que regressa ao cinema para nos dar alguns projetos com muitas aproximaçoes uns dos outros mas sempre com muito contacto com uma realidade diaria de muitas familiar.

Por isso este e um curioso filme, para ver descontraido numa tarde, o qual nos deixa curioso, e nos representa em alguns elementos e pensamentos, sem a noção que vamos ver uma obra de arte em termos visuais ou mesmo de argumento, parece claramente ser um filme mais curioso e eficaz do que fantastico.

A historia segue um casal completamente encaixado, que sofre um reves na relação quando a mulher ouve de forma acidental o marido a referir que não gosta do novo livro dela, quando sempre lhe transmitiu o contrário levando a uma crise de confiança, que abalará todos os contactos familiares à vonta do casal.

O argumento é inteligente mais do que brilhante. Espelhar o quotodiano e os espetadores verem-se representados facilmente no filme é uma habilidade, mesmo que a historia de base e as personagens sejam simples. Existe alguma tentativa de alguma rebeldia criativa em algumas personagens que não penso que tenha surtido o efeito comico desejado.

Na realizaçao Nicole Holofecener é uma experiente realizadora de TV que de tempos em tempos exprimenta filmes simples para o cinema, e que normalmente são acarinhados como já tinha acontecido com Enough Said, com a mesma atriz. Os filmes sao simples, familiares, mas essa é a aproximação que melhor funciona tendo em conta os temas do filme.

No cast Dreyfus encaixa perfeitamente na personagem, que vai de encontro ao seu estilo mais ligeiro, mais proximo do que sempre fez em cinema. Ao seu lado o protagonismo vai para Tobias Menzies um ator normalmente de segundo plano, normalmente mais formal e rigido nos papeis que encaixa bem neste simpatico pai de familia, que tenta ser a união de todos.

O melhor - O paralelismo com a realidade.

O pior - Fica a perceção que o filme tenta ser mais engraçado do que efetivamente é


Avaliação - B-



Friday, July 21, 2023

Transformers: Rise of the Beast

 Depois de ao longo do tempo a saga dos Robot alieanisnas terem perdido todo o impacto comercial, de forma a que até o próprio Michael Bay abandonou a franquia eis que surge mais um capitulo com novos personagens, um novo conceito com a introdução de animais robotizados, mas o mesmo estilo. Criticamente, com exceção do primeiro nunca foi própriamente uma francia reconhecida e comercialmente com o abandono do lado surpreendente e da presença de primeiras figuras os resultados abrandaram e aqui novamente o fez.

Eu confesso que achei o primeiro filme da saga um bom ato de entertenimento quer pelo humor, mas acima de tudo pelo caracter ligeiro quase introdutorio, quando se tornou numa guerra fisica de maquinas e efeitos acabou por ser apenas filmes visuais, longos com muito pouco conteúdo que se tornou mesmo dificil de conseguir seguir com atenção. Este novo filme vem com a vantagem de ser ligeiramente mais curto, mas efetivamente com as mesmas dificuldades.

A introduçao da nova personagem robotica, "mirage" faz no inicio do filme parecer que vamos ter aquele humor infanto juvenil que teve muito presente no primeiro filme, mas tudo isso acaba por ser abandonado pelo metal contra metal, pelas longas e sem trajeto situações de batalha continua e com a previsibilidade de um guião que exclusivamente pensa em dinheiro em toda a sua duração.

Por tudo isto parece que Transformers será daqueles franchisings que serão lançados apenas para marcar presença que irão filme após filme perder todo o impacto que ja tiveram a todos os niveis mas que acaba sempre por ser um lançamento forte de verão. O cinema necessita de novas abordagens, com novos conceitos e este não é certamente um deles.

O filme fala na luta vinda para o nosso pais, e uma tentativa de exibir, quem sabe o inicio de tudo que vimos depois. O filme fala na luta de frações com a interferencia de alguns humanos que são apanhados a meio de caminho na tentativa de um lado encontrar a chave que lhes possa dar poder total e provavelmente a extinção de muitos.

Em termos de argumento na base os Transformers não s´não variam como repetem elementos. Aqui temos novamente dois lados bem fracionados, o lado humano mais sentimental, algum humor e muita ação. O problem e que tudo e trabalhado pelo lado mais basico de cada um desses pontos.

No que diz respeito à realização a assinatura é de Steve Caple Jr, um jovem realizador afro americano que vem efetivamente de um lado mais comercial, que ja tinha tido a batuta do segundo capitulo de Creed. Aqui tem os efeitos ao seu dispor mas não consegue dar qualquer assinatura ao seu trabalho e normalmente esse é o caminho seguido pelo tarefeiro de base.

