Num ano em que a animação de grande estudio voltou ao sucesso que estava arredada nos ultimos anos, existiram outros conceitos mais de autor que tambem conseguiram um reconhecimento critico muito interessante como foi o caso desta nova longa metragem de Adam Elliot o qual ja tinha surpreendido a critica nos seus filmes anteriores e aqui voltou a ter esse sucesso. Comercial ao ser filmes mais concetuais o resultado e mais dificil de alcançar mas uma eventual nomeaçao para o oscar de melhor animaçao dara ao filme um maior impacto nesta componente.
Sobre o filme podemos dizer que a plasticina e o stop action sao metodos que ao longo dos tempos nos trouxe muitos dos bons filmes que ficaram registados na evoluaçao do cinema de animaçao, tornando-se mesmo um classico. Este filme tem o lado negro e exagerado dessa componente mas e acima de tudo um filme com coraçao, uma autentica autopsia de uma personagem e os seus sentimentos ao longo do tempo, num filme adulto, bem realizador e impactante do primeiro ao ultimo minuto.
Um dos segredos do filme e que funciona no impacto visual que quer ter e precisamente o detalhe das pequenas coisas, e contar a historia com uma narrativa simples sobre vivencias pesadas como o luto, a distancia, o abuso e mesmo as parafilias. E um filme adulto contado por alguem que ainda quer ser criança. Nota-se a homenagem real a filmes mais negros mas fica a ideia que o filme quer balançar com a luz para dar esperança as personagens.
Por tudo isto, e num ano em que alguns dos melhores filmes tem sido claramente de animaçao, este demonstra uma animaçao diferente, adulta, concetual, que merece o destaque pela originalidade e pelo trabalho. E um filme que nao dos deixa indiferente a cada desabafo da personagem que vamos seguindo um pouco como ela se ve a si propria.
A historia segue a historia ao longo da vida uma mulher que devido a dificuldades de vida associou sempre a mesma a um fascinio por caracois, ao mesmo tempo que vive dependente de uma relação proxima com um irmao gemeo cujas circunstancias de vida separaram.
O argumento da historia, pensado na forma de narração tem o segredo de dar a vivencia da forma como a personagem a percebe. Claro que tem alguns exageros para dar mais impacto aquilo que vimos, e alguma inocencia da personagem mas o filme é forte nao so na mensagem que quer passar mas nas metaforas que utiliza.
Na realizaçao Adam Elliot regressa mais de dez anos depois do seu grande sucesso de Mary and Max um dos filmes de animaçao mais bem avaliados de sempre. A formula e parecida e a sua assinatura embora nao particularmente original e proxima no lado negro e menos bonito das personagens sem nunca colocar de lado o detalhe. Uma das figuras de animaçao que provavelmente conseguira aqui a primeira nomeaçao da categoria.
No cast de vozes a narração segue o balanço das personagens sem que isso seja propriamente um apontamento principal do filme. Nota se a procura da origem australiana mas pouco mais, num filme claramente sublinhado por outras valencias.
O melhor - A historia e o que ela significa.
O pior - Pode ficar a ideia que exagera em alguns apontamentos.
Avaliação - B+
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