Pablo Larrin inventou uma nova forma de fazer biopics, e isso foi totalmente percetivel no sucesso que durante o curso do ano de 2016 os seus dois filmes sobre personagens tão distintas como Jaqueline kennedy e Pablo Neruda obtiveram principalmente junto da critica. Com produções mas com estilos proximos ambos os filmes conseguiram consenso critico embora nenhum tenha conseguido imperar em termos de premios. Comercialmente este Neruda ao ser falado maioritariamente em castelhano teve resultados bem mais modestos, mas mesmo assim para um filme declaradamente estrangeiro.
O primeiro ponto em que penso que Larrin e esperto na forma de executar os seus filmes, é não se preocupar muito com os feitos ou os momentos historicos da personagem, muito pelo contrario, aqui como em Jackie tenta situar a personagem numa situação concreta, com narrador, e tenta caracteriza-la na forma de reagir mais do que propriamente detalhar todos os seus momentos do conhecimento da historia. E nisso e claramente diferente, poderá tornar os seus filmes mais pequenos em abrangência mas torna-os certamente mais artistico.
Aqui neste caso Larrin vai mais além, a personagem é Neruda mas mais que isso ele tenta englobar a faltasia e as palavras escritas pelo autor juntando-a a sua realidade. Isto que tem tanto de dificil como de original confesso que nem sempre funciona no filme, tornando-o por vezes algo dificil, algo pequeno no seu significado, mesmo que a ideia em si seja original e criativa nem sempre me parece totalmente oelado para funcionar em pleno.
Mesmo assim um filme arriscado que utiliza melhor que muitos as palavras, mas que por vezes parece entrar numa dimensão demasiado paralela entre ficção e realidade o que acaba por tornar tudo demasiado impercetivel em termos de sentido. mesmo assim numa altura em que determinados generos parecem ter entrado em piloto automatico, este é claramente algo diferente.
A historia fala-nos da fuga de Pablo Neruda no momento em que começa a ser perseguido pelas autoridades Chilenas em face do seu papel activo na defesa do partido comunista daquele pais e na forma como é perseguido por um ambicioso inspetor da policia daquele pais.
Em termos de argumento é um filme que utiliza as palavras do autor, sempre bastante pensadas a cada momento da sua intriga. Não podemos dizer que se trata de um argumento que funcione na sua plenitude porque não o faz, principalmente porque na fase final se torna demasiado confuso. Sublinha-se contudo a forma criativa com que o filme é criado.
Pablo Larrin é um realizador com alguns momentos artisticos interessantes, parece-me obvio que os seus filmes tem uma assinatura, quer no papel interessante e manipulador do narrador, quer na forma como filme. Não me impressionou ainda em nenhum dos filmes pese embora tenha arrebatado a critica e se tornado num criador de biopics por excelencia.
No cast boas interpretaçoes, principalmente de Gnecco na criação dos diferentes momentos e na excentricidade de Pablo Neruda. Tem intensidade, uma boa interpretação fisica. Bernal parece-me ter um papel mais simples, menos intenso mas que encaixa naquilo que o filme exige deste balanço
O melhor - A originalidade de uma forma diferente de abordar biopics
O pior - Um final demasiado confuso
Avaliação - C+
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