Monday, February 19, 2024

All of Us Strangers

 Desde os seus primeiros visionamentos que ficou logo a ideia que este particular filme seria o marco independente do ano, devido as excelentes avaliações, mesmo para um filme pequeno. Pese embora esse lugar o filme não conseguiu ter dimensão esperada comercial para o impulsionar para os premios maiores, e o resultado acabou por ficar aquem nas nomeaçoes.

Sobre o filme podemos dizer que é um daqueles filmes surpreendentes que a marca do tempo poderá dar-lhe uma dimensão bem superior à que o imediato lhe deu. Temos o lado surpreendente do seu final, num dos twists mais originais que à memoria, num filme que acaba por surpreender de principio a fim na sua duração, elencado em interpretações de primeira linha, com um excesso de sexualidade que por vezes pode surpreender mas que no final tem a sua justificação.

Por tudo isto fica a ideia que este é um dos filmes mais originais, estranhos e surpreendentes do ano, essa capacidade de ao mesmo tempo ser original na abordagem de base, mas também de conseguir ter uma mensagem por um percurso nada normal só esta ao alcance de filmes de primeira linha. O tempo poderá ter sido o maior adversário da historia, pois fica claramente a ideia que será um filme que a historia o colocara num lugar bem melhor do que o atual.

Temos um filme com um tema claro, com uma agenda queer assumida, mas que ao mesmo tempo consegue ser um filme sobre muito mais, sobre luto, sobre oportunidades, sobre o que deixamos por fazer, filme esse pensado e trabalhado para ter ainda momentos em que dão a volta ao espetador para o deixar com a boca aberta na sua fase final.

A historia fala de um homossexual algo isolado do mundo social, que vive marcado pela morte dos pais, com quem vai falando em visitas que faz a sua terra natal e onde vai dando a conhecer os aspetos da sua vida de hoje, enquanto inicia um envolvimento intimo que podera mudar toda a sua formula de vida.

No que diz respeito ao argumento, é uma das abordagens mais originais e um dos melhores argumentos do ano, não só na ideia de base mas na propria concretização dos seus momentos e dialogos. A personagem central e bem escrita e alimenta um filme curioso onde o final e a cereja em cima do bolo.

Na realizaçao temos Andrew Haigh um realizador com pouca dimensão em Hollywood que ganhou com este filme um respeito critico e uma dimensão que lhe colocarão os holofotes em outros trabalhos. Todo o trabalho estético neste filme vai para surpreender o espetador, e isso acaba por ir de encontro aos objetivos do filme.

No cast o filme é dominado por Scott num dos melhores papeis do ano que merecia mais atençao na temporada de premios, porque é um barometro qualitativo. A forma como o filme cresce com a personagens e os seus momentos deve-se a qualidade desta interpretação. Ao seu lado um Mescal que vai variando personagens exibido recursos e uma Foy sempre intensa que merecia mais destaque.


O melhor - A forma como o filme baralha o espetador dando sentido a tudo.


O pior - Fica a ideia que a sexualidade ocupa um espaço que poderia ser trabalhado numa outra dinamica de casal


Avaliação - B+



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