Monday, April 07, 2014

Dom Hemingway

O cinema britanico tornou-se nos ultimos anos sinonimo não apenas de um tradicionalismo inspirado nos filmes da BBC mas por outro lado e na senda do que foi sendo efectuado por Guy Ritchie tambem pautado por cinema de autor politicamente incorrecto, agressivo e recheado de personagens estranhos que usam o humor negro. O ano passado surgiu um filme liderado por Jude Law que era precisamente isto, contudo o resultado esteve longe de ser o esperado com uma avaliação critica muito aquem do esperado, para quem falou ate em ambiçao para os oscares e comercialmente o filme principalmente no mercado americano não conseguiu se impor.
Sobre o filme podemos dizer que tem um excelente inicio, comico, rebelde, bem realizado, consegue nos chamar para junto de uma personagem apelativa, excentrica, mas com uma dinamica que nos parece entusiasmar levando-nos a suspeitar que teriamos um filme objectivo que sabe o que quer, contudo com o passar do filme e o aparecimento de personagens e atalhos e cruzamentos o filme vai perdendo o sentido, o seu lado rebelde vai se tornando demasiado estranho e a loucura do personagem começa a ser exagerado, pelo que no final o filme já surge sem metade da força da sua fase inicial.
Mesmo com este diminuir de intensidade temos obvialmente bons momentos, de realizaçao como o acidente de carro, temos bons momentos de interpretação quase sempre nos momentos mais extremados de um mais que competente Jude Law, e temos bons dialogos contudo aqui parece-nos que a originalidade dos mesmos gasta-se de uma forma muito rapida.
Assim concluimos perante um filme com alguns apontamentos de qualidade, que no seu competo geral mesmo não sendo um mau filme, tinha muito mais para dar, se existisse mais objectividade e uma menos tentativa de rebeldia, ou seja se soubesse jogar apenas com a rebeldia inicialmente traduzida, pois depois acaba por exagerar.
O filme fala de um bandido que apos cumprir doze anos de cadeia sai e tenta recuperar a sua vida não so no crime e nas suas estranhas ligaçoes mas tambem familiares com uma filha já adulta que o nega completamente.
O argumento tem bons momentos e aspectos fortes, o inicio, os monologos e dialogos iniciais principalmente enquanto Fontain resiste no filme, mas depois perde gás em todos esses pontos quantos mais personagens surgem menos eles interessam e os dialogos tambem perdem força.
A realizaçao a cargo de um realizador que gosta de jogar com a ironia tem bons momentos, alguns deles de um brilhantismo extremo quase Tarantino, mas depois não e uniforme rapidamente os rasgos creativos desaparecem e estamos num filme utilitario comum, existe qualidade mas ainda não tem ritmo para todo o filme.
Em termos de cast Law domina o filme, ele pede exagero e ele da exagero, demonstra qualidade extrema como actor, que mesmo fora da primeira linha esta em boa forma, pena e que o filme não consiga equilibrar com alguma moderação que seria sensato e daria mais brilho ao filme, que torna a personagem e interpretação histerica, os seus dotes apenas combatem no filme com a suavidade de Birch um bom actor que aos poucos ganha um espaço importante em Hollywood.

O melhor - A primeira meia hora

O pior – Perde a força com a entrada de personagens e a historia e o guiao acusa o toque


Avaliação - C+

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