Sunday, December 04, 2016

Allied

Um filme que junte Zemeckis na realização, Steven Knight no argumento e Brad Pitt como interprete tem tudo para ser um acontecimento cinematografico, principalmente quando a estreia é colocada no final do ano, presumindo-se como um natural candidato aos premios. Mas desde o momento em que a alegada relação entre Pitt e Cotillard foi ventilada como a razão da separação do mitico casal Brangelina, tudo de imediato se percebeu que a atenção do filme estaria em outros motivos, que criticamente podem ter condicionado o filme com criticas demasiado medianas, comercialmente, o filme ganhou quem sabe maior visibilidade trantando-se de um filme claramente menos ambicioso do ponto de vista comercial.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que o filme enquadra-se numa homenagem a grandes classicos dos anos 50 de amor, com a junçao da guerra, e do lado dramático que durante anos preencheu o imaginaior e foi o genero maior do cinema. E nisso o filme e interessante, muito bem realizado, com simplicidade poetico e um filme quase sempre bonito, quase sempre inspirado em grandes filmes da historia e esteticamente e por vezes narrativamente o filme consegue atingir um nivel bastante elevado.
Mas falta-lhe alguns pontos para ser uma obra prima, em dois objetos bem grandes, o primeiro dos quais o equilibrio do filme, a intriga apenas surge na segunda hora do filme, sendo que a introdução e extendida por quase metade do filme, sem que algo de realmente substantico acabe por existir, mesmo na construçao do romance não sei se esta opçao acaba por dar o impacto que a mesma necessitava, ou pelo menos parece descuidar a intriga principal do filme, que para resultar em plenitude necessitava de mais uma hora e tornaria o filme longo e algo aborrecido.
Mas e no segundo ponto que o filme sofre mais dano, que é com o desiquilibrio entre o duo de protagonistas que por um lado penso que nem sempre tem qumica juntos, o que era fundamental como em qualquer historia de amor, muito por culpa de momentos de carreira bem diferentes e que abaixo serao mais debruçado.
A historia fala de dois espiões que se conhecem num ataque concertado dos aliados para matar um embaixador alemão em marrocos, mas que transforma uma relação de circunstancia num casamento entre duas pessoas, mas a realidade pode ser bem distinta.
Em termos de argumento o filme funciona principalmente na segunda linha, quando a intriga toma conta do filme temos muitos momentos em que não sabemos o que realmente está a acontecer, levando o climax a pontos elevados e nisso o filme e inteligente e emotivo. Perde-se quem sabe demasiado na sua fase introdutoria o que faz com que o filme perca algum tempo a acelerar.
Na realizaçao Zemeckis e um dos mais experientes e versateis realizadores, já o vimos fazer de tudo e sempre com inovação, com beleza. Podera ser um realizador sem assinatura propria mas e um perfecionista em tudo o que faz, e mesmo na parte final da sua carreira continua a abraçar os projetos com uma clara ambiçao que se traduz em resultado.
E no cast que o filme falha, se Pitt nos anos mais aureos já não era na minha opinião um excelente actor, a idade e principalmente as intervenções cirurgicas à face tirou-lhe algo fundamental para um actor, interpretaçao e naturalidade, por momentos parece um boneco de cera em movimento tiranto toda a intensidade as suas cenas, quem perde com isso e Collitard, com um papel intenso, dificil, e que poderia ter mais visibilidade caso o seu companheiro e a sua forma manequim não lhe tirasse toda a quimica ao filme.

O melhor - A realização

O pior – Brad Pitt de cera.


Avaliação - B-

No comments: