Friday, March 28, 2025

Paddington in Peru

 Depois de dois primeiros filmes de sucesso eis que o terceiro surge com uma dimensão diferente conduzindo a personagem para um destino diferente fora da rigidez britanica que acaba por ser a imagem de marca do produto. Ao contrario dos seus antecessos o sucesso critico foi mais moderado, sendo que comercialmente principalmente nos EUA o resultado foi mais modesto, mas ainda com resultados interessantes.

Paddington e um caso de sucesso completo na adaptaçao ao cinema, principalmente pela forma simplista e tradicional com que transmite ligação, sentimentos e um humor simples que aproximou a familia o incrivel urso. O segundo filme e um dos melhores do genero e colocou a fasquia de tal forma elevada que seria muito dificil o trajeto deste terceiro filme, o qual sente isso, e sente-se orfão de mudança de realizador e em parte de protagonista.

O filme tem bons momentos, nos detalhes que são fantásticos no segundo filme eles aparecem essencialmente no inicio deste filme mas desaparecem para um filme, se calhar mais infantil, com uma historia menos trabalhada, e isso acaba por dar ao filme menos impacto humorístico e mesmo familiar na sua forma de comunicar. Nota-se que e um filme mais pequeno, menos ambicioso mas que ao mesmo tempo acaba por ser simpático, e ter a génese de uma personagem que o cinema construiu bem.

Outro dos pontos em que o filme teria dificuldade era no vilão, Paddington 2 acabou por criar este Hugh Grant de sucesso e eis que Banderas tinha um papel dificil, primeiro porque nao encaixa tao bem como Grant nas diversas personagens e porque a propria personagem em si tambem e pior construida. No final a liçao moral tambem e menos forte, sendo claramente um filme mais pequeno da saga.

A historia segue Paddington e a sua ligaçao com a Tia Lucy que o leva a uma viagem de familia no Peru de forma a tentar encontrar a sua tia, mas que leva a uma aventura que o faz contactar com uma peculiar freira e com um comandante com objetivos mais escondidos.

E no argumento que o filme perde alguns vetores quando comparado com outros. Parece-me um filme mais simples, mais direcionado, com a mensagem mais explicita. E mais familiar e menos denso do que os filmes anteriores e isso acaba por o tornar mais pequeno.

King foi um obreiro no que fez nesta adaptaçao e no que fez tambem com Wonka sendo uma figura de referencia em filmes juvenis. Aqui deixou a batura para um primario, Dougal Wilson que inicialmente ainda tenta manter o ritmo do seu antecessos mas acaba por deixar para fazer o filme fluir de uma forma muito mais natural do que artistica

No cast o filme tem uma mudança de protagonista que fica sempre estranho numa saga. Mortimer e uma boa substituta mas Hawkings foi a mãe da personagem e existe sempre habituação. Banderas e sofrivel perdendo as cenas para uma Colman que é sempre uma atriz de primeira linha


O melhor - PAddington funciona na sua forma de comunicar simples

O pior - O segundo filme colocou a fasquia num nivel inultrapassavel


Avaliação - C+

Wednesday, March 26, 2025

The Gorge

 A Apple + é uma aplicação que aos poucos consegue ganhar algum impacto nas series mas que nos filmes ja parece ter vivido momentos mais fortes, estando um pouco apagada. Este ano parecia querer mudar um pouco esse parametro com a estreia em grande deste filme de ação com um cast de nivel elevado e efeitos especiais de estudio. O filme obteve criticas medianas mas comercialmente fica a sensação que a aplicação ainda nao consegue tornar filmes em sucessos imediatos.

Sobre o filme podemos e devemos dividir o filme em duas partes completamente distintos. Um inicio estranho, apocalitico de pessoas solitarias, e uma ideia interessante de distancia e solidão. O filme consegue ser simples e romantico, mesmo sem grandes truques em algum desses momentos. Onde o filme acaba por se perder e depois do meio quando entra na açao, nos efeitos e na intriga policial, onde a ideia é exagerada, o filme tem dificuldade em fazer as coisas fazerem sentido e as personagens deixam de aparecer numa especie de jogo de computador com pouco conteudo.

Por tudo isto podemos dizer que temos um filme com dois momentos. Com um realizador ja experiente com algumas colaborações de estudio fica a ideia que o filme fica sem ideias e que algumas das coisas são demasiado absurdas e que mesmo os protagonistas acabam por ficar ali a cumprir mais calendario do que dar o filme um input qualitativo, na primeira parte o lado mais romantico do filme parece encaixar melhor mesmo na quimica dos mesmo.

Por tudo isto mais um filme em que falta alguma coisa. As aplicações continuam a chamar a si protagonistas mediaticos, realizadores consagrados, dinheiro, mas fica a faltar sempre alguma coisa. Se calhar aqui o proposito da televisão tire alguns trabalhos de pos produçao do filme que o poderiam e deveriam tornar mais forte ou mais coeso na segunda parte, porque a ideia que fica é de uma mediania sem grande significado.

O filme fala de dois individuos solitarios que aceitam guardar sozinhos, durante um ano duas torres de vigia de um fosso que guarda um segredo de estado pos II guerra mundial. O problema e que a determinada altura ambos se começam a relacionar e acabam por descobrir o que esta por baixo deles.

O argumento e algo exagerado, pouco trabalhado para a ideia que tem. Fica mais a ideia que o filme tenta dar mais contexto de promenor adjacente do que nos alicerces da historia e isso nota-se principalmente na segunda fase do filme. Na simplicidade do romance as coisas correm ligeiramente melhor.

Na realizaçao Derrickson aceitou o repto depois de ter em si os ultimos Doctor Strange. O filme e grande, tem investimento de estudio e faz de forma eficiente embora mais tarefeira do que artistica. Nota-se que o filme é competente nos avanços tecnologicos sem que isso faça que o mesmo seja diferenciado, num realizador que neste momento parece ser um cumpridor e menos um artista.

No cast Teller nao conseguiu propriamente criar um contexto depois do seu Top Gun, e Joy falhou no seu Mad Max. Ambos dão o lado de açao ao filme mais do que propriamente interpretaçoes fortes e carismaticas. Nao me parece que estejam no melhor momento de forma, e o filme nao ajuda. Tambem na quimica ja vimos ambos com melhores ligaçoes.


O melhor - A primeira parte do filme.

O pior - Fica a ideia que a base narrativa do filme nao foi propriamente elaborada


Avaliação - C

Sunday, March 23, 2025

Snow White

 Num ano de 2025 que começou de forma silenciosamente coube a Disney fazer o primeiro arranque comercial do ano com o seu live action de Branca de Neve. Com uma pos produçao muito conturbada, polemica sobre algumas decisões e acima de tudo com as suas protagonistas completamente de costas voltadas o filme estreou e o pior aconteceu. A comunidade virou-se por completo contra todas as mudanças do filme e comercialmente o filme ressentiu-se por essa ma publicidade. Atualmente tem um dos piores registos de sempre na avaliaçao popular do IMDB e pouco pode ser pior que isso.

Sobre o filme podemos dizer que o filme ate começa bem, tem cor, tem uma boa capacidade de nos transportar ate ao reino de Branca de Neve, e tudo parece ir no sentido certo até que chegamos ao contacto com os anões em que o filme se transforma, se torna estranho, chega mesmo em alguns momentos a fazer desviar o olhar, como o mau CGI dos anões, mas pior que isso a escolha de um anão para fazer parte de um exercito rebelde mas que nao pode ser utilizado como os fieis escudeiros da branca de neve.

Eu compreendo que a Disney consiga perceber que os seus filmes antigos teriam dificuldade em ser iguais nos dias de hoje, mas filmes tao proximos de todos, pelos melhores momentos nao deveriam sofrer uma alteração tao clara. Obvio que a agenda politica começa a ser um dos pontos mais discutiveis da DIsney ainda para mais como neste filme onde muita da criatividade nunca aparece.

Um live action polemico, que falha porque a maior parte das pessoas que gostou do filme original, detestou esta abordagem. O filme tenta fazer arranjos mas nao beneficia em nenhum deles, e acima de tudo a sua abordagem e escolhas de cast e mesmo sonoras acabam, por nao ajudar o filme a chegar junto do publico, em fim um desastre sob a forma de live action.

A historia segue branca de neve e a base que conhecemos ate ao momento em que conhecemos os sete anões, depois temos o empowerment feminino alterando aquilo que sao as definições do filme para ter um contexto politico maior sobre a força da personagem.

Claro que a base narrativa de Brance Neve original da Disney e antiquada com muitos valores que nao são de hoje, mas funcionou em muita gente que estreou-se no cinema com este filme. Ao mudar deixava-se os pilares essenciais que acabam por vezes por nao aparecer no meior de uma agenda politica que pouco faz falta a filmes para os mais pequenso.
Webb foi a escolha para este projeto um realizador que chegou em determinada altura da sua carreira em ter nas mãos o projeto spider man mas que nao conseguiu sublinhar o seu estilo nesses filmes, conduzindo a muitos passos atras. Aqui o filme tem escolhas muito discutiveis e provavelmente sera das pessoas que mais danificado ficara com o resultado final do projeto.

Zegler foi uma escolha discutivel, e fisicamente e facil perceber que nao e a escolha esperada. A sua voz acaba por ser o que melhor funciona no filme no lado musical, embora do ponto de vista interpretativo tenha dificuldades claras. Mas o maior erro foi Gadot, nao e interpretativa, nao e carismatica, e uma personagem como esta tinha de ter outra aura aindapara mais porque nao funciona tambem musicalmente.


O melhor - O lado musical de Zegler

O pior - As mudanças todas a o CGI


Avaliação - D+

Thursday, March 20, 2025

Love Hurts

 O dia dos namorados nos ultimos tempos tem deixado de ser uma altura para filmes romanticos para filmes com o amor como o pano de fundo com argumentos estranhos, arriscados e longe do que estavamos habituados. Este ano surgiu esta comedia de ação com dois atores recem oscarizados que pareciam nao encaixar bem no mesmo filme. A arrojada historia acabou por ser completamente destruida pela critica, sendo que comercialmente o filme também ficou longe do sucesso, demonstrando que pelo menos Huy Quan ainda nao e um ator para liderar elencos.

