Friday, September 22, 2017

The Big Sick

Todos os anos existe uma comedia de meia estação que consegue obter um destaque claro da critica e do publico. Este ano o filme que conseguiu isto acabou por ser a biografia da relação amorosa do comediante paquistanes Kumail Najiani e a sua mulher, sob a produçao de Judd Apttow. The Big Sick e um dos filmes melhor avaliados do ano, e para um filme sem primeiras linhas da comedia o resultado foi muito positivo, conseguindo expandir uma historia que alguns apontam como o primeiro candidato aos oscares em algumas categorias.
Sobre o filme, por vezes existe dificuldade em que historias pura de amor sejam um sucesso critico e comercial em simultaneo. Pois bem, mais que tudo esta e uma historia de amor, simples, da descoberta, das pequenas coisas que o definem, e acaba por ser na forma simples e circunstancial como toda a relação é potenciada e os seus contextos, que fazem deste filme, muito mais que uma comedia de autor, uma comedia romantica, lamechas, sentimental mas com muitos outros pontos que o diferenciam de outras historias-
E é nos adereços que o filme torna-se muito mais filme desde logo nos dialogos, na interessante complexidade das personagens que acabam por potenciar diversos momentos que acabam por conseguir ao mesmo tempo ser emocionalmente intenso, lamechas e com um humor inteligente que em algumas personagens funcionam ao longo de toda a duração do filme. Este e daqueles filmes que vale pela simplicidade do que quer transmitir e pela complexidade da forma que usa para la chegar.
Por tudo isto é facil perceber que se trata de um dos melhores filmes e a melhor comedia do ano até ao momento. Pelo significado, por ser um filme romantico que consegue ao mesmo tempo ser uma comedia inteligente, ritmada, com dialogos de primeira linha, e mais que isso porque tem um actor que se retrata a si proprio. Claro que muitos podem dizer que o filme possa ter sido embelezado para funcionar, mas se o foi, todos tiveram a competencia para fazer uma comedia completa como poucas.
A historia fala da forma como um jovem comediante paquistanes tem de combater as diferenças culturais de forma a assumir a paixao por uma mulher caucasiana. Tudo se torna ainda mais intenso quando a sua paixao entra em coma e tem de interagir com os pais da mesma.
E no argumento que temos toda a força do filme, e aqui temos obviamente um dos melhores argumentos do ano, gere em grande equilibrio a intensidade emocional com a inteligencia de dialogos com potencial humoristicos. Acima de tudo funciona porque as personagens são de primeira linha.
Na realizaçao Showalter tem o trabalho menos visivel do filme, numa realizaçao simplista de sitcom americana este realizador que o ano passado ja nos tinha trazido um interessante Hello My Name is Doris, aqui tem novamente um bom argumento cuja realizaçao facilmente faz  funcionar.
No cast obviamente que o papel de Kumail é o mais facil porque tem apenas de ser ele proprio e a imagem que as pessoas tem dele. Dai que as despesas interpretativas estejam em Kazan, que nos da uma interpretaçao muito interessante, intensa com valor dramatico mesmo num filme comico, potenciado acima de tudo pelo lado mais dissimulado do seu companheiro de cast. Devemos sublinhar tambem o papel de Holly Hunter e principalmente de Ray Romano, que são dois secundarios com papeis para estarmos atentos.

O melhor - A capacidade de fazer uma comedia romantica com graça

O pior - Não explora em termos de realizaçao uma abordagem diferenciadora

Avaliação - B+

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