Depois dos sucessos que conseguiu com versões de Orgulho e Preconceito e depois com Expiação, Joe Wright tornou-se numa figura singular do cinema actual, capaz de paralisar critica e espectadores quando uma sua adaptação esta no horizonte. Para este ano, nada mais que a literatura russa e este classico de Tolstoi, para por à prova a capacidade do realizador reinventar historias conhecidas. O resultado contudo foi diferente do habitual, em termos comerciais a pouca divulgação do filme colocou barreiras curtas ao seu desenvolvimento, e talvez por isso e não impulsionado por uma recepão critica muito entusiasta pese embora positiva, o filme parece ir mais na direcão dos mais recentes filmes do realizador e ficar fora das disputas de galardoes principalmente nas carracteristicas tecnicas.
Anna Kerenina é uma historia forte e conhecida, pese embora obvia nem sempre é facil pegar num classico e dar-lhe originalidade não caindo no rigor da literatura historica, mas Wright tem a capacidade de reinventar conseguir reunir ainda mais adeptos de obras que já são universais e neste caso parece-me na minha opinião o seu melhor trabalho. Mais que um filme sobre uma historia este filme é uma obra de arte de saber realizar tirar o maximo proveito da beleza das imagens do contexto, da metafora, da tecnica, da originalidade de um estilo, e nisto, ou seja em termos tecnicos seria impossivel fazer melhor.
Em termos de imagem e da forma como o filme é abordado como uma opera, como um musical sem musica, dá-nos todo o sentido a uma obra bela, com uma historia moralmente interessante, forte, intensa emocionalmente se bem que já pouco actual, desconhecida do grande publico mas conhecida dos amantes da literatura russa, tem como principal problema o inicio o enquadramento das personagens o englobar o espectador na historia que acaba por o fazer para não mais o largar.
Em termos de pontos negativos o filme não consegue manter o ritmo da primeira para a segunda parte com a quebra da ligação central o filme parece a determinada altura perder algum norte narrativo, o que acontece numa obra demasiado extensa para a duração de o filme, e isso torna mesmo o filme por momentos com dificuldade mesmo na sua arte estetica, vulgarizando por alguns minutos regressando no final, para o climax forte tipico da literatura russa.
O filme fala de Anna Karenina que numa ida a Moscovo para salvar o casamento do seu irmão apaixona-se por um jovem conde, e acaba por destruir o seu, quando tem de enfrentar uma sociedade tradicional que nega o adulterio.
O argumento e simples ou seja uma historia universal sintetizada para a duração do cinema, tradicional, fiel a historia e as suas perosnagens demonstra que por vezes em determinadas historias e dificil mexer, não é original ou não fosse uma obra da historia, mas e competente na forma como a sintetiza, principalmente no principio, ou seja como introduz e como finaliza.
Os louros todos do filme vão para Wright a realização é virtuosa, marcante original , estetica, com um misto de tradicional e inovador, Wright demonstra ter um perfil creativo e arte apurada nas imagens que quer dar, mais que um filme tem aqui uma obra de arte.
O cast parece um dos grandes problemas do filme, desde logo continuo a achar Knightley uma actriz que exagera em expressões faciais a forma como gosta de ser debil, como exagera em situaões que exigem intensidade emocional, Wright poderia ter uma escolha mais acertada, jogou por alguem que conhecia, que a critica gosta, que que é de extremos ou se gosta ou odeia, o meu caso é mais proximo do segundo, depois penso que não existe quimica com Johnsson a diferença de idade impede sempre essa quimica, a personagem masculina é sempre aderessada com demasiados tiques e aos poucos distancia-se do espectador que não consegue criar empatia muito pelas dificuldades de maturidade do actor para o papel, salva-se as excelentes prestacções de Law, num dos seus melhores papeis domina as cenas onde entra e a sua interpretação vocal é algo de excelencia e neste filme isso é acentuado, tambem McFayden fora do tradicionalismo british que estamos habituados dá-nos uma componente humorista num papel vistoso talvez o melhor da sua carreira.
O melhor - A arte de Wright
O pior - A dupla de protagonistas, principalmente a falta de quimica.
Avaliação - B
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