Monday, December 09, 2024

Juror #2

 Com uma produção sem grande mediatismo eis que de forma silenciosa surgiu o novo filme de Clint Eastwood como realizador, aquele que alguns apontam como o seu ultimo filme. Pensado inicialemente como uma aposta direta da Max, depois de algumas boas avaliações nos testes o filme acabou por estrear em poucos cinemas norte americanos, sendo mais expandido fora do territorio. Por isso comercialmente foi quase residual, mesmo que a critica tenha gostado da abordagem.

Sobre o filme podemos dizer que na base temos um tipico filme de tribunal, sobre um homicida e sobre a incidências dos jurados, isso da-nos uma versão diferente do que estamos habituados a ver, nas analises e discussões embora o filme tenha uma intriga diferente com a intervenção direta de um deles e sobre os dilemas. A forma realista que o filme gere esses dilemas acaba por ser a sua mais valia, quase como se um dilema moral colocasse em toda a linha ao espetador, uma das ambições maiores do filme.

Por outro lado o filme é algo curto no tribunal e nas sequencias de analise. Tudo e analisado pela rama o que se torna dificil de perceber num caso tão grande, se calhar o filme quer esse balanço como critica a um estilo estadartizado de investigação, mas a primeira meia hora de tribunal esta longe de ser brilhante. Percebe-se que o filme quer atalhar para ir para o seu ponto, mas poderia trabalhar um pouco mais.

Assim surge um filme interessante, num tipo de filme em que normalmente Eastwood sempre funcionou sobre investigação, avanços e dilemas morais. Nota-se que ja nao existe a capacidade para fazer os filmes grandes produções de primeira linha mas isso nao retira a capacidade do filme em fazer o espetador pensar sobre como reagia dentro da sua moralidade.

A historia segue um ex-alcoolico que prestes a ser pai e escolhido para o juri de um caso de homicidio que rapidamente percebe poder estar relacionado consigo, entrando no dilema de poder condenar alguem inocente, ou tentar por em causa a sua felicidade.

O argumento funciona principalmente nas questões eticas e morais que coloca e como as coloca. Do ponto de vista de detalhe tinha espaço para mais, nos dialogos e principalmente na forma como todo o julgamento decorre no minimo. Mesmo assim e com um final interessante o filme sabe qual e o seu foco narrativo.

Na realizaçao Eastwood tem uma idade avançada, já não é capaz de grandes truques, deixando o filme fluir para os personagens, dialogos e algum espaço para a montagem. Foi um realizador de primeira linha que este filme, caso seja o ultimo, nao defrauda o que ele criou.

No cast temos um Hoult a ganhar algum espaço em Hollywood com um bom papel, sem ser brilhante, parece um ator com recursos que não tem conseguido sempre encontrar os papeis certos. Ao seu lado temos a sempre competente Collette e Simons, mas o filme acaba por dar mais destaque ao seu protagonista.


O melhor - O dilema moral colocado

O pior - As sequencias de tribunal


Avaliação - B

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