Wednesday, May 24, 2017

Wilson

Apresentando em Sundance ainda que aparentemente fora da competição esta comedia, de Craig Johnson e normalmente uma daquelas que nos parecia inicialmente mais trabalhada para a vertente critica, que a funcionar a poderia impulsionar para o registo comercial. Contudo rapidamente se percebeu que na exigencia de Sundance as coisas não iriam ser explendidas para o filme já que as avaliações se tornaram demasiado medianas e sem grande sublinhado, o que fez com que meses depois o filme apenas estreasse em alguns cinemas selecionados e com resultados modestos.
Sobre o filme cada vez mais existe uma vertente do cinema que adopta um estilo parvo, baseado em caracteristicas exageradas de personalidades trabalhadas mas pouco vermosiveis, centrando o humor basicamente nestas caracteristicas. Normalmente estes filmes que acabam por ter alguns bons momentos comicos isolados, tem mais dificuldade em funcionar com coesão como um todo, e normalmente caem no erro do happy ending que faz mudar tudo que anteriormente fizeram questao de assumir. Em toda a linha este Wilson encaixa perfeitamente neste genero de comedia com as suas ligeiras virtudes e com os seus mais que muitos defeitos.
O problema começa logo na complexidade de uma personagem que para efeitos práticos do filme acaba por ser demasiado limitado. Ou seja grande parte do filme temos um ambiguidade entre uma ingenuidade idiota da personagem e uma ironia e cultura acima da media, o que é facil perceber que se tratam de caracteristicas normalmente não comuns na mesma pessoa. Depois a facilidade dos atalhos no filme, pouco trabalhados, de forma a tornar tudo mais simples, rapido e ao mesmo tempo sem sentido.
Gostando de algumas comedias indie pela forma como conseguem arriscar no conceito, não fui particularmente adepto desta que me parece que isola tudo na personagem e mesmo essa nem sempre e tao forte ou interessante como filme acha. E certo que em alguns momentos principalmente narrativos o filme até consegue ter graça mas na sua essencia passa mais vezes ao lado no humor do que propriamente concretiza.
A historia fala de um individuo de meia idade isolado, que vive para o seu cao, que de repente apos a morte do pai tenta reatar todas as relações pessoais do passado, em particular destaque com a sua ex mulher e com a filha biologica que descobre ter.
Em termos de argumento penso que mesmo sendo uma comedia de risco, nem sempre parece fazer as melhores escolas, apostando tudo na personagem central, que nos parece demasiado para a mesma. Um humor demasiado parvo, e mais que isso o happy ending totalmente contraditorio com tudo o resto do filme.
Na realização Craig Johnson e um realizador já conhecido por algumas obras de cinema que conseguiram conciliar valor critico e comercial. Aqui tem um trabalho acima do valor basico de produçao simples, mas nem sempre arrisca na abordagem que poderia ter dado uma roupagem diferente ao filme.
Por fim o cast. Woody Harrelson e o melhor actor a jogar com a ironia, mas o papel de incapacitado não encaixa, parece ser demasiado forçado e esta longe de ser um dos melhores trabalhos do actor, o que não e positivo tendo em conta que o filme depende em demasia da personagem. Bem melhor as secundarias Laurda Dern e Hoppe Davies.

O melhor – Alguns apontamentos de humor isolados.

O pior – O happy ending contradizer tudo o que vimos antes no filme.


Avaliação - C-

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