Depois de uma grande parte da carreira dedicada a adaptações literárias de Shakespeare, eis que nos ultimos anos Branagh se dedicou mais a Agatha Christie encarnando a sua personagem mais carismatica Poirot. Pois bem depois da adaptação de Crime no Expresso Oriente com um elenco de luxo seguiu-se Morte no NIlo, com um elenco mais modesto e mais centrado na personagem em si. Os problemas extra ecra de Harmer foram adiando anos a fio o lançamento que acabou por ver a luz do dia apenas em 2022, com uma receção critica demasiado mediana e algo apagada pelo sucesso do realizador com o seu intimista Belfast, comercialmente, o terreno onde o filme tinha mais ambições o resultado ate conseguiu ser satisfatorio, algo que nem sempre acontece principalmente quando estamos a falar de um filme com tantos atrasos no lançamento.
Sobre o filme podemos dizer que neste tipo de registo Branagh cai em algum egocentrismo na forma como tenta conduzir a personagem e mais que tudo na forma como o filme deixa de ser sobre o caso e sobre o misterio para ser um exercicio de estilo do seu protagonista, e nisso penso que o balanço que o realizador encontra ja tinha sido algo exagerado no primeiro filme e agora volta a repetir ficando a ideia que a historia fica por contar em alguns pontos, ou algumas personagens.
CLaro que ao ser um filme de grande estudio temos meios, principalmente nas paisagens e no contexto espacial que o filme nos dá. Nisso Branagh fruto de uma elevada experiencia em filme de grande produçao sabe manusear os meios ao seu dispor, mesmo que fique por vezes a ideia clara que em termos do que poderia ser uma assinatura o filme nunca a tenta ter.
Ou seja uma historia conhecida, contada de uma forma classica com a clara ideia que mais que render a historia ou a contar, Branagh quer dar a si a personagem, parecendo tudo o resto um contexto para fazer funcionar o seu personagem, com excesso de tiques, que acaba por nao condicionar muito o resultado final do filme porque os policiais de Christie valem por si so.
A historia segue Poirot, o qual embarca com o seu amigo Burc numa viagem de barco pelo Nilo em plena lua de mel de uma jovem aristocrata acabada de casar, mas que de repente surge morta e todos os convidados tem motivos para desejar este acontecimento.
Em termos de argumento Christie tem policiais unicos e este e mais uma historia que merece ser contada, o que aqui e feita de uma forma classica com todo o estilo reunido para o seu final. Fica a ideia que o desenvolvimento das personagens poderia ser melhor trabalhado para efeitos de ficção.
Branagh e um realizador que passou muito da sua carreira em filmes de grande estudio mas sem grande assintura, tendo conseguido a valorização critica recentemente com o seu Belfast. Aqui denota-se a vontade a trabalhar com meios contudo o filme acaba por ter dificuldades em se assumir como de autor. Tem meios mas parece um trabalho de tarefeiro.
No cast o filme apenas exige o rigor fisico da personagem central que Branagh fornece demasiada rigidez e maneirismos, que nem sempre nos parece a melhor solução. No resto do cast fica a ideia que as personagens nao sao exploradas para muito brilho, cabendo principalmente a Gadot o lado mais comercial que o filme quer ter.
O melhor -O suspense dos policiais de quem matou quem
O pior - Demasiado centrado nos maneirismos de Poirot
Avaliação - C
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