De todos os livros de natal poucos conseguiram o mediatismo e força que Conto de Natal de Charles Dickens conseguiu. Pois bem depois de diversas adaptações do livro em si, este é um filme diferente um filme que aborda o processo criativo do autor, numa fase complicada da sua vida e que conduz ao lançamento de uma das suas obras mais singulares. Em termos criticos pese embora avaliações consistentes as mesmas foram insuficientes para servir de impulso ao filme que comercialmente conseguiu o resultado que qualquer filme com este tema conseguiria,
Os filmes sobre os processos criativos de autor são normalmente filmes algo confusos, porque a tentativa de entrar na mente de alguém é sempre um processo arriscado e nada objetivo. Pois bem o filme pese embora tente nos dar as personagens e coloca-las em dialogo com o autor nunca consegue ser objetivo sendo muitas vezes confuso e sem grande sentido, pese embora a tradição e o espirito do livro esteja bem presente e acima de tudo um filme bem pensado do ponto de vista estetico.
Mas esta longe de ser um grande filme, principalmente porque já conhecemos a historia já conhecemos o seu desenvolvimento e tudo se torna demasiado obvio em todo o processo do filme e principalmente da personagens de Dickens, que nos parece sempre alguém perdido, o que é dificil de entender sendo um dos maiores escritores da historia. Alias penso que é na caracterização e definição de DIckens que o filme falha em grande linha, tornando-o quase numa personagem de comedia. Certo é que o filme com esta escolha queria dar ao mesmo um carater ligeiro e que lhe permitisse um filme familiar, mas parece sempre algo preso ao tradicionalismo do cinema britanico.
Por tudo isto parece-me obvio que sendo um filme sobre um acontecimento interessante e por ser um filme dentro do livro, é bem mais artistico e com mais mensagem os filmes sobre o livro em si, mas todos acabamos por ter a certeza que de tempo em tempo os grandes classicos da literatura de natal vejam filmes ou sobre a historia ou sobre a criaçao.
A historia fala de Dickens depois do sucesso de Oliver Twist e com dificuldade em escrever outro sucesso, que no desespero acaba por começar a interagir com personagens criadas pela sua mente, e que lhe vao levar a escrever o conto de natal, contra todas as apostas.
Em termos de argumento parece-me que o filme adopta um tom demasiado leve principalmente na forma como caracteriza Dickens. E num filme com uma base tão importante penso que o filme se deveria levar mais a serio no tom. O paralelismo de dimensoes nem sempre e obvia como deveria ser.
Na realização a batuta foi entregue a Nalluri um realizador indiano de pouca dimensão que tem um trabalho meritorio na construção temporal e na luz tipica dos filmes de natal de epoca. E um filme bonito mesmo que com pouco risco.
No cast 2017 vai ser o ano da impulsao de Dan Stevens, depois de a Bela e o Monstro e de Legion tem aqui mais um filme de grande protagonismo. Eu penso que ainda falta intensidade dramatica ao actor, demasiado ligeiro para tantos filmes. Aqui ainda se denota mais quando tem que partilhar cenas com a toda a intensidade de Plummer, que mesmo em face da idade teve um dos seus melhores anos.
O melhor - O espirito estetico do filme.
O pior - A personagem demasiado simples de Dickens
Avaliação - C
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