Existem pequenos prazeres que o cinema nos trás sobre filme que inicialmente não querem ser tomados muito a sério mas que acabam por se tornar casos sérios pela sua originalidade da abordagem. Esta comedia negra acabou por surpreender ao ver-se intrometida no meio da temporada de premios, ainda que com pouca objetividade mas com o reconhecimento critico necerssário a configurar em algumas listas. Comercialmente o filme chamou alguma atenção, num ano de total altos e baixos o filme acabou por ser competente também no trajeto comercial
Sobre o filme é importante sublinhar que é uma misto de comedia e terror que não se leva muito a serio, mas que nos dá prazer. E dá-nos prazer porque é uma satira belissima e eloquencia de hoje em dia em muita coisa e na cozinha essencialmente. O filme é corrosivo, é engraçado, é critico e é unico num resultado diferente, original, detalhado e acima de tudo sustentado numa otima batalha interpretativa entre os dois protagonistas maiores.
O filme cedo nos introduz o que cada personagem vai dar ao filme, com exceção da central que cai de para quedas num mundo de luxuria. Quando somos introduzidos na cozinha e com a equipa rapidamente percebemos que tudo vai escalar, o que o filme faz com calma e com intensidade. Podem muitos achar que o final e algo filosófico demais, mas acaba por ser a essência moratória que o filme quer ser, e nisso o filme tem os objetivos muito bem definidos que cumpre com qualidade.
Por tudo isto parece que The Menu e uma das obras mais singulares e originais. Acaba por ser um pouco como os pratos que vão sendo servidos, estranhos, mas que dão prazer, muito por culpa de uma realização competente mas mais que tudo personagens e interpretações que nos colam ao ecrã. Não sendo um filme muito pretensioso no alcance e uma abordagem original de um formato único que junta humor negro com satira social.
A historia fala de uma serie de pessoas que pagam um balurdio para numa ilha provarem um menu exclusivo de um famoso e excentrico chef, o qual tem um plano bem diferente para aquele serão, onde apenas uma convidada de ultima hora sai do menu.
No que diz respeito ao argumento ele é detalhado, tem a satira apurada com a critica social, de uma forma forte, engraçada com personagens requintadas. Podemos achar que o final poderia ser tratado com outra objetividade e mais direcionado, mas é nesse requinte que me parece que o argumento se destaca.
Eu confesso que muitas vezes a passagem da televisão para o cinema e dificil, mas Mylod teve uma otima passagem depois de ja ter a cargo alguns dos melhores episodios das melhores series dos ultimos anos. A passagem e muito bem conseguida depois de uma experiencia pessima no passado. O filme tem detalhe, tem ritmo tem estetica e merece o destaque de uma passagem que se espera duradoura.
E no cast que o filme tem tambem um dos seus maiores brilhos. Fiennes e incrivel na sua construção. Um actor de primeira linha que por vezes parece deambular em filmes menores mas que regressa sempre ao impacto da carreira. Aqui tem um dos melhores e mais intensos papeis do ano, que é balançado por uma Taylor Joy numa forma incrivel, com carisma, com rebeldia e o balanço perfeito a um Fiennes de primeira linha. Também Leguizamo e Hoult encaixam no que o filme pede a cada um deles.
O melhor - A originalidade de todo o filme.
O pior - Podemos achar que o final merecia mais impacto
Avaliação - B+
No comments:
Post a Comment