Thursday, December 22, 2016

The Handmaiden

É conhecida a dimensão que Chan-Wook Park ganhou não só no cinema oriental, mas mais que isso no cinema global, principalmente depois do sucesso instantâneo de Oldboy. Depois de uma tentativa algo frustrada no cinema americano com Stoker regressou às suas origens com novamente bons resultados. Este Handmaiden é incontestavelmente um dos melhores filmes não americanos do ano para toda a critica especializada, e comercialmente para um filme não falado na língua inglesa acabou por funcionar com valor razoável.
Sobre este filme eu confesso que sou um fã do trabalho do realizador pela forma dominante com que o mesmo trata o espectador, levando-o para os caminhos que quer, fazendo da imagem uma arte de ilusionismo, e nisto o filme é mais disso, é mais daquilo que já fez noutros filmes, com os mesmos ingredientes, ou seja violência, sexo e mais que isso mentes completamente deturpadas. Dai que este filme consiga o objetivo principal que é ludibriar a espaços e a partes casa pensamento do espetador que se vê um joguete pleno nas mãos da realização e do argumento.
E se nestes pontos o filme funciona, penso que na essencia é claramente mais pobre do que outros filmes do realizador, ou seja as revelações acabam por não ser tão surpreendentes ou tão profundas, sendo na essência o filme uma história de amor simples, e onde as personagens principalmente as secundarias nem sempre são bem trabalhadas, o que acaba por limitar em parte algum do impacto que o filme até poderia ter em termos relativos, já que em termos absolutos é desmentível o valor do filme em diversas formas.
Em suma um bom filme oriental, demonstrando a capacidade como poucos de entrar nos delirios da mente humana, mas mais que isso uma boa realização e argumento, pena é que em termos comparativos naturais com outros filmes do realizador com o mesmo âmbito não seja claramente dos melhores, mesmo atingindo os seus objetivos naturais.
Em termos de historia temos uma criada contratada por um burlão no sentido de o ajudar a conquistar o coração de uma jovem rica e herdeira de uma enorme fortuna, mas que vai conduzir a uma teia de relações  e planos muito mais abrangentes.
Em termos de argumento o filme consegue na maior parte da sua duração conduzir o espectados pelos caminhos que quer no sentido de posteriormente surpreender, mesmo sendo funcional nem sempre o filme é imprevisível. Existe aspectos que o filme descuida a espaços, mas na essência é um filme original, criativo e surpreendente.
Chan-Wook Park é um optimo realizador principalmente no seu habitat natural, a beleza dos seus planos, a forma como utiliza a camara como forma de ilusão acaba por ser absolutamente irreprensivel e único na sua forma de fazer cinema, e que de alguma forma já pauta uma forma de cinema oriental. É sempre bom quando um bom realizador do mundo regressa a casa e volta a ser feliz.
Em termos de cast, é obvio que para alguém de cultura ocidental as interpretações parecem recheadas de maneirismos que pouco nos dizem, e que parece cair em overacting, mas num filme com este tipo de opções, claramente o foco está noutros aspectos que nao na interpretação.

O melhor - A forma como consegue conduzir o espetador pelos caminhos que quer

O pior - Alguns pontos da historia pouco abordados ou mesmo por explicar

Avaliação - B

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