Era uma questão de tempo até o proprio cinema lançar um filme sobre o escandalo mais marcante dos ultimos anos na industria, o que deu origem ao movimento Mee Too e que teve em Harvey Weinstein o seu maior protagonista. Num elenco recheado de mulheres acompanhadas no argumento e na realização este She Said foi uma das apostas para a temporada de premios. Parece no entanto que mesmo com criticas interessantes ainda está longe o tempo de colocar de lado todos os intervenientes e o filme passou um pouco ao lado da temporada de premios. Por sua vez de um ponto de vista comercial os resultados até foram razoaveis principalmente tendo em conta ser um filme algo independente e mais que tudo sem grandes figuras de primeira linha.
O caso Weinstein foi um dos mais controversos que abalou a industria do cinema de uma ponta a outra. O filme tenta entrar nessa fortaleza e nem sempre consegue acabando por ir pelo lado que foi a peça jornalistas de personagens menores menos refugiadas no sucesso. O filme é detalhado, tem diversas peças que acaba por manobrar bem no lado de filme de jornalismo mais do que propriamente um filme sobre o que realmente aconteceu. Existe um nome muito badalado como Paltrow que todos associamos ao escandalo e que nunca percebemos muito bem onde ele acabou por ir e o filme lança o isco sem o concretizar.
O filme consegue primeiro reunir e transmitir bem a personalidade e os esforço da dupla de jornalistas que teve na genese da investigação. A forma como seguiram os passos e a rede de fontes. O filme e promenorizado em todo o processo do novelo, e mesmo na forma como nos da um Weinstein senhor do mundo. Talvez o filme nao tenha a coragem de completa de dar a imagem de todos da industria que sabiam e aceitavam a forma de algo tão cultural, e nisso o filme fica pela personagem central e pouco mais.
Ou seja um filme que marca a primeira abordagem ao escandalo, tocando essencialmente numa unica figura, abrindo quem sabe espaço a um filme maior que torne toda a dimensão do problema como protagonista. E um filme maduro, bem interpretado, com muita ligação ao sucesso de Spotlight e isso torna-o algo previsivel, ainda mais porque todos conhecemos como o filme acaba.
A historia segue a equipa de jornalistas do New York Times apostada em perceber a dimensão do comportamento abusivo de Weinstein para com as mulheres na industria do cinema e da Miramax, numa corrida contra o poder e contra as clausulas de confidencialidade.
O argumento do filme e detalhado do ponto de vista da peça do jornalismo e como a mesma foi criada. E um filme que também tem a mais valia de fazer crescer bem as duas personagens centrais por tras da peça, tornando-as mais que o trabalho. O filme e algo simplista na abordagem mas acima de tudo e competente na forma como transmite.
Na realizaçao Schrader vem da televisao e do sucesso de Unothodox e tem aqui uma estreia num tema polemico, feminino. Nota-se que copia alguns elementos do que fez Mccarthy em Spotlight na cor, e no estilo e isso tira alguma assinatura numa realizadora ainda pequena neste estilo de cinema. O filme vinca-se mais pela sua mensagem do que pela realização em si.
No cast Kazdan e uma escolha pouco natural que funciona pelo seu lado discreto, e pelo balanço que faz com a personagem de Mulligan mais vistosa e que acaba por equilibrar bem entre si, ja que se nota uma quimica clara entre as atrizes talvez pela ligação que as une fora do ecra.
O melhor - O inicio da abordagem do cinema a um tema tão forte
O pior - ALgo previsivel
Avaliação - B
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