Wednesday, January 03, 2018

Rebel in the Rye

JD Salinger é um dos autores mais carismaticos da literatura americana. Não só pelo sucesso da sua obra Catching the Rye mas principalmente pela forma como abandonou a escrita publicada e viveu grande parte da sua vida em clausura. Dai que depois da sua recente morte diversos filmes tentem retratar fragmentos da sua vida. Este filme acabou contudo por ainda não ser o biopic grande sobre o autor, muito por culpa de avaliações criticas demasiado moderadas, o que condicionou e muito o percurso comercial de um filme quase desconhecido mesmo tendo em conta o elenco de peso que acabou por ter.
Sobre o filme é indiscutivel que a personalidade de Salinger é uma das mais curiosas do mundo literario e que filmes arrisquem descrever as razões do sucesso e mais que isso as razões da posterior clausura. Este filme parece contudo muito simples para descrever tão completa personagem, centrando-a num relacionamento com um professor e pouco mais. Parece tudo demasiado curto, principalmente nas abordagens superficiais que fas às vidas amorosas do autor, e mesmo à passagem pela guerra, e por isso torna-se um filme bastante limitado no seu alcance na tentativa de explicar algo maior que o filme em si.
Pese embora este defeito que acaba por retirar algum poder de fogo ao filme é claro que outros elementos pelo menos os que o filme dedica mais atenção me parece bem melhor trabalhados e bem funcionais no filme, com destaque para a escrita e construção criativa do autor, a forma como o mesmo foi lidando com o fracasso e com a aceitação e mais que isso na relação com o seu professor e mentor. Nestes parametros o filme para além de extenso na descrição acaba por ter seguimento naquilo que se tornou a vida do autor.
Ou seja mais um filme tentando descrever Salinger, que nos parece contudo não ter sido suficiente para preencher este espaço que me parece claro existir em Hollywood. Contudo numa fase em que os biopic se tornaram cada vez mais moda, este será um de uma divisão inferior que nos dá algumas luzes da sua personalidade mas ainda deixa alguns pontos por explicar.
A historia tenta retratar o inicio do processo de criaçao literária de Salinger, quer tendo como base a sua personalidade inicial quer depois na forma como se foi ajustando com os acontecimentos que foram ocorrendo na sua vida.
O argumento é sempre complicado de formar quando se trata de uma personalidade tão complexa como Salinger. No balanço temporal parece-me um filme bem definido com algum desiquilibrio naquilo e na forma como aborda os diferentes vetores da personalidade.
Na realizaçao a cargo de Danny Strong, que tem aqui a sua estreia, podemos dizer que o filme tem uma boa escolha de cor, numa realização maioritariamente simplista, com protagonismo ao cast. Não sera um filme para lançar Strong para a ribalta mas vamos aguardar o que se segue
No cast saimos com sensações dispares. Se por um lado parece-nos um Hoult muito clean como Salinger, parecendo sempre mais inocente do que confuso, o suporte que as interpretações de Poulson e Spacey dao acabam por dar ao filme alguma força neste particular.

O melhor - A forma como trabalha as reações ao sucesso e insucesso

O pior - Muito parece ter ficado por contar

Avaliação - C+

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