Sobre o filme podemos dizer que tudo não encaixa em nenhum dos pontos, com exceção do lado Goofy do seu protagonista o qual, ao contrario do que tão bem criou no filme que lhe deu o oscar nao consegue aqui dar o lado mais duro que o filme requer, e isso particularmente acontece porque o filme tem dificil em se fazer comunicar em ir buscar o que realmente quer ser, passando de cenas de luta sem grande sentido, para personagens absurdas e uma especie de comedia que nunca consegue ser minimamente engraçada.

Por estes atributos, mas mais que tudo pela falta clara de algum sentido naquilo que quer ser, este filme rapidamente se percebe que e um ato falhado, sendo que o tema do amor e o seu lançamento em dia dos namorados ainda parece um objetivo muito mais distante do que o filme de ação comico pouco conseguido que acaba por ser, ja que romantico o filme nao consegue ter qualquer brisa desse tipo.

Por tudo isto um dos filmes mais desencaixados que me lembro de ver, o cast nao funciona, não tem quimica, a maior parte das personagens sao totalmente indicifraveis o que fazem e o que querem fazer. A intriga é difusa, e so as cenas de luta acabam por ter algum trabalho, num dos projetos mais sem sentido que me recordo de um grande estudio, cujo fracasso seria facil de perceber no primeiro plano.

A historia segue um agente imobiliario, ex assassino profissional, que ve o seu passado regressar a si, depois da sua grande paixao regressar a vida e perceber que tem um conjunto de bandidos prontos a tentar a sua morte.

O argumento do filme é um disparate no conteúdo ja que dificilmente percebemos onde o filme realmente quer ir, mas acima de tudo é um disparate no estilo, um comico disfarçado que nunca consegue ser minimamente eficaz.

Na realizaçao um projeto de estreia com tantos focos nao correu bem a Eusebio, um colaborador em partes mais pequenas em algumas produçoes grandes que falha por completo a abordagem, o estilo e a forma como comunica com o espetador. Dificilmente tera outra chance

No cast tudo ao lado Quan tenta imitar o que fez no seu papel de oscar, mas falha principalmente no lado duro que parece sempre um remendo. DeBose nunca consegue ser minimamente uma mulher fatal que o filme deseja que fosse e tudo sai mal tambem neste particular, sendo um filme pos oscar de ambos pode acabar com um recibo caro.


O melhor - As cenas de luta

O pior - A sensação que 1h23 e demasiado num filme


Avaliação - D-

Tuesday, March 18, 2025

Companion

 Este filme de terror Sci fi ganhou algum protagonismo, principalmente por ter juntado dois dos protagonistas que melhor tem conseguido estar vocacionados para um terror adolescente dos tempos modernos com sucesso. Este filme acabou por estrear em janeiro com excelentes avaliaçoes tendo em conta o prazo do seu lançamento, sendo que comercialmente por algum impacto mediatico inicial se pensou que o resultado poderia ser mais consistente.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa num ritmo lento, que nos faz sentir algo perdidos, mas rapidamente somos lançados para o mundo sci fi, e ai temos efetivamente um filme conseguido, impactante, original, bem interpretado, e que pese embora caia algumas vezes em alguma previsibilidade dos twists acaba sempre por ter um ritmo interessante tendo em conta o tipo de filme.

Um dos pontos que funciona bem no filme, e o lado sci fi, que ja tinha funcionado bem com M3gan, quando um filme consegue ir buscar a evoluçao como um dos apontamentos que nos causa panico, normalmente as coisas funcionam bem, e ficamos com a clara ideia que isso acontece neste filme, na forma simples como o mesmo consegue ir buscar ao mesmo tempo o lado mais perigoso da ambiçao humana e do terror tecnologico.

Por tudo isto temos um filme interessante, com qualidade, atual. Não é propriamente um filme extremamente coeso ou com muita ideologia, mas fica a ideia que um filme atual, bem interpretado, aproveitando o bom momento dos seus interpretes, e um dos primeiros razoáveis filmes do ano, num mês que normalmente é aposta para  projetos falhados.

A historia segue um jovem que acaba por ir a um encontro com amigos pela sua paixao atual, contudo rapidamente percebemos que a mesma não é mais do que um robot programado para ser o mais fiel possivel a uma mulher de forma a responder as necessidades emocionais dos seus utilizadores.

O argumento do filme parte de uma premissa original, bem trabalhada, organizada. Nao e um filme muito surpreendente nas voltas que dá, mas consegue ser consistente. Apostar no medo da atualidade funciona sempre e o filme tira esse proveito.

Na realizaçao temos Drew Hanckok um autentico desconhecido que tem aqui um bom cartão de visita do terror psicologico. O filme é denso, nao arrisca particularmente muito no que diz respeito ao aspeto ou a abordagem estetica, mas e um filme de estudio eficaz e isso muitas vezes é o primeiro passo numa carreira de sucesso.

Por fim no cast Tatcher ja tinha estado num otimo nivel em Heretic mas tem aqui um papel mais dificil, um papel que necessita dos seus recursos interpretativos e dramaticos que sobressaem numa atriz que demonstra intensidade e carisma para altos voos. Quaid tem sempre o lado estetico da sua expressão, mas fica a sensação que perde o filme para a sua colega.


O melhor - A atualidade do terror

O pior - O filme poderá ser algo previsivel em alguns twists


Avaliação - B-

Tuesday, March 11, 2025

Presence

 Steven Soderbergh é um dos realizadores com mais filmes e mais experiências enquanto realizador nos ultimos vinte anos, sendo que tanto encontramos filmes de grande estudio, como colaborações frequentes com as aplicações de streaming e este ano logo em janeiro um filme de terror psicologico. O filme estreou com boas avaliações, sendo um territorio exprimental onde o realizador tem conseguido bons resultados. Comercialmente as coisas nao correram tão bem, sendo que o facto de não ter recorrido a atores de primeira linha não ajudou.

Sobre o filme temos um filme curto, no qual nos acabamos por ser uma camara interprete, como uma presença numa casa, a forma como o filme na maior parte do tempo é feito de clips curtos e que durante algum tempo são dificeis de conjugar acaba por ser a barreira mais dificil de ultrapassar ate começarmos a ter o filme revelado, sendo o final o ponto mais decisivo do filme e que de alguma forma vai determinar se o publico gostou ou nao da abordagem.

Um dos pontos mais exprimentais de Soderbergh com uma abordagem de base é a sua usual capacidade de colocar a camara como interprete, ja o tinha feito em filmes anteriores, normalmente mais associado a filmes de densidade psicologica, o final acaba por ser algo previsivel, ja que vão sendo deixados alguns elementos ao longo dos dialogos, mas fica sempre a ideia de um filme diferente.

Por tudo isto e estando longe do que de melhor Soderbergh ja fez quando chama a si todos os meios, nestes pequenos filmes mais desprendidos onde arrisca mais na abordagem o mesmo tem conseguido obras interessantes, talvez com uma dimensão inferior ao realizador mas que alimentam a curiosidade de um realizador que nunca deixou de tentar ter o seu cunho de exprimentalista.

A historia fala de uma familia, marcada pela morte de uma amiga da filha mais nova que começa a perceber que a casa onde habitam tem uma presença estranha com propositos dificeis de perceber.

O argumento do filme vale essencialmente pela revelação final que acaba por ser um trunfo interessante que pode levar o espetador a querer ver o filme outra vez, de uma outra dimensão. Eu penso que o filme e original, se calhar algo simplista nos dialogos mas que funciona muito pelo seu final.

Soderbergh e um realizador de primeira linha que tem muitos filmes, para todos os gostos e acima de tudo com valores tambem diferenciados. Aqui temos uma abordagem diferente, um filme que consegue ir tentar buscar a camara como interprete e consegue. Nao esta no epicentro da sua carreira mas continua a ser um valor seguro.

No cast o filme tem um elenco de pessoas menos conhecidas Liu acaba por ser a presença mais visivel numa personagem que so aparece na fase final, acabando por ser os jovens e quase desconhecidos Liang e Maday a ter as despesas do filme, funcionando na maior parte do tempo.


O melhor - O final e a forma como integra todo o filme


O pior - A passagem da barreira inicial


Avaliação - C+

Monday, March 10, 2025

One of Them Days

 No principio do milénio existia uma tradição que consistia em que janeiro fosse o mês do lançamento de comedias claramente afro americanas, de costumes sobre as suas vivências e o seu estilo cultural. Com o passar do tempo essa tradição foi abandonada mas ressurgiu este ano com esta comedia de costumes. Com algumas das figuras desta nova geração musical e cómica o filme estreou com um sucesso critico que não era propriamente habitual. Comercialmente assim como a maioria dos filmes de outros tempos os resultados foram consistentes embora muito circunscritos ao mercado americano.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo encaixa como uma luva na tradição dos filmes de janeiro, temos muito do esteriotipo cultural, temos o humor facil, adulto, e acima de tudo aquele tipo de comedia em que o caos acontece do primeiro ao ultimo minuto. Não é porpriamente um filme muito elaborado, ou que o tente ser, tenta ser um filme bem disposto para uma tarde de inverno, sendo que algumas piadas funcionam outras nao.

O barulho e esteriotipo estão la, o filme consegue como poucos o tinham feito nos ultimos tempos ir ao histerimos das comedias do inicio do milenio como por exemplo barbershop com novas personagens, novos habitos, mas todos os exageros. nao são filmes particularmente ricos em mensagens, mas acabam por ser filmes dirigidos a um publico concreto que acaba por considerar sempre, pelo menos no humor, este tipo de abordagem como funcional.

