
Sobre o filme, é obvio
que o terreno independente dá um espaço a criadores de nos dar
filmes diferentes abordagens que nos fogem um pouco da nossa
realidade mas que no fim nos faz pensar se tudo tem de ser organizado
pelo que a sociedade define. Este é um filme interessante já que de
uma forma simples, emocionalmente intensa, nos dá os dois lados do
extremismo dos conceitos sociais actuais, nunca perdendo o que une as
pessoas ser o lado sentimental. Neste ambito o filme funciona sempre
muito mais do ponto de vista emocional e da ternura entre as pessoas
do que pela logica das definiçoes de ensino ou mesmo os conflitos.
A forma como o filme
está organizado é para ser um filme suave com picos principalmente
emotivos, naquilo que de mais natural existe que é a familia, e isso
o filme é claramente interessante porque nos dá numa abordagem
diferente e creativa uma definição não explicavel e não
argumentavel de familia, e nesse particular o filme funciona em
particular, pelo lado emocional, sendo que em termos comicos nem
sempre o filme seja tão funcional ou equilibrado como no aspecto
estetico e emocional.
O problema do filme é
que claramente tem muita mágia nos conceitos e construção do
desenvolvimento das personagens para fazer um lado funciona, ou seja
rapidamente percebemos que nada poderia ser assim dai que o debate
que a espaço o filme quer lançar não é equilibrado entre os lados
positivos, já que claramente alguns dos positivos estão
sobrevalorizados e de que maneira. Também na forma como as
personagens acabam por facilmente se adequar à maneira do mundo
desenvolvido nos parece demasiado atalhado.
A historia fala de um
pai que decide criar os seus seis filhos num contexto de auto
suficiência no meio de uma selva, sendo que todos se deslocam a
cidade para participar nas cerimonias funebres da matriarca, e que
vai fazer com que todos contactem com uma nova realidade.
Em termos de argumento
o filme tem a maturidade de não cair na comedia fisica fácil,
preferindo o lado mais emocional, sem nunca perder o elemento comico
das situações. Mas o lado mais importante do filme é a riqueza das
personagens e da forma emocional com que elas se ligam.
Na realização Matt
Ross tem uma trabalho interessante, mesmo com uma realizaçao com
muitos elementos do cinema independente a espaço e principalmente no
guarda roupa das personagens vai tirando alguns coelhos da cartola,
num filme que obviamente vale mais pelo argumento que pela
realizaçao.
Em termos de cast
Mortensen é um dos actores que mais evoluiu nos ultimos anos, pena e
que o afastamento do cinema mais comercial nem sempre permita a
visibilidade das suas construções ou a sua aceitação pela
maioria. Aqui e mesmo sem a disponibilidade fisica de outros filmes
tem muito do que faz dele um bom actor, irreverência e intensidade
emocional, bem auxiliado por George Mcckay que tem um bom ano quer na
televisao quer no cinema, com uma boa prestação, sendo a cabeça e
o lado mais visivel dos interpretes mais novos.
O melhor – A riqueza
emocional de um filme que nos tira muitas vezes o lado racional.
O pior – Claramente
existir demasiada boa vontade na forma como o método naturista
resulta e isso tira algum realismo à mensagem
Avaliação - B
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