
Sobre este filme eu confesso que sou um fã do trabalho do realizador pela forma dominante com que o mesmo trata o espectador, levando-o para os caminhos que quer, fazendo da imagem uma arte de ilusionismo, e nisto o filme é mais disso, é mais daquilo que já fez noutros filmes, com os mesmos ingredientes, ou seja violência, sexo e mais que isso mentes completamente deturpadas. Dai que este filme consiga o objetivo principal que é ludibriar a espaços e a partes casa pensamento do espetador que se vê um joguete pleno nas mãos da realização e do argumento.
E se nestes pontos o filme funciona, penso que na essencia é claramente mais pobre do que outros filmes do realizador, ou seja as revelações acabam por não ser tão surpreendentes ou tão profundas, sendo na essência o filme uma história de amor simples, e onde as personagens principalmente as secundarias nem sempre são bem trabalhadas, o que acaba por limitar em parte algum do impacto que o filme até poderia ter em termos relativos, já que em termos absolutos é desmentível o valor do filme em diversas formas.
Em suma um bom filme oriental, demonstrando a capacidade como poucos de entrar nos delirios da mente humana, mas mais que isso uma boa realização e argumento, pena é que em termos comparativos naturais com outros filmes do realizador com o mesmo âmbito não seja claramente dos melhores, mesmo atingindo os seus objetivos naturais.
Em termos de historia temos uma criada contratada por um burlão no sentido de o ajudar a conquistar o coração de uma jovem rica e herdeira de uma enorme fortuna, mas que vai conduzir a uma teia de relações e planos muito mais abrangentes.
Em termos de argumento o filme consegue na maior parte da sua duração conduzir o espectados pelos caminhos que quer no sentido de posteriormente surpreender, mesmo sendo funcional nem sempre o filme é imprevisível. Existe aspectos que o filme descuida a espaços, mas na essência é um filme original, criativo e surpreendente.
Chan-Wook Park é um optimo realizador principalmente no seu habitat natural, a beleza dos seus planos, a forma como utiliza a camara como forma de ilusão acaba por ser absolutamente irreprensivel e único na sua forma de fazer cinema, e que de alguma forma já pauta uma forma de cinema oriental. É sempre bom quando um bom realizador do mundo regressa a casa e volta a ser feliz.
Em termos de cast, é obvio que para alguém de cultura ocidental as interpretações parecem recheadas de maneirismos que pouco nos dizem, e que parece cair em overacting, mas num filme com este tipo de opções, claramente o foco está noutros aspectos que nao na interpretação.
O melhor - A forma como consegue conduzir o espetador pelos caminhos que quer
O pior - Alguns pontos da historia pouco abordados ou mesmo por explicar
Avaliação - B
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