Por tudo isto um filme simples de inicio de ano, bem disposto, embora pouco original e na maior parte do tempo quase sempre mais exagerado do que engraçado. A dupla funciona bem na sua conjugação de caracteristicas. Nao sei se marcara o regresso da comedia afro americana de base, mas que este filme é uma homenagem justa ao que foi sendo feito, sem duvida que sim.

A historia segue duas amigas que estão em vias de ser despejadas por falta de pagamento da renda que tentam num dia salvar a sua casa, contudo isto leva a uma espiral de acontecimentos que ira transformar cada momento do dia um caos superior ao anterior.

O argumento tem uma premissa conhecida, e mesmo no estilo humoristico é a excentricidade e o exagero comico associado a cultura afro americano. Alguns apontamentos tem graça, outros menos, num filme redutor em termos de mensagem, mas que claramente percebe que é um registo de desgaste rapido.

Na realizaçao do projeto temos Lawrence Lamont um realizador oriundo da cultura hip hop, associado ao videoclip de alguns musicos que tem aqui a sua estreia. Denota-se que conhece o estilo onde o filme se encaixa e o que realmente pode esteticamente funcionar no humor afro americano. So o futuro dira se tornar-se-a uma referência do genero, ou apenas um apontamento na sua carreira.

No cast nao temos propriamente atrizes muito conhecidas Keke Palmer consegue dar algum seguimento depois de Nope, num lado mais comico, onde se percebe nao ser a sua praia e SZA mais conhecida pelo lado musical, ultimamente muito associado a Kendrik Lamar tem o lado hiperativo da cultura, completamente amplificado ao maximo neste filme.


O melhor - O regresso de uma tradição que deu alguns filmes razoaveis


O pior - Para um não afro americano tudo pode parecer algo descontextualizado


Avaliação - C

Saturday, March 08, 2025

Flight Risk

 Mel Gibson nos seus momentos mais proveitosos enquanto realizador teria sempre os seus filmes na lista dos eventuais nomeados, para além do mais um realizador que conseguiu com Bravehart um dos filmes mais bem avaliados de sempre. Com as suas polemicas sucessivas essa aura desapareceu e este novo filme estreou sozinho em Janeiro, com criticas pessimas, sendo que comercialmente mesmo com Mark Whalberg como protagonista o resultado ficou aquem do que esperamos de alguem como Mel Gibson.

A primeira analise que me cumpre fazer é se Mel Gibson não quis com este filme fazer deliberadamente algo horrivel, porque o que assistimos é algo que parece propositado para ser mau e sem sentido em todos os apontamentos. Desde logo a personagem central, ninguem percebe o que é, o que quer ser e o que fez. No lado da policia igual, e quando entra a personagem que vai ser a vila do filme ainda pior. Tudo é um desastre introdutorio que acaba por ser o pronuncio do que vem a seguir.

O desenvolvimento narrativo ainda é pior, os avanços e recuos na mente e na dedução da protagonista feminina, os tiques completamente irritantes de Whalberg, a sobrevivencia a quase tudo, o filme parece um hino a como não fazer um filme de açao, ou uma homenagem aos filmes serie C dos anos 80 que iam diretamente para a terceira prateleira do videoclube.

Mas se pensamos que o final poderia resgatar o filme, enganam-se, o final ainda é mais cringe, dando uma especie de união entre os protagonistas que nunca foi introduzida para alem da vertente profissional, e acaba de forma abrupta sem nunca percebermos em qualquer momento se temos um mel Gibson com problemas de consciência ou se deliberadamente quis fazer um hino aos filmes pessimos de hollywood.

A historia fala de uma policia que tem de conzudir num avião pequeno uma testemunha protegida, ate que percebe que o piloto mais não é do que um assassino profissional com o objetivo de garantir que a testemunha não fala no tribunal.

O argumento do filme é basico na sua base, igual a muitos filmes de açao pouco trabalhados, mas a sua concretização é absurda e muitas vezes desconfortavel para o espetador. Desde os dialogos sem qualquer sentido, desde os twist esperados, e mais que tudo nunca conhecemos as personagens.

Mel Gibson e um realizador com um percurso incrivel enquanto realizador que fica quase irreconhecivel como o mesmo acabou por fazer uma obra tão amadora, e mal feita nos momentos mais simples. Parece unanime que nao passa pelo seu melhor momento mental, mas este filme leva a que profissionalmente isso seja um reflexo.

No cast Grace explica porque razão esta afastado dos grandes filmes há muito tempo, repetitivo, sem qualquer dimensão. Whalberg como vilão é só cringe, exagerado, com um cabelo disparatado para fazer ainda tudo ter menos sentido, e mais que tudo uma protagonista que tenta revitalizar uma carreira para alem de Dowton Abbey, mas nao sera com este registo que o vai fazer.


O melhor - A curta duração do filme.

O pior - A quantidade de coisas mal feitas que o filme tem por metro quadrado


Avaliação - D-

Friday, March 07, 2025

Dog Man

 


Janeiro nunca foi pronuncio de sucessos comerciais, dai que esta aposta por um filme de animaçao ver a luz do dia em pleno janeiro poderia ser discutivel, nao fosse ser uma especie de spin off de Captain Underpants, um autentico underdog de estudio mas que não tem o lado comercial de outros projetos. Este filme surgiu com a esperada irreverênncia que conduziu a criticas até positivas, sendo que comercialmente o filme aproveitou as aguas paradas para ter alguns resultados, principalmente porque em termos de animaçao era um pouco uma corrida a solo.

Sobre o filme o primeiro apontamento que podemos analisar é que fica no limbo, entre uma historia demasiado disparatada para adultos, mas por outro lado o lado ironico e mesmo non sense da maior parte das piadas faz com que também não seja, declaradamente um filme para os mais pequenos. Fica sempre a ideia que este tipo de limbo acaba por fazer os filmes ficarem algo difusos na maior parte dos seus momentos.

Depois tem uma historia simples do ladrão e do policia, personagens secundarias apenas com a vocação humoristica, e um twist esperado porque efetivamente as duas personagens centrais tem os seus momentos, principalmente comicos que seria dificil escolher uma delas. Ai o filme torna-se mais infantil e mais expectavel, num estilo irreverente proximo do que o filme anterior da saga ja tinha sido.

Por tudo isto um estilo de humor diferente. rebelde, sem ser adulto, não nos parece que seja um estilo rico, ou que traga filmes particularmente diferenciados, mas cumpre, os poucos objetivos que vai tendo. Existe momentos em que fica a clara ideia que o filme poderia ser ainda mais adulto, mas isso tornava-o direcionado para um registo que nao tem aceitação.

A historia fala de um super heroi, que é metade homem, metade cão, o que ocorreu apos uma tentativa de deter um gato bandido. Após a transformaçao o objetivo e um prender o referido gato, mas as suas experiencias tornam tudo ainda mais perigoso.

O argumento do filme na historia de base, é simples igual a muitas outras mesmo no twist que adota. No humor está ali num limbo entre o exagerado do ponto de vista narrativo, ao adulto, com muitos momentos de um humor que é conseguido outro que fica a meio caminho.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Peter Hastings um colaborador da Dreamworks que tem aqui o seu primeiro filme de autor. E facil perceber que o filme quer encontrar um estilo proprio, mesmo na animaçao mas tambem se percebe que o filme não é uma primeira escolha da produtora.

No cast um elenco irreverente com Davidson a ter os melhores momentos numa personagem que vai de encontro ao que ele é enquanto ator. No restante funciona sem nunca ser brilhante ou significativamente diferente


O melhor - A ironia de algumas piadas

O pior - o limbo que o filme fica no seu publico alvo


Avaliação -C

Thursday, March 06, 2025

You're Cordially Invited

 Num ano em que a maior parte das pessoas apostam numa Prime cada vez mais ativa, eis que Janeiro começou com uma longa metragem de comedia com duas figuras principais do genero, Ferrell no lado mais satirico, Witherspoon no lado mais romantico. o filme estreou com criticas medianas, e com o tema do casamento, sendo que comercialmente o filme acabou por ter algumas semanas de visibilidade até se dissolver nos catalogos da operadora.

Sobre o filme, quem conhece as minhas analises sabe que gosto do humor pouco contextualizado de Ferrell, o filme tenta isso em alguns momentos e parece-me ser os momentos onde o filme consegue funcionar em termos de humor.O grande problema do filme é quando tenta ir de encontrou à outra parte, concretamente ao lado romantico e despreendido de Witherspoon onde a atualidade do genero parece ultrapassada e nunca encaixa com Ferrell.

Uma comedia aparentemente romantica onde o duo nao consegue ter qualquer quimica em nenhuma dimensão e um proposito, ou mesmo uma dificuldade impossivel de ultrapassar. A ideia que surge e que o filme quer preencher os elementos dos dois protagonistas, os quais procuram algum mediatismo imediato e perde-se no meio, de algo que nunca percebemos muito bem o que quer sempre, ficando sempre o registo que algo não corre bem no filme mesmo no humor.

Claro que o filme aborda o lado emocional, com a ligação pai-filha, fala sobre o casamento precoce, mas o humor é tão direito que por vezes fica a sensação que muito fica por esclarecer ou mesmo funcionar nas dinamicas familiares. Uma comedia de inicio de ano, com muitos defeitos e acima de tudo dois protagonistas a procura de legar o filme para o seu territorio, acabando por puxar mais cada um para seu lado do que em simbiose.

O filme fala de um pai viuvo que decide organizar o casamento da sua filha numa ilha onde se casou, contudo por um infortunio no mesmo dia surge um outro casamento de uma familia mais tradicional, que leva a uma luta entre familias pelo espaço, numa teoria do caos.

O argumento parece querer ir buscar ambos os lados comicos e acaba por nao ser eficiente em nenhum. O humor de Ferrell aparece a espaços, o de Witherspoon parece nunca aparecer, e pior nada disto conjuga, dai que o filme é na maior parte do tempo estranho e nao engraçado, principalmente no seu humor.

