Thursday, February 29, 2024

Memory

 Existem pequenos filmes que conseguem algum mediatismo quando são anunciados em grandes festivais mas que o tempo os leva para uma invisibilidade que so os mais atentos conseguem perceber que o mesmo foi lançado. Isso foi o que aconteceu com este drama amoroso sobre saude mental, estreado no festival de veneza com alguma expetativa, mas cujas avaliaçoes positivas foram insuficientes para lançar o filme para a temporada de premios onde este sempre arredado das maiores competiçoes. Do ponto de vista comercial os resultados foram quase inexistentes o que se torna ainda mais grave devido a presença de uma Chastain que normalmente tem alguma fidelidade do publico.

Sobre o filme temos uma abordagem claramente independente, silenciosa que quer entrar dentro das dinamicas das personagens e das suas reações, acabando aos poucos por desvendar o passado e a ligação entre o que aconteceu e o que estamos a ver, e isso apesar de um filme pequeno é sempre trabalhado com procedimentos lentos, onde os movimentos das personagens são sempre fatores mais importantes do que os seus dialogos.

E um filme que acaba por ser algo frio naquilo que é a saude mental levado ao expoente maximo, principalmente no lado masculino, o filme tenta resgatar o amor das personagens no ponto mais degradado, o filme acaba por abrir discussões sem as fechar, mas talvez merecesse mais impacto no teor emocional do que acaba por ter, muito por culpa de um ritmo lento que não beneficia o filme.

Ou seja um filme com um tema competente que é realizador e pensado de uma forma demasiado despreendida do que pode causar no espetador. Fica a ideia que o filme tinha os ingredientes para ser mais impactante ou mesmo mais intenso, ficando apenas uma estranha historia de amor e pouco mais.

O filme segue uma ex alcoolica marcada pelo seu passado e pelo excesso de proteçao da sua filha que começa uma relaçao de cuidado com um individuo com inicio de demencia que a segue numa festa e a qual confunde com um ex-colega de infancia que a teria molestado.

O argumento do filme tem muitos pontos que inflexao na historia, mas fica a ideia que na maior parte do tempo acaba por ser um filme demasiado pausado, que tem dificuldade em intensificar as relações ou os momentos e a falta de capacidade de impressionar do filme começa nesse momento.

A realizaçao a cargo de Michel Franco, e totalmente independente, sem grandes truques, seguindo os personagens, um realizador de festivais grandes, mexicano que tem aqui um filme que não e o seu melhor, e que demonstra que com meios americanos e mais dificil transmitir o realismo dos seus filmes anteriores.

No cast o filme tem bons atores, Chastain consegue ir na sonolencia necessaria da sua personagem, mas longe da intensidade e impacto que normalmente as suas personagens costumam ter. Ao seu lado Sarsgaard vai procurar a personagem para o seu habitual compromisso, mas tambem nao e o seu registo mais visivel.

O melhor - O amor no problema.

O pior - O filme não conseguir ir buscar a intensidade emotiva que necessita


Avaliaçãio - C+



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