Monday, November 17, 2025

Frankenstein

 Anunciado como um dos acontecimentos cinematograficos do ano, a visão de Guillermo del Toro de Frankenstein viu a luz do dia como uma das apostas maiores da Netflix neste temporada de premios. As criticas positivas impulsionaram o projeto e comercialmente a Netflix fez do filme a sua bandeira comercial com resultados até ao momento impressionantes, podendo ser o impulso necessário para ser uma presença concreta na noite dos Oscares.

Sobre o filme começamos por onde Del Toro nunca falha, no plano visual, cada cena, cada sequencia é pensada ao limite do impressionismo estético e o filme nisso é irrepreensivel ficando a ideia que merecia um ecrã muito maior do que propriamente a televisão de streaming consegue dar. Ao longo das mais de duas horas e meia temos tudo, e acima de tudo temos diversos postais para quem gosta de cinema de eleição.

Onde o filme está longe de ser brilhante acaba por ser no ritmo, demasiado lento, demasiado refletido para o genero, fazendo o filme adormecer em demasiadas vezes, principalmente no caracter circular da parte inicial do conto da criatura. Fica a sensação que já vimos em termos de historia Del Toro fazer mais, mesmo com bases rigidas como de uma historia conceituada, parece-nos que o filme tem algum receio de trazer novos elementos ou mesmo uma visão mais propria.

Por tudo isto este acontecimento, mesmo sendo um bom filme, não nos parece uma obra de referência sublinhada pela dificuldade de ritmos, fica a ideia que o filme não seduz o suficiente, é um filme com muitos bons elementos mas em que a parte parece sempre ser mais impactante do que o filme todo em si, não obstante de Del Toro como sempre deslumbrar naquilo que melhor sabe fazer que é criar imagens.

A historia segue a criação de um monstro de raiz por parte de um medico com ambiçao de mudar o mundo, até que a sua criação acaba por sair fora do seu controlo levando-o ao desespero sobre as consequencias do que fez.

A historia de Mary Shelley é um debate ético levado ao máximo, e o filme tenta ser fiel ao estilo do livro apetrechando o lado estetico. isso faz com que o filme adormeça nos ritmos e mesmo na forma como se partilha. E no guião que o filme tem a sua maior dificuldade.

Na realização DelToro é um dos maiores realizadores do momento e tem o toque de abrilhantar todas as cenas que idealiza como poucos, mesmo entrando no estilo de cinema de base dele, com o horror psicologico. E um dos grandes do cinema e aqui prova-o na sua tarefa mais concreta.

No cast Isaac tem a loucura necessária e a dualidade de Viktor. Nunca me pareceu o ator mais carismatico do mundo, mas é funcional e intenso. Os olhos estavam todos em Elordi um dos atores do momento, com uma caracterização levada ao extremo que funciona pela sua altura e pela forma como o filme aproveita mais a sua estatura do que propriamente pela dificuldade de um papel que no entanto entrou no lado positivo da critica


O melhor - O lado visual de Del Toro

O pior - Os balanços de ritmo do filme


Avaliação - B

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