Friday, July 27, 2018

Desobedience

Sebastian lelio juntamente com Pablo Larrin tem nos ultimos anos feito explodir o cinema chileno, sendo que 2017 foi mesmo o ano de sonho para o primeior que culminou com a vitoria no oscar de melhor filme estrangeiro no seu A Fanstastic Woman. Contudo Lelio tem mais ambiçoes e paralelamente ao seu consagrado filme, teve o primeiro trabalho com figuras de primeira linha neste particular filme. O resultado critico foi positivo embora longe da unanimidade da sua obra de referência. Comercialmente para um filme com pouca expansão os resultados foram satisfatorios.
Sobre o filme eu confesso que a rigidez religiosa e a forma como esta limita as possibilidades de uma vida, é um tema que me faz refletir, e o filme trabalha isso de uma forma magistral, na maneira como todas as restriçoes de uma vida segundo o livro pode fazer aos seus fieis. E é aqui que Lelio tem a virtude maior deste filme, no contraste que nos dá na primeira hora entre as personagens que abdicam de si pela religão, daquela que resolveu viver a vida pela sua maneira. Nesta caracterizaçao o filme é exaustivo mas acima de tudo detalhado criando uma sensação quase claustrofobica nas personagenas.
Na passagem para o lado da opçao sexual o filme não é tão forte, pese embora seja este ponto que permita uma conclusão de impacto, onde nos tras a verdadeira força das personagens, mas aqui o filme corre mais clihes, principalmente na forma como tudo rapidamente se desenvolve, sendo um filme que nos dá mais impacto do lado fisico do que psicologico, o que me parece que nem sempre foi a melhor opção neste segmento do filme.
Mesmo assim Desobedience e um dos bons filmes deste inicio de ano, um filme de impacto, detalhado no contexto dificil onde se insere e mais que isso um filme que com a força das personagens permite bons registos aos seus executantes. Num ano que esta longe de ser brilhante, em alguns pontos este e um dos filmes a estar atentos nos primeiros lançamentos para a temporada de premios.
A historia fala de uma mulher que abdicou da religião, mas tem de regressar ao epicentro da mesma, depois do seu pai, rabino, falecer, aqui acaba por voltar a relacionar-se com a sua base, e concretamente com uma sua grande paixão homossexual.
Em termos de argumento o filme é detalhado e bastante completo na caracterização das restrições judaicas. Na questão da homossexualidade penso que o filme é mais basico e mais comum, mesmo assim acaba por ganhar pelo facto de ter uma base contextual muito bem fundamentada.
Lelio e um realizador em crescimento. Aqui principalmente na forma como consegue criar um contexto de pressão sobre as personagens sem grandes truques de camara, parece-me ser um feito seu, de um realizador ainda jovem que provavelmente se vai expandir e pode se tornar em mais um caso serio da força sul americana em Hollywood.
O cast arriscou pouco, o que para potenciar as personagens era necessário. Weisz e McAdams sao duas das melhores actrizes dramaticas do momento e neste filme exibem-se a grande nivel, aproveitando também um filme que lhe potencia estas caracteristicas. Mas penso que o melhor papel acaba por ser o menos expansivo, no caso concreto Nivola, há muito afastado dos melhores momentos que tem aqui um dos papeis secundarios mais interessante até ao momento do ano.

O melhor - A claustrofobia social que o filme transmite

O pior - Na questão da homossexualidade o filme é ligeiramente menos competente

Avaliação - B

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