Depois de um ano de 2022 que não correu particularmente bem à Netflix pese embora as diversas colaborações que foram tendo com realizadores e cineastas de primeira linha, eis que surge a primeira aposta do ano, numa comédia com o sempre interessante Eddie Murphy, num estilo politicamente incorreto escrito e produzido por Jonah Hill. Em termos criticos as coisas não correram bem com avaliações muito medianas, sendo que comercialmente tudo parece apontar que o filme fruto de pouca concorrência poderá conduzir a que o resultado acabe por ser positivo.
Sobre o filme temos uma comedia de raças numa conjunção entre judeus e afro americanos num choque cultural entre formas de vida. O filme tenta ser engraçado, mas na maior parte das vezes é apenas estranho, ficando a ideia que nunca consegue minimamente potenciar os personagens secundários que a olho nu parecem com muito mais valência do que a dupla romântica que apenas é estranha.
E um filme que poderia ser disruptivo, poderia ser daquelas comedias engraçadas incorretas, mas que fruto de ao mesmo tempo o filme querer ser romantico, fica um conjunto pouco coerente e muitas vezes aborrecido. Hill tenta ser um ator multidisciplinado no filme mas as suas valencias nunca lhe permitem ir muito para além do seu estilo algo descontraido, mas que no filme sai de qualquer plano.
Por tudo isto na minha opinião esta era uma comedia que pela base e pelos seus intepretes tinha tudo para ser engraçada e disruptiva tornando-se num ato falhado. Fica a clara ideia que por vezes os autores destes filmes perdem um pouco o objetivo principal do filme para tentar dar valencias a si como interprete e tudo corre mal nesse sentido.
O filme fala de uma paixão entre um judeu e uma afro americana vindos de familias de costumes muito implementados em cada um destes pontos, que acabam por colidir com as familias de base uns dos outros e da forma que cada um vê a outra raça.
No que diz respeito ao argumento Hill tenta ser engraçado com os cliches raciais, mas consegue pouco. O filme em dez piadas funciona três e o lado romantico acaba por ser um tiro ao lado. Tambem no balanço entre personagens fica a clara ideia que o filme nunca é minimente convincente e equilibrado sendo que os pais mereciam mais destaque.
Na realizaçao Kenya Barris acaba por ser uma realizador que tem aqui o seu primeiro grande projeto de longa metragem que realiza com um estilo descontraído e com uma musica que muitas vezes e mais irritante que original. Fica a ideia que o filme procura uma eloquência e uma originalidade que nunca adquire.
No cast começa logo o primeiro problema a forma como a personagem central se descreve e se comporta, sem qualquer grande sentido, logica e coerencia, o que faz com que a personagem conduza mais para o seu estilo do que para a graça que alguns dialogos poderia ter. Murphy e Dreyfuss tinham tudo para funcionar mas as suas personagens são meros cliches.
O melhor- - As duas ou três graças que funcionam.
O pior - A forma como o filme tenta ser romantico em vez de ser incorreto
Avaliação - D+
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