Tuesday, August 01, 2017

Person to Person

Existem pequenos filmes que surgem em pequenos festivais, que algum tempo depois em cinemas muito selecionados acabam por ser lançados, sem percebermos muito bem qual a razão para tal aposta. Este pequeno filme da Magnolia Pictures que acabou por ver a luz do dia durante esta semana poderá ser um desses filmes. O resultado acaba sempre por ser o mais obvio residual resultado de bilheteira, e criticamente uma mediania que não o fez vincar nos diferentes festivais onde o mesmo acabou por ser lançado.
Robert Altman era o mestre dos filmes com historias paralelas, na forma como no final o toque entre as personagens acabava por ter todo o sentido do filme. Muitos foram aqueles que tentaram segui-lo uns com mais sucessos outros com menos. Aqui temos um misto entre aquilo que Altman fazia de melhor e aquilo que Allen fez durante anos com Nova Iorque, mas o resultado é claramente inseguro, pouco intenso e mais que isso pouco coeso.
O interesse de fazer um filme com multiplas historias e elas terem um significado juntas, pois bem este filme nunca consegue ter esse ponto, chegamos ao fim e nao conseguimos perceber porque razao algumas historias sao conjugadas no mesmo filme, e isso é uma das criticas mais ferozes que se pode fazer a um filme assumidamente com esta estrutura. O outro problema do filme esta na sua curta duração, para um filme fragmentado esta aposta, acaba por ser demasiado curta, porque o pouco tempo determinado a cada segmento acaba por nunca permitir que as historias tivessem grande evoluçao, contudo tambem me parece que elas também em si não teriam assim tanto espaço de manobra.
Ou seja um daqueles filmes simpaticos, sobre vivencias do dia a dia, mas claramente um filme inferior no genero onde se quer envolver. Parece mesmo que a determinada altura o filme apenas pensa em dar o lado mais naif das suas personagens, acabando de uma forma pouco significativa para a maioria delas. O lado positivo é ser Nova iorque e o lado intenso daquela cidade.
A historia fala de diversas personagens durante um dia na cidade que nunca dorme. Um amante de msucia que compra um vinyl falsificado, um individuo depressivo que coloca as fotografias da ex namorada despida, na internet, uma adolescente com dificuldades de assumir a sexualidade, e uma novata a entrar no mundo do jornalismo sensacionalista.
Em termos de argumento ao ser um filme repartido tem sequencias mais funcionais umas que outras. Aqui parece-me claramente que o lado da investigação é o mais coerente, e o mais trabalhado, sendo que alguns dos restantes são basicos demais para entrarem num filme como este.
Na realizaçao Dustin Guy Defa e um pleno desconhecido, nota-se um gosto por nova iorque menos visivel, na forma como contextualiza as sequencias dentro desta cidade. Nao e um filme sempre bem montado e os paralelismos entre sequencias acabam por nao existir. Demasiado simples para qualquer referência.
Em termos de cast actores com papeis curtos, a maior parte deles completos desconhecidos, o maior destaque vai para Tavi Gevinson no seu lado mais androgena que acaba por ser bem caracterizado, o lado negativo para Michael Cera, a figura mais conhecida do filme, mas que nao consegue mudar o registo, que demonstra bem as suas limitações, e que o direcionaram para uma carreira muito mais básica.

O melhor - Nova Iorque menos conhecida

O pior - Este tipo de filmes tem de ter um significado mutuo entre historias

Avaliação - C-

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