Na realizaçao o projeto e assinado por Stoller um realizador de comedias de estudio com uma formula repetida. O filme arrisca quase nada e fica a sensação que cai nos tipicos jogos de camara comicos. um filme simples, de um realizador que ficara por este trajeto.

No cast temos Ferrell a tentar encaixar o seu boneco num lado mais romantico, que fica muitas vezes fora de sitio, e uma Witherspoon longe da promessa que a levou ao oscar, tentando regressar ao lado romantico onde teve mais sucesso num filme que chama a atenção acima de tudo pela falta de quimica do casal.


O melhor - Os apontamentos de humor de Ferrell funcionam sempre

O pior - A quimica inexistente entre o casal


Avaliação -  C-

Wednesday, March 05, 2025

Kinda Pregnant

 A netflix anunciou que nos proximos anos vai reduzir as suas produções em termos de longas metragens e acima de tudo temos encontrado essa redução em projetos de hollywood. Este foi um dos poucos filmes a ser lançado este ano, no estilo tipico de humor de Amy Schumer. Ao contrario dos filmes anteriores o resultado critico deste filme foi pessimo, o que fez que comercialmente também não resultasse acabando por sair rapidamente das primeiras paginas no catalogo da operadora.

Assim, podemos dizer que temos o tipico humor de Schumer, adulto, sexual, com muitas menções ao seu peso, sem que isso traga qualquer tipo de moratória associada, sendo ainda mais gritante neste filme que os tempos de humor perdem-se por completo, o que estranha principalmente plo facto de ter conseguir ir buscar Forte para o seu filme.

Parecia obvio que teriamos uma comedia de desgaste rapido, totalmente dependente das sequencias de humor mas incrivelmente o filme falha em quase tudo, no humor, na tematica, no facto da maior parte das cenas serem impossiveis de existir, tudo parece falhar num filme que marcava fevereiro para a Netflix. Tambem fica a clara ideia que Schumer so consegue fazer humor depressivo e isso acaba por ser mais do mesmo.

Ou seja mais uma comedia que explica bem o pouco sucesso que na maior parte dos projetos a netflix tem, ja que pode ate trazer figuras de uma linha forte de hollywood mas os projetos acabam sempre por ser repetições pouco trabalhados do que foi feito, ficando a ideia neste filme que tudo sai ao lado, sendo de especial relevo a falta de graça do humor que o filme tenta ter.

A historia segue uma mulher com excesso de peso, que depois de perder a relação finge uma gravidez para ter a empatia das pessoas a sua volta, ate que perde controlo da mentira por completo.

O argumento do filme tem uma ideia que terá na essencia alguma base, mas que o filme trabalha de uma forma pouco coesa. O que funciona pior e o humor tipico, mas que aqui nunca tem realmente graça e numa comedia de estudio quando a gargalhada nao aparece esta tudo perdido.

Na realizaçao temos Tyler Spindel um jovem realizador da escola Sandler que filma como a produtora quer com um humor algo fisico, com muitos jogos de camara, mas pouca ou nenhuma arte, dai que a maior parte dos realizadores basicamente nao existem quando saem da produtora.

O cast Shumer e sempre igual, e aqui repete por completo o papel de sempre. Ao seu lado temos uma serie de atores de comedia em papeis standartizados dentro das respetivas carreiras. O que surpreende é Forte um ator proximo de uma comedia de autor, que e totalmente desaproveitado num filme tão mediocre


O melhor - Pouco tempo de duração

O pior - Schumer esta claramente a perder a graça


Avaliação - D

Saturday, March 01, 2025

A Complete Unknown

 Anunciado como uma produção de estudio sobre a vida e principalmente a ascensão de Bob Dylan a curiosidade em torno do filme foi crescendo desde logo pelo facto de se ter percebido que os interpretes iriam cantar as proprias canções e depois por tentar revelar algo mais sobre um dos artistas mais enigmaticos da historia da musica. O filme foi lançado com criticas importantes o que acabou por conduzir o filme a uma carreira segura na temporada de premios, o qual foi do menos ao mais. No que diz respeito ao trajeto comercial do filme o interesse pelo Icon fez do filme o sucesso necessário para ser obviamente um dos filmes do ano.

Sobre o filme o que podemos começar por dizer e que ao contrario da maior parte dos biopics conhecidos aqui nao tentamos perceber a personagem mas sim o contexto e o que ia na cabeça nas suas musicas, e isso leva a que o filme seja quase mais um documentario musical com outros interpretes do que propriamente um filme sobre o seu autor, o qual continua mesmo apos termos visto o filme um completo desconhecido.

A riqueza do conhecimento musical esta la, a capacidade de gerar os momentos iconicos da carreira, ou melhor da primeira fase está la, mas enquanto narrativa de personagem o filme não e propriamente muito evoluido. Fica a ideia que o filme tem algum receio de arriscar naquilo que e a forma de ser de Dylan e acaba por deixar a musica fluir acabando por ser uma opção sensata, mas pouco arriscada.

O filme é bem produzido, musicalmente muito bem interpretado, o ponto mais brilhante do filme, mas fica a sensação que tinha de ter mais elementos, tinha de ter mais do que as musicas das persnagens ja que se torna mais facil ser aceite por todos gostam das musicas mais iconicas de Dylan e ai o filme joga sempre pelo seguro.

O filme fala de Dylan a chegada do mesmo a Nova Iorque e a forma como cresce dentro do ambiente sonoro do FOlk ate ao momento em que se questiona e tenta explorar outra liberdade creativa em busca do que ele quer ser mais do que os outros querem que ele seja.

O argumento do filme nao e propriamente muito trabalhado, acaba por ir a lugares comuns, da pouco da personagem central, que esconde nos tiques conhecidos do musico, e deixa serem as musicas e as letras a sua forma de transmitir. E uma opçao consistente mas mais facil que qualquer outro registo.

Mangold e um realizador de altos e baixos, que funciona quando tenta entrar no detalhe historico, que consegue fazer filmes consistentes, maduros proximos do publico, mas que depois falha quando abraça projetos de entertenimento maior. Aqui teve um dos seus pontos maiores que lhe levou a nomeaçao ao oscar, que o podera tornar num autor de filmes mais coerentes e mais distante de algumas tarefas que lhe foram sendo propostas.

Um dos pontos que tem sido melhor avaliados no filme são as interpretaçoes, muito a custa da riqueza musical. E sem duvida impressionante o que Chalamet e Barbaro fazem musicalmente embora me pareça que os melhores momentos sáo mesmo os musicais, o resto são um conjunto de tiques e pouco mais em termos de dimensão interpretativa. Mas e obvio que quando se da premios a atores que se limitaram a fazer playback quando quantam as coisas tem de ser ainda melhor avaliadas.


O melhor - A riqueza musical do filme.


O pior - Se tentarmos perceber o que o filme tem para alem da musica sobre pouco


Avaliação - B

Friday, February 28, 2025

The Last Showgirl

 Lançado em cima da meta temporal na temporada de prémios com o aliciante de tentar trazer novamente à tona Pamela Andersson numa roupagem diferente sem maquiagem, com o peso da idade mas sempre com o lado corporal que fez dela um dos maiores sex symbols de Hollywood. O filme estreou com boas criticas o que manteve principalmente a interpretaçao de Pamela sempre nas apostas para as nomeaçoes a qual viria a falhar no ultimo minuto. Comercialmente o filme lançou-se em Janeiro sem grande resultado que possa ter colocado em causa as expetativas de prémios do filme.

O filme é o tipico filme dos filhos de Coppola, ou seja intimista, poucas palavras destacado para as vivencias da personagem no lado do desaparecimento do sucesso. O paralelismo com o momento atual de Pamela Anderson e claro e o filme não consegue ser analisado nunca sem esse paralelismo. E um filme pequeno que nunca tenta ser grande que tenta dar o palco todo a Pamela, mesmo que isso esconda um pouco o lado emocional e pesado que o filme poderia ter na personagem.

O ritmo e demasiado baixo, o estilo de realizaçao e uma assinatura mas sinceramente é dificil perceber os reais beneficios que o filme obtem com isso, fica o lado final, quando conseguimos perceber o que foi colocado de lado pela personagem e o momento final de indefiniçao conseguimos fazer o claro paralelo com quem coloca a carreira acima de tudo, ficando descalço do lado normal da vida, e nisso o filme é realmente intenso, principalmente nos ultimos momentos.

Ou seja um filme que poderia e deveria ser melhor, um filme com uma boa base, e premissa que se esconde para dar alguns momentos a sua protagonista com necessidade de redençao. Fica na minha perceção que o filme poderia existir sem ser o comeback de Pamela Anderson ou se fosse mais do que isso, mas o objetivo concreto foi sempre este.

A historia fala de uma dançarina de cabaret adulto que ve o seu show chegar ao fim e nao consegue perceber o que vai fazer já que se foi despegando de tudo o resto, inclusive da vida familiar que tenta reconquistar.

O argumento do filme tem uma base interessante, forte e que o filme emocionalmente consegue fazer render. Fica a ideia que se esconde demasiado num filme pequeno, de ritmo baixo com demasiados momentos a solo da personagem e isso faz com que a intriga pudesse ter muitos mais elementos.

Gia Coppola, neta de Francis Ford Copolla, vinda de uma familia de realizadores de assinatura propria, tenta encontrar o seu registo depois de alguns filmes menos visiveis, tem aqui a sua primeira obra de referencia, e conquistou o primeiro louvor critico. Se calhar terá de apostar mais num registo menor artistico ou de assinatura propria para subir ainda mais alguns patamares.

No cast surpreende uma Pamela Anderson fora do registo, a aceitar a idade, embora me pareça que o papel foi supervalorizado por todo o historial, ou por todo o contexto. As dificuldades interpretativas continuam la e o filme utiliza mais para um esteriotipo de personagem. Nos secundarios o filme é sobre Pamela Anderson e apenas Jamie Lee Curtis consegue roubar algumas cenas, muito por culpa da sua homenagem em idosa a alguns momentos iconicos da sua carreia.