No cast o filme da o protagonismo a Antony Ramos, depois do sucesso como ator de musical, tenta dar aqui uma vertente de heroi de ação que não encaixa no estilo do ator, e o filme sofre com isso. Ao seu lado Dominique Fishback parece também sempre algo perdida na sua personagem


O melhor - A introduçao das figuras humanas que faz lembrar alguns pontos do primeiro filme.


O pior - Abandonarem rapidamente esse apontamento para metal contra metal


Avaliação - D+



Sunday, July 16, 2023

Elemental

A Pixar foi durante grande parte das ultimas duas decadas a referência completa no mundo de animaçao. COntudo nos ultimos anos tem perdido algum do fulgor colecionando filmes menos vistosos do ponto de vista critico, que se tem traduzido tambem em algumas desiusões comerciais. Este novo filme sobre o mundo dos elementos acabou por ate conseguir resistir a critica com avaliações essencialmente positivas, mas longe da unanimidade da maior parte dos projetos. Do ponto de vista comercial as coisas ficaram muito aquem com resultados muito longe do padrão pixar.

Sobre o filme podemos dizer que tecnologicamente ninguem consegue se aproximar do que a Pixar faz, na criação e adaptaçao de mundos, na estetica visual o filme é a vanguarda total da animação que normalmente e pautada pelo lançamento de verão da produtora. Temos evolução, atualidade e muita beleza colorida que torna tecnicamente o filme de nivel altissimo.

A originalidade da historia ou do conceito também merece algum sublinhando embora fique sempre a ideia que o filme é algo repetitivo e que lhe falta uma linhagem central de intriga que alimente o filme ou o grosso do filme, acabando o filme por ser a mais que expectavel comedia romantica que ainda não tinha chegado a Pixar, sendo que provavelmente o publico alvo dos projetos e muito pequeno para entender um conceito deste.

O filme toca outros pontos, ainda que de forma mais metaforica como a diferença e a inclusão, mas esses pontos são mera referências naquilo que o filme acaba por trabalhar melhor que é o amor na diferença cultural, mesmo assim o filme acaba por ter uma narrativa simplista para o que de melhor a Pixar ja fez.

O filme leva-nos para o mundo dos elementos e acima de tudo na ligação criada entre uma ambiciosa jovem fogo com um jovem àgua, as expetativas e o encontro entre ambos sendo estes de duas comunidades completamente opostas.

O argumento e simplista e a primeira historia de amor declarada da Pixar que assume isso do primeiro ao ultimo minuto como o filme e escrito. E claro que o filme tem muitas pontes para temos atuais, que os toca com clareza como a pressão dos pais, diferença cultura e inclusão, mas a historia acaba por ser básica demais para o patamar da produtora.

Na realização do projeto a batuta foi entregue a Peter Sohn, que ja tinha sido o diretor da VIagem de Arlo, um dos filmes interessantes dos ultimos tempos. Aqui temos evolução e cor embora não tenhamos propriamente arte e uma abordagem diferenciada. E um bom tarefeiro da Pixar mas não esta propriamente no lado dos filmes historicos.

No cast de vozes como assisti a versão portuguesa nao posso abordar as escolhas na versão original. No lado nacional cumpre sem grandes sublinhados.


O melhor - O nivel tecnico da Pixar e os temas que toca.

O pior - O lado romantico pode ser algo demasiado abastrato para crianças mais pequenas


Avaliaçãoi - B-



Master Gardener

 Paul Schrader é um dos realizadores e argumentistas mais polémicos de Hollywood, que tem desde cedo nas suas colaborações com Martin Scrocese os seus títulos mais respeitados como argumentista, mas nos últimos anos ganhou alguma dimensão também como realizador principalmente junto da critica. Produzido em 2022 mas so lançado em 2023 surgiu o seu novo projeto que junta flores e odio racial. Em termos criticos a avaliação foi positiva embora algo longe do que conseguiu nos seus projetos mais recentes. Do ponto de vista comercial não é claramente um filme de massas e o resultado tornou-se apenas rudimentar.

O filme começa como a maior parte dos filmes independentes começam a introduzir as flores na metáfora que o filme quer levar ate ao fim como contraponto da violência e a natureza central da personagem central. Essa dicotomia é interessante sem que o filme a potencie ao maximo as diferenças entre os pontos do filme. Nota-se que o filme vai muito nos temas que fizeram Schrader um argumentista de primeira linha, concretamente sobre os polos diferentes das personagens e nisso o filme acaba por funcionar ainda que menos do que outros filmes por ele escritos.

