Monday, September 11, 2017

Maudie

Os biopics de músicos, actores e outros artistas é sempre um territorio abrangente no cinema, sendo utilizado por diferentes produtoras de diversas dimensões. Em 2016 surgiu um pequeno filme sobre uma estranha e particular pintora Maud Lewis, que fruto da sua condição fisica aliada a simplicidade dos seus desenhos acabou por se tornar numa famosa e simples pintora. Este filme de traços claramente independentes foi apresentado em alguns festivais com boas avaliações, acabando por amealhar alguns premios principalmente em premios no Canada, quer em 2016, bem como já no presente ano. Comercialmente para um filme de pequena dimensão conseguiu  resultados interessantes tendo em conta que se trata de um filme com pouca expansão em termos de número de cinemas em que estreou.
Sobre o filme existe historias que pela sua complexidade se tornam extraordinarias, e está é uma das que merece ser contada. Principalmente porque o sucesso neste caso surgiu de uma pessoa simples, com problemas fisicos e cognitivos cuja sua capacidade conseguiu suplantar de forma que mesmo depois da sua morte surja um filme sobre não só os seus feitos mas sobre a simplicidade da sua vida, e mais que isso da sua peculiar relação de amor.
E parece-me ser aqui que reside o grande coraçao do filme, não demonstrando uma relação de frases feitas, mas uma relação construida nas limitações, nos silencios e nas necessidades de ambos. Muitos podem dizer que é uma relação brusca e de inferioridade de espirito, mas é obvio que ao longo do filme temos um filme que trabalha nas necessidades e na forma como essas são ultrapassadas com a presença e a companhia, numa relação que como todo o filme vai evoluindo com toda a sua duraçao.
Assim surge um filme que por vezes adopta um ritmo lento, mas com uma preocupação em detalhes, quer na forma como as pinturas vão crescendo na casa, na forma como dedica cada pequena parte às diferentes relações de Maud, a forma como nos vai dando a sua debilidade com simplicidade num filme que tenta ser o mais simples possivel, e resulta porque acima de tudo esta é uma das vidas que merecia ser contada.
A historia fala-nos sobre Maud Lewis, uma mulher com problems fisicos e de socialização cuja unica paixão é pintar algumas das suas memórias de uma forma rudimentar. Sendo que apos apostar na relação com um particular individuo acaba por com a ajuda de uma mulher construir uma carreira de reconhecimento no mundo da pintura.
Em termos de argumento é daqueles filmes que com a simplicidade de processos consegue transmitir emoção, e relatar as diferentes vivencias das personagens. Nem sempre com um ritmo elevado, muito por culpa do insistir em silencios com significado, mas um filme sempre competente.
Na realização o trabalho está a cargo de Aisling Walsh uma realizadora irlandesa sem filmes de primeira linha, que aqui acaba por optar pela simplicidade das personagens em contextos. Num filme como este penso que poderia existir mais risco numa ligação mais acentuada entre a arte da personagem e a estetica do filme.
No que diz respeito ao cast, Maudie tem duas das melhores pretações do ano, a composição de Sally Hawkings é absolutamente brilhante a todos os niveis, fisicos e interpretaticos, e mesmo Hawke como o tipico individuo rude, tem uma composição de primeira linha, principalmente num actor que habitualmente nos transmite outros tipos de composiçoes.

O melhor  - O cast

O pior - O filme poderia ser mais arriscado em termos esteticos

Avaliação - B

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