Sunday, February 23, 2014

Nebraska

Se existe um realizador que nos últimos anos tem desenvolvido uma espécie de toque de midas nos diversos filmes que faz, esse realizador é Alexander Payne, que desde Election conseguiu em todos os filmes que faz chamar a atenção da critica, estando sempre no lugar da frente na luta pelos Oscares. E este ano não foi excepção com este ainda mais independente Nebraska, conquistou a critica de uma forma arrebatadora, e conseguiu entrar na corrida pelos oscares mesmo que não seja um frontrunner, o que já é habitual em Payne, em termos comercias o filme não tinha ambições, pelo que até neste ponto o objectivo foi ligeiramente cumprido.
Sobre o filme, confesso que não fui fá dos primeiros filmes de Payne como About Schmidt e Sideways, contudo já no seu filme anterior comecei a aperciar a forma como ele consegue fazer filmes sem grande inovação narrativa no seu centro grandes filmes à custa de diálogos de primeiríssima qualidade e personagens bem construídas nos contextos ideiais. E se isso já tinha sido bem visível em descendentes neste filme esta qualidade é levada ao extremo creativo, ao qual ainda acrescenta uma realização de primeiro plano.
E aqui reside a grande beleza do filme, a sua graça natural a custa do mais básico que as personagens podem ter, e transforma isso no que de melhor um filme pode ter em termos humorísticos, sentimentais, e acima de tudo mais que o filme que já de si e de altíssima nota artística sobre ma moral e uma força interior que so esta ao alcance de um predestinado.
Por isso e para mim fácil de dizer que estamos perante o melhor filme de Payne, o mais completo, o mais artistic, com melhores personagens e melhores diálogos e obviamente no filme mais potenciado pelo argumento do ano, que consegue ao mesmo tempo nos dar uma obra prima com tão poucas palavras mas todas elas tão bem usadas principalmente tendo em conta o vazio das mesmas, enfim uma obra prima
A historia fala de um velho em período de demência que apos receber um cupão de possibilidade que o informa de ter ganho 1 milhao de dólares, acredita no mesmo e deseja ir a Lincoln reclamar o premio, o seu filho mesmo percebendo o erróneo da situação acompanha-o numa road trip que o leva à cidade de origem.
O argumento e brilhante em todos os sentidos sem um principio inicial tão forte quanto isso, com um principio inicial já observado noutros filmes a arte do pormenor, mais do que arte do dialogo são actos de magia pois é aqui que o filme tem o seu grande motor e a sua maior qualidade que o transforma com facilidade numa obra prima.
Alexandre Payne nunca foi um realizador super conceituado por esta sua vertente mas mais pela sua capacidade de escrita, pois bem neste filme isso muda, se a primeira vertente esta melhor do que nunca, como realizador o avanço ainda e mais significativo, com o preto e branco a ser artístico com todas as sequencias pensadas ao pormenor e auxiliado por uma fotografia brilhante, uma das realizações mais fantásticas do ano, sem grandes alaridos.
E no cast o filme tem outro ponto brilhante a interpretação de Dern e um assombro, em todos os pormenores na caracterização física, no movimento, na fala e no olhar tudo e do mais completo que se pode observar num actor, e caso tivesse sido remetido, e bem para melhor actor secundario poderíamos estar aqui a falar de um oscar garantido, na carreira principal, o facto de não ter tanta participação pode comprometer um papel que num ano mais mediano seria mais que oscarizavel, Squib também brilha mas aqui mais que a interpretação tem um argumento muito facilitador e uma palavra para Forte que mesmo longe de brilhar da o equilíbrio que o filme precisa e muitas vezes na simplicidade esta o trunfo

O melhor – A capacidade de fazer uma obra prima com o vazio das pessoas

O pior – O ano ter outras obras primas


Avaliação – A-

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