O cinema mexicano tem
sido prodigo em nos trazer diversos realizadores de qualidade com
projetos arriscados. Dai que seja normal surgirem novos nomes, com
novas experiencias. Este ano surgiu a estreia como realizador numa
longa metragem de Jonas Cuaron o irmão mais novo do conceituado
Alfonso. O resultado do filme foi bastante modesto a todos os niveis,
se comercialmente para um filme quase não dialogado ate se pode
compreender, criticamente o filme deveria ter expetativas mais
elevadas que em momento algum as conseguiu cumprir.
Sobre o filme, podemos
dizer que já tivemos muitas variantes dos jogos do gato e do rato,
algumas mais complexas, mais trabalhadas e outras mais simples. Pois
bem este pequeno filme deve ser uma das mais simples que observamos
ate ao dia de hoje, nunca sabemos a razao pela qual uma das
personagem quer matar as outras, e por outro lado no deserto as armas
da sobrevivencia sao escassas. Dai que e facil perceber como um filme
como este apenas pode ter menos de uma hora e meia cheia de muito
pouco, cheia de pontas abertas que ninguem se da ao trabalho de
fechar e pior que isso mesmo em termos sensoriais o filme parece
nunca conseguir transmitir o seu real objetivo.
Por tudo isto e facil
classificar este filme de limitado em quase todos os niveis, chegamos
ao ponto de pensar que estamos num jogo de computador e mesmo este
previsivel. Num cinema em ascenção como o mexicano filmes destes
parecem claramente escusados pois nem narrativamente nem na abordagem
acabam por trazer nada de particularmente novo.
DO lado positivo muito
mas mesmo muito pouco. A capacidade de tornar um espaço como um
deserto como algo claustrofobico, onde não nos podemos esconder, mas
isso e o tipo de sensaçao que interessa num curto espaço de tempo,
já que em exagero torna-se repetitivo, o filme parece obviamente
demasiado longo mesmo na sua curta duração.
O filme fala de um
grupo de mexicanos que tentam entrar ilegalmente nos EUA, que apos a
avaria do veiculo que os ia transportar tem de fazer o restante
trajecto apeados pelo deserto. Nesse momento encontram um americano
na posse de uma arma e um cão que tem como objetivo aniquilar todos
os emigrantes.
O argumento e do mais
redutor que me lembro de assistir no cinema, não e um filme de
explicações, nem de dialogos, e uma cena de luta pela sobrevivencia
e nada mais, não temos justificações, motivos nem emoçoes, temos
um objetivo e nada mais.
Na realização para um
irmão de Cuaron estava a espera de mais originalidade, criatividade
e risco, e obvio que se limitar a filmar a imensidao de um deserto
pode resultar a espaços mas penso que o filme tem muito pouco a
sublinhar tambem neste particular.
No cast temos um duelo
entre Dean Morgan e Garcia Bernal, o segundo e sempre mais eficaz,
talvez porque a sua personagem tenha menos cliches, mas penso que
Dean Morgan torna tudo ainda mais cinzento com os seus cliches.
O melhor – O deserto
ser claustrufobico
O pior – O argumento
sem ponto de partida
Avaliação - D+
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