Jim Jarmusch é há
diversos anos um dos realizadores independentes com um cinema de
autor mais aperciado pela critica mais tradicionalista. Talvez por
isso os seus filmes tenham sempre lugares nos festivais mais
consagrados, mesmo não tendo nunca tido um filme com a concretização
critica que outros já conseguiram. Este ano e mesmo em cima da linha
na corrida aos oscares e novamente sem sucesso surgiu este pequeno
filme, que mais uma vez foi bem recebido pela critica, algo que já é
marca de agua do realizador, sendo que comercialmente tendo em conta
ser um filme claramente de minorias os resultados até foram
interessantes.
Sobre o filme, existe
uma certeza que Jim Jarmusch não faz filmes para o grande publico
apostando sempre no cinema do detalhe, do promenor, no estilo de
filme que procura os acasos do dia a dia ou força das personagens. E
normalmente este filmes são demasiado soltos, interessantes mas no
fim o seu impacto é sempre reduzido, mesmo que ao longo da sua
duração nos vá transmitindo algumas emoções e aproximações
entre personagens. Aqui temos um filme poetico, que se assume dessa
forma, nas coisas simples, e nisso podemos até achar graça, mas não
será nada demasiado intenso.
Penso que o filme tem
alguns pontos que funcionam bem, mesmo desistindo de uma intriga
tipica de um filme comum, que é a relação central, nos silencios e
nas diferenças o filme consegue tornar bonito os lados diferentes de
cadas personagens sendo o detalhe do preto e branco algo de magnifico
na personagem feminina, aquela que da o lado emocional ao filme. E
como casal as coisas funcionam pela naturalidade e isso acaba por ser
o coração do filme.
Por tudo isto Paterson
mesmo tendo os valores que Jim quer dar ao filme, é um filme
demasiado simples, demasiado intlectual em vertentes que lhe tiram
algum impacto. Os amantes do realizador vão louvar novamente o seu
lado representativo, mas não é desta que o filme seja para o grande
publico, ou mais que isso não é desta que o filme passe a ser mais
que um bom momento.
A historia fala de um
condutor de autocarros, com uma veia poetica que ao longo de uma
semana vai registando o seu dia a dia em poemas num livro, enquanto a
sua namorada se aplica em diversas artes.
O argumento é solto, é
daqueles filmes que considero sempre faceis de fazer, pois não tem
um climax, não tem um centro narrativo, limitando-se ao dia a dia. E
mesmo que estes pontos ate nos deem cenas interessantes parece mais
facil o fazer do que um filme mais comum, e por isso mesmo com bons
detalhes parece-me um argumento mais facil.
Na realização Jim
como sempre o faz da o filme as personagens e as ligações entre
elas, consegue excelentes momentos a dois no casal, mas parece-me que
comparativamente com o nome que já tem, poderia ter algo mais seu
como assinatura.
No cast Adam Driver dá
ao filme o lado simples que o filme necessita, o lado introvertido da
personagem que acaba por servir os objetivos do filme, sendo mais
ajudado pela sua colega de cast, Farahani, que preenche melhor os
momentos romaticos
O melhor – Os
momentos simples de um casal aparentemente bem conjugado
O pior – Jim ainda
distancia demasiado os filmes da forma comum
Avaliação - C+
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