Um parentises para a musica de Miley Cirus que nao se consegue perceber como num ano tão diminuido nao conseguiu a nomeação.


O melhor - O tema da dedicação a solo ao emprego.

O pior - O filme coloca demasiada luz no comeback de Pamela Anderson colocando de lado outras qualidades


Avaliação - C+


Thursday, February 27, 2025

Hard Truths

 Mike Leigh é daqueles veteranos que sempre que lança um filme, mesmo com a premissa mais basica consegue sempre ter os holofotes da critica junto de si, mesmo que o publico se afaste um pouco do seu cinema simplista de personagem como aconteceu com este filme, muito valorizado pelos criticos mais tradicionais, mas quase desligado academicamente. Comercialmente Leigh nunca foi um cineasta de multidões e aqui voltou a não ser.

Este é um filme de desconforto nas vidas de uma familia em que entramos na casa dos mesmos e percebemos o motivo de tanta tristeza. Um filme que aborda com intensidade o desconforto de uma familia que ja nao o devia ser, e consegue transmitir isso nos momentos em que comunica com o publico, muito por culpa de uma intensa personagem que nos irrita, que nos faz questionar, sendo que Leigh e sempre melhor em caracterizar problemas do que em os explicar e aqui novamente nao o fez.

O filme e intenso, faz-nos pensar e sentir, mas fica sempre a ideia que o filme devia ser maior, fica a ideia que muito fica por responder e acabamos por ficar em suspenso de nada e ai Leigh parece ir pelo caminho mais facil de nao definir a sua historia e o que realmente a mesma significa. E otimo na criaçao de personagens de os transportar para os momentos que quer mas mais uma vez falta a definição que o filme deveria ter para o seu impacto ser claro.

Por tudo isto temos um pequeno filme de um realizador que parece o querer ser. De alguem que tenta cristalizar o estilo mais tradicional do cinema britanico, conjugando atores mais tipicos deste estilo, mas que ao mesmo tempo parece faltar o impacto de algo realmente diferenciador, de uma definição que preencha o espaço da comunicação entre o espetador e o realizador e isso faz com que os seus filmes nao sejam completos, pelo menos na otica de um cinema mais moderno.

A historia entra dentro de uma familia com um filho com problemas na forma como comunicam entrando nas dinamicas familiares que tornam a comunicação com os seus elementos impossivel por parte de todos que com eles interagem.

O argumento do filme tem a ideia de querer caracterizar um contexto familiar mais do que propriamente querer criar uma intriga e nesse plano e objetivo o filme cumpre. Nos dias de hoje torna-se e mais dificil de amar um filme que nada explica e que essencialmente define, e bem apenas as personagens.

Leigh e um realizador experiente de pequenos filmes ingleses e que continua a ser o seu registo onde reina sempre com os louros criticos. Aqui tem uma realizaçao simples de deixar as personagens fluir e nas suas inquietudes que ele filme pausadamente. E o seu estilo, não é o mais efusivo, mas foi que lhe criou a carreira

No cast Marienne Jean Baptiste regressa ao realizador que lhe deu o filme de maior impacto na sua carreira para uma personagem intensa, que ela cria com uma intensidade muito interessante. E claramente o ponto mais destacado do filme, mas fica sempre a sensação que as personagens e interpretaçoes de Leigh ficam reservadas apenas para os premios mais criticos, onde aqui talvez num ano mais fraco merecesse mais, porque e acima de tudo um filme de interpretação.


O melhor - A personagem central e a forma como a mesma e interpretada

O pior - O filme nada esclarece sobre a mesma


Avaliação - B-

Monday, February 24, 2025

Wolf Man


 Ao longo do tempo já foram realizadas diversas adaptações com diversas descrições sobre o Lobisomem, sendo que em Janeiro, sempre um mês prodigo para filmes de terror surgiu mais uma adaptação desta vez com dois atores mais proximos do cinema independente. Criticamente o filme, que tentou ter uma toada mais de terror teve resultados moderados. Comercialmente Janeiro nunca e propriamente um tipo de mes forte para grandes sucessos tendo os resultados ficado pela mediania.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme de terror com alum body horror mas que poderia ser muito mais funcional no impacto e no medo criado. Fica a ideia quem vê o filme que existem sequencias que trabalhariamos de forma diferente com mais impacto, ou seja, o filme cria essas circunstancias mas nem sempre tira o maximo proveito desses momentos.

Em termos esteticos tambem me parece que nos dias de hoje deveriamos ter muito mais, a transformaçao do personagem usufruiu mais do Body horror e do nojo do que propriamente naquilo que consegue tornar real na ligação entre homem e lobo. Foi neste particular que o filme obteve mais criticas e digamos que a maior parte delas justas porque a construçao e caracterização de Abbot merecia outro tipo de resultado final.

Ou seja mais uma roupagem desta vez de terror do classico Wolf Man, num filme mais silencioso, num estilo de filme que não quer procurar muito das personagens, conduzindo rapidamente o filme para o espaço da mutaçao e os perigos que dai surgem. O twist final e algo previsivel como o resultado final.

A historia segue um pai de familia que apos a declaração de obito do seu pai, depois de um desaparecimento longo acaba por regressar a cabana distante onde este viveu para deparar-se com uma realidade assustadora após ter sido atacado por um alegado lobo.

O argumento do filme parte da ideia central do livro mas torna mais vazia, e um filme mais fisico, musculado, não tanto pensado para personagens e para revelações. Apenas funciona mais no seu twist final, unico risco que o filme corre numa historia mairitariamente sem grande dialogo.

A realizaçao esta a cargo de Whannell o qual surprendeeu no seu Upgrade e que aqui acaba por ter uma construção que funciona no espaço fisico e desprediça na personagem e na sua mutação. Fica a ideia que o filme tem boas ideias de terror, mas que por motivos que nunca descobrimos acabam por nunca ser realmente cumpridas. Um realizador que ja me pareceu a caminho de maior sucesso.

No cast Abbot e intenso e funciona bem na caracterização de personagens que causam panico, e o filme usa isso, mesmo que torna a personagem algo vaga. Garner apenas da nome ao filme ja que a sua personagem e completamente inexistente ao longo de toda a duração do filme.


O melhor - O espaço do filme.


O pior - A caracterização


Avaliação - C-

Sunday, February 23, 2025

Ainda Estou Aqui.

 Desde a sua estreia nos principais festivais que poucos filmes conseguiram um entusiasmo tão grande quer do publico quer da critica, que conduziu a um trajeto sempre a subir que acabou por resultar em otimos resultados criticos e comerciais, e acima de tudo ter conseguido estar na discussão principal dos premios. COmercialmente o filme estreou apenas em Janeiro em grande dimensáo, ja impulsionado, e muito pelo fervor critico conduzindo a otimos resultados comerciais ao longo de todo o mundo, ainda que com dificuldade no mercado americano.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira coisa que nos chama a atenção e a fotografia e a capacidade de transportar por completo o espetador para o Rio de Janeiro dos anos 70 e as suas dictomias. O filme tem no lado familiar o seu trunfo, a forma como nos permite entrar e criar empatia com toda aquela familia que nos vai conduzir ainda mais para a escalada de sofrimento que se segue, e para o impacto emocional que o filme quer ter.

O que podera ser o calcanhar de aquiles mais significativo do filme acaba por ser num primeiro momento esconder um pouco em que consistia a ditadura militar brasileira, para alem do nome, o que faz com o espetador fique algo perdido na sucessão de acontecimentos que se seguem, pesados, mas que é o aspeto mais vago do filme, o qual regressa a toda a intensidade familiar e continua com um impacto total nas personagens ou mais que isso consegue levar à base da resistencia das pessoas e das familias.

E claramente um dos filmes mais impactantes do ano, um filme que conjuga boas interpretaçoes, uma capacidade unica de realizar e potenciar emoçoes ao maximo. Ninguem fica indiferente a familia e a sua forma de ser, sentindo que tudo como se fosse nosso. Nao e uma obra unica mas e um grande filme, um dos melhores do ano sem duvida.

A historia segue a familia Paiva, a sua ligação, ate ao momento em que são capturados pela ditadura miliar e o patriarca nunca mais regressa conduzindo a uma necessária readequação da familia e do seu estilo de vida, quando se procura respostas para tal desaparecimento.

O argumento do filme e incrivel emocionalmente na caracterização da familia e dos seus pontos. Em termos politicos e menos trabalhado, mas parece uma opção se forma ainda sublinhar mais o lado empatico da familia e dos seus laços. Um dos argumentos mais bem preparados do ano.

Salles depois de muitos anos desaparecido surge novamente com uma obra que ficara registado na sua filmiografia como a sua obra de referência. Um trabalho incrivel de quem conhece bem todo o contexto que quer transmitir com uma mestria que merecia outro tipo de destaque nos dias de hoje. Se bem que os falhanços que foi tendo no cinema americano faz pensar que ele esta melhor no cinema de origem.

Anos depois de num trabalho Salles ter permitido Montenegro ser nomeada para o oscar, agora potencia o filme, para a sua filha Torres conseguir o mesmo, numa personagem particular. Fica sempre a sensação que muito fica por dizer deliberadamente. E uma excelente personagem embora pudesse ter ainda mais espaço. Sinto o filme melhor quando Mello da o ponto mais simples e mais sensivel


O melhor - O lado familiar

O pior - A caracterizaçao politica inicial


Avaliação - B+

Unstoppable

 Pensado inicialmente como podendo integrar ainda em 2024 a eventual disputa pelos premios apos os primeiros testes de imagem ficou a sensação que o filme nunca seria um real candidato aos premios razao pela qual a Amazon atrasou a estreia em Streaming para Janeiro um mês onde normalmente o circuito esta mais calmo e as razoaveis avaliaçoes poderiam funcionar. Comercialmente no entanto as coisas nao foram brilhantes e o filme rapidamente desapareceu das sugestões.

