Realizado em 2014, este
filme apenas foi lançado em 2016, aproveitando a ascensão dos seus
protagonistas e mais que isso o romance entre ambos. Depois de uma
estreia no festival de Veneza com uma recepção mediana, o filme
acabou por conseguir uma longa expansão para o mercado americano que
contudo não se traduziu em grandes resultados o que em termos de
estrategia comercial penso que pode ter resultado em opções
erradas.
Sobre o filme, é
normal que um filme australiano, ou de essência australiana tenha
contornos algo diferentes dos parametros mais hollywoodescos no que
diz respeito a historias de amor ou mesmo na forma como se relatam
apontamentos de vida. Este é uma abordagem mais slow, mais estática
de uma historia romantica igual a tantas outras que poderia ser
tirada de um livro de Nicholas Spark talvez com mais elementos maior
explicação do processo, mas na essência temos isso um filme
emotivo, de relação entre as pessoas e conflitos internos, que
atinge de forma simples os seus objetivos que é provocar emoção no
espetador, o que o faz com alguma facilidade.
Contudo é também um
filme com alguns defeitos assinalados, desde logo o ritmo, demasiado
pausado, penso excessiva a duração da fase introdutoria do filme,
quase uma hora de forma a estabelecer a relação central entre o
casal, sem que essa seja verdadeiramente produtiva na quimica que
passa para o espetador, pare depois ser muito mais atalhado no
conflito em si e esquecer uma outra parte que poderia ser
interessante que é o ajustamento à perda. Ou seja parece-me um
filme com alguma falta de ritmo, e um mau balanço na atençao que da
a determinados momentos do filme.
Mas um filme com uma
historia emotiva, realizado num espaço diferente e bonito, com bons
interpretes, mesmo que com defeitos é sempre um filme com caminho
aberto para a avaliação positiva, mesmo não sendo um filme de
primeira linha, mesmo não sendo um filme que marca, mesmo sendo um
filme demasiado dependente da emoçao mais que razão.
A historia fala de um
casal que guarda um farol vivendo sozinho no mundo, que não consegue
ter filhos até ao momento que uma criança aparece num barco no
local onde se encontram, e os quais escolher criar da mesma como se
fosse fruto da relação.
O argumento na sua base
tem questoes eticas e morais interessantes que consegue colocar ao
espetador, pena e que as mesmas so surjam na segunda metade do filme,
depois de uma primeira hora sem chama, demasiado pausada numa
descrição de amor que nem sempre se aproxima do espetador.
No que diz respeito a
realizaçao Cianfrance é um realizador que pese embora já tenha
alguns filmes bem conceituados, ainda lhe falta o filme explosao,
aquele que lhe sublinhara o seu nome, e aqui parece não ter
conseguido isso, pese embora a excelente escolha de contexto e
paisagens, bons momentos a dois, mas perde na minha opinião pela
falta de ritmo que o filme acaba por padecer.
No cast a escolha de
Fessbender, Vikander e Weisz e sinonimio de qualidade e intensidade
dramatica que o filme tem, pena que o casal, que pelos vistos e
verdadeiro nem sempre transmita uma grande quimica no ecra o que
acaba por ser interessante. Contudo nos momentos individuais e de
sofrimento tudo resulta ou não fossem tres dos melhores executantes
da arte de interpretar
O melhor – O cast e a
paisagem
O pior – A primeira
hora em que o filme não encontra rumo do que vai focalizar
Avaliação - C+
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