O cinema britanico
tornou-se nos ultimos anos sinonimo não apenas de um tradicionalismo
inspirado nos filmes da BBC mas por outro lado e na senda do que foi
sendo efectuado por Guy Ritchie tambem pautado por cinema de autor
politicamente incorrecto, agressivo e recheado de personagens
estranhos que usam o humor negro. O ano passado surgiu um filme
liderado por Jude Law que era precisamente isto, contudo o resultado
esteve longe de ser o esperado com uma avaliação critica muito
aquem do esperado, para quem falou ate em ambiçao para os oscares e
comercialmente o filme principalmente no mercado americano não
conseguiu se impor.
Sobre o filme podemos
dizer que tem um excelente inicio, comico, rebelde, bem realizado,
consegue nos chamar para junto de uma personagem apelativa,
excentrica, mas com uma dinamica que nos parece entusiasmar
levando-nos a suspeitar que teriamos um filme objectivo que sabe o
que quer, contudo com o passar do filme e o aparecimento de
personagens e atalhos e cruzamentos o filme vai perdendo o sentido, o
seu lado rebelde vai se tornando demasiado estranho e a loucura do
personagem começa a ser exagerado, pelo que no final o filme já
surge sem metade da força da sua fase inicial.
Mesmo com este diminuir
de intensidade temos obvialmente bons momentos, de realizaçao como o
acidente de carro, temos bons momentos de interpretação quase
sempre nos momentos mais extremados de um mais que competente Jude
Law, e temos bons dialogos contudo aqui parece-nos que a
originalidade dos mesmos gasta-se de uma forma muito rapida.
Assim concluimos
perante um filme com alguns apontamentos de qualidade, que no seu
competo geral mesmo não sendo um mau filme, tinha muito mais para
dar, se existisse mais objectividade e uma menos tentativa de
rebeldia, ou seja se soubesse jogar apenas com a rebeldia
inicialmente traduzida, pois depois acaba por exagerar.
O filme fala de um
bandido que apos cumprir doze anos de cadeia sai e tenta recuperar a
sua vida não so no crime e nas suas estranhas ligaçoes mas tambem
familiares com uma filha já adulta que o nega completamente.
O argumento tem bons
momentos e aspectos fortes, o inicio, os monologos e dialogos
iniciais principalmente enquanto Fontain resiste no filme, mas depois
perde gás em todos esses pontos quantos mais personagens surgem
menos eles interessam e os dialogos tambem perdem força.
A realizaçao a cargo
de um realizador que gosta de jogar com a ironia tem bons momentos,
alguns deles de um brilhantismo extremo quase Tarantino, mas depois
não e uniforme rapidamente os rasgos creativos desaparecem e estamos
num filme utilitario comum, existe qualidade mas ainda não tem ritmo
para todo o filme.
Em termos de cast Law
domina o filme, ele pede exagero e ele da exagero, demonstra
qualidade extrema como actor, que mesmo fora da primeira linha esta
em boa forma, pena e que o filme não consiga equilibrar com alguma
moderação que seria sensato e daria mais brilho ao filme, que torna
a personagem e interpretação histerica, os seus dotes apenas
combatem no filme com a suavidade de Birch um bom actor que aos
poucos ganha um espaço importante em Hollywood.
O melhor - A primeira
meia hora
O pior – Perde a
força com a entrada de personagens e a historia e o guiao acusa o
toque
Avaliação - C+
No comments:
Post a Comment