Monday, July 02, 2018

Kings

Daniel Craig e Halle Berry seriam facilmente protagonistas de um filme de primeira linha, dai que seja surpreendente o facto deste pequeno filme sobre a questão racial com esta dupla de atores ter estreado sem qualquer tipo de mediatismo, muito potenciado pelo facto do filme ter sido pessimamente recebido do ponto de vista critico, o que associado a pouca divulgação do filme resultou também num resultado comercial muito pouco interessante.
Existem realizadores que dedicam toda a sua carreira a abordar a questão racial não só em ficção mas muitas vezes com filmes com acontecimentos marcantes na luta, como é o caso deste filme com a famosa agressão policial a Rodney King. O filme acaba por isso por ser mais do mesmo, poucas personagens muita caracterizaçao social e um fim caótico num filme pequeno, direto mas ao qual falta elementos que o possam tornar maduro, parece sempre demasiado obcecado pelo caos mais que o explicar.
O filme funciona mais no retrato social da familia que espelha, o numero elevado de filhos, a dificuldade economica a necessidade de apoio constante de uns a outros parece-me o ponto onde o filme acaba por funcionar melhor, na sua base. Ou seja independentemente da raça a denuncia social parece-me o ponto em que o filme acaba por ser melhor traduzido.
Na questão racial o filme pouco mais do que explica o caos, dá-nos obviamente o lado mais agressivo dos confrontos, mas aqui por vezes tudo parece demasiado gratuito, demasiado colado à pressa as personagens, para nao falar da obtusa historia de amor que acaba mesmo por nunca funcionar.
A historia fala de uma familia com diversos menores em pleno confronto racial apos a agressão a King, e a forma como nas dificuldades esta familia tem de sobreviver naquele contexto social.
O filme tem um contexto social espelhado interessante mas fica-se por ai, nem sempre o aproveita da melhor maneira para fazer um filme adulto muito por culpa do pouco trabalho na caracterização de personagens quase sempre demasiado lineares.
Na realização Erguven é uma realizadora turca com algum sucesso naquele pais que tinha aqui o seu filme de maior dimensao e que acaba por falhar. O contexto social e racial ate parece-me ser bem criado com uma realizaçao tipica da epoca, mas falta rasgo que conduza o filme para patamares mais elevados.
No cast Barry funciona bem na forma de nos dar interpretaçoes familiares sofridas. Talvez demasiado colada ao seu papel mais conhecido e obvio que a actriz tem recursos para um filme como este. Já Craig sofre pela total inexistencia da sua personagem.

O melhor - O lado social

O pior - O lado racial

Avaliação - C

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