Desde o momento em que este filme americano foi galardoado com a Palma de Ouro no ultimo festival de Cannes que a atenção dos premios ficou centrada nele, nos seus interpretes e no percurso posterior que iria efetuar. Com criticas de primeira linha, o filme acabou por ter resultados mais modestos do ponto de vista comercial inicialmente mas o percurso dos premios acabou por conduzir o filme para resultados que ninguem esperaria num primeiro momento, sendo um dos filmes que se encontra a marcar esta temporada de premios.
Sobre o filme, e nao sendo eu uma pessoa que tenha tido um total entusiamo nos filmes anteriores de Sean Baker, fiquei totalmente apaixonado por este filme, pelas personagens, pelas interações, pela forma como o filme encaixa na simplicidade das mesmas, nao colocando de parte o seu intenso final e o seu significado. O filme e claramente até ao momento o filme mais completo do ano, numa montanha russa de emoçoes, que acaba por ter os seus segredos no argumento e interpretações.
Os primeiros vinte minutos sao algo parados, parece que queremos entrar na vida de uma dançarina de striptease, para rapidamente passarmos para a loucura da relação que sao molas de arremesso para o que vemos a seguir. E quando os quatro protagonistas centrais começam a procura que o filme consegue ser ele proprio, com sequencias brutais, humoristicamente bem trabalhadas, escritas de forma inteligente e interpretadas de forma melhor, a segunda parte do filme acaba por ser das melhores dos ultimso tempos.
Por tudo isto Anora e um dos grandes filmes dos ultimos anos, pela capacidade de uma aparente historia comum ser surpreendente a todos os niveis. ALguns poderão dizer que falta alguns temas politicos, que joga com a russia e com os EUA mas que isso acaba por ser apenas filmes de personagens mas a historia simples por vezes devolve o cinema a sua base e Anora fá-lo melhor que muitos.
A historia segue uma dançarina de striptease que acaba por ser contratada por o filho de um magnata russo com dinheiro interminavel que a leva a semanas de loucuras até que os pais do mesmo percebem o que esta a acontecer e enviam os seus funcionarios para tratar do assunto.
O argumento e brutal principalmente na sua concretização, mais do que na ideia de base. Humoristicamente muito bem escrito, sem nunca ser propriamente uma historia cheia de graças, mas o impacto final da historia acaba por levar o espetador ao epicentro emocional da personagem e isso acaba por ser demasiado impactante.
No que diz respeito a realizaçao, Baker e um realizador de base independente, de personagens e aqui volta a fazer isso, a ir a confusao das vidas. Encaixa no estilo que ele quer ter, embora o filme possa parecer mais pequeno do que outros que lutam pelo mesmo premio. O melhor filme de Baker ate ao momento.
No cast temos interpretaçoes de nivel altissimo, Madison e inacreditavel em toda a construção e nos diferentes momentos, ao seu lado Borisov e o coraçao do filme mesmo sem grandes falar. Mas destaque também para os outros tres secundarios que se calhar mereciam mais atençao tambem, como Karagulian, Eidelsheyten e Tovmasyan.
O melhor - o arranque que o filme tem.
O pior - Os primeiros minutos podem ser algo repetitivos
Avaliação - A-
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