Monday, July 18, 2022

Persuasion

 A Netflix é normalmente algo simplista nas suas grandes apostas de verão, sendo que mais uma adaptaçao de uma obra de Jane Austen, insere-se perfeitamente na politica de rendimento imediato e de alguma simplicidade de processo, ainda para mais com Dakota Johnsson como protagonista. Este filme acabou por estrear neste quente mes de Julho com criticas sofríveis e comercialmente como entrada para a grande aposta de verão da produtora que sera para a semana com The Gray Man dos irmºaos Russo.

Sobre o filme temos o tipico nas adaptaçoes mais simplistas dos livros da autora, ritmo baixo, algum humor, e acima de tudo muito dos pontos tradicionais da comedia de costume britanica nos espaços e nos lugares que escolhe. O filme escolhe um caracter algo descontraido marcado pela comunicação constante da protagonista com o espetador que acaba por ser o unico ponto diferenciador e de risco do filme em si.

De resto uma historia que nao me parece das mais fortes de Jane Austen, que o filme transforma numa comedia britanica de segunda linha com diversos cliches nas personagens e nas situações. Isso provavelmente seria esperado num filme que não fosse tão forte da autora mas fica a ideia que isso também acaba por acontecer devido a pouca aposta do filme em novos elementos e a preencher as suas personagens.

Por tudo isto sobra um filme simples, de uma historia igual a tantas outras, que chama a atenção pelos seus espaços e pelos costumes tao satirizados em filmes como este. Por outro lado falta ambiçao, arrojo em tornar o filme uma obra diferenciada que vai desde a forma como as personagens sao escritas até ao ritmo de filmagem, que leva o filme a ter serviços minimos e nada mais.

A historia segue três irmãos fruto de uma familia falida, em que a irmã do meio volta a encontrar com o seu grande amor, de quem abdicou devido ao facto do mesmo ser de outro nivel social, e que agora se depara com um individuo de sucesso, onde o passado pode nao ser reatado.

Em termos de argumento o filme tem os elementos típicos dos filmes de Austen, tratados de uma forma leve e cómica, mas com as personagens quase limitadas ao seu máximo, sem que isso conduza  a um aprofundar sobre as motivações ou mesmo as vivencias proprias das personagens.

No que diz respeito a realizaçao Carrie Cracknell e uma desconhecida realizadora britanica que tem aqui o seu projeto maior e com a chancela da Netflix que nem sempre da o espaço a grande assinatura. O filme limita-se a alguns momentos de dialogo da personagem com o espetador para se diferenciar mas e pouco no registo final. Tera de expor-se mais em filmes seguintes.

No cast temos uma Johnsson que encaixa no que o filme quer para a personagem central, com descontração, sem grande dificuldade. Ao seu lado Cosmo Jarvis, acaba por ter o seu proprio estilo, nem sempre com quimica com a protagonista, e um Golding claramente com mais tempo do que qualidade nos filmes que vai tendo espaço.


O melhor - A forma como a protagonista comunica com o espetador


O pior - Nao e de perto dos melhores livros da autora


Avaliação - C



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