No ponto de vista da dimensão irrealista que a determinados momentos pautam os climax dos seus filmes o filme acaba por aqui ser menos vistoso com apenas uma cena curta que da quase como assinatura mas que é abandonada no restante do filme. FIca a ideia que o filme e mesmo a ideia de redenção e de fantasmas do passado poderia ser muito melhor potenciado numa historia mais energetica, embora se perceba que este e o estilo do realizador.

Por tudo isto sai um filme com uma boa base de historia, realizada e interpretada com competencia, que no lado da historia de amor, demonstra alguma dificuldade em ter impacto, e isso poderia levar o filme, caso funcionasse para outros patamares. Nao obstante temos um filme que cumpre, sem nos surpreender e que principalmente podera defraudar por ser muito terreo quando comparado com o que ja vimos deste realizador.

A historia segue um jardineiro responsavel pelo jardim de uma casa com um passado ligado a crimes de odio racial, que de repente ve chegar ao seu grupo de trabalho uma jovem de cor com quem se vai ligando colocando em causa tudo aquilo que sempre pensou.

O argumento tem temas impactantes que acabam por ser tratados de forma algo simplista. FIca a ideia que e quase um America Proibida em versão slow. As analogias com flores nem sempre são obvias mas fica essa dualidade concetual que marca o filme.

Sobre Schrader como realizador parece claro que como escritor tem muito mais impacto do que como realizador embora tenha adotado uma assinatura de imaginario romantico na maioria de todos os seus filmes que são escuros como as personagens mas sem o impacto para o tornar uma figura de referencia como realiazador.

Joel Edergton e a escolha para esta personagem sombria. Schrader procura sempre atores versateis que funcionem bem no lado mais silencioso e escondido como expludam para o lado dramatico, o ator ter estas caracteristicas embora o filme não as explore principalmente comparado com outros filmes que ja vimos do mesmo autor. Ao seu lado temos uma QUintessa Swindell que parece demasiado pequena para o papel.


O melhor - A analogia das flores e a beleza de algumas imagens.

O pior - Muito low profile quando comparado com outros filmes escritos por Schrader


Avaliação - C+



Saturday, July 15, 2023

The Blackening

 Uma das apostas produzidas em 2022 mas que viu a luz do dia apenas em 2023 foi esta comedia de terror, com muitas menções raciais, realizadas por um dos realizadores mais mediaticos de uma cultura afro americana com algum impacto no cinema atual. Apesar de algum atraso na divulgação do filme o mesmo funcionou do ponto de vista critico com avaliações positivas, ja do ponto de vista comercial, mesmo enraizado num estilo de cinema com alguns seguidores os resultados foram suficientes.

Sobre o filme temos uma mistura de generos entre a comedia racial que ao longo dos anos foi ganhando dimensão e adeptos com um ligeiro terror, principalmente do lado de quem é o assassino numa casa de férias. O estilo do filme é muito igual ao que se tem feito com esta abordagem com a diferença que o filme nunca tenta horrorizar, neste particular fica a ideia de um estilo de massas que o filme quer adotar, que tira algum impacto das imagens neste segmento.

No que diz respeito a comedia, o filme vai buscar muito do lado comico racial com alguns cliches e alguns apontamentos, especialmente de dialogo que acabam por funcionar mas pouco mais. Nao e um filme para nos levar as lagrimas de tanto rir, sendo bem disposto, mas sem conteudo nas outras vertentes para o fazer diferenciar.

Ou seja um filme comercial, dentro de uma cultura muito propria que fez Story ser um realizador com alguma dimensão comercial, que acaba por ir dentro do esperado sem nenhum elemento particularmente diferenciador. Acima de tudo fica a ideia que um filme simples, para desgaste rapido e pouco mais.

O filme fala de um grupo de amigos, com alguns conflitos entre eles que vao para uma casa de campo e rapidamente percebem que ali se encontra um assassino mascarado que quer outro tipo de jogos com os elementos ali presentes.

Em termos de argumento a base e repetitiva igual a muito do que ja se fez em terror e em comedia. As personagens nao crescem num filme que não lhes da muito espaço, sendo alguns apontamentos de dialogo com funçao humorisitco o elemento mais interessante do argumento.

Tim Story e um veterano realizador que ao longo do tempo ja teve chances de dar o salto para um cinema mais global, principalmente com o primeiro Fantastic Four, mas que acabou por falhar em toda a linha e ter que recuar ao seu ponto de conforto a comedia afro americana onde sabe agradar.

