Saturday, September 16, 2017

Detroit

Mark Boal e Katherine Bigolow é uma dupla de sucesso, com dois filmes e duas lutas pelos oscares, este terceiro filme surpreendeu principalmente pela data do seu lançamento, em pleno Agosto, e com pouca envolvência. Os resultados do filme acabaram por ser positivos, se criticamente o filme foi ligeiramente menos expansivo em termos de consenso critico, em termos comerciais os resultados acabaram por ser consistentes, para um filme sem grandes estrelas.
Sobre o filme, se existe uma caracteristica que os filmes desta dupla sempre tem, é uma capacidade de tocar em diversos pontos  de uma problemática real, com analise realista, e com diferentes pontos de vista, torna os filmes da dupla, obras consistentes e mais que isso filmes de primeira linha que acabam por explorar com qualidade os temas que assumem. Este filme e mais um filme que encaixa bem na trajetoria da dupla. Se por um lado me parece que em termos de originalidade do guião Hurt Locker seja o mais diferenciado, novamente temos um filme adulto, forte do ponto de vista emocional, e mais que isso que detalha um problema que nos utlimos tempos voltou a surgir nos EUA.
A forma como Bigelow nunca necessita de grandes truques de camera, não necessita de uma abordagem diferenciadora para fazer os seus filmes resultares, fazem com que os seus filmes sejam quase sempre aperciados pela generalidade das pessoas, mesmo que neste filme ao contrario dos anteriores a guerra seja urbana e de raças.
Por tudo isto Detroit parece-me um daqueles filmes que todos vamos gostar, mesmo sem ser uma obra prima, tem a capacidade de tocar num tema, debruçar ao maximo, mas mais que isso não cair no facilitismo de extremar as personagens, tem a preocupação de dar os diferentes lados, de mesmo tendo uma posição assumida, não se tornar fundamentalista, e isso separa os bons filmes dos outros.
A historia conta a intervençao policial num motel, em pleno conflito racial nos EUA na altura da guerra do vietnam. O que parecia uma brincadeira acaba por perder o controlo e tornar-se numa das situaçoes mais tragicas da atuaçao policial nos EUA.
O argumento de Boal e muito coerente na forma como torna as personagens reais, com as suas indecisões, com as suas posições, nao caindo no extremismo ideologico que muitos filmes deste genero acabam por cair. E nisso o filme ganha pois torna-se intenso e emocionalmente forte, e isso deve-se a um excelente argumento.
No que diz respeito a realizaçao Bigelow mesmo sendo uma realizadora interventiva, de campo, não e propriamente uma realizadora normalmente muito vistosa, com muitos truques de camara. Aqui parece-me que o filme segue o estilo da realizadora ao entrar em pleno palco de guerra e na boa conjugação das imagens reais com o filme. Bigelow sabe fazer um bom filme.
No cast, um filme sem grandes figuras de primeira linha, acaba por ter em Poulter uma das interpretaçoes mais intensas do ano, de um jovem actor com muita qualidade que ja comprovou funcionar em diversos generos o que faz o actor ser uma pessoa a seguir nos proximos momentos. Podera ser uma interpretaçao de destaque na temporada de premios. No resto um cast consistente mas sem grande sublinhado.

O melhor - A capacidade do filme refletir sobre o que conta

O pior - Ao contar uma historia real, tem alguma dificuldade de ir para alem do esperado

Avaliação - B

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