Existem realizadores
que passam uma carreira dedicando-se a pequenos filmes sobre lugares
particulares, nunca pensando nos seus filmes como obras para massas.
Neste leque de realizadores podemos considerar Kelly Reichardt que
com um cinema bastante particular acaba por conseguir chamar aos seus
filmes alguns actores conhecidos, neste caso no feminino. Neste ano o
seu novo projecto conseguiu criticas muito interessantes mesmo que em
termos comerciais e visibilidade seja sempre um projecto com um
espectro reduzido.
Sobre o filme podemos
começar por dizer que se trata de um filme dificil, principalmente
pelo seu estilo demasiado fracionado entre as tres historias que têm
tempo e abordagem completamente diferente, mas tambem pelo seu ritmo
demasiado pousado, deixando que as sequencias se desenvolvam a sua
velocidade natural mesmo que isso torna o filme repetitivo e
cansativo com a falta de narrativa. O que para um filme parcelado
parece claramente um defeito notório.
Por outro lado temos um
filme com lados completamente diferentes em termos de cada historia,
se a primeira, protagonizada por Dern nos parece a historia mais
movimentada, na base nada acaba por passar a não ser a descriçao de
uma relaçao advogada- cliente. A segunda historia ainda estou para
descobrir a sua razao de ser, sendo que apenas na ultima o filme
ganha algum interesse na forma com que nos traduz a vivencia de
alguem cuja a falta de significado a conduz a actos que muitas outras
pessoas não teriam.
Por isso tudo parece-me
uma filme que tecnicamente na realizaçao ate pode ter bom planos, na
forma como consegue dar o lado silencioso dos EUA menos desenvolvidos
mas em termos de conteudo temos muito pouco no filme, que quase não
tem narrativa, intriga ou mesmo razão de ser.
A historia dá-nos três
situaçoes de três mulheres diferentes no mesmo espaço, uma
advogada que tem de lidar com um cliente no limite, uma mulher que
sonha fazer a sua casa de sonho, e uma empregada de um estábulo que
se deixa encantar por uma professora de uma cidade maior.
E claramente um filme
com um argumento pouco coeso, quando se tenta unir tres historias
pequenas e sem grande novidade dando apenas pequenas interaçoes
entre pilares, para elem de um conjunto de historias nunca temos
coesão naquilo que o filme acaba por ser. Nao e um filme que
aprofunda nada e normalmente isso não é sinonimo de um grande
filme.
Ate posso considerer
Reichardt uma realizadora esteticamente com qualidade na forma como
deixa as sequencias terem um significado proprio e na forma como as
pensa em termos de objetos fotograficos interessantes mas nunca vou
admirar um filme com tao pouco conteudo e que mais parece uma
exposiçao de fotografia.
Ao ser um filme tão
parcelado não pede aos seus actores grandes desempenhos, ainda assim
é Dern que tem mais espaço e maior destaque mesmo que ainda assim
apenas suficiente, os restantes pouco mais são do que figurantes no
contexto que esse sim e a figura central do filme.
O melhor – A
realizaçao
O pior – A forma como
em quase duas horas narrativamente o filme não existe
Avaliação - C-
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