Sobre o filme, eu penso que a reflexão de uma vida nos seus momentos finais pode ser um dos melhores campos para filmes emotivos, e com uma profundidade de significado superior a muitos outros contextos de filme. Contudo para isso funcionar tem de estar reunidos uma serie de factores que diferenciem este filme em muitos aspetos de todos os outros, e aqui o filme tem alguma dificuldade desde logo pelo ritmo, e pelo excesso de rigidez britanica para que a emoçao presente tenha o impacto capaz de dar o verdadeiro significado ao filme.
Parece-me um filme com uma ideia bem definida que na forma como joga em termos temporais entre o presente e o passado por vezes se torna algo confuso o que limita o impacto que me parece que o realizador quer dar a cada cena, como estabelecendo um paralelismo que nem sempre e na realidade conseguido.
Ou seja uma daqueles filmes que quando lemos a sinopse pensamos que podera ser um filme de uma dimensao superior aquele que realmente é, não só pela historia em si mas principalmente pelos seus interpretes e que no final acabamos a pensar mesmo as personagens e a sua historia merecia mais paixao e envolvencia na fora de filmar, e não um objeto algo cinzento que nos passa de forma simples uma ideia interessante.
A historia fala de um idoso, que após receber uma herança um diario da mae de uma das suas grandes paixoes tenta de alguma forma reviver e ultrapassar as sequelas do fim da sua adolescencia, mesmo que muitas outras coisas tenham passado entretanto.
A historia da procura de significado nos ultimos momentos ja foi retratado de diversas formas, algumas mais comicas outras mais dramáticas. Aqui não podemos dizer que a ideia de base é um poço de inovação, mas parece sempre um campo com muito para potenciar. Neste filme parece que mesmo dando a primazia a emoçao, as personagens sao melhores do que o seu desenvolvimento.
Na realização Ritesh Batra um produto do cinema britanico tem aqui o seu projeto maior e mais significativo. parece-me na abordagem ao filme muito preso ao tradicionalismo do cinema mais obvio britanico e isso acaba por o colocar pouco diferenciado junto a outros cineastas iguais.
Por fim em termos de cast, eu penso que Jim Broadbent e um dos actores mais intensos e empaticos da sua geração, e o filme funciona na sua personagem muito pela sua interpretação. Ele domina o filme, so deixando espaço para a presença de Rampling com o carisma que a caracteriza mesmo que a sua personagem seja simplesmente a sua presença.
O melhor - O campo de trabalho da terceira idade e os seus conflitos de uma vida.
O pior - O filme não conseguir transmitir o sentimento que deveria
Avaliação - C
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