Quarenta anos após um curioso filme ter conseguido dar a William Hurt o oscar de melhor ator, eis que surge o seu novo remake, com uma versão claramente mais musical, tentando potenciar todo o lado musico e dançável de Jennifer Lopez, sob a condução de Bill Condon, uma referência nos musicais modernos. O filme estreou na fase final do ano com algumas ambições de prémios sendo que criticamente o filme teve boas criticas mas não com grande entusiasmo. Comercialmente o resultado foi totalmente desastroso em todos os sentidos, denotando-se claramente que o original teve todo o impacto esperado.
Sobre o filme podemos começar por dizer que o lado politico e as sequencias da prisão e da ligação entre as personagens até acabam por ser interessantes na forma como o filme cria essa quimica entre os dois personagens. O que fica a ideia e que o lado do filme pensado surge pouco enquadrado no filme, mesmo no lado metaforico que quer ter e isso acaba por ser segmentos musicais, bem coreagrafados, pequenos, as que acaba por nao ser propriamente impactante no seu real significado.
Musicalmente também não estamos perante um filme muito forte, fica a ideia que as músicas os cenários são pensados, mas o pequeno budget do filme parece condicionar totalmente o impacto que o filme quer ter. Existe momentos em que parece que temos dois filmes que nunca se juntam e isso para um titulo com ambições não é propriamente um cartão de visita muito interessante.
Por tudo isto fica a homenagem, fica a roupagem nova, mas fica um filme claramente muito distante do caracter mais mitico do filme de base. E um um remake com alguns elementos cénicos mais desenvolvidos mas percebe-se que o fato do filme ter ficado algo ausente do lado mais divulgado percebeu-se que na maior parte dos pontos o filme seria pequeno.
A historia segue um cableireiro homossexual que é preso e introduzido na cela de um ativista politico de forma a tentar ganhar a confiança do mesmo e tentar perceber quais os objetivos do mesmo, mas a relação torna-se mais proxima quando juntos idealizam um filme para passar o tempo.
O argumento do filme até pode ter uma ideia forte, mas fica a clara ideia que o filme não consegue fazer funcionar a ponte entre os dois apontamentos e as duas realidades. Todos os toques são demasiado subtis para fazer o filme ter o impacto ideologico esperado.
Na realização COndon e um dos senhores dos musicais, quer em argumentos quer na realização. Ao longo do tempo o seu cinema foi ficando mais distante do lado mais comercial, mas foi buscar alguns dos melhores projetos. Aqui podemos perceber o lado musical, sem grandes meios mas pouco mais.
No cast temos Tonatiuh a dominar o filme, num papel que foi oscarizavel, mas aqui e um claro apontamento queer ainda mais tendo em conta o simbolismo do interprete. Sente-se confortável no registo embora muito menos iconico e surpreendente do que o papel de base. Lopez funciona no lado musical, Luna sente-se algo perdido no estilo.
O melhor - Os pequenos momentos musicais
O pior - A ligação entre partes
Avaliação - C

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