No cast um conjunto de quase desconhecidos que vem o filme nao exigir muito dai que a maior parte deles fique no lugar onde ficou antes do projeto. Alguns dos protagonistas ja tem algum tempo de ecra, mas nenhum ainda com força para ser ancora de projeto.


O melhor - Alguns apontamentos humoristicos de dialogos.

O pior - Nao ser propriamente funcional em nenhum plano


Avaliação - C



Friday, July 14, 2023

The Out-Laws

 Adam Sandler é neste momento enquanto produtor, um dos maiores responsaveis pelo volume elevados de projetos que tem sido lançados pela Netflix de desgaste rapido, com muitos dos seus colaboradores habituais. Este ano surgiu este filme sobre sogros especiais, que tenta potenciar o estilo de humor de Adam Devine. O resultado o tipico no estilo de cinema de ambos, pessimas criticas e comercialmente um filme de desgaste comercial rapido, potenciado essencialmente pelo lado ainda mediatico de Brosnan.

Sobre o filme podemos dizer que temos o estilo de filme de Devine, absurdo, que usa e abusa de um estilo de humor de caretas de um Jim Carey falsificado, que nunca tem graça embora fique a ideia que acaba por tentar o ter por diversas vezes. Fica a ideia que encaixa no lado quase inconcebivel de cinema que Sandler produz, e que fruto de alguma maturaçao deixou de interpretar.

Sobre o filme nada faz sentido, desde logo a diferença entre pais e filhos, a intriga super previsivel, a tentativa de ter humor de dois em dois seguindos, que acaba por ser tentativa frustrada sobre tentativa frustrada, faz pensar que o filme entra num espiral de disfuncionalidade humoristica como já não se via há muito tempo.

Assim temos uma comedia de pessima qualidade que tenta ter graça todo o tempo e nunca tem, chega-se a perceber que os atores secundários estão claramente desconfortaveis em serem acessorios de um Devine, irritante, sem graça, que transforma o filme numa das piores comedias até ao momento, onde nem o estilo James Bond rebelde de Brosnan o diferencia.

A historia fala de um casal que finalmente interagem com os pais da noiva, um estranho casal de assaltante que vai levar todo contexto familiar para o alto risco de serem seguidos por uma organização criminosa que coloca em alvoroço o estilo de vida pacato do noivo.

Em termos de argumento muito pouco, a historia central básica já a vimos em diversas comedias de segunda linha, com as tentativas de humor pelo dialogo a serem mal formuladas, desinteressantes e mesmo irritantes, fazem com que um filme irrequieto em termos humoristicos se trate de um autentico desastre em efetividade.

Na realizaçao Spyndel vem do cinema de comedia sem graça e como realizador é aqui que ficou sem qualquer mérito, quase como testa de ferro da falta de ideias, o filme acaba por não ter nada diferenciado na realização, mesmo em termos humoristicos e parece dotar o realizador a este trajeto.

No cast para mim Devine e uma falsificação foleira de Carey e cada vez isso é claro em cada filme em que repete as caretas e a falta de graça. Dobrev foi uma jovem atriz bonita com pouco talento que foi perdendo espaço com a idade. E Brosnan mais velho perdeu James Bons e s sua unidimensão não permite muito mais.


O melhor - Pouca duração.

O pior - O filme tenta ter graça de cinco em cinco segundos e nunca consegue ter


Avaliação - D-



Monday, July 03, 2023

Extraction II

 A Netflix não tem sido muito pródiga em lançar projetos de franchising que junte o fenómeno comercial e critico, sendo que esta especie de James Bond futorista projetada pelos irmãos Russo, foi o que mais perto teve desse sucesso. Este violento filme, acabou por ter aqui a sua natural sequela que entra dentro dos mesmos parametros do primeiro filme, apostado no realismo e força das suas sequencias de açao. Criticamente o filme ficou pela mediania que ja tinha sido apanágio do primeiro filme, sendo que por sua vez comercialmente será sempre um dos projetos mais fortes por parte da aplicação.

Para quem viu o primeiro filme pode esperar mais do mesmo, em contextos diferentes mas novamente com aquilo a que estamos habituados, ou seja sequencias longas de troca de tiros e explosões bem realizadas que escondem o lado mais vazio de um argumento que basicamente é o heroi contra o vilão e os seus amigos, com poucas falas, ou nenhuma abordagem diferenciada.

