Apresentando em
Sundance ainda que aparentemente fora da competição esta comedia,
de Craig Johnson e normalmente uma daquelas que nos parecia
inicialmente mais trabalhada para a vertente critica, que a funcionar
a poderia impulsionar para o registo comercial. Contudo rapidamente
se percebeu que na exigencia de Sundance as coisas não iriam ser
explendidas para o filme já que as avaliações se tornaram
demasiado medianas e sem grande sublinhado, o que fez com que meses
depois o filme apenas estreasse em alguns cinemas selecionados e com
resultados modestos.
Sobre o filme cada vez
mais existe uma vertente do cinema que adopta um estilo parvo,
baseado em caracteristicas exageradas de personalidades trabalhadas
mas pouco vermosiveis, centrando o humor basicamente nestas
caracteristicas. Normalmente estes filmes que acabam por ter alguns
bons momentos comicos isolados, tem mais dificuldade em funcionar com
coesão como um todo, e normalmente caem no erro do happy ending que
faz mudar tudo que anteriormente fizeram questao de assumir. Em toda
a linha este Wilson encaixa perfeitamente neste genero de comedia com
as suas ligeiras virtudes e com os seus mais que muitos defeitos.
O problema começa logo
na complexidade de uma personagem que para efeitos práticos do filme
acaba por ser demasiado limitado. Ou seja grande parte do filme temos
um ambiguidade entre uma ingenuidade idiota da personagem e uma
ironia e cultura acima da media, o que é facil perceber que se
tratam de caracteristicas normalmente não comuns na mesma pessoa.
Depois a facilidade dos atalhos no filme, pouco trabalhados, de forma
a tornar tudo mais simples, rapido e ao mesmo tempo sem sentido.
Gostando de algumas
comedias indie pela forma como conseguem arriscar no conceito, não
fui particularmente adepto desta que me parece que isola tudo na
personagem e mesmo essa nem sempre e tao forte ou interessante como
filme acha. E certo que em alguns momentos principalmente narrativos
o filme até consegue ter graça mas na sua essencia passa mais vezes
ao lado no humor do que propriamente concretiza.
A historia fala de um
individuo de meia idade isolado, que vive para o seu cao, que de
repente apos a morte do pai tenta reatar todas as relações pessoais
do passado, em particular destaque com a sua ex mulher e com a filha
biologica que descobre ter.
Em termos de argumento
penso que mesmo sendo uma comedia de risco, nem sempre parece fazer
as melhores escolas, apostando tudo na personagem central, que nos
parece demasiado para a mesma. Um humor demasiado parvo, e mais que
isso o happy ending totalmente contraditorio com tudo o resto do
filme.
Na realização Craig
Johnson e um realizador já conhecido por algumas obras de cinema que
conseguiram conciliar valor critico e comercial. Aqui tem um trabalho
acima do valor basico de produçao simples, mas nem sempre arrisca na
abordagem que poderia ter dado uma roupagem diferente ao filme.
Por fim o cast. Woody
Harrelson e o melhor actor a jogar com a ironia, mas o papel de
incapacitado não encaixa, parece ser demasiado forçado e esta longe
de ser um dos melhores trabalhos do actor, o que não e positivo
tendo em conta que o filme depende em demasia da personagem. Bem
melhor as secundarias Laurda Dern e Hoppe Davies.
O melhor – Alguns
apontamentos de humor isolados.
O pior – O happy
ending contradizer tudo o que vimos antes no filme.
Avaliação - C-
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