Sunday, February 12, 2023

The Banshees of Inisherin

 Numa corrida aos oscares que tem sido particularmente dividida, este tem sido uma das presentes constantes quer em premios criticos quer em académicos, dando seguimento a um momento de forma impressionante do seu argumentista e realizador o inglês Martin McDonagh. Depois de uma receção critica de primeira linha e de 9 nomeações para os oscares, entre as quais quatro interpretes, o filme comercialmente, principalmente nos EUA ficou um pouco aquém, talvez pelas origens demasiado britânicas e pela falta de figuras comerciais de primeira linha.

Sobre o filme, começo por dizer que a minha expetativa era elevada já que considero o anterior filme de McDonagh dos melhores filmes dos ultimos anos. Pois bem, este é diferente, é muito mais estranho, mas novamente ficamos impressionados com a capacidade do filme ser intenso, engraçado, surreal e original, num contexto nada típico para um filme desta natureza. O filme é sobre as pessoas e a interioridade, mas e nos detalhes que o filme avança para uma qualidade fora do comum, nos diálogos, na simplicidade dos seus momentos e das suas ações, num filme gravado num espaço unico que acaba por ser mais um elemento sedutor de todo o filme.

Eu acho que o filme acaba por não ser tão abrangente nos gostos como se espera. E um filme estranho que nos leva muitas vezes a achar absurdo muitas das ações dos espetadores, que acabam por funcionar como elemento satirico e exagerado de um ponto que o filme quer assumir. Mas acaba por ser nessa singularidade que o filme se diferencia e nos fornece de cinema de mais alto nivel em todas as suas vertentes, personagens, dialogos, realização e moratoria.

Por tudo isto e para mim, até ao momento o grande filme do ano, mesmo estando algo distante do impacto que o filme anterior de McDonagh teve, é um filme original, unico, creativo, que nos faz sorrir, e chorar, que nos dá muitas vezes o insolito de personagens e as melhores interpretações de um grupo alargado de atores, que nos faz sentir que o filme é claramente algo distinto.

A historia fala de dois amigos numa pequena ilha irlandesa, que acabam por se zangar por motivos que não se conhecem e acaba por desconstruir a rotina de todos os elementos da ilha e que conduz a uma sucessão de eventos totalmente inexplicaveis.

O argumento e incrível, a ideia que poderia parecer disparatada, mas a forma como depois torna-se numa homenagem às necessidades humanas e à sua complexidade, que nos dá personagens únicas e muito bem trabalhadas, que tem momentos de diálogos escritos de uma forma original e intensa, no claro argumento do ano.

Na realização muito do segredo do filme é o contexto espacial que escolhe. Uma ilha ruralissima no inicio do século 20, pouco espaço, muito verde, muito vegetal e acima de tudo espaços que são circunscritos no filme e que nos levam a ser um habitante de Inisherin. E um realizador numa forma incrivel e este filme mostra também a sua multifaceta.

No cast falar de um filme com quatro nomeaçoes para oscares interpretativos diz muito do valor dos seus atores e dos seus trabalhos. Maior destaque para mim vai para Farrel é incrível a sua construção fisica, e verbal, encaixando perfeitamente no estilo de personagem unica que já não viamos com tamanho realismo desde Hanks em Forrest Gump. Mas o facto de Gleeson, Condon e Keoghan também estarem ao melhor nivel da sua carreira faz-nos olhar para muitos lados, e ficar delicioso com este festival de talento e de ligação de atores com personagens.


O melhor - A forma como um filme aparentemente sem sentido, tem todo sentido do mundo.

O pior - Pode ser demasiado fora da caixa para alguns


Avaliuação - A-



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