O filme e o tipico drama desportivo com todos os ingredientes tipicos de um filme razoavel, emocional, mas pensado mais para a emoçao do que propriamente para o feito. Temos tudo, a dificuldade, a desconfiança, a derrota, a vitoria final a historia de vida e mais que isso o contexto social com todas as adversidades pensadas. Para ser mais o filme teria de ser menos esteriotipado ja que fica a ideia que ja vimos tudo isto e que so muda o desporto.

O filme transmite o feito sem duvida, numa colaboração total com o seu protagonista que acaba por fazer os dificeis momentos de duplo de corpo, caso contrario o trabalho do protagonista era assinalavel. No restante o filme e um conjunto de cliches quer na relação aluno professor, mas acima de tudo na familiar, o filme a determinada altura abandona este ponto para seguir uma especie de luta a dois que surge de uma forma algo isolada.

Por tudo isto mais um drama desportivo, igual a todos os outros, fica a ideia que os filmes surgem demasiado cedo na vida dos protagonistas e isso pode conduzir a que o feito ainda nao tenha o impacto esperado. Claro que e o filme com uma mensagem de esperança, simples, sem grandes atributos diferenciados para alem da historia em si.

A historia fala de Anthony Robles um lutador norte americano de sucesso que cresceu numa familia destruturada, mas mais que isso conseguiu a dificuldade de lutar apenas com uma perna criando uma capacidade de superação incrivel ainda aos dias de hoje.

O argumento e simples, emoçao, facil e tudo trabalhado para tornar os feitos maiores. Conhecemos pouco a personagem para alem da sua revolta. Os familiares e professores sao cliches, ficando a sensação que e um filme de estudio e pouco mais.

Na realizaçao o projeto tras Goldenberg um conceituado editor que tem aqui a estreia como realizador longe da qualidade que foi efetuando nos filmes em que teve outras tarefas. O filme parece uma tarefa de estudio mais do que uma abordagem de autor. Esperemos novos filmes ou pelo menos novas ediçoes.

No cast a escolha de Jerome, parece que fica um pouco presa a algumas expressões faciais demasiadas vezes repetidas no contexto de filme. Lopez e um cliche na sua personagem e Cheedle tenta ser o tipico motivados, mas tirando a personagem central todas as personagens sao pensadas em cliches tipicos


O melhor - O feito de Robles e as sequencias de movimento

O pior  - A sensação que o filme em muitos elementos segue sempre o caminho mais facil.


Avaliação - C+

Friday, February 21, 2025

Den of Thieves 2: Pantera

 Seis anos depois de uma luta do gato e do rato entre um grupo de ladrões e policiais eis que surge a sua sequela, agora passada em plena europa e tendo em conta o twist final do primeiro filme, repetindo as mesmas personagens. Um filme que abriu o ano com uma mediania critica que acaba por ser positiva tendo em conta o tipo de filme e um registo comercial razoavel tendo em conta ter preenchido a primeira semana de Janeiro.

O primeiro filme surpreendeu pelo seu twist final, mais do que propriamente por uma historia brilhante ou por algo muito diferenciado no tipico filme de golpes, o que ficou mais na retina com o twist surpreendente final que deixou o espetador mais surpreendido e este segundo filme aproveita isso para fazer algo parecido, so que desta vez na europa, aproveitando alguns dos registos de series mais comuns 

O filme parece algo longo em demasia, as cenas principalmente o golpe central acaba por ser exageradamente demorada e o filme quase desaproveita os secundarios que vao aparecendo. Fica a sensação que o filme funciona essencialmente no twist e na relaçao entre os protagonistas mas isso e algo reduzido tendo em conta as mais de duas horas de duração.

Um mediano filme de açao que aproveita as locations na europa para ser maior, que entra no registo da ligaçao das personagens mais do que o seu golpe. E um filme que acaba por nao ser um blockbuster, nao ter um ritmo totalmente completo, mas ao mesmo tempo fica a ideia que dos classicos de janeiro este tem alguns dos apontamentos que ja o tornaram numa referencia nessa epoca.

A historia segue as duas personagens do primeiro filme, depois do final surpreendente e do check surpreendente eles encontram-se na europa, supostamente do mesmo lado para combinar um terrivel golpe a diamantes em França que acaba por criar uma ligaçao entre os protagonistas.

Ficou a sensação que como o primeiro filme funcionou essencialmente no seu twist este filme acabou por ter essa necessidade trabalhando para ele. Os secundarios sao desprezados e o filme e mais centrado nos dois protagonistas o que pode ser redutos num filme com mais de duas horas.

Na realizaçao Gudegast repete a direção nos filmes unicos que fez ate ao momento. A escolha pela europa da ao filme uma roupagem diferente, mas o filme nao e um filme de primeira linha sendo sempre mais competente que brilhante. Vamos perceber melhor quem e o realizador quando virmos outro produto.

Nem Butler nem Jackson são propriamente atores de primeira linha, e aqui o filme vai de encontro ao seu registo mais comum. Uma serie de atores europeus tentando o seu espaço mas fica a clara ideia que os mesmos sao desaproveitados em secundarios pouco trabalhados.


O melhor - Os twist ja conhecido

O pior - Demasiado longo


Avaliação - C

Wednesday, February 19, 2025

Better Man

 Anunciado como um musical irreverente e surpreendente este biopic do ainda vivo e na flor da idade Robbie Williams surpreendeu pelo lado imediato, mas acima de tudo, no momento em que se percebeu o seu estilo pela sua irreverência. Um dos ultimos filmes saido na temporada de premios, conseguiu capitalizar boas criticas, embora comercialmente tenha sido um floop principalmente porque Robbie Williams ja nao e a loucura de outros tempos e ainda estara bem vivo para uma homenagem desta natureza.

Sobre o filme, temos assistido a diversos biopic com uma estrutura repetitiva que apenas alteram o procedimento artisitico com mais ou menos qualidade. Aqui temos um lado disruptivo que funciona desde logo pela originalidade da aborgem, com um macaco a ser o protagonista, mas tambem pelo lado critico do filme na propria personagem, claro que a redençao facil, nao fosse o autor o produtor do filme.

O filme e original, os momentos musicais bem conseguidos encaixando a cada momento cada uma das musicas, mas mais que isso o filme tem a capacidade de ser energetico. Saimos do filme com a noçao da singularidade e rebeldia do protagonista, mas tambem com a noçao que o tempo marcara o reportorio do interprete com muitas musicas bem conhecidas.

Claro que a marca do tempo ainda parece demasiado recente para perceber o impacto. Fica claro que mais do que a competencia artistica enquanto filme ainda se vai falar mais da rebeldia do que uma forma diferente e funcional de fazer biopic. E um filme com qualidade, embora com os principios rigidos do biopic, e com alguma simplicidade na criaçao emocional que quer ter.

A historia fala-nos da vida ate ao sucesso com todos os problemas de Robbie Williams, desde as dinamicas familiares, ao crescimento da carreira, a rebeldia e as drogas até ao momento em que tudo fica menor claro, ja que ai a personagem assume-se como menos interessante e o filme termina so com a expetativa.

O argumento do filme tem uma abordagem na primeira pessoa com a auto critica e rebeldia que conhecemos ao autor. E original na forma como comunica, mesmo pela musica e isso faz o filme competente e original, embora emocionalmente procure o que todos os biopics de nova geraçao tentem fazer.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Michael Garcey que tem um novo projeto depois de ter tido nas mãos o projeto maior de Greatest Showman. Aqui temos originalidade, temos muita qualidade tecnica e de efeitos especiais que conduziu o filme a sua unica nomeaçao para os premios, mas mais que tudo tem ritmo. Um bom musical de um realizador que está a conseguir impor-se no estilo.

No cast o filme tem Robbie a cantar e em algumas expressoes e um ator desconhecido para fazer o CGI. Nao e um filme de personagens mas mais de musica, dai que fique a ideia que os seus interpretes nao tem muito espaço


O melhor - A originalidade de uma abordagem rebelde.

O pior - A estrutura tem o mesmo objetivo de outros biopic


Avaliação - B-

Monday, February 17, 2025

Wicked

 Depois de muitos anos na antecamara um dos musicais de maior sucesso da Broadway acabou por ter o seu Liveaction numa mega produçao de Hollywood com toda a cor, efeitos visuais e mais que isso com duas cantoras como protagonistas. Lançado em plena epoca festiva de final de ano, as boas criticas acabaram por conduzir a que o filme tornasse num forte candidato a temporada de premios ainda para mais motivado com um percurso comercial impressionante, sendo um dos eventos cinematograficos do ano.

Sobre o filme posso desde logo colocar o sublinhado naquilo que penso que é mais debil no filme, e mais que isso no proprio musical, que acaba por ser a qualidade ou o lado mais iconico das musicas, nao sao em termos sonoros de primeiro nivel mesmo que visualmente  e mesmo nas coreografias permitam esse impacto visual, musicalmente existem musicais da Broadway muito melhor trabalhador e esta primeira do filme tem esse lado mais monotono.

Do ponto de vista positivo o espetaculo produtivo e a riqueza visual do filme, o mesmo impressiona ao longo de mais de duas horas e meia, com o cuidado, as especificaçoes, o detalhe, a cor, o riqueza coreografica que surge tambem no maneirismo das personagens. Leva os musicais para uma vertente de um  impressionismo visual como não vimos faz tempo, e isso é a riqueza maior de um filme que sabe realmente o seu real impacto.

No argumento a historia e conhecida, nao e propriamente uma historia rica e deslumbrante mas entra dentro da fantasia, do esteriotipo, do que conhecemos ou fomos conhecendo de feiticeiro de Oz e isso acaba por tornar o filme famaliar para ser visto em conjunto, mesmo nao sendo um filme de twist ou impressionante nos dialogos, e um filme grande vistoso, mais que surpreendente.

