O mundo do stand up comedy é em termos de comedia um nicho para filmes quase biográficos, que tentam explorar os diferentes tipos de humor nesta arte mas também demonstrar a dificuldade dos artistas que se dedicam a tal forma de expressão. No final do ano passado e em plena luta pelos premios foi lançado este filme, liderado pelo experiente Taylor Hackford e com um elenco recheado de velhas glórias. A priori tudo parecia ter bom terreno para andar, mas as criticas excessivamente medianas, conjugadas com algumas mesmo negativas, acabaram por colocar de lado todas as aspirações do filme enquanto vencedor de premios. Muito por culpa desta má recepção critica o filme foi atrasado para Janeiro e apenas em cinemas selecionados e o resultado comercial foi também ele muit aquem do que o filme poderia valer noutras circunstancias.
Sobre o filme podemos dizer que se trata de um filme tradicionalista, a forma de narrativa corrida, quase a fazer lembrar Woody Allen, mas que tudo pela música que neste caso acaba muitas vezes por ser irritante, parece ser sempre melhor em termos da historia e alguns apontamentos de humor, do que propriamente pela abordagem que parece sempre ser demasiado básica para um filme que na forma como foi construido e constituido parecia ter objetivos maiores do que realmente ser um filme agradável.
Mas mesmo assim parece um filme interessante, com alguns cliches retirados dos filmes menos famosos de Barry Levinson, mas quase sempre bem interpretado por um naipe de consagrados que levam o filme para um caracter nostalgico que acaba por se tornar um dos pontos mais vincados do filme. Em termos de humor nem todas as sequencias funcionam da mesma maneira, pensado que o filme adquire melhores momentos no exagero de algumas situações mais subtis do que quando tenta um humor mais fisico.
Por tudo isto parece que mesmo não sendo um filme de primeira linha, com uma abordagem mais artistica mais diferenciadora, e acima de tudo menos tradicional o filme poderia e deveria ter um peso diferente, de um filme quase não visto e que saira para muitos completamente desconhecido.
A historia fala de um humorista conhecido por uma personagem numa sitcom que tenta continuar a sobreviver no mundo do humor, tentando se desligar da personagem que lhe deu toda a fama, no momento em que conhece uma mulher mais nova a quem se liga.
Em termos de argumento podemos dizer que a base e simplista, em termos de humor pese embora por vezes tenha bons momentos não podemos dizer de toda a forma que se trata de um filme equilibrado, sofrendo algumas oscilações entre momentos. Na forma como o filme evoluiu penso que vale mais pela homenagem, mesmo sendo um filme coerente e objetivo nos seus propositos.
Realizar um filme é a forma como se dá roupagem aquilo que vamos contar, Hackford e um realizador experiente mas que ao longo da sua carreira foi colecionando altos e baixos. Aqui parece que com mais arrojo o filme poderia e deveria ter funcionado melhor, com mais dimensão e penso que aqui Hackford foi demasiado tradicionalista e nao deixou o filme crescer.
E interessante a reunião de consagrados no filme, De Niro tem uma interpretação proxima daquilo que habitualmente faz em comedia, que dá o lado bipolar que a personagem precisa, nunca sendo uma obra prima para premios como chegou a pensar-se, neste personagem. Nos secundarios penso que Mann funciona muito bem no lado sensivel das personagens, e os restantes valem pela presença.
O melhor - A forma como debruça sobre altos e baixos de uma carreira
O pior - Penso que merecia uma realização mais arrojada.
Avaliação - C+
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