Tom Hanks e Robin Wright dirigidos por Robert Zemeckis, são por si só motivo de elevar a expetativa ja que a ultima vez que tiveram juntos surgiu um dos filmes mais originais e brilhantes da historia do cinema, e pelo trailer o experiente realizador apostava fazer novamente algo diferente, num filme que tinha como principal protagonista um espaço concreto de uma sala. A critica no entanto não foi particularmente convencida com este peculiar filme e abordagem conduzindo a avaliaçoes distintas. Esta falta de fulgor critico acabou por condicionar tambem o percurso comercial do filme que se tornou num claro floop de bilheteira.
A primeira coisa que me faz sentir o filme, é que a ideia, a realizaçao e os presentes fazem com que o espetador tenha muita vontade de gostar do filme, mas rapidamente se percebe que algo nao vai correr bem. A decisao que pior funciona no filme e que acaba por ter impacto do primeiro ao ultimo minuto acaba por ser a confusao temporal, de avançoes e recuos, eu compreendo que Zemeckis na maquete tivesse o ponto de uniao entre as cenas mas isso está longe de se tornar evidente no filme e isso torna-o quase sempre estranho e difuso, mais do que eficaz.
Apenas na parte final e com a continuidade das personagens e com um caracter mais temporal o filme consegue ser mais funcional, mas emotivo, consegue ir buscar a beleza que efetivamente tem na realizaçao e na originalidade da ideia, mas isso não consegue ultrapassar a mais de uma hora de um cinema desligado, com bons atores, com as tecnicas digitais que tao bem, desde cedo Zemeckis usou, mas o coração chega demasiado tarde a um filme que se calhar se fosse mais simples teria certamente mais impacto.
Por tudo isto Here não sendo um mau filme, devendo premiar-se a originalidade e a beleza da realizaçao, e um filme que sabe a pouco, é um filme que desprediça muito da sua força numa confusao temporal que avança e recua, sem que isso acabe por ter grande significado. Para alguem tao experiente como Zemeckis por vezes a simplicidade poderia fazer força, mas ele sempre gostou de saltos narrativos entre o tempo, mas este nao foi propriamente eficaz.
A historia centra-se numa casa, mais concretamente numa sala e nos diversos eventos que por ela passaram ao longo do tempo, com diferentes gerações, momentos e festas, sempre no conceito de familia.
A ideia central do argumento é muito interessante e original, a questão acaba por ser que a historia em si não é propriamente significativa e a forma como foi partilhada deixa que o filme seja quase sempre clips insignificantes. No fim ganha algum coraçao quando pausa a consistencia das sequencias mas pouco mais.
Zemeckis e um dos melhores realizadores da historia com um percurso e uma originalidade fora do comum, que aqui nota-se ter as ideias inovadoras de sempre mas falha na sua concretização. mesmo assim uma ideia como esta nao esta ao alcance de qualquer um.
No cast temos um Hanks e Wright em papeis pouco trabalhados, e um filme de conceito mais do que personagens, sendo que a presença é mais iconica pelo passado juntos do que pelo que eles acabam por entregar ao filme. Acaba por ser Bettany que tem mais destaque no filme em si, mas este nao é, nem nunca tentou ser um filme de personagens.
O melhor - A ideia, a beleza da realizaçao.
O pior - O coração do filme apenas surgir nos ultimos minutos
Avaliação - C+
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