A historia segue a escola de feitiçaria de Emerald City e concretamente a relaçao de amizade que se vai criando entre Galinda e Elphaba, pessoas diferentes com vidas sociais diferentes e com poderes diferentes, e neste primeiro ato o primeiro contacto da mesma com o feiticeiro e os seus objetivos.

O argumento do filme divide a primeira parte do musical, trabalhando mais os aspetos musiciais e alguns relacionais quando comparado com o musical. Nota-se o cuidado de comunicar pela musica numa historia conhecida, onde o lado do argumento acaba por ser o menos potenciado.

Na realizaçao a escolha de Jon. M. Chu foi surpreendente principalmente porque apos um inicio interessante o realizador tinha estado deslocado, embora ja em Heights tinha exibido ritmo para o musical, mas a riqueza visual neste projeto e incrivel na forma como agrupou o que de melhor existe em termos tecnicos em Hollywood. Merecia mais gloria do que teve, mas o sucesso comercial e critico do filme colocou-o num nivel agora sublinhado.

No que diz respeito ao cast parece que as escolhas foram feitas mais pela riqueza musical e vocal que o filme poderia potenciar do que propriamente pelo lado interpretativo. Erivo tem esse lado muito definido das suas caracteristicas fisicas que o filme aproveita para o lado mais visual da personagem, mas e Grande que consegue encaixar melhor em todos os momentos da sua personagem e na sua caricatura o que nao deixa de surpreender para alguem ainda quase inexistente em termos de atriz.


O melhor - O lado visual incrivel do filme

O pior - Fica a ideia que nao e o musical mais melodico


Avaliação - B

Saturday, February 15, 2025

Nickel Boys

 Quando começaram a surgir as listas dos criticos de todos os EUA existiu um pequeno filme que poucos tinham visto chegar que chegou a figurar nas listas de tal forma que acabou por obter a nomeação para melhor filme depois de um vigor critico forte para um filme com um tema racial. Do ponto de vista comercial a falta de atores de primeira linha e uma abordagem talvez demasiado diferente pode condicionar o resultado final do filme, que pode ter colocado o filme num patamar algo curto para um filme nomeado para a categoria maxima dos Oscars.

O primeiro ponto, e aquele que ressalta mais a vista acaba por ser o estilo de realização, o mesmo é original, dificil numa abordagem na primeira pessoa do que e esta dentro da pele do protagonista. O filme funciona no lado da humilhaçáo na representação da personagem e do povo que esta representa. O filme torna-se mais confuso quando deambula de olhos para olhos e tudo apenas faz mais sentido no twist final que nos demonstra.

O que falha no filme e a montagem temporal, confusa, com saltos demasiado largos que nos faz ter alguma dificuldade em acompanhar aquilo que as personagens vivenciam. Este puzzle na primeira pessoa torna por vezes o filme dificil de ligar-se a si proprio. Nao obstante desta dificuldade no final a historia acaba por premiar esses santos sendo a cola de tudo, e tornando o filme verdadeiramente impactante.

Um filme original numa abordagem diferenciado, numa realizaçao que salta a vista. O processo principalmente nos ritmos e na comunicação constante com o espetador nao e a mais facil. Fica a ideia no final que a ideia e boa no resultado final, impactante mas que existia alguns momentos em que o filme deveria ter mais impacto ao longo da sua duração. Mas o resultado e impactante e original, num dos bons filmes do ano, mesmo em temas que ja vimos.

A historia segue dois jovens que por motivos diferentes entram num reformatorio com taticas no minino discutiveis, que escondem um grande segredo enquanto a sociedade debate a igualdade de direitos raciais.

O argumento do filme baseado num livro muito premiado tem premissas politicas relevantes, intenso, embora narrativamente o filme nao tenha propriamente um fluxo elevado na sua duração, de todos os pontos do filme e o mais desiquilibrado.

Um dos elementos mais surpreendentes e premeados foi o trabalho de RaMell Ross, a originalidade da abordagem, a capacidade artistica do filme, a forma como no final o estilo se encaixa no seu twist esta ao alcance de um iluminado que deixou agua na boca para o que vem a seguir

No cast a forma de filmar do filme pode tirar alguma capacidade aos interpretes principais e deixam principalmente o impacto para a personagem de Ellis Taylos a atriz mais conceituada e aquela que leva o filme para um impacto emocional mais elevado que merecia talvez mais destaque.


O melhor - A realizaçao

O pior - FIca a ideia que o processo e mais custoso que o resultado


Avaliação - B

Thursday, February 13, 2025

The Fire Inside

 Lançado no final do ano com algumas prespetivas de Oscar este biopic de uma atleta ainda com 29 anos e no ativo pode ser considerado algo percipitado mas e certo que foi um dos lançamentos do final do ano. Sem grandes figuras comerciais o filme mesmo sendo de uma das figuras iconicas atuais do desporto americano acabou por estar longe do sucesso comercial, mesmo que criticamente o filme tenha obtido criticas acima do normal em biopic desportivos.

Sobre o filme podemos analisar diversos pontos e com resultados que podemos considerar algo diferentes. O primeiro ponto é a o estado social, aqui o filme cai em alguns cliches ficando a ideia que personagens aparecem e desaparecem apenas para potenciar mais o filme dramatico e no sentido de contextualizar ainda melhor o merito canalizado da figura. Nao existe grandes duvidas do seu realismo ja que se trata de um filme que teve a propria personagem como consultora.

Do ponto de vista desportivo o filme funciona principalmente porque é detalhado nos ganhos, nos avanços e recuos e os motivos dos mesmos nos primeiros anos de carreira de atleta. Tambem a relação com diversos pontos de vista com o seu treinador e bem trabalhada embora sempre mais do ponto de vista emocional do que do ponto de vista tecnico.

Por fim o filme tem o lado politico da igualdade salarial no desporto, em que debruça-se essencialmente na personagem central e nas suas caracteristicas. E um elemento de maior impacto e talvez a razão pelo qual o filme saiu tão cedo tendo em conta tratar-se de uma atleta ainda no ativo, mas esse folhetim politico teve aqui o seu espaço.

A historia segue Claressa Shields a primeira bi campea olimpica em Box americana, desde os seus primeiros passos até À gloria num contexto social e de género adverso, com lutas pessoais e politicas no caminho para a sua gloria.

O filme nao e propriamente muito trabalhado do ponto de vista da rentabilização do argumento. Os feitos sao notaveis e o filme sabe potenciar isso. no contexto o filme cai em alguns cliches, algumas vezes de uma forma demasiado declarada, mas fica a clara ideia que existem filmes que a historia fala por eles.

Na realização a batuta foi entregue a Rachel Morrison embora com argumento de Barry Jenkins, um apadrinhar de uma realizadora ate então associada a televisao onde se denota ainda algum amadorismo em tornar o filme maior. Falta risco e alguma criatividade visual, embora os momentos de boxe sejam trabalhados.

O cast funciona desde logo porque a quase desconhecida Ryan Destiny transmite bem a rebeldia da personagem, para alem das parecenças fisicas. Ao seu lado Tyree Henry é dos melhores atores a transmitir segurança e emoçao, e o filme aproveita bem os atributos de um ator em forma e que merece apostas maiores.


O melhor - O feito da T Rex

O pior - O filme nao arrisca muito na criatividade da abordagem


Avaliação - B-

Back in Action

 Neste inicio de ano em que a Netflix anunciou que ia estar menos ativa primando mais qualidade do que quantidade eis que surgiu esta comedia de ação, com um elenco de primeiro nivel que marcava o regresso de Jamie Foxx depois do problema de saude e Cameron Dias depois de diversos anos arredada dos ecras. O filme estranhamento estreado em Janeiro, acabou por ter o reconhecimento comercial esperado, embora criticamente tenha ficado por uma mediania que rapidamente o tornara esquecivel.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma produçao elevada que passa por diversos locais, seguindo as pisadas da maior parte dos filmes de espiões e terroristas. A questão e que o filme nunca quer propriamente um filme de açao, mas mais uma comedia familiar, sendo quase um spi kids que se leva ligeiramente mais a serio, sem ser em momento algum uma primeira linha de originalidade.

O filme parece funcionar sempre melhor comicamente do que na ação, embora fique a ideia que investe mais no segundo plano, com sequencias que tentar ser o MI dos pobres, mas ai tudo parece demasiado forçado exagerado e pouco ou nada vermosivel. Em termos comicos alguns dramas familiares no confronto de gerações funciona contudo isto acaba por nunca resgatar o filme para um nivel elevado de qualidade.

Por tudo isto temos um filme de satisfação rapida no que diz respeito a sua forma de comunicar. Existe a plena noção de que ja vimos este filme diversas vezes, mas mais que isso que conseguimos pensar que o filme tenta ser o inicio de um franchising que acaba por nao ser suficientemente original para começar uma nova abordagem. Uma comedia de produtora grande que acaba por preencher um espaço proprio sem nunca conseguir se diferenciar.

A historia segue um casal de espiões que acaba por se retirar para constituir familia ate ao momento que depois de um conflito familiar sao descobertos e acabam por reviver o seu passado de ação, que os leva a ter de volta, como o titulo indica à açao.

O argumento é pouco original, ja vimos esta historia varias vezes, os twist sao denunciados, o humor e moderadamente funcional, mas fica a ideia que este mix entre Spy Kids e Missao Impossivel nao e propriamente o conjunto que encaixa melhor um no outro.

Na realizaçao do projeto temos Seth Gordon um realizador com algum conceito no cinema de grande produtora, principalmente em series de sucesso e algumas comedias que tiveram impacto comercial. Nao e propriamente um filme muito trabalhado do ponto de vista estetico, acabando por ser essencialmente uma comedia de estudio como alias tem sido a sua carreira.

No cast se Foxx tem habituado o cinema com a presença em filmes comerciais em papeis pouco relevantes esperava-se mais do regresso de Diaz, ja que nos parece algo desligada numa personagem que também nao ajuda. Nos secundarios surpreende a escolha de Scott depois de alguns sucessos criticos numa personagem completamente inexistente


O melhor - O entertenimento simples

O pior - Nao e um filme original por si so.


