Friday, September 08, 2017

Paris Can Wait

Numa familia sempre ligada ao cinema é sempre um evento quando aos oitenta anos, a esposa de Francis Ford Copolla decide também ela realizar um filme, ultrapassando o peso da sua veterania e mais que isso a de ser companheira de longa data de um dos melhores realizadores de todos os tempos. Pois bem nesta sua estreia e quem sabe unico filme os resultados foram criticamente moderados com avaliações medias, contudo comercialmente e para um filme passado em França e com uma distribuição moderada os resultados acabaram por ser positivos.
Sobre o filme, eu confesso que normalmente gosto de filmes casuisticos sobre viagens que servem ao mesmo tempo para conhecermos um pouco das personagens, o contexto cultural onde se movimentam e dialogos circunstanciais e mais que isso paisagens de primeira linha. Todo este estilo tem no primeiro Before Sunrise o seu ponto alto, e aqui temos claras influencias desse filme, quer pela forma como tenta um dar romantico, quer no estilo de filmar, contudo em muitos outros pontos o filme é em tudo inferior. Desde logo nos dialogos sempre muito objetivos e sem aquela subtileza de conhecermos as personagens pela sua forma de exprimir opiniões. Em segundo lugar parece-me obvio que se trata de um filme que lança algumas pontas soltas que depois não as conclui ou fá-lo de uma forma tão rapida que acaba por nao ser claro.
Mas mesmo assim temos um filme interessante de fácil visualização que vale sempre mais pela forma como as personagens acabam por ter prazer nos seus degustes alimentares, que acabam por ser um belo cartão de visita à gastronomia francesa. Outros dos aspetos que funciona no filme são os paralelismos culturais no filme, mesmo que introduzidos sem grande preparação dão ao filme uma linhagem interessante e original de uma road trip que acaba por retirar o melhor das paisagens onde passa.
O grande problema do filme acaba por ser na relação central em si, o filme quer demasiado da mesma criando uma intriga com suspense, com pontas desconhecidas e isso acaba por fazer com que a relação nunca seja por um lado forte, e por outro lado não cresça com o filme, porque parece que a determinada altura o filme parece tentar esconder os intuitos de cada um mais do que deixar o filme rolar com facilidade, e ai o filme acaba por perder algum do seu valor principalmente porque muitas das pontas acabam por ficar algo soltas
A historia fala de uma mulher de um famoso produtor musical, que apos ter problemas nos ouvidos aceita fazer o caminho entre Cannes e Paris à boleia de um socio do seu marido, e que acaba por se tonrar uma road trip por tudo que de melhor tem a França.
Em termos de argumento o filme funciona muito melhor nas curiosidades do que propriamente na intriga central, principalmente no que diz respeito a historia de amor central. Todos os apontamentos de locais, debates gastronomicos são deliciosos. Já o relacionamento central e os seus paralelismos parecem-me demasiado complicados para um filme que se queria simples.
A realizaçao deve ser sublinhada mais do que pelo aspeto artistico pela bom gosto dos locais, espaços e forma de nos dar os deguste dos personagens. Um filme que poderia ser um bom cartaz turistico da região sem grande fogo de artificio. Coppola viveu sempre com os melhores e com simplicidade consegue ter aqui um trabalho meritorio.
Poucas actrizes encaixam tao bem num adulta experiente em busca do amor como Diane Lane, mais uma vez um papel muito semelhante a outros que ja efetuou, da eterna enamorada, que aqui novamente cumpre facilmente. Ao seu lado um Arnauld Viard, um frances quase desconhecido do grande publico que funciona muito bem numa personagem que gosta de se fazer notar mais pelo que faz do que pelo que diz. Nao sendo um filme dificil para os espetadores, ambos funcionam bem principalmente na vertente de cumplicidade do filme

O melhor  - Os momentos à mesa

O pior - A forma como o filme quer dar uma intriga amorosa demasiado complexa.

Avaliação - B-

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