Tuesday, December 27, 2016

Incarnate

Num ano em que o cinema de terror esteve na moda muito por culpa de alguns títulos que apostaram na realização mesmo com o argumento repetitivo, para este final de ano surgiu este protejo cuja distribuição foi sendo adiada, mesmo tendo na realização Brad Peyton, um realizador mais ligado a blockbusters. Assim e quase silenciosamente, pese embora a distribuição wide surgiu este filme com resultados medíocres em todos os aspectos. Desde logo criticamente com avaliações essencialmente negativas, mas também comercialmente onde numa semana sem competição apenas conseguiu resultados completamente residuais.
No que diz respeito ao filme, a encarnação de espíritos e realidades paralelas para os combater já foi base para dezenas de filmes, apenas podendo divergir a qualidade dos seus executantes, o que neste caso até tem alguns nomes conhecidos e também a realização que temos que dizer que neste caso é demasiado simplista numa abordagem tem toque de autor. Por tudo isto é fácil perceber que estamos perante um filme bastante fraquinho que não só não trás qualquer tipo de novidade como na sua execução tem a questão das realidades paralelas de uma forma confusa e incoerente para tentar ludibriar um espectador que muito cedo se desliga do filme.
Outro dos pontos dos filmes de terror é a capacidade de assustar, de crias sequências de tensão psicológica o que este filme nunca consegue, e mais que isso acho que na verdade nunca o tenta fazer, apenas um ou outro olhas da personagem mais nova acaba por ter esse objectivo mas que na verdade nada impressiona, um argumento pouco criado para criar este tipo de sensação no espectador, e um filme de terror sem este tipo de sequência é naturalmente bastante mais pobre.
Talvez analisado este resultado é fácil perceber as dificuldades do filme em se distribuir e mais que isso os seus resultados, pensamos que cada vez mais o terror deve ser executado por especialistas, que mesmo que repitam argumentos algo que também na minha opinião deve ser trabalhado, crie outras sensações com abordagens diferentes, neste caso nem a abordagem nem o argumento trazem nada de novo.
A historia fala de um adolescente que vive na ansiedade de partilhar momentos com o progenitor que acaba por ser possuído por um espírito maligno, acabando a mãe por recorrer à ajuda de um psiquico incapacitado que tenta em realidades paralelas libertar o menor do espirito maligno.
Em termos de argumento podemos facilmente perceber que a história deste filme é muito igual a outros filmes de terror ao longo das últimas décadas, sem que consiga em nenhum aspecto do argumento transformar essa normalidade com personagens básicas e diálogos estritamente necessários.
Sempre tive a imagem de Peyton como um tarefeiro de Hollywood e muito próximo de The Rock, dai que quando tive conhecimento da sua aventura pelo terror perspectivei uma abordagem diferente, algo mais de autor que o desprendesse da rigidez imposta pelos grandes estudios nos seus projetos mais caros, contudo aqui temos muito pouco de autor, numa realização que poderia ser bem de um jovem inexperiente oriundo da televisão.
No cast, num ano em que Eckhart até regressou aos bons papeis, este é o tipo de interpretação que condiciona qualquer tipo de avaliação do seu desempenho ao longo do ano, desde logo não beneficia de um bom papel, mas mais que isso também não tem consigo uma interpretação minimamente consistente, onde cai no exagero num filme que tem completamente às suas costas, mas que acaba por ser demasiado danosa para a sua prestação.

O melhor - Alguns olhares de David Mazouz

O pior - Os efeitos especiais primários

Avaliação - D

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