Por este facto Extraction II sendo um filme bem produzido, declaradamente de grande estudio, acaba por ser simplista onde os filmes se destacam mais, que é na narrativa. Temos um agente especial com poderes sobre humanos no que diz respeito a forma com que se vê livre de vilões. O problema destes filmes é que temos assistido a muitos do mesmo género em que a maior parte acaba por ser bem mais funcional do que este, pelo menos no trabalho visual.

O filme aproveita como é obvio o valor como heroi de ação de Hemsworth, e os locais por onde passa. O filme é violento, gráfico, mas ficamos desde logo a perceber como tudo acaba, ou pelo menos como a ponte vai passar para o proximo filme, ou nao fosse talvez o franchsing de maior sucesso da Netflix.

A historia segue Tyler Rake num novo trabalho, depois de quase ter morrido no antecessor, no qual terá de tentar capturar um vilão da ex URSS, associado ao seu passado, que terá como objetivo vingar o facto do heroi lhe ter morto o irmão para soltar a familia deste.

No argumento tudo demasiado denunciado, desde a construção narrativa, passando pelas personagens totalmente unidimensionais, até ao facto de tudo acabar como começou. fica a ideia que pese embora seja o estilo da moda, em termos de argumento demonstra mais preguiça do que qualquer outro aspeto.

Na realizaçao do projeto Sam Hargrave e o afilhado dos irmãos Russo para esta franquia, onde tem realismo, sem que seja acompanhada por grande arte, e acima de tudo muitos momentos externos numa abordagem de grande estudio quase sempre mais tarefeira do que diferenciada.

No cast Hemsworth e um heroi de açao natural pela competencia fisica que fornece aos seus personagens mais do que pelos requisitos dramaticos. Neste projeto nao faz uso do lado comico que tambem tem, e domina o filme na primeira vertente ja que o filme nao pede mais nada.


O melhor - Algumas sequencias de açao.

O pior - Acaba por ser demasiado limitado em termos de guião


Avaliação - C



Sunday, July 02, 2023

Nimona

 Depois de quase ter sido cancelado com o encerramento da produtora Blue Light eis que com a chancela da Netflix este filme viu a luz do dia, numa altura em que o serviço tenta encontrar os seus sucessos de verão também na animaçao. E este tem sido o terreno onde a netflix tem mais convencido do ponto de vista critico e Nimona voltou a convencer com avaliaçoes muito positivas.Parece no entanto que comercialmente não é propriamente as longas metragens de animaçao a praia maior do serviço.

Nimona é um filme particular ja que consegue juntar elementos do passado como cavaleiros, reis e rainhas com muitos elementos atuais como telemoveis e toda uma panoplia de invenções atuais em mundos que parecem não encaixar muito um no outro, o que é certo é que o filme consegue encontrar o seu estilo disruptivo, com um lado de integração mais assumido do que propriamente a Dinsey alguma vez teve coragem para o fazer e o filme resulta principalmente como entertenimento.

O que faz o filme funcionar e sem sombra de duvida a personagem que da nome ao filme, o seu estilo rebelde, disruptivo, funciona em termos humoristicos sem nunca ser exagerado, e também na mensagem final onde me parece claramente que o filme tem um sublinhado bem maior do que parece querer passar ao longo da sua duração.

Numa altura em que a animação sofre de muita ausencia de ideias, este filme não sendo propriamente muito original ou diferenciado, funciona na forma como comunica, como embaralha elementos e consegue enterter no fim, algo que seria um percurso aparentemente dificil.

A historia fala de um aspirante a cavaleiro vindo do povo, que no momento da sua sua nomeaçao acaba por a sua espada matar a rainha, levando a que tenha de fugir e encontrar apoio numa rebelde rapariga que tem o poder de se transformar no que quer.

O argumento não é o mais obvio, fica a ideia que o filme mistura demasiados generos para o resultado final, mas o que é certo e que o produto final e competente sem ser brilhante, e isso não me parece sempre facil. Não e muito original mas sabe ligar peças.

Na realizaçao deste projeto temos uma dupla que ja se associou a alguns projetos mediaticos, que nos dao um filme competente sem os meios das maiores, mas que nunca tenta ser evolutivo na questão tecnica mas sim funcional e isso acaba por ser.

No cast de vozes portuguesas as coisas funcionam, principalmente na construção e interpretaçao vocal, da personagem central do filme.

O melhor - O filme misturar coisas que parecem não conjugar e funcionar.

O pior - A forma como o filme não é propriamente original na base moral.



Avaliuação - B-