É normal quando um realizador de um cinema mais independente e mais emotivo, tem a oportunidade em cinema de maior dimensão e as coisas não resultam de uma forma perfeita, tentar dar um novo rumo a sua carreira regressando a um ponto de partida. Pode ser essa a análise do regresso de Marc Webb a um cinema mais emotivo, mais de personagens depois do seu Amazing Spider Man. O resultado deste filme criticamente foi algo mediano, pese embora as pessoas em geral tenham gostado do mesmo. Comercialmente para um filme que teve uma primeira abordagem em cinemas selecionados podemos dizer que teve um resultado bastante consistente.
Sobre o filme, não é o primeiro filme que fala de prodigios certamente e na dificuldade de adaptaçao dos mesmos aos diferentes contextos onde residem, mas acaba por ser um filme que tem uma reflexão com dois pontos bem diferenciados, o lado racional da potenciação das capacidades mas tambem na riqueza emocional e afetiva. Alias parece-me sempre que se trata de um filme mais emotivo do que racional na abordagem e isso faz com que na maioria do tempo, o filme nos de o lado mais intimo das personagens e menos a capacidadade das mesmas. Por isso parece-nos um filme mais talhado para um grande publico do que propriamente um objeto artistico ou uma obra prima.
O filme funciona bem principalmente na ternura que temos na dictomia da personagem central, entre a sua capacidade de raciocinio e a incapacidade para lidar com as situações interpessoais. Em termos de batalha legal ai parece-me que o filme torna-se mais vulgar, principalmente na segunda parte, mais previsivel, com menos detalhes que o conduz a por vezes ser redondante e pouco congruente entre a intensidade da batalha legal e a relação entre os seus intervenientes fora dele.
O ponto que me parece menos interessante ou menos funcional no filme acaba por ser a sua conclusão. A necessidade que o filme tem em a sua conclusão ser um happy ending parece algo desconforme com a realidade como que dando a sensação que tudo o que o filme demonstra era desnecessário, já que a resolução do problema era tão obvia. E nisso penso que falta algum risco ao filme em debruçar realmente sobre as soluções para o problema e tornar a obra numa interessante e emotiva obra familiar de cinema instantaneo.
A historia fala de um tio que após o suicidio da irma acaba por ficar a cargo com a filha da mesma, dotada de uma capacidade extrema para calculos numericos. Integrada numa escola basica acaba por iniciar uma batalha legal entre a avó que deseja que a menor frequente uma escola especializada e o tio que apenas quer que ela seja uma menina normal.
Em termos de argumento a forma como o filme coloca o problema parece-me interessante, na medida que nos da dois vetores da mesma persoanagem, embora o filme de imediato adopte uma posiçao como sua. No final o filme cai em algum facilitismo na forma como tenta resolver o problema e aqui parece-me que o filme poderia ser mais arriscado na forma como define a sua conclusão.
Na realização parece-me claramente um filme demasiado simples na abordagem para alguem como Marc Webb que entre outras coisas tem 500 Days of Summer. Aqui temos um cinema simples com algumas preocupaçao em transmitir imagens bonitas na diade tia sobrinha e muito pouco de referente para alem disso. Parece um claro passo atrás em termos de dimensão no cinema de Webb.
No cast em confesso nao achar Chris Evans um actor com grandes recursos, ou que funcione em vertentes mais dramaticas. Aqui demonstra mais uma vez essas dificuldades num filme que merecia um actor mais intenso em aspetos emocionais. Melhor a menor Mckeena Grace, que acaba por ficar para si com todas as despesas do filme.
O melhor - A forma como emocionalmente o filme consegue colocar as questões certas da problemática.
O pior - A forma simples com que acaba por concluir uma questão bem mais complexa
Avaliação - C+
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