Avaliação - C

Tuesday, February 11, 2025

September 5

 Para os mais atentos à temporada de prémios existiu um filme que por vezes apareceu nas listas mas que a maior parte das pessoas quase não ouviu falar que foi, nada mais nada menos do que este drama sobre o acompanhamento do massacre de 5 de Setembro de 1972 efetuado pela ABC e que se tornou num icon da reportagem televisiva norte americana. Desde a sua primeira exibição as criticas positivas colocaram o filme na antecamara dos premios, mas os parcos resultados comerciais acabaram por furar qualquer expetativa conseguindo apenas a nomeaçao para melhor argumento original.

Sobre o filme podemos dizer que tentar criar com realismo e com factualidade a forma como se tudo passou num acontecimento unico é dificil, mas o filme acaba por o fazer bem, embora sem grande input ou surpresa. E sempre um filme mais competente do que brilhante, num ritmo meio alto, e onde apenas o twist final acaba por dar ao filme aquela acelaração que qualquer filme tem de ter para se fazer notar.

Temos uma historia de personagens, sobre ir a procura da descoberta do que esta a acontecer. O filme funciona melhor na questão da produçao dos detalhes do que era fazer televisao ao vivo naquele tempo, das dificuldades do que propriamente no guião ou na criaçao das personagens. Fica sempre a ideia que a maioria das pessoas que a vimos nao as conhecemos e como tal temos dificuldade em perceber como reagem. Mesmo assim na forma como se vai desenvolvimento os acontecimentos o filme tem o seu merito.

Um pouco na onde do que Reitman fez com Saturday Night temos um filme sobre um evento televisivo e mais que isso sobre como tudo se foi desenrolando. Estes filmes ao serem curtos deixa pouco espaço para os seus interpretes e neste caso fica a ideia que deviamos ter conhecido um pouco melhor os decisores. mas fica o registo de um acontecimento unico e marcante na historia da humanidade, mas mais que tudo na forma como a televisão se desenvolveu a partir dai, para o que é hoje.

A historia segue um conjunto de jornalistas desportivos destacados para acompanhar as olimpiadas de Munique em 1972 que acabam por iniciar o acomapanhamento da tomada de refens dos atletas israelistas que vai desencadear o massacre de 5 de Setembro, e a forma como fizeram chegar o acompanhamento dessa tragedia ao mundo.

O argumento do filme é eficaz principalmente no promenor das dificuldades, nota-se trabalho de casa, de pesquisa e isso acaba por permitir que o acompanhamento de um acontecimento como este nos de uma boa intriga. Fica a ideia que em termos de personagens existia espaço para algo mais.

Na realizaçao do projeto temos Tim Fehlbaum um jovem realizador suiço que tem aqui a sua primeira imagem de marca num filme rigoroso no compromisso com o tempo, que tem na abordagem um dos seus maiores apontamentos. E um bom cartão de visita, veremos o que se segue.

No cast o filme nao e propriamente muito trabalhado nas personagens, acabando por ser Magaro quem sai com mais dimensão do filme. E o mais intenso o que tem em si mais despesas do filme, mas fica a ideia que a sua personagem com outro guião poderia ter crescido algo mais. Os secundarios cumprem sem serem nunca um sublinhado do filme.


O melhor - Os promenores do tempo do jornalismo

O pior - Fica a ideia que o filme poderia ser maior


Avaliação - B-

Sunday, February 09, 2025

A Real Pain

 Lançado no ultimo festival de Sundance rapidamente se percebeu que este seria o filme que iria aguentar até a temporada de premios, o que sucedeu, pese embora as excelentes criticas o filme acabou por ganhar um Hype na temporada de premios que vai conduzir a que o filme consiga pelo menos ganhar o oscar de melhor ator secundario. Comercialmente estamos perante um filme pequeno mas que comercialmente conseguiu os seus pressupostos estando presente nesta temporada de premios, contudo o resultado final em termos das principais nomeaçoes ficaram um pouco aquem.

No que diz respeito ao filme temos a tipica Road Trip por uma polonia reconstruida pos holocausto, e é neste segmento que o filme é mais sedutor, ao entrar dentro de uma tour com todos os seus ingredientes, na forma como as personagens interagem na forma como os conflitos vao surgindo e acima de tudo no detalhe da viagem o filme é curioso e o pressuposto ideal para a historia de base que o filme quer dar.

Tambem nesta o filme funciona na forma como diferencia o extrovertido, centro das atençoes sem rumo contrapondo com o introvertido, focado mas com a vida estabilizada. Mais que o holocausto o filme e sobre vivencias no mundo e nesse particular funciona, com um final dramatico pesado que assume bem a mensagem que o mesmo quer ter.

Onde o filme funciona menor acaba por ser em ser uma comedia disfarçada, fica a ideia que o filme muitas vezes quer puxar a gargalhada sem nunca o conseguir fazer. Claro que o estilo Culkin, com muito da sua assinatura e daqueles que preenche o filme e acaba por lhe dar um aspeto ligeiro que fica a ideia que o filme balança em boas condições para aquilo que quer transmitir. Fica a ideia que poderia ser mais efetivo, sendo sem duvida um excelente filme.

A historia segue dois primos bem diferentes, com uma infancia proxima que se juntam numa tour pela Polonia de forma a conhecerem a casa que era da avó que os criou. Aqui surgem os conflitos e as diferenças entre eles e um conhecimento da historia familiar.

No que diz respeito ao argumento fica a ideia que os dialogos sao bem trabalhados, mas falta mais dialogos sobre as personagens, ficando a ideia que o filme fica nos paralelismos. Bons dialogos mas mais que tudo uma boa ideia do que o filme quer transmitir e ser.

Na realizaçao notou-se a particularidade de Eisenberg querer ir buscar os pontos particulares e as diferenças pos holocausto. A sequencia do campo de concentração e dura e o filme sabe perfeitamente ser um guia com as personagens e isso é o maior segredo de um filme que se assume sempre como pequeno.

No que diz respeito ao casté um festival Culkin, reconhecendo que muito do ator, e dos seus personagens anteriores esta muito presente, nao se consegue ficar indiferente a sua toada e a forma como marca os ritmos. Um ator com um estilo proprio que poderá ter dificuldade em descalçar alguns pontos, mas quando encaixa no estilo que o filme quer este ganha em toda a dimensão. Eisenberg e ele proprio, com alguns, poucos, momentos de explosao da personagem


O melhor - A definiçao central das duas personagens

O pior - Poderia ser maior e dar mais do background das personagens


Avaliação - B+

Saturday, February 08, 2025

Babygirl

 Lançado em Veneza como o filme mais quente do ano, desde logo ficou prefilado para os Oscars depois de Nicole Kidman ter ganho o premio de melhor atriz no festival de Veneza. Mas logo ai se percebeu que a boa receção critica talvez nao fosse acompanhada pela reação do publico que nao foi propriamente muito proximo deste filme sobre fantasias sexuais. Em termos de bilheteira o filme saiu no final do ano, numa especie de filme quente de natal mas o resultado nos EUA foi rudimentar mas no resto do mundo a curiosidade permitiu ao filme resultados bastante consistentes.

O filme é sobre dinamicas sexuais e de poder laboral, a historia tem bastante atualidade e acaba por ser curioso a forma como o filme altera o padrão alegadamente convencional no que diz respeito aos generos dos envolvidos. Ate aqui o filme funciona, o problema são as personagens principalmente as masculinas, vagas, pouco trabalhadas, o que acaba por fazer a intensidade narrativa ter dificuldade em crescer, e quando assim é fica a sensação de um filme em lume brando que nao arranca.

Outro dos pontos onde parece que o filme estava demasiado dependente era na sensualidade da atração e também aqui penso ja termos visto bem melhor. A quimica entre os casais nao e propriamente muito interessante ficando a ideia que tambem o contexto familiar da protagonista fica demasiado pela rama. COmpreendo que o filme queira alinhar-se no lado central da sexualidade mas tambem fica a ideia que isso nao ficaria comprometido com mais trabalho nas linhas narrativas secundarias.

O filme funciona na mensagem, no tema que quer abordar e como o faz crescer. Fica a sensação que por vezes e algo preguiçoso na forma como constroi as suas proprias cenas e isso acaba por saber a pouco. E um filme razoavel sem nunca conseguir ser brilhante. Cai em alguns cliches e num filme de temporada de premios isso pode ser pouco.

A historia segue uma alta executiva com uma vida sexual reprimida que inicia uma relação sexual e de dominio com um jovem estagiario que em plena meia idade poe em causa a sua familia, o seu trabalho e a sua propria forma de se ver.

O argumento do filme acaba por ter alguns elementos que são atuais e que sempre foram trabalhados de uma forma algo simplista. O filme tenta mais, mas as personagens principalmente as masculinas acabam por ser tapadas pela forma demasiado intensa que o filme se debruça sobre a personagem feminina. O filme tem o seu maior valor nas interações finais.

Na realizaçao temos Halina Reijn uma quase desconhecida que se deu a conhecer neste filme. Nota-se uma realização feminina no enfoque, e na forma como o filme observa tudo desse ponto de vista. Falta algum risco visual, porque parece sempre um telefilme de natal. Veremos o que vem a seguir, ou sera um one hit wonder.

No cast temos uma Kidman disponivel, intensa, algo que tem sido comum nesta fase da carreira da atriz. NAo e propriamente a sua melhor construção mas e a que beneficia mais do filme ser construido em torno de si. Banderas poderia ser mais convincente nos momentos em que é chamado a ser intenso, e Dickinson e um dos atores em ascenção em Hollywood, da o lado perdido de uma juventude em crescimento, mas pouco mais, demasiado recheado de tiques.


O melhor - Os ultimos cinco minutos

O pior - Os personagens masculinos.


Avaliação - C+