Todos sabemos que os
principais candidatos aos premios no final de cada ano, são lançados
em cima do acontecimento, mas existe sempre alguns filmes ao longo do
ano que acabam por ser bem recebidos de uma forma generalizada e
serem considerados long shoots, principalmente no que diz respeito a
filmes mais independentes. Um desses filmes em 2016, é este
particular Captain Fantastic que conciliou criticas interessantes,
principalmente por parte da audiência mais que os especialistas e
comercialmente para um filme sem distribução wide podemos dizer que
teve resultados consistentes. Podem ser insuficientes para resultar
em alguma coisa, mas pelo menos nas listas pode constar.
Sobre o filme, é obvio
que o terreno independente dá um espaço a criadores de nos dar
filmes diferentes abordagens que nos fogem um pouco da nossa
realidade mas que no fim nos faz pensar se tudo tem de ser organizado
pelo que a sociedade define. Este é um filme interessante já que de
uma forma simples, emocionalmente intensa, nos dá os dois lados do
extremismo dos conceitos sociais actuais, nunca perdendo o que une as
pessoas ser o lado sentimental. Neste ambito o filme funciona sempre
muito mais do ponto de vista emocional e da ternura entre as pessoas
do que pela logica das definiçoes de ensino ou mesmo os conflitos.
A forma como o filme
está organizado é para ser um filme suave com picos principalmente
emotivos, naquilo que de mais natural existe que é a familia, e isso
o filme é claramente interessante porque nos dá numa abordagem
diferente e creativa uma definição não explicavel e não
argumentavel de familia, e nesse particular o filme funciona em
particular, pelo lado emocional, sendo que em termos comicos nem
sempre o filme seja tão funcional ou equilibrado como no aspecto
estetico e emocional.
O problema do filme é
que claramente tem muita mágia nos conceitos e construção do
desenvolvimento das personagens para fazer um lado funciona, ou seja
rapidamente percebemos que nada poderia ser assim dai que o debate
que a espaço o filme quer lançar não é equilibrado entre os lados
positivos, já que claramente alguns dos positivos estão
sobrevalorizados e de que maneira. Também na forma como as
personagens acabam por facilmente se adequar à maneira do mundo
desenvolvido nos parece demasiado atalhado.
A historia fala de um
pai que decide criar os seus seis filhos num contexto de auto
suficiência no meio de uma selva, sendo que todos se deslocam a
cidade para participar nas cerimonias funebres da matriarca, e que
vai fazer com que todos contactem com uma nova realidade.
Em termos de argumento
o filme tem a maturidade de não cair na comedia fisica fácil,
preferindo o lado mais emocional, sem nunca perder o elemento comico
das situações. Mas o lado mais importante do filme é a riqueza das
personagens e da forma emocional com que elas se ligam.
Na realização Matt
Ross tem uma trabalho interessante, mesmo com uma realizaçao com
muitos elementos do cinema independente a espaço e principalmente no
guarda roupa das personagens vai tirando alguns coelhos da cartola,
num filme que obviamente vale mais pelo argumento que pela
realizaçao.
Em termos de cast
Mortensen é um dos actores que mais evoluiu nos ultimos anos, pena e
que o afastamento do cinema mais comercial nem sempre permita a
visibilidade das suas construções ou a sua aceitação pela
maioria. Aqui e mesmo sem a disponibilidade fisica de outros filmes
tem muito do que faz dele um bom actor, irreverência e intensidade
emocional, bem auxiliado por George Mcckay que tem um bom ano quer na
televisao quer no cinema, com uma boa prestação, sendo a cabeça e
o lado mais visivel dos interpretes mais novos.
O melhor – A riqueza
emocional de um filme que nos tira muitas vezes o lado racional.
O pior – Claramente
existir demasiada boa vontade na forma como o método naturista
resulta e isso tira algum realismo à mensagem
Avaliação - B
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